Past said hello escrita por MilaChan


Capítulo 5
Claws against prey


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.
O cap se chama garras contra presas



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Já fazia dias que não dormia e não tinha estômago para comer nada. A ideia de que a minha família tinha uma conexão direta com aquela garota estava perseguindo meus pensamentos.

  Como que um dos meus irmãos ou até mesmo os meus pais poderiam ter tido contato com ela? Onde seus caminhos poderiam ter se cruzado?

  Quanto mais investigo, mais fico intrigado e as vezes até assombrado pelo que acabo descobrindo. Uma parte de mim gostaria de acabar com isso tudo, abandonar toda essa investigação e simplesmente seguir viagem para um lugar qualquer. Porém essa parte é a minoria.

   Alexandra disse que ela não deveria existir, pois ia contra o equilíbrio da natureza. De acordo com as bruxas, todos os seres precisam de uma fraqueza. Até mesmo os mais fortes, sempre haverá um ponto fraco. Madeira, verbena, prata, Carvalho branco.

    Mas havia algo nela que ia totalmente contra a esse equilíbrio. No dia em que eu a tinha visto, pude sentir uma poderosa energia que vinha nela diferente de tudo o que eu já havia sentido. Claramente ela é poderosa, mas os olhos dela... Eu só conseguia enxergar medo neles. Como se vivesse constantemente assustada com relação a tudo.

   Ultimamente tenho pensado sobre tudo isso na floresta, no mesmo lugar em que a vi pela última vez. Me sinto mais próximo dela assim e tento acreditar que também posso estar mais perto das respostas.

  Família é o laço mais poderoso que alguém pode se ter, mas talvez Alexandra esteja certa... Talvez eu não conheça a família que tenho e é bem provável que se eu for a fundo e descobrir tudo com relação a ela, é bem provável que eu nunca mais olhe para a minha família com os mesmos olhos.

  Fico concentrado em meus pensamentos e acabo não notando as horas se passando. Quando me dou por conta já está noite, me levanto e desencosto da árvore a qual me apoiava e vou em direção a cidade.

  Porém conforme vou dando meus passos, sinto aquela sensação desconfortável de que há alguém me seguindo. Tento ir fazendo um caminho mais complicado para ver, se de fato houver alguém me seguindo, possa ser despistado.

  Mas não é isso que acontece, a sensação só piora. Até que em um certo momento eu escuto.... Passos pesados, porém ágeis e eu sinto atrás de mim a respiração quente. Um lobisomem.

  Paro imediatamente e sinto minhas mãos suarem e se fecharem, praticamente involuntariamente. Só tenho uma escolha, preciso me virar. Porém tenho de ser rápido para não ser mordido, tenho que confiar nas minhas habilidades de um original.

  Foi tudo uma questão de centenas de milésimos de segundos. No momento em que me viro, vejo o lobo avançar contra mim. O que faço é algo muito mais primitivo do que racional e lógico, dou um soco bem no centro da região peitoral da criatura. Fazendo a ganir.

  Ganho assim preciosos segundos para me afastar. Mas lobisomens são tão poderosos quanto vampiros. E logo percebo a criatura me seguindo novamente, até que consigo driblar algumas árvores para despista-lo.

  Me encosto em um tronco de árvore para tentar recuperar o folego, buscando anular o barulho de minha respiração. O que se mostra uma tarefa bastante complicada.

  Ao olhar para baixo, vejo um pedaço de galho bastante grosso e que pode me ser útil. Mas no momento em que me abaixo para pega-lo, produzo um barulho e instantaneamente meus ouvidos captam o lobo se aproximando.

  Não me viro, apenas me estico para pegar o galho. Mas como uma avalanche, sinto o peso da criatura em cima de mim me pressionando com força contra o chão.

  Com força, consigo afastar o animal centímetros o suficiente para que eu consiga me virar e ficar de frente para a fera. E no momento em que ele está pronto para me morder, coloco o galho em sua mandíbula. Mas sei que não vou conseguir segura-lo por muito tempo, pois já consigo sentir o galho se rachando em minhas mãos.

  O barulho do galho se partindo era ensurdecedor e ao mesmo tempo me trazia desespero. Até que escuto outro barulho, muito diferente de tudo o que eu estava esperando, um uivo de dor extremamente alto e angustiante. Percebo que tal som via direto do lobo que estava em cima de mim.

  Vou sentindo a criatura amolecer até tombar para o lado, ainda gemendo de dor. Sentia o suor escorrer por todo o meu corpo, assim como a adrenalina e com o frio que estava fazendo, cada respiração minha provocava fumaça.

  Não conseguia compreender como aquilo aconteceu! Ainda deitado, me viro para o lobo e vejo uma estranha elevação nas laterais de seu corpo.

 - Costelas totalmente quebradas - Digo a mim mesmo - Apoio meu braço, ainda tremulo, no chão para me erguer e vejo uma figura há poucos metros da minha frente.

  Uma figura cujo o rosto não conseguia ver pois estava utilizando um capuz. Vejo a figura se aproximando de mim, mas não chega a dar o terceiro passo... Quando um outro lobisomem chega de surpresa e a derruba no chão.

  Ela se levanta com velocidade, mas é empurrada com bastante força pela criatura. Caindo cerca de quatro metros de onde estava.

  Me levanto rapidamente, pois o lobisomem agora tem suas atenções voltadas para mim. Mas quando a criatura está prestes a me atacar, começa a se contorcer de dor, de uma maneira horrível. Sem ninguém tê-lo tocado.

  Olho em direção a misteriosa figura, que até então estava caída no chão, mas que que agora se encontrava ajoelhada e de cabeça baixa.

  Uma rajada de vendo nos cortou, balançando as árvores na floresta e as nuvens no céu. Revelando a lua, até então escondida. Clareando assim todo o momento.

  Foi então que ouvi as folhas serem esmagadas pelas mãos daquele que estava por trás do capuz. E vejo o momento em que ela ergue a cabeça, fazendo o capuz cair. Juntamente com um relâmpago que clareia ainda mais a noite.

  Revelando assim aqueles cabelos longos, que para mim lembravam ao fogo.

  Ela era. A mesma garota do baile e que encontrara há poucos dias nessa mesma floresta.

  Seus olhos estavam ambos como os de um vampiro. Juntamente com as presas a mostra.

  O lobo parou de sentir dor e passou a mirar ela com fúria nos olhos. Eles avançam um contra o outro quase ao mesmo tempo. Percebo que o lobo quase a morde, mas ele perde o equilíbrio no momento em que ela pressiona suas costelas com força o fazendo cair. Afundando sua mão no peito do lobo, retirando dali o coração da criatura já sem vida.

  O sangue em suas mãos, foram diluindo pela chuva que começava a cair já forte e só tendia a piorar. Os olhos dela já haviam mudado, agora apenas um era como os de um vampiro. O outro normal e as presas haviam sumido.

  Conseguia sentir as batidas de seu coração e o som de sua respiração, ambos ofegantes e a níveis altos. Juntamente com o meu, pois jamais imaginaria ser salvo pela mesma garota que a poucos dias estava quase o matando.

  Continua...


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Notas finais do capítulo

Nossa ruiva voltooouuu. O que será que vai acontecer agora???



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