-Cri-cri. - eu disse, mas eles apenas nos olhavam indignados.

-Ãh... claro, podemos deixar vocês tentarem conviver conosco. - A mulher de cabelos negros disse.

-Então, vamos fazer as devidas apresentações. - disse Eleazar. - Eu sou Eleazar, mas isso vocês já sabem. Esta é Carmen - ele apontou para a mulher de cabelos escuros que eu julgava ser sua parceira.

-Eu sou Kate, irmã de Irina - uma mulher que aparentava ter uns dezoito anos disse rudmente, para nos alertar eu acho.

-E eu sou Tanya, bem vindos, tchau. - ela se retirou e correu para o norte da floresta, sendo seguida por Kate.

-Qual é o problema delas? - perguntou Jane. Não acredito que Jane seja tão ingênua, ela sabia muito bem da história da Irina e dos Cullens.

-Desculpe pelo comportamento delas. - disse Carmen, ignorando completamente Jane.

-Imagine, estamos acostumados. E então, estavam caçando? - eu disse.

-Não, havíamos acabado de caçar. Íamos para a nossa residência. Estamos em Seward, para o oeste. Vamos? - disse Eleazar, parecendo impaciente. Será?

-Claro! - disse Jane, animadamente, dando pulinhos de alegria no mesmo lugar. Pelo menos o luto pelo Aro sumiu.

Corremos seguindo Carmen que corria graciosamente, parecendo flutuar pela terra. Isso me lembrava uma gazela, mas eu não sei por que. Nossa, como eu estou estranho. Parece até um presentimento que algo irá acontecer. Urgh.

-Chegamos! - disse Carmen e logo em seguida avistamos uma grande casa em  tons de creme que era rodeada pela floresta.

Era grande e parecia espaçosa, vi que logo que avistou a casa, Jane fez seus olhos brilhares, e percebi que eles estavam de cor âmbar, devido a alimentação de sangue animal. Como não éramos recém nascidos, o veneno diluia mais rapidamente.

-Podemos entrar? - perguntei, não sei porque extamante afinal aquela era a nossa casa. Nossa, eu tinha um lar apartir de agora.

-Claro, essa é a sua casa apartir de agora. - Carmen disse eufórica.

-Obrigada Carmen. - Eu estava muito agradecido mesmo, ela nos acolheu depois de tudo que nós fizemos. Mas Kate e Tanya, não tiveram a melhor reação... - E Kate e Tanya. Elas não gostam muito da gente...

-Eu sei, mas elas estão vencendo o luto a cada dia. Daqui a pouco elas se acostumam. Mas vocês precisam se comportar, afinal a casa é delas.

-Tudo bem Eleazar.

-Vamos ver o quarto de vocês e depois você irá caçar Alec.

-Tudo bem! - Jane disse num estado de êxtase.

-Bom, desculpem me que o quarto de vocês será junto. Não pude fazer nada quanto a isso, mas tem três camas no quarto, mesmo vocês não dormindo. Mas é que às vezes recebemos visitas de meio humanos e meio vampiros, sabe como é.

-Claro, Carmen. Nós não nos importamos. - Jane disse e eu assenti.

Nós seguimos Carmen e subimos uns três lances de escada, e paramos na segunda porta à esquerda do corredor.

-Então, aproveitem. - disse Eleazar que depois desceu as escadas.

-E aí gostaram? - perguntou uma Carmen radiante.

O quarto era lindo. Tinha um armário em L branco com dourado, em diferentes tons. As camas tinham colchas amarelas e os travesseiros de um tom dourado reluzente. Havia uma sacada com vista para a floresta e imagino que a porta que havia ao lado de uma cama fosse o banheiro. Mas pra que banheiro? Humph.

-É MARAVILHOSO!- gritou uma pessoa reencarnada na minha irmã. Sério, ela nunca foi assim. Eu hein.

-Sim, é extremamente lindo, Carmen. - disse educamente.

-Que bom que vocês gostaram, mas agora vamos descer, pois Eleazar havia ido buscar Kate e Tanya, elas já devem estar aqui.

-OK. - disse Jane que saltitava alegremente pelas escadas.

A sala era em tons brancos e vermelhos, lindamente desenhadas e havia uma lareira INÚTIL, no canto da sala. Em cima dela havia retratos, os quais eu fiquei curioso para ver.

Havia uma mulher de cabelos loiros, quase brancos, e que era pálida também. Essa eu conhecia, Irina. Havia uma mulher de cabelos escuros, cuja nome eu não sabia.

-Quem é, Carmen?

-A mãe das meninas. Não sei se você se lembra, mas os Volturi a mataram, pois ela estava criando uma criança imortal. - Ela disse, com o humor mais cabisbaixo.

-Desculpe. Meus pêsames. - disse, e continuei a observar as fotos. Era tão estranhos os hábitos humanos que eles tinham.

Havia uma foto dos Cullen, onde reconheci Carlisle Cullen e Bella Cullen, cuja qual tinha neutralizado o meu poder. Havia uma mulher de cabelos dourados, com olhos profundos de chocolate que me hipnotizaram. Estranho, eu não a conheço. Resolvi perguntar a Carmen:

-Quem...

-Kate! Tanya! - Carmen gritou e foi abraçá-las.

-Alec, Jane. - Tanya nos comprimentou com desprezo.

-Não precisa guardar rancor de nós querida, nós também odiamos os Volturi agora. - Jane finalmente se pronunciou.

-MAS VOCÊS NOS TIRARAM OS NOSSOS BENS MAIS PRECIOSOS! MINHA MÃE E MINHA IRMÃ! VOCÊS DESTRUIRAM A MINHA FAMÍLIA! SEUS FILHO DA 'P'! DESGRAÇADOS! VOCÊS VÃO PROVAR DO PRÓPRIO VENENO! - Gritou uma Kate aos prantos, soluçando como quem chora. De repente Eleazar que segurava Kate cai no chão e Kate avança para Jane que cai no chão também. Eu não podia usar os meus poderem com a minha FAMÍLIA, mas depois do grito de dor de Jane e de seus olhos estarem rolando na órbita, a fim de encontrar Kate, eu não resisti e direcionei o meu poder para ela.

-Kate pare. - Eu disse calmamente.

-NÃO VOU PARAR! PARA VOCÊ! EU QUERO ENXERGAR! -Kate gritava e Tanya estava aos soluços sem reação.

-Não machuque Jane, por favor, Kate. - Eu pedi, com a voz como de quem sofre. - Eu entendo o seu sofrimento, não imagino perder Jane, por favor não a faça sofrer. - Disse em meio aos soluços, chorando do jeito 'vampírico'.

-Ela não o ouve, pare Alec, eu vou levá-la para cima. - Disse Carmen, nervosa.

Parei de usar o meu poder e os olhos de Kate ganharam foco. Ela olhou pra Jane, depois para Tanya, que ainda soluçava e depois olhou para Carmen, que assentiu.

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Os meses passaram, e eu e Jane mal falávamos com Kate e Tanya, mas não as evitávamos. Eu e Jane nos alimentávamos de sangue animal, mas eu escorreguei uma vez e matei um montanhista. Não me importei muito, mas Jane deu um chilique dizendo que os Denali iriam nos abandonar e blá, blá, blá.

Jane estava insuportavelmente ansiosa para ir a escola e eu nem tanto. Kate estava viajando atrás do seu marido Garret, em outra lua de mel. Eu nem cheguei a vê-lo, pois ele era um nômade que não parava em casa, então Kate ia atrás dele.

Amanhã seria o nosso primeiro dia de aula, e apenas Carmen e Jane estavam animadas com isso. Eleazar me mostrou ser muito pacato, não fazia nada, apenas lia os seus livros velhos e chatos. Ai, tem gente com gosto pra tudo.

Estávamos no quarto agora, e Jane arrumava o material para irmos a Seward High School, onde Carmen já havia nos inscrito. Jane não parava de tagarelar que iria fazer amizades e se tornar mais humana. Depois ela dizia 'vou sentir sede, mas não matarei minhas ammigas', eu apenas assentia, pois estava com a cabeça em outro lugar: na foto da mulher, em cima da lareira. Nunca tive coragem de perguntar quem era, mas devia ser  uma nova Cullen. Não entendi os olhos, pois, mesmo com a minha refeição 'vegetariana' meus olhos nunca ficaram de cor chocolate, apenas âmbar e dourado. Nesse momento deveriam estar de uma cor muito clara, pois havia acabado de caçar dois ursos e uma lebre. Lebre é terrível, mas eu quis persegui-la, é legal.

-Mas você acha que a gente vai se inturmar, Alec? - Jane perguntou, me tirando dos meus devaneios.

-Claro, claro. - Não havia a mínima ideia do que elqa estava falando.

-Ai, que bom! - Seus olhinhos brilharam de animação. Era estranho a Jane com os olhos dourados, pois o cabelo dela era tão claro e com os olhos, fazia um contraste estranho. Não que não fosse bonito, mas eu acho que eu nunca me acostumaria.

-Vamos fazer guerra de neve, Jane? - perguntei, afim de distraí-la. Havia acabado de nevar e a casa estava coberta de neve. Adorava brincar de guerra de neve, pois eu me distraia um pouco dos meus pensamentos macabros.

-Claro!

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-Vamos, Alec, não queremos nos atrasar! - Jane gritava no meu ouvido, enquanto eu estava sentado na sacada olhando o nascer do sol.

-Jane, são seis e quarenta e cinco da manhã, a aula é as sete e quinze. Espera!

-Eu quero chegar logo e nós temos que pegar os nossos horários.

-Eu não quero ouvir os alertas de Eleazar de novo, então vamos!

-Tudo bem! - ela pulou em mim e me abraçou, quase quebrando a cadeira onde eu estava. Hoje o dia ia ser longo...