Magia na Floresta escrita por Vlk Moura


Capítulo 14
Capítulo 14




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Durante o jantar fiquei na mesa da minha casa coma  Carla e até para minha surpresa o Leo. Os dois conversavam sobre Quadribol enquanto eu boiava lindamente no assunto. Leo comentou que um tio trabalhava como empresário de jogadores e que nem acreditou quando ele contou que treinou com Gina Weasley, e que nem ele mesmo acreditava naquilo. Olhei a mesa dos nossos visitantes, Harry e o filho conversavam, Rony conversava com a irmã e a esposa, eu gostava de vê-los ali bem.

A porta se abriu atraindo a todos, éramos poucos ali, até uma mosca voando seria o suficiente para pararmos de comer e observá-la curiosos até Peru a comer, o que devo dizer que realmente aconteceu.  

Pela primeira vez Ogro não estava pelo corpo de Carla, ele estava deitado na mesa e também se distraiu com a porta abrindo. Professor Neville entrou acompanhado de Nyack que tinha uma faixa na mão, eu não tinha visto aquilo ali antes. O professor atravessou todo o salão foi até a Diretora abaixou em seu ouvido e falou algo que a fez franzir o cenho, devo dizer que imitei seu movimento, tentando entender o que estava acontecendo. Ela se levantou, Raoni estava com ela e a seguiu enquanto a Diretora seguia em direção a porta, todos observavamos isso. Raoni me olhou e imagino que aquilo deveria significar algo, mas eu não entendi, até ver Nyack os seguindo e o professor o parar, eles podiam se tocar e eu não sentia nada, como eles podiam se tocar e eu estava ali condenada a não tocar em ninguém? Como Nyack podia tocar o professor Neville enquanto eu só podia tocar Nyack e outros sangue-ruins?

Nyack voltou par ao seu lugar, ele me olhou, fingi não tê-lo visto. Hermione logo se levantou ela percebeu algo e fora seguida por Gina que pediu para Harry e Rony cuidarem de Alvo. Os três olharam para  a minha mesa, algo estava rolando ali e Carla e Leo também perceberam. Levantamos os três juntos e fomos em direção a porta.

Não tínhamos certeza para onde tinham ido. Leo pegou a varinha, a mexeu e disse algo, Carla me olhou como se eu soubesse o que ele estava fazendo, mas eu estava tão perdida quanto ela. Leo apenas começou a seguir conforme a varinha apontava, estavamos sendo seguidos. Carla nos puxou para um dos corredores, a pessoa passou por nós, eu a derrubei e Carla apontou a varinha enquanto Leo ainda rastreava os outros.

— Mas que merda, Nyack!  - Carla guardou a varinha - Se você quer morrer tem jeito mais fácil.

— Vocês não deveriam estar seguindo eles - ele falou se levantando quase me jogando de lado.

— E por que não? - Leo o olhou por alguns instantes e mais uma vez pronunciou aquelas palavras desconhecidas para mim.

— Porque é perigoso.

— Você queria vir -falei, ele me encarou, eu não estava feliz de estar com ele, mas não precisava ter recebido mais aquele olhar - O que está acontecendo?

— Invadiram o castelo - nós três o olhamos assustado - Eles invadiram - ele me olhou - As vozes.

— Como assim? - eu falei me afastando dele um passo para que eu pudesse encará-lo.

— Nós... Amadurecemos - se eu puder falar assim - Estamos prontos para sermos usados.

— Usados para quê? - Carla perguntou e um riso soou pelo castelo.

"Ora, para quê. Para o que foram criados, para o que mais seria?" era a voz das outras vezes, mas agora, Leo e Carla também a ouviam. Sem perceber me aproximei de Nyack.

— Essa voz... - Nyack pegou minha mão, eu o observei.

"Vocês estavam indo bem" um calafrio percorreu a minha espinha, era como se alguém sussurrasse em meu ouvido com um hálito muito gelado "Até que erraram nas energias" Nyack apertou minha mão eu o respondi "Pegaram um sangue-ruim" eu o apertei, eu sabia o que ele queria dizer, o irmão do Nyack. "E isso confundiu a maldição.".

— confundiu a maldição? - Leo deu um riso - Deve se ruma péssima maldição, então.

O corpo do Leo caiu desacordado, Carla o olhou assustada e nos olhou, nenhum de nós tinha tocado nele, eu e Nyack estavamos distantes dele e eu estava de olhos fechados até poucos milésimos de segundo anteriores a queda do corpo, não fomos nós, foi a voz.

"Vocês têm exemplares de magia muito fortes para estudarem" Carla nos olhava como se pudessemos resolver aquilo. Um grito. Nyack e eu nos aproximamos ainda mais.

— Hermione! - Gina tinha gritado. 

Do salão, Rony, Harry e Alvo saíram com as varinhas já prontas para o ataque, podiamos ouvi-los e ao mesmo tempo os professores trancando a porta. Tinha algo muito errado acontecendo ali. 

"Vocês têm uma hora até me achar e ninguém mais se machuca, contando...".

— Que droga foi isso? - Carla agachou ao lado do corpo do Leo, eu a acompanhei eu ia tocá-lo, mas el ame impediu, eu a observei - Se fizer isso só irá piorar a situação. - ela olhou Nyack - Eu não sei quem é essa pessoa que quer vocês dois, mas acho bom encontrá-la e dar um belo soco na fuça dela por ter derrubado o Leo e a Hermione - Carla falou e me olhou - Agora, vão!

Eu me afastei meio sem entender, ela sorriu para mim e pediu para eu continuar, vi Harry e os outros chegando quando dei uma ultima olhada para trás, Nyack me puxava desesperado, eu não sabia quem deviamos procurar, eu não sabia atrás d equem deveriamos ir. 

— Você tem alguma ideia? - perguntei tentando respirar.

— Caiporas! 

Eu não entendi, ele apontou, os seres vermelhos corriam todas numa mesma direção, era isso. As caiporas protegem o castelo e os alunos, elas devem saber onde está essa tal pessoa que nos quer seja lá par ao que for que ela necessita de nós. 

As seguiamos correndo além do que conseguiamos. Nyack não perdia os seres de vista e pela força com a qual segurava minha mão ele não queria me perder também. Paramos de fora da mata. Ele me olhou e tirou a varinha do bolso.

— Lumos - uma pequena luz se acendeu na ponta.

— Lumos Maxima - ele me encarou - Seja lá quem for essa pessoa já sabe que estamos chegando, nos ver ou não será indiferente.

Soltei minha mão da dele e fui na frente. Os sons da floresta eram ainda mais assustadores naquele horário. 

Me perguntava como aquela pessoa tinha acertado Leo e ainda mais, como tinha acertado Hermione. Como tinha entrado no castelo sem que as caiporas a tivessem identificado logo no inicio.

— Você não parece bem - Nyack falou, eu o ignorei - O professor Neville parecia preocupado com algo... - eu não o olhei, continuei seguindo em frente na esperança de encontrar alguma pista - Ele disse estar com um mal pressentimento e por isso foi se encontrar comigo. Ele chegou a tempo de... - eu levei minha mão até a boca dele, na verdade pensei ser a boca dele, quando o olhei estava com a mão na boca, no nariz e tomando mais da metade do seu rosto. Ele me olhou sem entender, pedi par afazer silêncio, ele confirmou.

Ficamos atrás de uma árvore. As caiporas cheiravam o ar e a terra, umas ficavam sobre as patas traseiras de aparência esquisita. Nyack me mostrou as marcas no chão, as famosas marcas invertidas. Uma caipora soltou um barulho estranho, as outras a olharam e seguiram o caminho aberto pela primeira, não fizemos diferente, mas dessa vez com menos luz para não assustarmos os pequenos seres. Peru se mexeu desconfortável no alto da minha cabeça, ele sentia algo e eu percebi isso. 

Nyack me puxou para trás rapidamente, eu o olhei, ele apontou com a varinha. As caiporas estavam paralisadas. Não... tinham virado pedra. As observamos de longe, apenas os olhos rochosos se moviam e não paravam.

— Sejam bem-vindos! - nós dois nos assustamos - Ao meu esconderijo! - dedos foram estralados - Estou feliz que tenham me achado, pensei que eu teria de machucar essa doce... bruxinha.

— Mari! - eu ia avançar, Nyack segurou meu braço - Me solta! Eu vou derrubar esse cara, vou acabar com ele!

— Ou que teria machucá-los! - ele moveu as mãos e tudo pareceu se iluminar, meu joelhos foram cedendo até que caí no chão, Nyack me olhava e olhava os corpos pendurados de cabeça para baixo.

Roani, a Diretora, Harry, Gina, Alvo, Rony, Hermione, Carla, Leo, professor Neville... olhei o homem ao centro, ele flutuava sobre as folhas e segurava Mari junto do seu corpo e ela por sua vez segurava o Lobo. Levei a mão até a cabeça e pela primeira vez, Peru não estava ali.

Me desesperei.

— Eu não preciso que façam muito para salvá-los - ele falou - Apenas que você - apontou para mim - pegue os dos puro-sangue.

— E o que te fez pensar que eu faria isso?

— Ora, Agnes - meu coração pareceu parar, Nyack apertou meu ombro - Você não os quer mortos, quer?

— O que me garante que você os deixará vivos?

— Tenho minha caçadora e meu recipiente-  ele olhou Nyack - Não preciso de corpos murchos sem magia - um riso.

— Isso não me provou nada.

Ele apertou a varinha contra o pescoço de Mari, ela fechou os olhos chorando.

— Você não quer me irritar, quer?

Eu me levantei.

— Agnes! - Nyack me segurou - Você tem certeza?

— Tic Tac Tic Tac... As horas correm - o homem falou, olhei Nyack, confirmei.

Ele fechou os olhos.

— Apenas os puro-sangue? - perguntei, ele confirmou.

Fui até Leo, fechei meus olhos e toquei em seu rosto, ele estava de ponta cabeça, tudo parecia fluir melhor, os olhos se fecharam com mais força, veias pareceram saltar do seu rosto e então acabou, olhei Nyack que parecia tenso, ele não tirava os olhos do homem que segurava Mari.

Era um homem alto, mais alto do que o Leo, o corpo não era tão forte, mas só pelo conjunto de cabelo sorriso e olhar assassino já dava para saber que ele não hesitaria em machucar alguém ali. 

Respirei fundo ao me aproximar de Harry, eu sabia como ele era forte, eu senti quando carregou Nyack, eu precisaria me concentrar. Assim que toquei em seu rosto algo ainda mais forte me atingiu, eram lembranças, era o seu tempo em Hogwarts, era seu tempo com Hermione e Rony, era seu tempo com Gina, os últimos momentos do famoso Severo Snape, suas conversas com Dumbledore, contive algumas lágrimas por alguns instantes e me afastei rápido dele. Me aproximei de Carla, eu ia tocá-la quando um raio quase me atingiu.

— Ela está fazendo o que você pediu - Nyack se virou para o homem.

— Eu disse apenas puro-sangue.

— É o que estou fazendo...

— Não, Agnes, essa daí não é.

— É sim - Nyack falou e me olhou e par ao homem - Sentimos quando ela nos tocou antes, ela é puro-sangue.

— Vocês estavam em fase de transição, qualquer quantidade além da normal aos sangue-ruins seria considerada puro-sangue, mas essa sua amiguinha ai, é tão inutil quanto você antes de ser caçadora. - eu o fuzilei - Vá par ao próximo, um Weasley parece ser uma boa pedida, o que me diz?

Me aproximei de Gina, tocar seu belo rosto era como ferir a imagem da deusa Vênus. As veias lhe saltaram o rosto e mais uma vez fui tomada por lembranças, muitas delas com os irmãos, os gêmeos, o Rony, os mais velhos, me afastei. Parei de frente a Raoni. Encostei em seu rosto e senti um choque mais forte, ainda mais forte do que o que me atingiu vindo do Harry. "Não se preocupe" soou pela minha mente, me afastei do índio, ele tinha me deixado cansada.

Olhei Nyack que parecia concentrado demais em Mari.

— Recipiente, ela precisa de você.

Nyack se aproximou, tocamos nossas mãos.

"Não se preocupe" ele me olhou assustado, apenas o censurei com o olhar.

"O que foi isso?" eu arregalei os olhos, afastei um pouco nossas mãos e tornei a tocá-las "Estamos... Conectados?" "Acho que é apenas, quando..." um raio caiu perto dos nossos pés, demos um pulo nos afastando, olhamos um par ao outro e para o homem.

— Volte ao trabalho.

— Você disse - Nyack me olhou curioso - Que apenas os sangue-puro - ele confirmou - Mas e Harry? - eu não queria ter de fazer o mesmo com Alvo, eu não queria retirar a magia de uma criança que mal a conhecera.

— Harry é alguém especial, Harry é como uma reliquia... - ele me observou - Já seu filho você pode dispensar... - respirei aliviada.

Me aproximei do Rony, toquei se rosto e lembranças como um vagão com um menino de óculos redondo e uma menina sabe-tudo invadiram minha mente, essa mesma menina socando um loiro metido, essa mesma menina salvando sua vida algumas vezes, a admiração dele por ela... Hermione! Eu me afastei e encarei a bruxa, ela ficaria feliz em saber o que o marido pensava dela.

— Pronto. - falei e me virei.

— Faltou um - olhei Neville - Eu falei todos!

Observei o professor.

Toquei seu rosto, ele parecia calmo, foi o único no qual não fechei os olhos, eu precisava vê-lo uma última vez com magia. Em minha mente vinha quando conheceu o grande trio, quando dançou com Gina na festa, a amizade com Luna, suas pesquisas e a última coisa... a última cena que vi até me afastar com um passo e sentir meu corpo tremer. Nyack se aproximou e me tocou com cuidado.

"Aquele momento..." Nyack me olhava enquanto eu pensava "Ele..." "Apenas você não via" foi com o que ele me respondeu depois se afastou. Olhei o corpo do Longbottom, olhei o homem a minha frente segurando Mari.

— Recipiente! - ele jogou a menina de encontro ao chão, fui até ela e a abracei com força. 

Observamos o homem abrir um corpo na mão de Nyack, era um segundo corte. Algumas gotas de sangue pingaram sobre uma folha. O homem misterioso empurrou seu Recipiente e se afastou. Tudo voltou a ficar escuro, pudemos ouvir os corpos caindo e os bruxos acordando, apertei ainda mais Mari. 

— Agnes! - Eu e Mari nos arrastamos até Nyack, peguei a varinha dele e a minha.

— Lumos Maxima! - os bruxos fecharam os olhos com a intensidade da luz.

— Agnes! Nyack! - a Diretora veio até nós - Vocês estão bem?

Confirmei e olhei os outros, como eu poderia encarar bruxos dos quais roubei seus poderes, bruxos dos quais suguei toda a magia.

— Agnes! - Neville vinha até mim enquanto se acostumava com a luz, me levantei e peguei na mão da menina.

— Eu vou iluminando na frente - olhei Nyack e entreguei a varinha.

As caiporas tinham voltado a correr, elas iam em direção ao Castelo. 

Segurei firme a mão de Mari que segurava bem a coleira de Lobo que corria atrás de nós curioso e assustado. Eu podia ouvir a confusão que se formava, alguns tentavam usar seus podere se não conseguiam nem mesmo executar feitiços simples. 

 

Quando finalmente todos retornaram para o Castelo fui diretamente falar com a Diretora, ela se dizia cansada e sem paciência para ouvir qualquer coisa.

— Eu suguei os poderes - ela parou perto da mesa - Ele me obrigou a fazer isso - eu segurava minha lágrimas.

— Ninguém é obrigado a nada, Agnes.

— Ou eu fazia isso ou vocês morriam!

Ela me analisou, inspirou profundamente, mas não me disse nada.

 - Eu queria - respirei - Eu gostaria de um quarto isolado, se for possível, um quarto onde eu não seja obrigada ver minha amiga ou ver qualquer um.

— Você quer se isolar?

— Exatamente.

Ela coçou a cabeça.

— Tem um lugar... Acho que vai ser bom para você pensar, pensar se para um bruxo talvez não seria melhor estar morto do que estar sem seus poderes - eu a analisei. Eu pensei ter feito a escolha certa, mas pelo visto...

— Obrigada.

Me retirei da sua sala.

 


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