Cem Anos Depois escrita por Adson Kamps


Capítulo 7
VII – A Bruxa Carpinteira


Notas iniciais do capítulo

( LEIAM AQUI PARA DAR EMOÇÃO A HISTÓRIA )
.
Alo, alo. Graças a Deus!
Darlings do meu ♥ aqui esta o sétimo capítulo da história (sexto em ordem cronológica) e hoje quero ver outra vez (seus olhinhos de noite serena ~n) quem vai descobrir qual personagem apareceu nas histórias de hoje!! o/
.
( ATENÇÃO KETHY! Sua ideia começou a ser formulada hoje :3 )
.
Galerinha, quando o número ¹ aparecer após alguma palavra é porque o capítulo tem um soundtrack! E o de hoje é a estreia dessa ideia! xD
Aqui o link da música (deixem para ouvir somente na parte indicada): https://www.youtube.com/watch?v=PDp7DTaGv-I&spfreload=10
.
Boa leitura :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/669381/chapter/7

ܔܢܜܔܢܜܔܔܢܜܔ♛ܔܢܜܔܢܜܔܔܢܜ

  – Calma aí Ruby – disse Aurora arfando enquanto levantava pela terceira vez após tropeçar no vestido – Como você consegue correr com essa coisa? – gritou irritada.

— Você já correu de sapatinho de cristal? – perguntou virando para trás – É mil vezes pior que isso! Agora ande; depressa!

  Rosnando a princesa voltou a correr atrás da mais velha que se apresentava habilidosa quanto a saltar de galhos ou pedras. Como ela aprendeu isso? pensou consigo mesma. Tropeçou novamente na barra do vestido e foi ao chão – Argh!

  Suspirando pesadamente, Cinderuby olhou para trás e balançou a cabeça de forma negativa – Francamente – voltou alguns passos e ajudou a menina a se erguer do chão – Bibidi, Bóbidi, Bum – apontou com a varinha cortando cerca de um palmo e meio da barra do vestido.

— Ei! – reclamou Aurora – Era meu vestido preferido! – fez beiço.

— Escuta aqui garota! – disse agarrando os ombros da mais nova e sacudindo ela – Nós estamos fugindo de um lobisomem! Ouviu bem?! LO-BI-SO-MEM! – falou cada sílaba da palavra pausadamente como se estivesse falando com uma criança – Não temos tempo para se preocupar com isso! A não ser é claro, que você queira morrer! Você QUER?!

  Aurora de olhos balançou a cabeça negando de uma força assustada – Muito bem! Agora, vamos! – disse Cinderuby pegando a mão da mais nova e a puxando consigo enquanto corriam pela floresta¹.

  A princesa do Sol Nascente sentia como se estivesse de volta nos seus pesadelos, entrar mais fundo na floresta era como se estivesse de volta a Maldição do Sono sendo obrigada a lidar com as diversas criaturas que surgiam e desapareciam do nada; um novo desafio a sua mente.

  Suas tias lhe contaram a alguns anos que a Floresta Encantada não era de todo bela; havia uma parte obscurecida pelas árvores que faziam-na parecer sempre noite, abrigando monstros e criaturas horríveis, tais quais o lobisomem que as perseguiam. Até mesmo as árvores eram terríveis: rostos deformados eram moldados no tronco das mesmas para espantar os humanos ou qualquer um que ousasse entrar no território sombrio. Agora, enquanto fugia ela não pode deixar de pensar que aquele pedaço de escuridão havia dominado todo o resto.

  Lembrava-se também que somente dois, ou melhor, duas humanas viviam naquele local obscuro, sendo elas a Vovó Charlotte², avó da verdadeira Chapeuzinho Vermelho e a Velha Bruxa. Suas tias sempre criticaram a vovó da menina por morar em um local como aquele. “Onde já se viu uma mulher daquela idade, sem magia nenhuma, morar no Bosque da Noite Eterna?” dissera uma vez Primavera “Nem nós, gostamos de chegar perto daquele lugar. Quanto mais morar!”.

  Agora ela imaginava se a vovó não levava uma vida dupla como suas tias e Ruby, fingindo ser outra pessoa para esconder segredos. Aurora odiava que escondessem coisas dela, até porque sempre fora um livro aberto com todos, então não via motivo para mentirem para si.

  Uma coruja grasnou saindo do tronco de uma árvore, o que fez Ruby desviar para a esquerda ao invés de seguir adiante – Você sabe para onde esta indo? – gritou a mais nova em meio ao barulho das asas dos morcegos que voavam ao seu redor.

— Não! – respondeu Cinderela no mesmo tom de voz – Não faço ideia... Espere! – parou bruscamente a beira de um penhasco com Aurora as suas costas observando a altura da queda e um lago de águas negras que se encontrava abaixo delas – Droga! – praguejou baixinho a vermelha¹.

— Hã... Ruby – chamou a princesa – Acho melhor você se virar, tipo, agora.

— O que é? Estou pensando em como nos tirar..! – vociferou irritada, mas quando viu o que estava a sua frente parou bruscamente a sua fala. Um enorme ser de longas orelhas e olhos vermelhos faiscando de raiva às encarava. A boca com dentes afiados – cada um do tamanho de uma costela – salivava perante a apetitosa refeição que se encontrava na sua frente – Ó deuses... – murmurou assustada com o Lobo a sua frente.

— Posso atacar? – perguntou Aurora com sua adaga já em mãos.

— Nem pense nisso – disse Cinderela com a varinha em mãos – Você não vai pular em cima dele sozinha como se fosse uma super-heroína!

— Estou aberta a sugestões – disse a garota já em posição de luta, como se fosse saltar a qualquer momento em cima da criatura. Desde que havia conseguido derrotar Gaston, Aurora se tornara mais confiante em atacar os outros. Mas não havia comparação entre esfaquear alguém por trás e matar alguém que esta lhe vendo, certo?

  Cinderuby estava com a cabeça a milhões tentando pensar no que poderia fazer com a sua mágica. O Lobo parecia ser uma criatura muito antiga para alguém do seu nível de habilidade conseguir derrotar. O máximo que podia fazer era dar-lhe sapatinhos de cristal, mas não achava que ele estava indo para um baile.

  O monstro se ajeitou sobre as patas, prestes a pular sobre as duas – Abaixe! – a mais nova puxou a princesa para o chão quando o Lobo pulou por cima delas. Só pode ver um clarão azul – vindo sei lá de onde – impulsionando o Lobo para frente, fazendo com que ele caísse do precipício, bem na água negra do lago, e logo o corpo dissolveu como cinzas.

— Mas o que..? – murmurou se pondo de pé e ajudando Aurora a se levantar. Uma risada foi ouvida a sua frente, e quando olhou para lá viu uma mulher pequena parada próxima às árvores.

— Olá benzinhos, precisam de ajuda? – perguntou a Velha Bruxa.

ܔܢܜܔܢܜܔܔܢܜܔ♛ܔܢܜܔܢܜܔܔܢܜ

— Então você é a Velha Bruxa? – perguntou Cinderuby incrédula. A mulher a sua frente não parecia nada com uma bruxa – pelo menos as que conhecia eram feias -, estava mais para uma vovó.

— Na verdade de onde vocês veem eu sou chamada de outra forma – disse a mulher rindo e em seguida fechando a cara – E eu prefiro essa outra forma, obrigada.

— Eu sei quem é você – disse Aurora sentando sobre um banquinho de madeira – Minhas tias me contavam que no Bosque da Noite Eterna vivem duas mulheres idosas – por algum motivo Cinderela teve a impressão que Aurora quis frisar a ultima palavra – Mas nós já corremos por boa parte dela e só encontramos uma casa.

— Você sabia que aqui era o Bosque Maldito? – perguntou a de vermelho, incrédula – Por que não contou? Poderíamos ter evitado tudo isso... Sem ofensas - dirigiu-se a anfitriã da casa.

— Ora, não ofendeu – a velha abriu um sorriso amigável – Embora sua amiga tenha tentado me chamando de idosa, isso também não me abalou – ergueu uma sobrancelha para a princesa de Azul.

  Aurora revirou os olhos e voltou a falar – Pode parar com esse teatro, Charlotte. Eu sei que você é a avó da Red – preferiu não comentar sobre o disfarce de Ruby.

— Você conhece minha sobrinha-neta? Ai que bom – disse a senhora batendo palmas – Como estão ela e minha irmã, Dorothea³?

— Irmã? – Aurora piscou os olhos, surpresa – Espera. Você, a Velha Bruxa e a Vovó são irmãs?

— O que? Achou que ela era uma louca desvairada por morar aqui e não ter magia? – caiu na gargalhada – Ok, talvez seja um pouquinho. Mas é bom vocês saberem que todos os moradores da Floresta Encantada e dos seus arredores tem magia correndo pelo sangue.

— Todos? – perguntou Cinderuby curiosa – Até mesmo nós? – apontou para Aurora e depois para si.

— Provavelmente. Mas agora me digam – a idosa pegou uma lixa e pôs-se amoldar algo em uma tabua de madeira – O que vocês, princesas, vieram fazer nessa floresta? Não viram os avisos em cada árvore?

  Cinderela se lembrou de ter visto uma marcação de perigo em uma árvore antes de entrar na floresta, mas mesmo assim negou – Na verdade não. Viemos aqui porque estávamos à procura do Coração do Lobo. Pelo visto além de termos perdido o mesmo uma vez acabamos de perdê-lo de novo.

— O Coração do Lobo é? – a mulher fez uma cara de admiração – E por qual motivo queriam ele? Iam encantar algo? – perguntou ainda moldando o que parecia uma lâmina de espada na madeira.

— Sim. – disse Cinderuby.

— Não. – disse Aurora.

  As duas se encararam de testas franzidas enquanto a bruxa caia na gargalhada.

— Pode confiar em mim mocinha, não vou tentar impedi-las e tão pouco farei mal a vocês. Fique tranquila que qualquer lenda que você tenha ouvido sobre mim era mentira.

— Hunf – a princesa fechou a cara – Não confio em magia.

— Disse a garota que viveu com três fadas, uma bruxa e esta andando comigo a mais de duas horas. – a vermelha revirou os olhos.

— Minhas tias mentiram para mim sobre meu passado. – Aurora encarou os sapatos – Malévola me amaldiçoou. E a sua magia não fez nada mais do que atear fogo em uma casa – a bruxa assoviou, admirando a discussão – Acho que tenho os meus motivos, não? – levantou o rosto encarando a mais velha com os olhos cheios d’água.

— Aurora... – Cinderela sentiu-se mal pelas suas acusações, queria muito se desculpar, mas foi interrompida pela mesma antes.

— Estamos procurando o príncipe Phillip do Reino do Crepúsculo e Henry do Reino da Lua de Cristal. Você pode nos ajudar de alguma forma? – dirigiu-se completamente a Charlotte, ignorando Ruby que ainda a encarava.

— Bem, não existe nenhuma magia de procura tão poderosa quanto o Coração do Lobo, mas eu posso oferecer a você isso – estendeu uma espada de madeira recém-criada – Ela é feita a partir do tronco de uma Árvore Tulgey, embebida pela poção do crescimento e processada no vale dos cogumelos – Aurora não entendera uma terça parte depois que a bruxa disse “tronco” – Pegue-a.

  Aurora pegou relutante a espada que parecia um brinquedo de criança, porém, após ser tocada pelas mãos da princesa o cabo virou um couro confortável e a lâmina virou prata pura com alguns detalhes em preto – Wow! – arregalou os olhos surpresa.

— E para você eu dou isto – estendeu a Cinderela dois frascos de barro marcados em verde – Sangue de Górgona, um é mortal e o outro medicinal – viu a cara de descrença da garota – Acredite, isso será importante para vocês durante a sua jornada.

  As duas princesas ficaram encarando seus novos objetos “poderosos”, Aurora admirada pela espada nova – que viera de bom agrado já que sua adaga estava cega – e Cinderela pensando se não teria sido mais proveitoso tentar a sorte para pegar o Coração do Lobo antes.

— Podem passar a noite aqui, se quiserem – ofereceu a senhora com um sorriso, já moldando outra coisa na madeira – Amanhã cedo vocês partem para a busca.

— Obrigada – disseram as duas em uníssono, indo se ajeitar em qualquer canto da casa.

ܔܢܜܔܢܜܔܔܢܜܔ♛ܔܢܜܔܢܜܔܔܢܜ

  Em um local distante dali, alguém as observava através do Espelho Mágico. A capa balançando ao vento encarou a entrada da Floresta a sua frente.

— É agora. Mostre-me o caminho – disse e adentrou no mato sendo guiada pela magia do vidro reflexivo.

ܔܢܜܔܢܜܔܔܢܜܔ♛ܔܢܜܔܢܜܔܔܢܜ


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

² Charlotte: irmã dos Grimm, criadores da história de Chapeuzinho Vermelho. Achei bonitinho fazer essa homenagem a eles colocando o nome dela na história :3
³ Dorothea: mãe dos irmãos Grimm, achei mais bonitinho ainda coloca-la na história como uma das personagens. Nada melhor que homenagear quem fez esses clássicos, certo?
.
Então galera, o que acharam? Gostaram?
Reviews? Esse foi o capítulo mais longo até agora, espero que tenham gostado disso :3
.
Kisses :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cem Anos Depois" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.