ANASTÁSIA STEELE

JÁ DE NOITE...

Christian abre a porta e nós entramos na casa dele, assim que chegamos à sala nos deparamos com uma Grace bem preocupada e extremamente brava.

—Ah céus! —Ela corre e me abraça. —Anastásia, onde você se meteu?

—Ela estava comigo mãe. —Diz Christian calmamente.

—E por que você não me ligou? Sabe como eu fiquei preocupada?

—Desculpa... Eu esqueci.

—Esquece? Christian! Você agiu como um irresponsável. Você precisa parar de pensar só em você.

Christian apenas arqueia as sobrancelhas e sai da sala sem dizer uma palavra.

—Não precisava trata-lo assim... —Sussurro encarando Grace.

—Meu amor, o Christian realmente precisa saber que tem pessoas que ainda se importam, ele não pode continuar fazendo coisas assim.

—E você tem que saber que trata-lo desse jeito não fará com você que ganhe a confiança dele.

Solto as mãos de Grace e vou em direção ao quarto.

Quando estou chegando perto do quarto de Christian vejo-o sair feito um furacão, ele passa por mim e empurra meu ombro.

—Você está cego? Babaca! —Rosno.

—Vá se foder pirralha!

Olho para Christian e sinto o medo me dominar, ele falou igualzinho ao meu padrasto. Dou uma passo para trás e fico calada enquanto ele apenas me dá um olhar amedrontador e segue seu caminho.

—Aninha, você está bem? —Viro-me e vejo Elliot saindo de seu quarto.

—Acho que sim. —Sussurro.

Elliot me dá um sorriso e se aproxima, ele envolve seu braço no meu ombro e começa a andar levando-me junto com ele.

—E que tal a minha nova irmã me fazer um favor?

—E não sou sua irmã. —Digo revirando os olhos e sorrio.

—Não? Então... Quer ser minha irmã?

—O que você quer Lelliot? —Pergunto enquanto descemos as escadas.

—Eu preciso de ajuda, e a Mia se recusou.

—Quanto eu vou ganhar por isso?

—Hm... O que você quer?

—Depois, eu vejo, mas eu aceito. O que você quer? —Sorrio empolgada. Eu adoro as palhaçadas do Elliot.

—Bem maninha, eu preciso conquistar uma garota, e você vai me ajudar.

—Ah, vou?

—Vai!

—Aonde vocês pensam que vão? —Carrick diz entrando na nossa frente.

—Papai. —Elliot sorri. —Eu estava pensando em levar a Aninha para um sorvete, ela tem andando tão tristonha, sabe?

—A Anastásia me parece bem feliz. —Carrick diz me encarando.

Olho para Carrick e depois Elliot que está com um olhar digno de Gatos de Botas.

—Nem tanto... —Sussurro. —Minha vida não é lá essas coisas sabe? Meu padrasto me batia, minha mãe o matou para se salvar, eu não sei quem é meu pai biológico, o seu filho sempre me insulta, eu não sei dançar e...

—Ok! —Exclama Carrick. —Saiam daqui, por favor.

—Valeu! —Dizemos juntos.

Elliot segura minha mão e sai me puxando enquanto rimos.

—Não sabe dançar? —Ele pergunta rindo.

—Nenhum pouco. —Mordo o lábio rindo. —Qual o plano?

—Só finja que você é uma criança doce, e eu sou o melhor irmão do mundo.

—Mas eu não sou nada doce. —Franzo a testa. —É você é o irmão mais implicante do mundo, eu tenho dó da Mia.

—Finja criatura! —Elliot ri.

—Ok. Mas aonde vamos?

—Em um parque.

—Parque?

—Sim.

—Ok. —Digo rindo.

Começo a caminhar pelas ruas com Elliot e em menos de cinco minutos ele já fez trinta e duas piadinhas sem graças.

—Uau Elliot! —Digo exasperada. —Como você é engraçado, você estudou para isso?

—Há, sabe como é? —Ele pisca e eu reviro os olhos.

—Não! Definitivamente não!

Assim que entramos no parque Elliot me mostra seu alvo, ela é uma garota muito bonita, tem a pele negra e lindos olhos cor de mel. Seus cabelos são castanhos e bem cacheados, como molinhas.

—Ela é linda! —Exclamo. —Qual o nome dela?

—Kéfera. —Diz Elliot babando.

—E ai maninho, você quer um balde para conter a baba?

—Fica quieta pirralha!

—Ok... —Digo rindo. —Qual o plano?

—Conquistá-la.

—Ok. Eu tenho uma ideia.

Puxo Elliot para a banca de tiro ao alvo -que é onde Kéfera está.

O dono da barraca nós dá três bolinhas.

Kéfera olha para Elliot e dá um sorriso.

Jogo a primeira bolinha sem nenhuma força para não acertar o alvo. E tenho sucesso, digo não tenho sucesso... Quero dizer, não tenho sucesso em acertar, e tenho sucesso não missão de não acertar. Ah, dane-se! Errei.

—Elliot. —Digo com a voz mais meiga que consigo. Viro-me para ele e faço beicinho. —Como você é o melhor irmão do mundo, se importaria em me ajudar? Por favor? —Junto às mãos e entrelaço os dedos implorando com olhinhos de gato.

—Claro que posso maninha. —Elliot diz e me dá um beijo na testa.

Reviro os olhos e tento manter controle para rir, ou vomitar.

—Ela é sua irmã? —Kéfera pergunta sorrindo para mim.

—Sim, a melhor irmã do mundo. —Diz Elliot e eu mordo a bochecha por dentro.

—Deixa a Mia saber disso. —Digo bem baixinho.

—O que? —Pergunta Elliot.

—A bolinha. —Pego a bolinha e entrego para ele.

Elliot sorri e olha para a menina mais uma vez, ele mira a bolinha no alvo e o erra de primeira. Passo a mão no rosto e reviro os olhos. Isso vai ser engraçado. Muito engraçado...

Depois da vigésima sexta bolinha eu tive certeza que Elliot nunca acertaria o alvo, ele conseguiu acertar o dono da barraca, o sorvete de um garoto, um senhora e até uma lâmpada, mas um maldito patinho de madeira ele não acerta.

—Me dá isso aqui seu babaca! —Pego a bolinha da mão de Elliot e Kéfera franze o cenho.

Jogo a bolinha no maldito pato e o acerto de primeira, logo todos aplaudem. O dono da barraca me entrega um urso.

—É assim que se faz maninho. —Olho para Elliot e ele me fuzila com um olhar.

—Isso é para você. —Digo entregando o urso para a menina. Puxo o braço de Elliot empurrando-o para cima da menina. —Pega o irmão também. Ele é legal, por mais que seja péssimo para acertar um simples patinho.

Saio de perto dos dois e começo a andar.

—Valeu maninha! —Grita Elliot.

Viro-me para ele e dou um sorriso sapeca levantando os dois polegares.

Como meninos podem ser tão bobos?

Reviro os olhos e continuo caminhando, até que avisto certo alguém que ganha minha total atenção.

Aproximo-me lentamente.

—Sr. Steele? —Chamo e o homem se vira. —O senhor lembra de mim?