The five dreams escrita por Yasmin


Capítulo 12
Capitulo 12 — Como você


Notas iniciais do capítulo

Oi amores..
Gente, sei que estou sendo levada com vcs.
Mas, estou tentando por tudo cumprir meu prazos(postar aos domingos) mas, está complicado conciliar meu compromissos. Peço compreensão, pois espero voltar a postar com mais frequência ainda esse mês..
Devido a isso, fiz um capitulo meio longo...Confesso que escrevi e reescrevi ele umas 10 vezes. Só nesse momento consegui finaliza-lo. E espero que gostem mesmo. Também não esqueçam de comentar, ok?
Os comentários do ultimo capitulo responderei ainda essa semana. Ja adianto que amei cada um deles...quer dizer... eu amo quando vocês comentam, pois me sinto gratificada.
Enfim, chega de conversa mole...



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—Katniss, você escutou o que eu disse minha filha?

Essa é a fala do padre Michel. Confesso que ele falou alguma coisa, mas, não faço ideia do assunto. Minha cabeça está longe demais.

— Claro, os coelhos chegarão hoje à noite. Amanhã cedo entregarei na porta da igreja e domingo teremos a melhor corrida de caças aos ovos que Morehead City já viu.

Suponho que seja esse o assunto. Pois ele não fala de outra coisa.

—Fico agradecido. Mas não era esse o assunto.

—Não?

Dou a volta no balcão para pegar meu bloco de notas. Vou anotar. Assim não esquecerei de mais nada.  Pois está bem difícil preencher meus pensamentos com novas informações, visto que tenho muitas pendências para serem resolvidas. Se é que ainda há tempo de resolver alguma coisa.

—A senhora Ema voltou.

—Voltou? — me sinto triste com isso. Eu não tenho um piano na minha casa. E na igreja era o lugar onde eu conseguia tocar. Algo que está fazendo muito bem para mim.— Ela não ia voltar daqui a duas semanas?

Conto os dias do retorno da senhora Ema como conto os dias da partida de Peeta.

Duas semanas é o tempo que ele ainda permanecerá na cidade. Apesar, de achar que isso não faz mais tanta diferença, porque ele não quer me ver nem pintada de ouro.

Hoje já vai fazer cinco dias de nossa “briga” e chorei todas as noites. Por culpa de quem? Dele que um idiota.

Nosso final de semana fora repleto de emoções.  Tive o melhor sábado da minha vida. Mas, no domingo meu castelo de areia desmoronou. Primeiro soube que ele estava noivo e depois não estava. Aí Gale, confidenciou sobre o acidente com a irmã dele.  Algo que ainda não consegui assimilar, muito menos entender. E quando fui pedir mais explicações. Peeta me surpreendeu no farol ao lado de Gale— seu eterno inimigo—pensou, me acusou. Disse coisas que não gostei de ouvir e eu à ele. Foi uma verdadeira lambança.

E como cereja do bolo. Maia, minha sapeca fugiu, me dando um susto que ainda não me recuperei. Ela nunca tinha feito isso. Então, tive que chamar a polícia. (Gale) novamente. E como um bolo não pode faltar a sua segunda cereja de brinde. Ela fugiu para casa do Peeta.  Que mais uma vez agiu feito um idiota comigo. E desde então não nos vimos.

— Ela antecipou a sua volta, mas, vocês podem revezar. Ela está ficando velha. —falou como se fosse um segredo e sorri pela primeira vez no meu dia. —Não diga que falei isso.

— Seu segredo está guardado.

— Está com algum problema minha filha?

— Não, padre. É o cansaço da semana. Mas ainda bem que hoje é sexta e amanhã poderei descansar...

— Tem certeza que é isso? Sou um padre, mas sei conversar sobre outros assuntos também. Acho que isso tem algo a ver com o outro pecador que estava aqui com você. —lembro daquele final de tarde, que ele imaginou coisas que eu ainda nem pensava em fazer com Peeta. Quer dizer, sonhar eu já sonhava sim. Sonhei com ele desde o dia que colidi meu carro com o seu.

—É coração ferido Michel. — Ele e eu olhamos juntos para porta de entrada. Vejo Evellin entrando na clínica acompanhada de Be. O padre imediatamente tira seus óculos de fundo de garrafa e limpa as gotas de suor que escorriam em sua testa. O vendo assim, imagino que tenha sido muito bonito em sua juventude—não que ele não seja agora—, só é difícil, avaliar a beleza de um padre.

Então, os dois se cumprimentam e parece que não estou aqui, falam da cidade e de coisas do passado. Parecem que se conhecem a bastante tempo e Evelin, fica à vontade ao seu lado.

— E os preparativos do casamento do Peeta? — perguntou o padre.

É a fala que chama minha atenção. Até ele sabia, desse maldito casamento? Saio de trás do balcão, e me aproximo deles bastante curiosa pela resposta.

—Não terá mais casamento. —ela diz olhando pra mim.

— Esses jovens, são tão confusos...—O padre repreendeu e depois olhou no relógio. Se despediu de nós duas, dizendo que possui muitos afazeres pendentes para o domingo.

—Oi, Katniss, desculpe pela indelicadeza. O Michel e eu somos amigos de longa data.

—Tudo bem, Evellin, sem problemas. Deu para perceber que são bons amigos. Mas, o que devo a honra de sua visita. Aceita um café? — a levo para minha sala, pois o clima é mais fresco, o ar da recepção funciona, mas como as portas se abrem a todo momento, o ambiente fica quente.

— Muito bonito seu consultório. —diz olhando para cada detalhe.

— Obrigada, mas foi minha madrinha que o decorou. Porque não se senta...

— Ela tem muito bom gosto.. —diz se sentando no sofá e eu na poltrona à sua frente—Já sabe por que estou aqui, não sabe?

Claro que sei e isso me envergonha. Ainda mais depois do teatrinho que o filho dela e eu fizemos.

—Eu imagino.. —olho para minhas mãos e seguro a vontade que tenho de perguntar dele. —Ele está bem?

Ela sorri com minha fala.

— Está bem irritado, me dando nos nervos.O Darius e eu tivemos que sair de casa, pois ele, fica dando ordens o dia inteiro.

— Há é? —sorrio lembrando de como ele fica rabugento quando seus planos não dão certo.

— É, e tudo indica que é pelo rompimento de vocês...

— Nós não.... —ela senta na beirada do sofá e pega em minha mão.

—Não precisa dizer nada, querida. Eu não sei em que pé estava o relacionamento de vocês. E também não vim aqui pedindo que converse com ele. Pois é uma decisão sua. Só vim aqui para consertar a lambança que fiz.

—Estávamos nos conhecendo. —disse para ela ficar ciente do estágio que estava nosso “caso”.

— E eu atrapalhei tudo com aquela história de casamento.

— Você não tem culpa dele ser um cretino. Quer dizer... —tento amenizar o xingamento que diferi ao seu filho, mas, não encontro outro nome para qualifica-lo. —Ele foi um cretino mesmo! —reforcei e ela sorriu..

—Em retrospecto eu terei de defende-lo. Não por que ele é meu filho. Mas, sim pelo gesto nobre que ele fez por mim.

— Como assim?

—Essa história de casamento não passou de uma invenção da ex namorada. Ele não ia se casar. É só isso que posso dizer. O resto cabe a ele lhe contar. Então, por que não vai lá em casa conversar. Sei que ele deveria vir, mas ele está magoado pelo que aconteceu na última madrugada. Pense nisso, confesso que estou animada com a ideia de lhe ter como nora. —diz sorrindo, se levanta e me abraça por alguns segundos.

— Vou pensar, Evellin.. —falo contendo a vontade que tenho de sair correndo até sua casa. Ela me incentiva a ir e diz que irá no shopping da cidade vizinha, nos dando tempo suficiente para nos acertarmos.

Então espero ansiosamente o final do expediente. Quando termino de atender meu último paciente. Fecho a clínica animada, esperançosa e com muita saudade.  

Sigo rumo a residência dos Mellarks. Mas antes, dirijo até minha casa. Hoje o dia foi puxado. Pela manhã, fiz dois partos no rancho do prefeito. Então, ainda sinto o cheiro da placenta da égua albina.

Assim, que chegamos em casa, subo para o quarto e Maia me acompanha. Ela não correu para a praia como faz de costume. Na verdade ela anda completamente desanimada. Nem a ducha refrescante que Rue deu nela a animou—pois ela fica radiante—, penso que toda essa tristeza é pela ausência do Ruffus.

Subo para quarto tirando toda roupa suja, me lavo sem muita pressa, até me sentir relaxada. Demoro mais meia hora na escolha da roupa, pois quero estar o mais deslumbrante possível. Opto por um vestido longo que marca bem minhas curvas e há um decote na costas. Solto os cabelos e passo uma leve maquiagem. Não coloco salto, passei muito tempo de pé no trabalho então estou com a panturrilha dolorida.

—Vamos, garota, hoje você irá ver o Ruffus. —ao escutar o nome dele, ela arqueou as orelhas e latiu animada, em seguida pulou da cama em busca de seu laço azul.

Quando termino com ela, seguimos finalmente para casa de Peeta torcendo para que hoje dê tudo certo, que definitivamente possamos ficar juntos, mesmo ciente que ele partirá daqui alguns dias. —Algo que ainda não parei pra pensar— e nem quero. Não por esses dias. Espero resolver uma coisa de cada vez, primeiro organizar esses sentimentos que sinto por ele, que andam bastante bagunçados. De modo geral é notório que todos eles são sentimentos nobres e raríssimos. Aqueles que nunca vivemos e quando acontece, tira nossos pés do chão.

Tudo fica tão intenso que cada atitude impensável interfere no rumo que tudo isso pode nos levar.

Assim que entro pelas enormes aras do jardim, fico nervosa, soando pelo poros do corpo. Antes de abrir a porta do carro  tento controlar minhas emoções, e Maia sem controle algum sai em disparada ao celeiro, sem me dar qualquer oportunidade de implorar que ela se comporte, que não estrague nada, pois a casa possui umas infinidades de flores. Se ela estragar não sei o que fazer para consertar, já que é algo irreparável.

Subo os degraus que me levam a porta da frente, sem tocar a campainha entro na  sala, pois a porta já se encontrava aberta e Evellin disse, que ele estaria sozinho. E bem mal-humorado.

Então subo as escadas tentando encontrar seu quarto, estive aqui parte do final de semana, mas, ainda me sinto em duvidas, as portas são brancas e todas iguais, sem contar que possui um mundaréu de cômodos.

—Peeta... —chamei seu nome, mas não houve resposta. Então, entrei no cômodo certo. É o seu quarto, tem seu cheiro, sua bagunça e tudo mais. Porém, ele não está.

Então, de forma apressada desço a escada até a cozinha. Nada. Completamente vazia. Penso que ele estará na praia, então abro a porta que me levará até lá.

Mas ao longe, dentro da casa, escuto o barulho de algo se quebrando misturada com a voz alterada de uma mulher. Sigo o barulho que me levou até a sala de piano. Mas não entrei. Fiquei atrás da porta escutando a conversa, onde só ouvi a tal mulher esbravejar meu nome e depois, Peeta responder:

— Se vista e saia da minha casa. — ele disse sem um pingo de delicadeza.

            — Quem é Katniss? Não me respondeu... — ela não gritou, mas  tinha desespero na sua voz, e outra vez Peeta se manteve inerte, até ela começar a chorar e dizer que  sabia o tempo todo que ele tinha uma garota aqui. Que era por isso que ele sempre fugia para cá.  Mas que isso não importa. Diz que aceitará ele ter esse caso aqui, contanto que ele seja exclusivo dela quando estiver em casa, em Releigh. E por fim, enfatizou, sobre seu amor por ele. Que irá ama-lo para sempre, não importa o que ele diga ou faça.

            — Diz que não.—sussurro encostando a cabeça na porta e tentando criar coragem para entrar e brigar por ele, com ele, assim com essa mulher que eu não faço ideia de quem seja está fazendo. Mas, sua resposta me fez parar.

— Eu vou pensar... —ele disse e eu estremeci. Ele vai pensar se fica com ela. É isso que escutei? É um desgraçado mentiroso...agora sim tenho a plena certeza que não quero mais ouvir falar o nome dele. Como ele pode cogitar isso? Ele que procure  outra...

Peeta briu a porta e eu mal consegui sair do lugar.

— O que está fazendo aqui? —arregalei os olhos assustada, perdi tempo demais  me lamentando.— O que você escutou, Katniss? — sua fala é num sussurro.

 Ele tranca a porta rapidamente atrás de si, impedindo que a mulher apareça.

— Nada... —gaguejei, não vou dar o gostinho a ele de pensar que vim por ele, o que é a única verdade.—A Maia, fugiu outra vez...

—Você é uma péssima mentirosa...

— Concordo, sou uma das piores, mas, desde que conheci você, ando melhorando meu arsenal de mentiras.

— Katniss... —se aproxima e tenta pegar na minha mão. —Eu não...

— Não o quê? —empurrei sua mão e o questionei em voz alta sem me importar com a outra mulher. — Que vai pensar se terá uma vida dupla? Ela pode aceitar, Peeta, mais eu não.

— Não é bem assim, katniss. —Respondeu mais silencioso ainda. O que me deu uma enorme vontade de gritar. Já ia abrir a boca para lhe dizer algumas verdades quando ele me fez calar tapando a minha boca com a mão. E me puxou entrando na porta ao lado.

— Me solta —ralhei com ele.— Como é então? Você acabou de se esconder dentro do banheiro comigo para que sua noiva não nos flagre, se pensa que serei sua amante está muito enganado.

— Para de ser complicada, Katniss..—disse me encurralando na porta, segurando meu rosto com as duas mãos. —Eu que fui preterido por você, passamos todos esses dias longes, porque preferiu a companhia do Gale. Então, não fale como se eu fosse o pior homem do mundo, o mais cafajeste, por que não sou e você sabe disso, mas insiste em procurar chifre em cabeça de cavalo. Para de ser chata, por Deus.

—Você que é um idiota, não preferi Gale algum. Mas, você está com um enorme empasse e aí? Já decidiu, já pensou no que vai fazer sobre a proposta que a sua noiva lhe fez?

Termino minha frase e me arrependo, pois abre um sorriso insinuante. Um sorriso de cafajeste.

—Tudo bem, talvez eu tenha sido um idiota. Mas, você não facilita, parece que gosta de me provocar. E não é de agora, fez isso desde o início. Quanto a Beatrice, ela apareceu aqui sem ser convidada. Assim, como você, mas você eu quero que fique. —disse isso para ele na semana passada, quando Gale e ele apareceram sem ser convidados, e agora é minha vez de escutar. Aonde eu cheguei? Correndo atrás de um homem. Geralmente eram eles que corriam atrás de mim. É, a vida é um bumerangue.

— Minha resposta sobre “pensar”, foi para barganhar tempo, pra ela não enlouquecer...ela odeia ouvir a palavra “Não”.

—E porque me trancou no banheiro?

— Ela é louca, se souber quem é você. Vai infernizar sua vida, até que desista de mim..—sua fala é bem rente ao meu ouvido, fazendo me estremecer e derreter em seus braços. —E não quero que desista de mim, Katniss...—seu último apelo foi primordial para encerrar a batalha que minha cabeça confusa queria iniciar.

Mas, logo todo o encantamento, é quebrado pela voz aguda que chama insistentemente seu nome.

—Eu vou leva-la até a saída da cidade, pra ter garantia que ela foi mesmo.

—Ela soube vir, então, deve saber voltar... —retruquei insatisfeita pela proposta. E insegura com a possibilidade dele cair aos encantos dela, não vi como ela é fisicamente, não sei de seus tributos, só sei que tiveram uma história de anos. E se durou tanto, algo de bom ela deve ter.

—Eu não quero que ela fique na cidade e, se eu não leva-la. Vai fazer isso. Por favor, fique aqui, não demoro. Em meia hora estarei de volta. Precisamos conversar, não aguento mais essas conversas mal acabadas.

—Quer que eu fique trancada no banheiro até você voltar?

—Fica no meu quarto, na sala, onde quiser. —diz beijando minha testa, minha têmpora e todo o resto—Não demoro... —Ele sai apressadamente, com os chamados da tal Beatrice, espero a voz de ambos cessarem e saio do banheiro. Vou até a grande janela da sala de entrada e a vejo pela primeira vez. O que só piorou minha insegurança. Pois ela poderia ser mais feia, menos loira dos cabelos sedosos, não tão magra e...estou fodida.

Ao menos ele não responde carinhoso as suas indagações do porquê da demora, de quem é o carro estacionado (ela está falando do meu) e quem é Katniss, ela ainda insisti nisso. Ele é apenas seco, e cada um entra em seu carro.

Dez, vinte,  trinta minutos se passaram e nada dele voltar.

Logo meu celular avisa sobre uma mensagem, penso que é dele, mas não. É da Rue cobrando minha presença em sua festa de aniversário. Confesso que não tinha esquecido disso. Tinha esperança de Peeta e eu nos acertarmos e que ele fosse comigo, mas acho que isso não irá acontecer.

Então decidi partir de sua casa depois de espera-lo por uma hora e meia. Maia não queria deixar o Ruffus de jeito nenhum e, como sempre me deu muito trabalho. Peeta, nem ligou para explicar o porquê de tanta demora, então não quis ficar ali com cara de tacho esperando sua boa vontade.

Já na cidade passo na casa de Greasy para deixar Maia, e depois sigo para a festa de Rue que será no Talkehouse. Não me preocupei em comprar nenhuma lembrança, pois ela é bem pra frente. Sabe que todo ano a presenteio com um bom presente, porque apesar dela ser intrometida, ela é uma boa amiga, me ajuda com tudo. Então pediu uma passagem aérea para Nova York.  E somente para deixa-la ansiosa, disse que pensaria na proposta. Não faço ideia do que ela irá fazer naquela selva de pedra, mas comprei o presente e lhe entregarei no final da festa.

—Achei que nunca mais fosse chegar. —Rue disse, assim entrei no salão.

— Tive uns contratempos...—ela me libera do abraço e me olha com aqueles olhos castanhos espertos, sabendo que tem algo a mais. Porém não quero aprofundar o assunto. —Aliás, sei que já te vi hoje, mas queria te desejar feliz trinta anos novamente querida. —Abro os braços e alargo meu sorriso—Fico muito feliz por ainda não ter essa idade. —Faço piada com sua idade, ela é bem novinha, está completando somente vinte e dois anos, mas como ela, gosta de falar que vou ficar encalhada por ser mais velha que ela e ainda estar solteira. Não me oprimo e a provoco.

—Mentiu sua idade amor—disse Thresh para ela. — Oi, Katniss, como vai?

—Nascendo alguns cabelos brancos com as peraltices de sua namorada e da Maia, e você? — ele sorri, pois também sofre com as loucuras de Rue, que briga com ele diariamente pelas garotas que se manifestam em sua página nas redes sociais. Não sei se ele tem culpa no cartório. Só sei que já terminaram o romance umas cinco vezes desde que estão juntos, o que não passa de um mês.

—Katniss, está brincando. —fala para ele depois se dirigi para mim — Venha só faltava você para que começarmos as comemorações. —ela me puxa para a mesa e me entrega uma dose de tequila, fico em dúvida se devo ou não beber algo tão forte, pois estou dirigindo, mas logo Madge, diz que posso dormir na casa dela caso eu extrapole. Então aceito, fazemos os brindes e dá-lhe tequila.

Uma duas, três. Perdi a conta.  Antes que eu perceba, a noite começa a adquirir aquela nebulosidade, entra naquele estágio em que você passa da condição de alegre para a de bêbada, perdendo a noção do tempo e da ordem exata das coisas. Mas, pelo jeito entre nossa roda de amigos eu e Madge, ainda éramos as únicas a conseguir pensar, pois o restante já ria alto demais e não falava coisa com coisa.

O bom da bebida que ela tem dois efeitos ou ela te ajuda a esquecer ou você relembra ainda mais sobre seus impasses.  No meu caso foi bom pois fiquei um bom tempo sem pensar em Peeta. Ele só voltou a povoar meus pensamentos, apenas quando recebi várias ligações suas das quais não atendi nenhuma, porque eu não queria escutar suas desculpas... não queria brigar, muito menos fazer papel de idiota, de tola. É como estou me sentindo agora com a ajuda da bebida.

—Não vai atender? — Madge,  fala bem perto do meu ouvido, pois a música está alta, e há muita gente falando ao mesmo tempo. E sobre o que ela perguntou, nego com a cabeça. —Então, se prepare para encarar a fera, ele está logo atrás de você. —me engasguei com sua fala, olhei  para trás sem disfarçar e o vi entrando no bar  acompanhado de um outro homem que reconheço ser o irmão. Ao menos parece com o rapaz da foto que Evellin me mostrou.

— Ele me viu? —pergunto nervosa

— Ainda não, mas, está procurando.

— E como eu estou?

— Com cara de deprimida...

Não quero parecer que estou sofrendo, então ajeito meu cabelo e retoco meu batom ali mesmo.

— E agora?

— Com cara de deprimida maquiada e tonta...Fale logo com ele, Katniss, talvez ele tenha ficado sem bateria, ou o pneu do carro furou. Nas horas mais improprias essas coisas acontecem.

— Vou esperar que ele venha até mim. —disse com firmeza, e olhei em volta do bar. Logo vi Glimmer, a filha do prefeito roubando a cena na festa de Rue.

— Ela não tem vergonha. —Madge fala.

Eu rio.

— É, isso é a cara dela.

Glimmer solta uns gritinhos, bate palmas com os braços para o alto e me convoca com uma expressão sedutora que agradaria qualquer homem que já tenha alguma vez fantasiado mulheres interagindo com mulheres.

            — Katniss, Katniss, vem pra cá! — Balanço a cabeça e rio, uma recusa Educada. É claro que ela sabe que eu não vou me juntar a ela. Jamais dancei em cima de um bar.

— Porque ela está lhe chamando? —Madge pergunta.

— Por que cuido do cachorro dela. Se tem duas coisas que ela ama é o cachorro e as unhas. Então, ela pensa que somos amigas.

— É uma afetada, não sei como Rue consegue ser amiga dessa anta. —ela diz e beberica sua cerveja e depois olha fixamente para um canto.

— O que foi? — Me viro para a direção que ela olha e vislumbro Glimmer, de quatro em cima do balcão, com os seios no rosto do filho da p*** do Peeta, que não sei se faz algum esforço para sair de perto. Só sei que todos os homens do recinto estão adorando o momento vadia dela.

—Vamos dançar?

— No balcão? —Ela pergunta.

Reviro os olhos.

— Claro que não... —respondi o obvio.

Diante disso, logo ela eu estávamos dançando os hits do verão. O que nessa época é o maior atrativo da cidade—o verão—Pois as praias são de água morna e propicia para banho. Então, nos finais de semana os visitantes chegam em peso na cidade. O píer fica completamente lotado de jovens, adultos e famílias. Todos com a intenção de degustar as melhores comidas e frutos do mar da cidade. Sem contar que arquitetura rustica é  um chamativo a mais para os turistas. Morehead City, definitivamente é o oásis do Estado da Carolina do Norte. Pacata, mas, um paraíso.

— Está se divertindo, katniss? —Peeta fala bem rente ao eu ouvido. Sua cara é de poucos amigos, mas finjo que não é comigo.

— Muito! —Abro um falso sorriso— E você, Peeta?

— Tô com cara de quem está se divertindo? — retruca bastante zangado e eu finjo que não o escutei.

— A música está alta, o que foi que você disse? —disse em um tom mais audível.

 Ele me chama pra irmos para casa. Confesso que quero ir, mas não faço isso. Digo que ainda está cedo e não vou agora. O que ele acha? Que vou fazer o que ele quer. Quando ele quiser. Não mesmo.

— Esquece.. —diz se afastando e senta na minha cadeira...

Então, fiquei mais um tempo. Dancei com Madge, Rue e até com o irmão de Peeta, que se apresentou como Cato. Muito simpático e galanteador. Ficou maluco pela Madge que o ignorava em todas as tentativas que ele fazia para se aproximar dela.

Peeta ficou sentado, tomou acho que um litro d água, conversava pouco e me fuzilava com o olhar. Mas, quando o relógio marcou a meia noite. Comecei a me despedir, porque eu ainda teria que buscar Maia na casa de Greasy e como o álcool já estava passando me senti apta para pegar a estrada.

—Eu dirijo... —Peeta diz pegando a chave do meu carro de mina mão. Procuro em volta para ver se vejo o seu, mas não encontro. Imagino que ele tenha vindo com o irmão. —Eu vim com Cato. —ele confirma com a voz sem emoção alguma.

—Preciso pegar a Maia. — indico para ele onde é. Porém ele afirma que já sabe, que veio na casa da Greasy dias atrás, querendo saber do meu paradeiro enquanto eu estava me divertindo no farol. Ele não disse o nome de Gale, mas a simples insinuação foi suficiente para me irritar novamente e como ele também está com raiva sem motivo. Passa a me questionar sobre aquele dia. 

— E você, quando ia dizer que estava noivo? No dia do seu casamento? Já sei, ia mandar um convite, não é...?

— Eu, não estava e nunca estive noivo. Quantas vezes terei de dizer.

— Não estava? Então, o que sua noivinha estava fazendo na sua casa?

— O de sempre, chorar, pedir pra voltar... — ele estaciona em frente à casa de Greasy, que já me espera do lado de fora. Antes de sair do bar enviei um mensagem dizendo que estava a caminho e como ela dorme tarde não se importou em abrir a porta. E assim que Maia entra no carro fica radiante, somente com a presença do Peeta, definitivamente ela é uma vendida.

— E o que você fez? Consolou ela com seu pênis magico? —pergunto mais irritada ainda, pois ela não me pareceu nenhum pouco desolada quando saiu da casa dele.

—É magico, é? — ele gargalha—Bom saber, que você acha ele magico... —diz malicioso e alisa minha perna.

—Ora, seu..

— Katniss, vamos conversar na sua casa? —ele pede cansado e eu não me oponho. Pois o caminho é longo e se ele ficar me provocando juro que vou socar a cara lambida dele.

Ao nos aproximarmos de casa, peço para ele entrar diretamente na garagem. Saio do carro batendo a porta com força e passos firmes ao chão.

—Por que não me esperou como eu te pedi? —ele vem logo atrás de mim, segurando meu braço.

— Por que você demorou? — me solto e abro a geladeira em busca de comida, pois no aniversario eu só bebi muito e não me preocupei em comer. Agora estou faminta...—Já sei, você e sua noivinha ficaram discutindo, acertando  como vai ser o futuro de vocês.

— Que futuro?

— O de vocês, o dia que você irá se dedicar a ela e quando ela aceitará ser chifruda.

Ele ri sarcasticamente.

—Discutir com você é covardia. —fala tamborilando seus dedos na minha mesa.

—E você é um idiota, por que não vai embora de vez. Você é complicado, eu sou complicada. Vamos ser vizinhos e bons amigos. —ele se levanta bruscamente tirando a cadeira do lugar. — O que vai fazer? —pergunto, porque ele vem em minha direção e me suspende em cima do balcão, sem se importar com os utensílios que estavam em cima dele e agora no chão.

—Você diz como se isso fosse fácil, Katniss. Como se existisse um manual de instruções. Eu não te entendo... —sua fala é amargurada que chega a ser sofrida. Porém o encanto está nos seus olhos.

—Nossa relação mal começou e olha a desordem que está. —digo ressentida sem olhar nos seus olhos.

—Por minha culpa que não fui totalmente honesto e por sua culpa que é cabeça dura. Mas, nós nos amamos. Eu te amo, consegue entender? Beatrice, é um passado recente. Que reluta, Katniss. Não digo que é bonito as coisas que ela faz. Mas, eu a admiro. De tantos nãos que já disse a ela, mas se manteve firme. Já era pra ela ter desistido. E pra você eu já disse sim. Tantos sins. Mas, você parece que quer brincar, parece uma criança...

Eu tento dizer algo, mas, um sapo se formou na minha garganta

—Não...não se sinta obrigada a ficar comigo.Eu já vou. Fique bem. —fala se afastando. Brinca uma última vez com Maia que me olha acusadoramente. E sai pela velha porta dos fundos, que mesmo após sua saída continua balançando com o vento.

Tento avaliar o peso dessa decisão. Nós estávamos separados, mas, nada estava definido e agora saber que irá cada uma para seu lado é sufocante. É abdicar de uma vida. É desistir dos meus sonhos. É desistir de mim. É algo que não posso. Peeta é o meu quinto sonho.

Então, sem pensar em mais nada corro até a praia. Ele caminha lentamente com as mãos no bolso. Vejo sua sombra torneada pela lua prata e as infinidades de estrelas que cobrem o céu.

—Peeta... chamei por ele assim que me aproximei.

—Esqueci alguma coisa? —pergunta com a voz morna.

Dou dois passos a sua frente.

—Esqueceu... —chego perto o suficiente até sentir seu cheiro que é o bastante para provocar tudo de poderoso que sinto por ele.

— O que eu esqueci?

—O meu amor. 

Arqueou a sobrancelha e cruzou os braços, deixando seus muculos visíveis pois debaixo do tecido de sua camisa branca. Ele fica lindo de branco.

— Eu não vou desistir da gente.—falei de olhos fechados, enquanto estalava meus dedos..— Eu pensei muito todos esses dias que ficamos longe, no quanto eu gosto de você. No quanto eu me sinto bem por sentir algo tão nobre por ti. Por que não é apenas um amar. É todo o tipo de sentimento bom envolvido.

—Katniss.

—Não, deixa eu terminar. — o corto e fico totalmente perdida com minha declaração de amor.

— Onde parei? —rio nervosa.

— Sentimento bom envolvido... —ele fala sorrindo.

— Então, como eu estava dizendo: Por mais que as vezes eu sinta raiva e vontade socar tua cara, como aconteceu hoje. O que não vem ao caso nesse momento. O sentimento bom sempre prevalece. Eu já disse que te amo. Sei que é muito pouco tempo pra sentir tanto. Mas, o amor não vem em um manual de instruções e muito menos  é  algo que se possamos medir. Enfim. Eu te amo. —termino minha fala e espero ele se pronunciar. Fico com medo dele já ter desistido, pois demora a dizer. —Fala alguma coisa! —exclamo com a mão.

Agora ele ri..

—Você é encrenca garota. —segura meu rosto com as duas mãos e me beija da forma que eu quero ser amada. Amada por ele e mais ninguém.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?

Em.. estou com uma fic nova
...https://fanfiction.com.br/historia/694716/Espinhos_da_Paixao/
DEEM UMA LIDA LÁ!PLEASE..BJSS



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