Poisonous escrita por AleyAutumn


Capítulo 11
Cold spirit




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Cold spirit

Jorie se sentia mal pelo que estava prestes a fazer, sabia que não seria nada agradável tentar manipular Niklaus e achava de certa forma que seria bem maldosa fazendo isso, mas ela precisava tirar Matt do problema que ela mesma o havia colocado. 

— Eu quero falar com o Klaus. – ela olhou Elijah atentamente que tinha uma expressão de cansaço no rosto, o moreno estava correndo atrás de respostas até mais do que Niklaus com o intuito de livrar o irmão de problemas. 

— O que pretende falar com Niklaus? 

— Quero dar o que ele quer. Eu não aguento mais ficar aqui. – ela resmungou baixo – Só não quero Kol perto de mim de novo, só isso. 

— Jorie. – ele a olhou atentamente a puxando para fora da cela e fechando a grossa porta – Não nos arrume mais problemas.  

— Klaus não vai fazer nada comigo. – ela rolou os olhos com descaso – Ele precisa de mim. – isso era o que assustava Elijah, e se ele na realidade precisasse se manter longe dela? – Eu estou tentando sobreviver, vocês simplesmente não podem me jogar no meio da família de vocês como se eu fizesse parte disso aqui, as coisas não funcionam dessa maneira. – ele a olhou atentamente nada convencido com a resposta dela – Ainda mais quando é temporário, depois vocês podem me abandoar por ai depois de erem destruído toda a minha vida.  

Isso o atingiu em cheio e o moreno apertou os olhos fazendo uma careta logo em seguida, ela poderia sim ser uma maldita quando queria. Mesmo com os olhos assustados, o semblantes de medo, ela ainda os enfrentava por saber que o castigo corporal era a única coisa que conseguiria. Jorie não tinha nada a perder e deixava isso bem claro para todos eles, para Elijah mais claro era impossível... ela estava deixando de tentar fugir para se virar contra eles, e ele não podia deixar ela fazer isso. Ele jogaria da pior forma possível.  

— Tudo bem Jorie. – ele deu um sorriso carinhoso para ela e quase sentiu a vitória o atingir quando viu os olhos verdes brilharem, Elijah se sentia péssimo pelo feitio, mas ao ver Kol quase morto o fez rever seus ideais – Vamos. 

Niklaus ergueu o olhos ao ver Elijah surgir em sua frente, ele sentia o cheiro suave de Jorie exalando e logo percebeu pelas batidas rápidas do coração que ela estava no mesmo ambiente. O moreno saiu de frente da jovem a expondo e os dois olhos de verde intenso cravaram um no outro fazendo as bochechas da jovem queimarem, era a primeira vez que ela olhava profundamente nos olhos do loiro sem sentir um ódio descomunal a tingir. Niklaus estava relaxado e isso a fez relaxar mais ainda. 

Os olhos dele a analisaram e pela primeira vez ele percebeu que a perna não estava torta devido a dor, na realidade Jorie estava ereta em uma posição elegante, trajava um vestido de cor vinho com alças grossas e um sapato de salto preto, os cabelos soltos e cacheados. Niklaus suspirou e fechou o livro que lia se sentando de maneira graciosa na poltrona. Ele estava interessado nela agora, parecendo uma pessoa decente e não uma mendiga.  

— Nós podemos sair? – ela o questionou e ele suspirou se levantando.  

— Claro amor, para onde iremos?  

— Não conheço o lugar. – ele a giou para fora. 

— Posso saber o motivo desse amável convite? – ironizou e ela rolou os olhos. 

— Sim senhor. Eu quero conversar. Só isso. – cruzou as pernas e encarou a estrada – Nós somos inimigos?  

— Você me considera um inimigo? 

— As vezes.  

— Jorie escute, eu te tirei daquele lugar e não espero uma medalha de ouro por isso, o fato de você ter tentado fugir de mim me enfureceu muito. – ela a olhou despreocupadamente notando o brilho de tristeza no olhar dela, ele sabia que isso mudaria dali para frente, Niklaus estava a transformando completamente mesmo que ela não visse – Eu espero que realmente um dia nós possamos no dar bem, você não vai embora. – ela o olhou friamente e decidiu optar pela sinceridade.  

— Eu vou jogar com você, eu vou entrar fugir de novo Klaus. Eu vou ferrar com a sua cabeça.  

— E eu vou fazer com que você queira ficar. – ele deu uma breve risada sabendo que poderia sim fazer isso acontecer. 

— Tente.  

— Para onde iria?  Eu vou te mostrar que você quer ficar aqui Jorie, com nós. Não tem nada pra você lá fora, não tem ninguém pra você lá fora.  

— Por que tentaria algo assim Niklaus? Não basta ter a resposta que você quer? 

— Eu poderia ter essa resposta hoje e você poderia ser uma simples humana Jorie, mas você ficaria, sabe porquê? Eu estou enxergando além do que você quer me mostrar. E o que eu vejo... – ele sorriu para ela – É muito grande.  

Suspirou.  

— Ainda vai fugir de mim? – ela acenou confirmando – Uma pena. Vou colocar grades na janela do seu quarto.  

Deu de ombros sem importar, a casa tinha centenas de janelas. O loiro estacionou o carro e os dois desceram e entraram no mesmo bar ao qual ela tinha ido com Elijah, a jovem olhou para os lados e o acompanhou, mas Niklaus apenas pegou algumas bebidas e os dois se encaminharam para fora indo em direção a praça onde se sentaram em um banco e ficaram olhando a movimentação.  

— Sobre o que vai falar? 

— Você não queria saber sobre mim? – ele se moveu interessado.  

— O que quer em troca Jorie? – ele a analisou por breves minutos.  

— Nada, você mesmo disse que deixaria eu teria minha liberdade se eu te dissesse.  

— Sua liberdade dentro da minha casa. – ele ergueu um dedo.  

— Eu quero fazer a faculdade. – o informou – De administração. Vou assumir a empresa. – isso o surpreendeu muito.  

— Perfeito, eu faço as matrícula. – ela suspirou.  

Ele a olhou especulativo esperando pela história e ela rolou os olhos o fazendo rir levemente. 

— Tudo bem. Como você sabe o meu avô por parte de mãe era um homem muito rico, meu avô sempre achou ela uma mulher muito interesseira... ela gastava muito sem se preocupar com o que realmente precisava.  

— Uma vigarista. - ele arqueou uma sobrancelha e ela concordou.  

— Sim. Meu pai começou a trabalhar com ele e receber muito dinheiro, e ela tinha um acesso limitado. Ela o odiava muito por isso, entrou em uma briga por poder, conseguiu um amante... e descobriu que apenas eu e meu irmão mais novo estávamos no testamento, ela nunca conseguiria nada com a morte dele... exceto acesso ao nosso dinheiro enquanto estivéssemos com ela. Mas ela demorou tempo demais para agir... ela nos colocou em um carro e dirigiu por um longo tempo, naquele dia dava pra ver que ela estava em fúria. Muita fúria. Então bateu o lado direito do carro, Jimmy foi arremessado pela janela e eu fiquei com sequelas terríveis. Meu pai só ficou tempo o suficiente pra me tirar do carro. Eu odiava muito, ele sempre via os maus tratos que ela fazia comigo, sempre viu a maneira que ele me tratava e nunca fez nada. Absolutamente nada. Naquela noite ela sabia que ia perder tudo. - comentou com o olhar perdido.  

— Como?  

— Eu disse que ia embora, meu pai disse que iria levar a mim e a Jimmy. E ela descobriu que o amante dela... o ... Brandon... me estuprou. Adivinha que ela disse que... eu o seduzi? - ela riu sentindo os olhos arderem enquanto desviava o rosto se impedindo de ver o rosto de assombro e fúria de Niklaus.  

— O quê? - ele sussurrou - Jorie?  

— Ela o matou meses depois, mesmo em uma cadeira de rodas. - riu amarga - Eu fiquei um ano trancada em um hospital na fisioterapia. - os dois olhos verdes intensos se encontraram transbordando de sentimentos - Toda a família dela me odiava por ter perdido tanto dinheiro, na realidade sempre me odiaram por ser a preferida de meu avô já que eu era criada por ele e todos sabiam que eu ficaria com tudo. Ele poderia morrer comigo tendo 15 anos e o dinheiro seria todo meu assim como as empresas, mesmo sendo administrado por um funcionário de confiança dele.  

Niklaus ainda estava em choque, completamente chocado e a olhava sem saber o que fazer ou falar. Por fim pigarreou vendo os olhos pesados dela estáticos nele, Jorie era forte, muito mais do que fingia ser. Ele se perguntava como ela ainda podia sorrir despreocupadamente para ele, como se tivesse sido apenas um pesadelo.  

— É só isso que eu sou Niklaus. Nenhuma história emocionante, ou algo realmente tocante como uma procura interminável pela verdade. Só tive uma família interesseira, abusos... e dinheiro. É isso que Marjorie é, uma covarde que se escondia e ainda se esconde dos problemas. Que prefere o silencio a agir.  

— Que preferia o silêncio a agir. - ele a corrigiu -O que houve com a sua perna? 

— Eu te arranhei, você sangrou. - deu de ombros e ele apenas riu com ironia.  

— Parece que temos uma pilantra esperta entre nós. - os dois riram baixo, era uma definição conjunta - Não sentiu nada? 

— A dor diminuiu, mas não parou completamente.  

— Pouco sangue. - ele informou - O que fez com Kol?  

— Eu enfiei aquela madeira nele, Niklaus... 

— Ele vai se comportar. Ele estava passando por uma fase rebelde querido. - comentou com o olhar perdido. 

°°°° 

— Jura? - ela questionou rindo e olhando para os olhos castanhos.  

— Sim. - Elijah respondeu passando a chave para ela - Não faça nenhuma besteira Jorie, Kol vai ficar de olho em você. - a morena fez uma careta ao ver que o vampiro já estava dentro do carro.  

Jorie olhou o Mini cooper azul de listras brancas e sorriu novamente, Elijah a olhou atentamente vendo o sorriso tranquilo nos lábios dela. Ela nem estava se incomodando com a presença de Kol, na realidade ele era a menor de suas preocupações, Jorie ainda tinha que conseguir uma maneira de retirar Matt do porão já que Niklaus não deixou que ela o fizesse.  

— Bem. Obrigada. - agradeceu e entrou correndo no carro entregando a mochila preta para Kol que a agarrou com uma feição emburrada.  

— Me desculpe. - ele pediu mal humorado e ela apenas deu de ombros e se virou para ele com um sorriso duro, os olhos brilhando de maneira intensa e repletos de malícia.  

— Eu acho bom você se comportar. Ou nós teremos grandes problemas, você sabe o que aconteceu com você não é? - ela riu quando ele ficou sério.  

— Jorie você está me irritando. Irmã. - ele cuspiu a palavra com desgosto.  

— Paz?  

— É. – concordou.  

— Em qual curso você está? – ele riu com gosto.  

— Eu preciso estar em um curso pra ficar na faculdade? – ela o olhou com as sobrancelhas arqueadas – Não vou fazer nada e vou matar quem vier me irritar.  

— Tudo bem. – resmungou. 

— Você sabe as regras, como uma Mikaelson ninguém vai te irritar. Pelo menos não irão te tocar. – ele ergueu um dedo – Você está sob minha responsabilidade e eu não vou ficar correndo atrás de você de um lado para o outro, então se comporte.  

— Tudo bem.  

Assim que chegaram na faculdade Jorie bufou, ela deveria ter aceitado a sugestão de Niklaus de conseguirem uma casa mais próxima, realmente era um pouco longe, mas nada muito cansativo e mesmo assim ela anda preferia deixar o volante com Kol na hora da volta. O moreno a acompanhou até a sala dela e Jorie entrou rapidamente indo para o fundo do local sob os olhos atentos de alguns alunos já antigos, sem realmente se importar com isso ela se focou na aula que passou rapidamente. 

Kol estava diante da porta dela poucos segundos antes da aula terminar, os dois foram até o refeitório da faculdade e se olharam com uma careta decidindo por fim comer em uma lanchonete, Jorie agradeceu por ver que o moreno estava mais calmo que o normal e bem mais contido, assim como ela Kol parecia agradecer por passar o tempo um pouco longe da mansão Mikaelson. 

— Olha só quem temos aqui, mas que adorável. – Kol falou alto e Jorie olhou para trás vendo Damon e Elena – Gilbert a cada dia que passa você fica mais bonita. – os olhos das duas morenas se encontraram e Elena ficou tensa imediatamente.  

— Kol. – ela resmungou baixo os olhando e se questionando quem seria a morena sentada de frente para ele.  

— Oh sim, a irmãzinha monstro. Marjorie. – Damon esticou um braço em direção a jovem que simplesmente virou de costas para ele e voltou a comer. 

— Eu achei que a família já estava completa. – Elena resmungou baixa e foi ignorada com louco enquanto os dois “Mikaelson” se ocupavam de lanchar.  

— Sua irmã não se parece em nada com uma Mikaelson. – Damon se sentou em uma cadeira ao lado dela enquanto Elena ficava de pé e cruzava os braços.  

— Minha querida Jorie. – o moreno tocou o rosto dela sentindo vontade de lhe quebrar o pescoço – É irmã de Niklaus, pode ver isso pelos olhos dela, ela lembra mais Finn não é? 

Os dois a olharam, ela realmente parecia mais com Finn do que com Niklaus. Mas Niklaus era o único com olhos verdes na família assim como Jorie. Algo para eles parecia ser mal contado nessa história e o sorriso presunçoso de Kol parecia gritar isso, Jorie soube que ele a meteria em uma enrascada se essa conversa perdurasse demais.  

— Mais um Original? – Elena suspirou arrumando o cabelo.  

Jorie rolou os olhos e se levantou junto com Kol, sem ao menos se despedir ela saiu do local sob os olhos atentos de Damon que sorriu ao notar o andar cambaleante da jovem que se apoiava em uma única perna. Não, ela não era uma vampira.  

O que não significava que não poderia ser pior, Damon gostaria de ter suas perguntas respondidas, as teria de uma forma ou de outra.


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