A Elite - A Seleção Semideusa - Segunda Temporada escrita por Liz Rider


Capítulo 25
Capítulo 25 - O monstro de olhos verdes solto na pista de dança


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoinhas.

Vocês não têm comentado ultimamente, o que pessoalmente me deixa um pouco tristinha, mas eu não estou aqui para cobrar. Não sei se comentei aqui ou se foi respondendo a alguém, mas a história está se distanciando da original, então não se assustem se coisas bastante diferentes da história da Kiera acontecerem... estou adaptando a história para um outro universo, afinal.

Além disso, eu estou começando a tentar aprofundar a história da Família Singer. Isso não estava previsto na história que começou a ser escrita em 2016/7, então talvez (apenas talvez), vocês possam encontrar alguns errinhos, mas acho que é muito necessário tratar melhor a história da família da America para que eu possa tratar de maneira apropriada a própria America e possibilitar que vocês compreendam as escolhas dela aqui para a frente.

Aproveitem a leitura.

Com amor, Liz.



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P.O.V America

 

Enquanto eu balanço o corpo – com cuidado para não acertar ninguém –, com Elise e Marlee nos meus flancos, percebo que Christian não está aqui. O mais discretamente possível, varro cuidadosamente o salão com os olhos, enquanto danço e dou pequenos giros.

Ele se foi.

Esperava que as coisas não tivessem proporções tão drásticas, mas isso era algo que estava além do meu alcance. Fui tola ao achar que, depois de tudo pelo que ele passou, nós poderíamos voltar a ser só amigos.

— Tá tudo bem, America? — Marlee pergunta, remexendo junto com a música, suas asas de anjo indo para lá e para cá.

Dou um sorriso que espero que a tranquilize.

— Só com saudades da minha irmão. — Não é exatamente uma mentira, mas com certeza não é a verdade.

Enquanto danço, vejo mamãe conversando animadamente com uma mulher alta e elegante com um vestido lindo e armado, um vestido de época. Pela peruca branca e volumosa, só posso supor que essa seja uma fantasia de Maria Antonieta. Não consigo pensar em muitas pessoas que gostariam de se vestir de uma rainha francesa antiga decapitada, mas tudo o que eu posso torcer é que essa não seja uma deusa.

Para ser sincera, poderia ser bem pior: ela poderia estar conversando com Apolo.

Papai, por outro lado, estava perto da mesa de bebidas, conversando com quem eu acho que seja o pai de Elise. Eles parecem estar tendo uma conversa interessante, apesar de eu não poder adivinhar o que eles dois têm em comum.

Vejo também Percy e Annabeth, dançando juntos em uma parte mais afastada da pista de dança. Eles vestem roupas antigas, como aquelas dos anos vinte, e estão segurando armas de fogo de mentira. Acredito que estejam vestidos de Bonnie e Clyde... é fofo que eles tenham vindo com uma fantasia combinando.

Alguns guardas se aproximaram de nós e algumas desconhecidas também. Estamos todos dançando na pista de dança como se isso fosse uma balada – não que eu já tenha estado em uma para saber como funciona. Está sendo mais divertido do que eu pensei, na verdade, e quase – quase – consigo esquecer do que aconteceu com Christian. Dançamos num círculo meio até que a música para de repente e o DJ começa a falar:

— Senhoritas da Seleção, cavalheiros da guarda, amigos e parentes, deuses do Olimpo; por favor, deem as boas-vindas ao seu rei, Zeus! — A maneira que ele anuncia, Zeus parece ser uma estrela do rock. — Sua rainha, Hera! — Finalmente ela dera as caras, mas, pela expressão dela, Hera preferia continuar sumida. — Aos príncipes dessa Seleção, Maxon Schreave e Asher Kirk! E também às suas mães, Circe e Tiquê!

Foi uma apresentação longa demais para qualquer um aproveitar, inclusive os anunciados. Asher e Maxon sorriem, ao lado de suas respectivas mães, cada um de um lado do casal real do Olimpo.

Eu não via a hora de conversar com eles.

Nas caixas de sons explode uma música esquisita, e todos reverenciamos e inclinamos a cabeça para a passagem da pequena e estranha comitiva. Aparentemente, Zeus está vestido de rei, o que foi uma escolha sem muita criatividade. Hera, por outro lado, está usando um vestido branco e rasgado e... ela está vestida de noiva cadáver? Quem diria que Hera teria um senso de humor tão apurado?

Tenho que segurar a risada quando ela passa por mim. Ironizando ou não a própria situação, ela ainda era uma deusa toda poderosa do Olimpo e extremamente temperamental.

O vestido de Tiquê é deum azul tão escuro que parecia preto, e ainda está enfeitado com pontinhos brilhantes de alto a baixo. Parece o céu de noite. Ela parece nobre e magnífica.

Já Circe, veste um vestido vermelho que parecia irradiar o calor do sol. Ou do inferno cristão... ela está linda, para ser sincera, mas também extremamente assustadora, com suas feições severas, o que provavelmente era sua intenção.

Maxon, beirando o ridículo, está de pirata. Sua calça está cheia de rasgões, e ele usa uma camisa folgada com um colete por cima e uma bandana na cabeça. Para impressionar mais ainda, ele tinha ficado um ou dois dias sem se barbear, de modo que uma sombra de pelos castanhos em forma de sorriso cobria a metade de baixo de seu rosto.

E Asher, está, surpreendentemente, de tripulante da Enterprise. Mais precisamente, de James Tiberius Kirk, o homem no qual ele inspirou o sobrenome. Ele está vestido om a típica camiseta de manga comprida amarela, gola preta e o broche comunicador prateado que se tornou símbolo da franquia e uma calça preta básica. Ele até mesmo tinha arrumado o cabelo de uma forma que ficasse parecido com o do Kirk da série original... era um cosplay de alto nível, apesar de Silvia ter nos dito que não poderíamos usar cosplays...

O DJ nos pede para que abramos espaço na pista para que Zeus e Hera possam ter sua primeira dança. É esquisito, acima de tudo, mas talvez tenha sido uma condição de Hera para estar aqui, uma maneira de ela tentar debilmente lembrar a todos que ela ainda é a esposa de Zeus, apesar de tudo.

Maxon se afasta e permanece ao lado de Kriss e Natalie, sussurrando coisas para ambas, que riam. Também posso notar que que ele parece estar inspecionando o salão com os olhos, exatamente como eu fizera minutos antes. Não sei o que procura, nem tampouco se é por mim, mas não quero ser pega olhando para ele.

Ajeito a saia do vestido e volto os olhos para a dança. Asher se aproxima de nós.

 — Olá, meninas. Como estamos na noite de hoje? Gostando da festa? — Ele parece estar nem aí para a dança que está acontecendo às suas costas.

— Está tudo muito lindo — Elise comenta.

— E a comida está ótima — eu acrescento minha inútil contribuição.

— E você, Marlee, preparada para amanhã? — pergunta Asher, com uma expressão indecifrável.

A expressão de Marlee, sob a luz ofuscante da pista de dança, parece oscilar entre tristeza e felicidade.

— Apesar de tudo, acredito que sim. — Ela toca o braço de Asher. — Vai ser melhor para todos assim.

Ela parece misteriosa e sábia, até mesmo mais velha, o que é um pouco estranho. Não faço ideia do que eles estão falando, mas não gosto mesmo assim.

Eles passam a se encarar, como se conversassem por telepatia, como se agora eles tivessem uma profunda e antiga ligação.

— Gostei da fantasia! — comento, para Asher, para que eles parem de se encarar desse jeito estranho.

Asher tira os olhos de Marlee, como se saísse de um transe e sorri para mim, antes de olhar para sua própria fantasia como se dissesse “sério? Você notou? Essa coisa velha? Tava no fundo do guarda roupa só esperando uma festa de gala!”.

— Você gostou, America? Imaginei que fosse pegar a referência.

Sorrio. Sua roupa me lembra do meu primeiro Halloween pedindo doce, quando eu tinha cinco anos e estava com medo, então papai alugou uma fantasia de tripulante da Enterprise para me encorajar e acompanhou a mim, Kenna e Kota (apesar dos protestos de ambos) enquanto nós pedíamos doces. É uma lembrança maravilhosa e doce.

Obviamente, não comento com eles nada disso.

— É ótima. Se eu não te conhecesse, diria que você foi escolhido para fazer o papel do Kirk em um novo reboot.

Ele dá uma risadinha.

— Acho que isso é um elogio.

— É — concordo. — Está muito bom mesmo — eu continuo, me aproximando dele, para tocar o tecido.

Toco em sua camisa. O tecido não é exatamente como eu imaginava. É menos poroso e também mais macio, o que talvez tenha sido uma boa escolha, levando em conta o clima do salão. Passo a mão pela extensão do seu braço, vendo como o tecido funciona. É engraçado; desde quando Kenna decidiu abrir seu próprio ateliê de costura e me levou para ajudá-la a escolher os tecidos, eu sempre presto atenção neles para recomendá-la quando a visse. Minha estadia na Mansão já tinha me rendido três páginas de recomendações baseadas nas minhas roupas e nos relatos de Anne, Mary e Lucy.

Toco no broche prata em seu peito. Eu poderia afirmar que se eu quisesse, ele poderia servir de comunicador... talvez essa fosse a magia de ser um deus – ou apenas de ser rico –, suas coisas sempre são impecáveis.

Sinto uma sensação estranha subindo pela nuca e olho para o outro lado da pista de dança. Maxon está nós encarando com uma expressão quase raivosa, como se estivéssemos fazendo algo indecente.

Olho para nós. Apesar de eu estar relativamente próxima de Asher, eu só toquei em seu braço e no broche, nada que fosse alarmante ao ponto de ele ficar com raiva ou ciúmes. Sua reação soa irracional.

Viro-me novamente para Maxon, para mostrar que, do mesmo jeito que ele pode ficar com raiva de eu me aproximar de Asher, eu também posso ficar com raiva de seus ciúmes descabidos.

Maxon na orelha, sua expressão inalterada.

Eu toco na minha também, mantendo meu desgosto visível.

Tudo o que eu não precisava era de uma DR na festa de Halloween.


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Notas finais do capítulo

Um aviso: eu estou tendo certa dificuldade em manter uma quantidade razoável de capítulos escritos em comparação aos postados. Isso se deve a diversos fatores: aulas, cursos, bloqueio, ansiedade, etc etc etc. Talvez, só talvez, eu tenha que reorganizar a frequência de postagens para uma a cada duas semanas, mas vou tentar evitar isso ao máximo. Fiquem bem.



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