Warm spirit

Jorie estava extremamente agitada e isso deixava todos no carro da mesma forma, a morena volta e meia balançava as pernas em irritação e cruzava os braços, não era tristeza que sentia, era ódio. Um ódio intenso e profundo que corroía todo o pequeno corpo que estava colado entre as duas pessoas que ela mais odiava, Niklaus e Kol. O moreno volta e meia tocava no braço da jovem a deixando mais nervosa ainda enquanto o loiro mantinha um braço pendurado despreocupadamente ao redor do pescoço dela enquanto seu rosto estava enterrado na cabelo empoeirado da jovem.  

Ela pensou em o confrontar, jogar toda a culpa em Kol e ela faria isso. Faria sim, se ela iria se ferrar ele iria junto dela. Estava nessa posição devido a esse maldito garoto, se ele nunca tivesse ido a Nova Zelândia isso nunca estaria estaria acontecendo, se ele nunca tivesse a atacado isso não estaria acontecendo. Se remexeu irritada se questionando qual o motivo para o corpo de Matt estar no porta malas, ela estava sem ter pra onde ir já que Niklaus agarrou a jovem e arrancou os documentos dela.  

Quando Elijah estacionou o carro Kol foi o primeiro a abrir a porta, Jorie arrancou o braço de Niklaus com violência deixando o loiro parado a encarando friamente enquanto ela rodeava o carro e pulava nas costas do moreno apertando o pescoço dele com força enquanto o tentava quebrar, Kol gritou e ela socou o pescoço dele se preparando para o morder, porém foi retirada de cima dele por Niklaus o qual levou um tapa brutal no rosto.  

— Vai se fuder seu desgraçado! - gritou e se virou para o moreno chutando o estômago dele - É tudo sua culpa seu desgraçado, é culpa sua eu estar aqui nesse inferno! - ela bateu de novo no rosto do moreno que só não reagiu por ter sido segurado com força por Elijah, os dois gritavam em conjunto aumentando mais ainda a ira do "chefe da família" - Eu vou acabar com você.  

— Já chega! - Niklaus gritou a virando para ele - Eu já estou de saco cheio de você querida. - ele segurou o braço dela com tanta força que o braço dela deslocou - Eu posso não te matar agora, mas eu vou acabar com você, vou destruir o seu psicológico e você vai aprender que não pode brincar comigo.  

Os dentes da jovem coçaram e ela sentiu a vontade insana de o morder crescer em seu corpo, mas seus dentes provavelmente se quebrariam com tal ato então ela apenas gritou furiosa e foi jogada nos braços de Rebekah que tinha uma expressão de insatisfação clara no rosto ao ver que ela estava completamente fora de si.  

— A tranque, ela está completamente descontrolada. - Niklaus ordenou e Elijah olhou para a irmã concordando com um aceno vendo que Jorie representava um perigo para si mesma e até para eles principalmente depois de terem achado Kol desacordado e sangrando muito. 

— Trancar aonde inferno? Eu já não estou trancada? - ela ergueu o corpo gritando com ele - Guarde essas palavras seu Mikaelson maldito eu vou acabar com a sua vida! 

Rebekah usou sua força e velocidade e abriu uma das celas no porão, a loira a jogou para dentro e levou um susto quando Jorie foi rápida demais para seus olhos e pegou uma faca na bota enfiando uma faca no ombro da loira com tanta força que até o cabo de prata entrou no loca. Rebekah grunhiu e tiro a faca enfiando de volta no ombro de Jorie e dando um tapa no rosto da jovem que a fez desmaiar e cair no chão gelado.  

— O que foi que deu nessa garota?  

— Eu avisei incansáveis vezes que não deveriam a provocar, ela nem deveria estar aqui. - Elijah comentou neutro sem realmente se abalar - Niklaus solte essa menina logo antes que ela nos traga problemas, aproveite que a prioridade de Jorie no momento é fugir, talvez ela mude de ideia e tente te matar... e como se combate algo que não se conhece?  

O loiro encarou o irmão com seriedade.  

— Então estamos quites, ela também não me conhece. 

ºººº 

Tossiu abrindo os olhos e deu de cara com as grandes que a separavam de outra cela, a garota imediatamente ergueu o corpo ao ver a figura loira no chão e o encarou confusa vendo os olhos dele se abrirem enquanto a encaravam em confusão, e então a compreensão surgiu nos olhos dele.  

— Matt como você está vivo? – o jovem a encarou respirando fundo e desviando os olhos.  

— Não estou Jorie. Eu sou um deles agora. – ele novamente a encarou com os olhos vidrados e logo ela entendeu, ele deveria estar com muita sede. 

— Então... estamos aqui. – ela apontou para a porta e ele negou om a cabeça indicando que não conseguira quebrar – E você está com sede... eu sinto muito Matt. – ele a olhou atentamente.  

— Eu posso lidar com isso depois. – ele deu um sorriso fraco sabendo que não poderia e a avaliou bem pela primeira vez na noite. 

Jorie usava um short curto de cor escura, as pernas manchadas de sangue e lama, a blusa de frio cor de rosa estava no mesmo estado e ela estava extremamente pálida, o cabelo que Matt acreditava ser mais claro agora tinha um tom profundo de castanho, os olhos verdes claros estavam tão escurecidos que se Matt não estivesse com sua visão mais poderosa ele teria acreditado que ela possuía olhos negros.  

— O quê? – o questionou.  

— Não é nada. – sussurrou baixando a cabeça – O quanto sabe sobre eles?  

— Que são loucos. – sussurrou – Desequilibrados completamente, nenhum se livra desse titulo. – resmungou baixo e o loiro riu.  

— Em cheio. – o loiro se aproximou da grade e ela fez o mesmo mantendo o corpo longe das grades e da mãos de Matt – Sem o anéis eles queimam a luz do sol, exceto Niklaus. – sussurrou – Seu sangue transforma, mas existe uma regra... se você beber o sangue deles você se cura, mas se morrer com o sangue deles no organismo você pode se transformar, para completar a transição deve beber sangue humano ou morre. – ela o olhou confusa.  

— Precisa do meu sangue? E acha que posso me tornar uma vampira?  

— Não tenho certeza se pode Jorie, mas sim eu preciso de seu sangue, não estou planejando morrer tão cedo embora não queira ser um vampiro. – os olhos azuis  faiscaram, mas ele não podia culpa-la, ele mesmo havia acreditado que ela poderia fugir embora não tivesse ideia do que realmente poderiam querer com ela.  

— Continue. – pediu.  

— Madeira, qualquer madeira mata um vampiro jovem, mas madeira de carvalho branco mata qualquer um deles. Eles são vampiros originais, nunca tente os matar com madeira comum, elas só machucam. A pele deles apenas se fere no sol, ninguém sabe ao certo se eles realmente podem morrer dessa maneira. É provável que não – a jovem anotava tudo na própria mente a ocupando completamente retirando os pensamentos dos momentos de terror que haviam passado – Existe uma planta chamada verbena em que usa para impedir que eles hipnotizem você, mas você não precisa disso, mas pode tomar um chá... dificilmente um deles vai querer beber seu sangue.  

— Eles não bebem meu sangue. – ela o informou – Tem medo que aconteça algo com eles. – ele acenou com a cabeça. 

Os dois continuaram imóveis mesmo quando Klaus passou pela porta da cela de Matt com uma loira nos braços, ele a jogou na cela e saiu do local a trancando e logo depois entrou na de Jorie e olhou para o loiro ainda imóvel e sorriu enquanto se agachava diante de Jorie.  

— Hora da refeição meu caro. – os dois loiros se encararam em fúria, Niklaus sabia que em algum momento Matt não iria mais resistir – Pequena Jorie. – o loiro focou o olhar no dela e se surpreendeu ao ver a fúria nele, pelo visto Jorie ainda estava em sua fuga suicida, os olhos mostravam claramente que ela preferia estar morta ao invés de ficar com Niklaus e isso o incomodou, ela realmente era difícil – Vamos dar uma volta.  

A morena se levantou e o seguiu pelos corredores escuros sabendo que uma hora ou outra ela seria presa novamente, pelo silêncio da casa ela logo notou que eles estavam sozinhos já que durante a noite a casa sempre estava mais do que movimentada. Os olhos verdes faiscaram em direção ao loiro que abriu a porta e acenou para que ela entrasse no quarto, coisa que ela fez mias do que depressa.  

— Jorie eu realmente estou muito chateado com essa traição, eu te trouce pra minha casa, te alimentei... comprei roupas... 

— Não esqueça que estou aqui contra a minha vontade. – ela assinalou – Então isso que você faz não é por bondade, mas sim por obrigação afinal eu não queria e nem deveria estar aqui. 

Niklaus apenas riu controlando a fúria que crescia em seu peito.  

— Eu confiei que você não sairia daqui.  

— Kol fugiu, me atacou. Niklaus olha o meu estado. – abriu os braços – Acha que eu fiz isso comigo mesma? – ele a olhou de cima a baixo vendo que ela realmente não tinha como fazer aquilo, mas não mudava o fato dela ainda estar em movimento. 

— Você foi para uma cidade vizinha, viu o que me forçou a fazer Jorie? Matt se transformou em um vampiro por sua causa minha querida, ele está daquele jeito por causa de você. Por não ser uma boa garota.  

— Não diga isso Niklaus, não fique repetindo isso. – ela suspirou fechando os olhos e o encarando com dor – Não jogue tão sujo. Eu te odeio mais do que tudo nesse momento, eu tinha uma vida normal! 

— Uma vida? Se refere a ficar trancada dentro de uma casa conhecendo apenas os locais a um raio de 500 metros da sua casa? Isso é vida? 

— Eu estou tendo uma por acaso? – ele bufou.  

— Teria se não tivesse me desobedecido.  

— Eu não sei como age com sua família, mas isso não funciona comigo. Eu não estou te devendo nada. – ela resmungou e Niklaus apenas deu um sorriso sarcástico.  

— Está se livrando da miséria que seria sua vida se continuasse naquele lugar, está se livrando da covardia não é?... Não consegue mesmo enxergar o que eu estou fazendo de bom por você Jorie? – ele tocou o rosto dele enquanto falava de maneira debochada – Você está infinitamente mais viva do que eu já vi nos últimos dias. 

— Fazendo de bom?  

— Eu estou te dando vida, você veria isso se não estivesse se ocupando de se esconder atrás de Elijah.- ela desviou os olhos e ele apenas riu dessa atitude – Você é muito ingênua Jorie.  

— Você não sabe nada sobre mim. – cruzou os braços de maneira protetora.  

— Então me conte sobre você.  

— Você vai me jogar naquele lugar de novo? – ele a olhou de cima a baixo e Klaus se viu furioso ao ver que não tinha vontade alguma de a mandar de volta, ele estava mais do que disposto a mostrar o lado bom da vida. 

Ao qual ela fechava os olhos. 

— Me conte sobre você Jorie. Tudo. – o olhar que ela lhe deu foi pesado.  

— E Matt? – o questionou.  

— Ele vai ficar lá. – o loiro a olhou com intensidade.  

— Então não irei falar nada. – o garantiu – Matt arriscou sua via por mim, você transformou ele naquela coisa e ainda vi o prender aqui? Não, eu não direi. 

— Eu não vou negociar pela sua história de vida. – ele foi claro – Eu realmente não quero te colocar de volta lá, mas se você continuar me incomodando é o que irei fazer.  

— Eu disse que eu não fiz nada. – resmungou baixo e ele a olhou atentamente, Niklaus tinha vontade de a estraçalhar, mas ao mesmo tempo uma calma assustadora invadia seu corpo o impedindo que fizesse, suas oscilações de humor se tornavam cada vez mais perigosas.  

— Jorie... volte para sua cela. – ela o olhou chocada – Volte. – silenciosamente se moveu até a porta e a abriu descendo as escadas com ele atrás.  

Niklaus fechou a porta e a deixou sozinha, a morena olhou para Matt e viu com surpresa que o rosto dele estava baixo e que a loira havia desaparecido, isso era um sinal claro de que Matt já havia completado a transição. Jorie se sentou enquanto Niklaus ainda a olhava por uma pequena abertura, o loiro rolou os olhos com descaso e finalmente saiu deixando os dois trancados, ele sabia que uma hora ou outra Jorie iria pedir para sair. Se ele pelo menos soubesse a história da vida dela isso poderia o ajudar, ajudaria muito.  

— O que faz aqui? Ele te deu a opção de poder ir embora. – Matt sinalizou que havia ouvido tudo. 

— Mas não deu a de você ir e só está aqui por eu ter te colocado aqui. – o loiro ergueu os olhos e ela viu o rosto dele sujo de sague.  

— Jorie... – o loiro desistiu no ultimo minuto ao ouvir que Niklaus não estava muito longe – Seja esperta.  

A morena olhou para a parede da cela de Matt sem saber o que fazer, suspirou por fim e apoiou a cabeça na parede o olhando novamente que ainda tinha os olhos vidrados, a jovem o encarou séria quando o viu morder o próprio pulso e deixar o sangue escorrer, Matt passou o dedo no local o sujando e passou a escrever na parede escura torcendo para que ela fosse esperta o suficiente. Os nomes se formaram e imediatamente ela entendeu, Elena, Caroline e Stefan. Não fazia sentido algo para a jovem embora ela tivesse ouvido sobre o trio em uma das histórias de Niklaus, pelo que sabia essas pessoas moravam em Mystic Falls, mas não sabia onde e nem como contatar eles.  

— Quantos anos você tem Matt? – ele a olhou confuso enquanto limpava a parede.  

— 18.  

— Então é recém formado? – pescou as informações e ele sorriu confirmando – Sonha em fazer faculdade? 

— Em ser policial. – ele passou as mãos pelo cabelo loiro e ela entendeu isso como uma dica, pensaria depois nisso – e Você? -Niklaus ouvia tudo atentamente no andar de cima. 

— Tenho 22, fiz faculdade de artes plásticas por um período. Talvez eu entre no ramo da administração, pensei em assumir os negócios do meu avô, mas não tenho certeza quanto a isso.- comentou com descaso, ela quase podia sentir a curiosidade de Niklaus aflorar no andar de cima a medida que ela falava e isso quase a fez rir.  

— Deixou alguém para trás?- o olhar dela ficou perdido no ambiente e ela deu um sorriso relaxado, tomaria o controle de tudo, afinal não estava perdendo nada.  

— Não. Sou só eu.