A Elite - A Seleção Semideusa - Segunda Temporada escrita por Liz Rider


Capítulo 26
Capítulo 26 - America multifunção correndo pela pista de dança


Notas iniciais do capítulo

Desculpitas, gente, pela semana passada.

Não era minha intenção esquecer a postagem, mas acabou acontecendo. Eu estou com um milhão de coisas para fazer, da faculdade, de uns cursos extras, de uns artigos que eu submeti e que foram aceitos num evento da minha área... aí não estou tendo muito tempo (ou inspiração) para escrever. Talvez realmente venha a ser necessário fazer as postagens a cada duas semanas, mas ainda não estou pronta para abrir mão das semanais... vou tentar um pouco mais.
A verdade verdadeira é que sou uma pessoa de fases e minha fase atual está inspirada mais em uma história original que estava engavetada desde 2018, então eu tenho trabalhado mais nela, no meu tempo livre, mas vou trabalhar mais em AES.
Amor,
Liz.



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P.O.V America

A verdade é que, ainda que eu tenha respondido ao seu toque na orelha, eu não queria estragar aquela festa maravilhosa com os ciúmes descabidos de Maxon, então tratei de evita-lo o máximo possível.

Quando eu o vi vindo em minha direção, logo após o fim da valsa, puxei a mão de um guarda e comecei a dançar.

Foi até interessante.

Ainda que meus dons para danças deixassem bastante a desejar, parecia a única escapatória.

Meu parceiro, entretanto, fez a tortura parecer mais interessante. Seu nome era Ethan Garrett e ele era filho de Hefesto. Mesmo assim, eu não me lembro de já ter topado com ele no Acampamento. Ele já tinha mais de 22 anos e estava na faculdade, só está na Mansão porque finalmente tinha tido férias e queria aproveitar a grana extra que poderia ganhar aqui para pagar uma parte de seu empréstimo estudantil... era uma situação complicada.

Apesar de tudo, o soldado Garrett era muito gentil e me fez pensar em quantas pessoas incríveis haviam aqui na Mansão e passavam despercebidas por nós diariamente. A contar por ele, Christian, Anne, Mary e Lucy, eu poderia chutar que muitas.

Acontece que a dança com o Soldado Garrett não durou muito e tive que descobrir novas maneiras de fugir de Maxon todas as vezes que eu o via caminhando até mim pelo salão. Esse definitivamente não era o jeito que eu planejava passar esta noite.

Ainda assim, tentei ficar de olho em Maxon e Asher e, ao mesmo tempo, mamãe, papai e Apolo. Não poderia deixar, sob nenhuma circunstâncias algum destes três se encontrarem. Todas as vezes em que eu percebia que mamãe e Apolo ou papai e Apolo estavam indo na mesma direção, eu corria e interceptava um dos meus pais, falava alguma besteira e só saía de lá quando percebia que Apolo tinha dado no pé.

Isso só tornou a noite mais cansativa ainda, mas eu não ia deixar de jeito nenhum Apolo estragar ainda mais a vida conjugal dos meus pais.

Depois de mais uma vez afastar mamãe de Apolo, eu decido que mereço uma pausa e vou direto para a mesa de chocolates: eles parecem divinos. Ignoro o fato de que Asher ainda não me chamou para dançar, o que pessoalmente me incomoda um pouco, e o fato de que Maxon provavelmente já teria chamado, se eu não estivesse fugindo, e ainda o fato de que Apolo pode causar uma grande confusão essa noite. A única coisa na qual me foco é no esplêndido gosto misturado de avelã, chocolate meio amargo e chocolate branco que toma meu paladar enquanto um pequeno pedaço de chocolate derrete em minha boca. Quem diria que uma mistura dessas daria um gosto tão bom?

Coloco mais dois na boca, pensando o quanto May estaria maravilhada se estivesse aqui. Esse é por você, May.

No entanto, ainda com os chocolates na boca, pressinto alguém atrás de mim.

Viro-me de supetão, meu vestido ondulando ao meu redor, tendo certeza que Maxon finalmente me encontrara e que esse era o meu fim.

Entretanto, quem me observa com olhos intrigados e levemente divertidos é o soldado Woodwork. Como algumas outras pessoas ali, ele escolhera usar apenas seu uniforme. Mesmo assim, ele ainda está bonito, eu tenho que admitir.

— Senhorita America — diz ele, inclinando a cabeça —, posso ter a honra desta dança?

Sua voz é alegre e terna, como se fôssemos velhos amigos. Ainda que seja um pouco estranho, me sinto contaminada por seu entusiasmo e não penso duas vezes antes de pegar em sua mão.

— Com certeza, senhor — respondo. — Devo preveni-lo, porém, de que não sou muito boa.

— Não tem problema. Iremos devagar.

A música é animada, assim como a personalidade dele. Ele fala o tempo todo e é difícil acompanhar seu ritmo.

— Você parece completamente recuperada da nossa trombada do outro dia — brinca Woodwork.

— Foi uma pena você não ter me machucado — replico, também em tom de brincadeira. — Se estivesse de muletas, pelo menos não precisaria dançar.

Ele ri.

— Fico feliz em ver que de fato você é engraçada, como todos dizem. Falam também que você é a favorita do príncipe — diz, como se a opinião do príncipe fosse de conhecimento comum.

— Não estou sabendo disso.

Parte de mim ficava com muito raiva quando as pessoas falavam isso. Outra parte ansiava para que ainda fosse verdade.

Olho por cima do ombro do soldado Woodwork e vejo Maxon e Celeste dançando. Ainda que eu esteja fugindo dele, não consigo evitar sentir um nó no estômago. Asher, por outro lado, está dançando com Marlee, o que parece algo bom. Não vejo sinal de mamãe e papai no salão, ainda que Apolo esteja conversando com quem eu acho que seja Ártemis.

Esse estado vigilante constante ainda vai me fazer ter um piripaque.

— Parece que você se dá bem com quase todo mundo. Alguém me disse até que durante o último ataque você levou suas criadas consigo para o abrigo da família real. É verdade?

Ele parece maravilhado. Para mim, tinha sido completamente normal naquele dia proteger as garotas que eu adoro, mas todo mundo considerava meu ato como ousado ou estranho.

— Eu não podia deixá-las para trás — explico.

Ele balança a cabeça, espantado.

— Você é uma verdadeira dama.

— Obrigada — respondo, corando, ainda que não possa dizer que concordo.

Depois que a música acaba e nos afastamos, sinto-me esbaforida e vou sentar em uma das muitas mesas espalhadas pelo salão. Me sirvo do ponche de laranja e começo a me abanar com um guardanapo enquanto observo as pessoas dançarem na pista. Vejo que Maxon agora está dançando com Elise. Parecem felizes em meio aos rodopios. Apesar de tudo, o nó que sentia quando o vi com Celeste não deu as caras. Talvez meu corpo não pintasse Elise como uma adversária.

Como tudo parece tranquilo, fico na mesa por mais algum tempo, descansando os pés.

O problema acontece logo em seguida, enquanto eu tento afastar minha mãe de Apolo mais uma vez e, ao mesmo tempo, driblar as investidas de Maxon: eu o vejo vindo em minha direção, mas como eu estou tentando evitar que mamãe veja Apolo e vá até ele, não posso fugir.

— Senhorita America. Senhora Singer — ele cumprimenta, com um sorriso cordial, ainda que falso. — Como estão nesta noite? Estão gostando da festa?

— Ah, claro! — mamãe responde, sem nem pestanejar. — Está tudo lindo, a comida, a bebida, a decoração, a música, até os convidados!

Maxon sorri, dessa vez parecendo menos um sorriso educado fingido e mais um sorriso espontâneo.

— Fico feliz que a senhora esteja gostando, senhora Singer!

— Ah, querido, pode me chamar de Magda! — ela responde, como se os dois tivessem a maior intimidade do mundo.

Enquanto a conversa se desenrola, observo, pelo canto de olho, Apolo perto de nós, conversando com um grupo de fantasiados, que, a essa altura do campeonato, não sei mais dizer quem são. Eu o encaro por alguns segundos e, então, como num passe de mágica, seus olhos se encontram aos meus. É rápido, porque ele imediatamente desvia o olhar.

Eu não acredito que eu não sou completamente paranoica e que ele realmente queria falar com minha mãe! Tenho vontade de ir lá dizer umas poucas e boas na cara desse deus do sol safado.

— America? — minha mãe chama.

Fiquei tão absorta com a indignação que me perdi na conversa que está se desenrolando a minha frente.

— Oi — respondo, com zero compostura.

— Querida, você não vai responder? — O tom da minha mãe é doce, como quem faz carinho em um cachorrinho; seus olhos, no entanto, parecem querer me cortar ao meio a qualquer instante.

— Responder ao quê? — pergunto, me sentindo uma lesa.

— Eu perguntei se você me daria a honra desta dança — Maxon responde. Assim como com minha mãe, seu tom é educado e gentil, mas seus olhos faíscam como se dissesse “te peguei, não poderá mais fugir”.

Solto um grunhido agoniado.

Eu definitivamente não posso sair daqui. Se eu sair, com certeza Apolo vai se aproximar.

Penso em todas as possibilidades para fugir de Maxon ou ao menos impedir que Apolo e mamãe se encontrem. No entanto, pela expressão de minha mãe, fugir de Maxon está fora de questão, nem que eu diga que um aneurisma acabou de estourar no meu cérebro ela vai me deixar ir. Do mesmo jeito, não há ninguém perto para impedir a aproximação de Apolo: nem papai, nem Marlee, nem mesmo Asher... Estou perdida.

— America? — Maxon pressiona, a irritação finalmente começando a transparecer em seu tom de voz.

Meu primeiro instinto é responder com um “ahn”, mas sei que isso faria mamãe ter uma síncope.

Pensando bem... uma síncope poderia muito bem evitar que Apolo se aproximasse.

— Vá logo, America — mamãe manda, também soando mais irritada, enquanto me empurra (não tão gentilmente) na direção de Maxon. Ela dá o seu melhor sorriso. — Divirtam-se!

Por um segundo, enquanto sou arrastada para a pista de dança por esse rapaz lindo e adorável a quem venho evitando a noite toda, tenho a impressão de ver os olhos de mamãe relampejarem para Apolo.

É rápido, mas é inegável.

E eu não poderia mais detê-los.


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