Servos e Humanos escrita por Ed Henrique


Capítulo 29
Não é o fim


Notas iniciais do capítulo

Prontos para o penúltimo capítulo da fanfic? Esse vai ter muito drama, porque tipo, eu queria drama...
E morte.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/666892/chapter/29

 Com Hades os tirando do Submundo, praticamente expulsando-os, o grupo se viu acima de um morro. De onde estavam, a vista era perfeita, possibilitando que vissem todo o local. Conseguiram ouvir vozes adultas dando ordens e instruções, assim como vozes mais jovens, rindo ou se divertindo.

 Um pássaro grande passou na frente deles e, surpreendentemente, para as garotas, um garoto estava em cima dele. Não demorou para que outros dois fossem atrás, rindo e gritando para que ele esperasse.

 Se estavam em Wonderland, o País das Maravilhas, não sabiam, mas aquele lugar parecia ser mágico. Talvez não houvessem saído do Submundo para o mundo deles, e sim para um sonho.

 Os Servos, cujas roupas foram trocadas, respiraram fundo o ar de casa, sentindo-se nostálgicos. Faria duas semanas que ficaram fora, e tanto tempo assim longe de casa, dos deuses deles, era insuportável.

— Isso é real? – perguntou Hinata, incrédula. Também sentia certa nostalgia a qual não sabia explicar, o que a fazia ter quase cem por cento de certeza sobre qual era aquele lugar.

— Bom, meninas, deixe-me lhes apresentar a nossa casa. – disse Naruto, empolgado. Sentir aquele sol era muito diferente de sentir o do Egito, e muito melhor. – Bem-vindas a Área dos Servos.

— Então é aqui que moram? – Sakura perguntou, observando as pessoas lá embaixo. – É lindo.

— Eu me sinto mais leve aqui. – Hinata deu um pequeno pulo, descobrindo que sua frase sobre estar mais leve era realmente verdade, visto que seu pulo acabara saindo alto o suficiente para ficar na altura da construção atrás deles. Assustando-se e se balançando, começou a cair, sendo segurada pelo namorado. – Obrigada.

— De nada. Mas tome mais cuidado.

— Também quero tentar. – Sakura pulou, mas Sasuke a segurou quando esta passou os joelhos na altura de sua cabeça.

— Não estamos em um parque de diversão, e vocês nem deveriam estar aqui, então menos. – pediu.

— Estraga prazeres. – voltando ao chão, fez bico, cruzando os braços.

— Devemos reportar aos deuses? – perguntou Sai.

— Tenho certeza que estão cientes de nossa volta, por isso falamos com eles depois. Precisamos levar o Lee para sua área. – disse Shikamaru. – Pode me ajudar?

— Claro. – Sai passou o outro braço de Lee pelo ombro, ajeitando-o.

— Tomem conta da namorada de vocês. Não sabemos o que pode acontecer se os outros Servos virem alguém sem marca aqui. – dito, junto do amigo moreno, tomou impulso, pulando morro abaixo, seguindo para a área dos Servos de Hermes.

Servos e humanos

 Deixando Lee em sua área, os Servos voltaram juntos para o Japão após falarem com seus deuses. Com ajuda deles, Sakura não foi vista, então os outros Servos não a reconheceram ali. Boatos sobre ela haviam se espalhado entre os Servos após a luta contra o classe S, mas contanto que não a vissem, não seria necessário explicações por parte dela ou dos deuses.

 Saindo do elevador, os agora seis, visto que Sai também preferira ficar, pois estava exausto mentalmente e isso o impedia de usar seu Talento, sem contar que estavam com duas semanas de férias, então as aproveitaria, como os amigos, que preferiram ir ver os amigos e descansar apenas uma semana em casa, usando a outra com os amigos.

 Explicações com a escola e afins ficariam para depois, visto que Sakura era independente, pois vivera em um orfanato até precisar sair – afinal seus pais eram deuses –, e Hinata, que, como as memórias falsas diziam, vivia sozinha mesmo.

— Olha, achei que haviam sido devorados por um monstro. – a voz os fez olhar para Suigetsu, que os encaravam da parede. O garoto observou que estavam todos em casal, então abriu um sorriso de canto. – Não me digam que perdi um swing na Área dos Servos. – disse brincalhão.

— Ainda falando merda. – falou Sasuke, respondendo-o.

— Ué, vocês são seis, três garotos e garotas, faça as contas.

— Mais respeito, valeu? Tá precisando de uma namorada também? – perguntou Naruto, arqueando a sobrancelha.

— Não, estou melhor sozinho. – desencostou da parede, seguindo seu caminho. – É bom saber que estão vivos. – disse sem parar.

— É bom estar. – respondeu Temari, olhando para o Servo de Atena a seu lado, que desviou o rosto, levemente corado dado a aproximação.

Passado

 Assim que percebera que seu fim estava próximo pelas palavras de seu inimigo, sentiu o coração lhe pregar uma peça, como se já não fosse ruim o bastante a situação que estava. A única coisa que ele fazia era bater, bater e bater mais rápido ainda quando pensava que seria afastado dela.

 Sem pensar, dizendo que nada importava mais mesmo, aproveitou que seus amigos não viam a cena para beijar a loira a seu lado. De início ela parecera surpresa, não tanto quanto ele, mas logo depois correspondeu. O beijo fora calmo, como uma despedida, e pararam assim que o deus inimigo continuou.

Presente

 Sua situação continuava complicada. Qualquer um que os olhasse de longe diria que são namorados, mas a falta de assumir o relacionamento, assim como se declararem, afetava as coisas. Até mesmo Neji e Tenten eram considerados namorados, e olha que ele nunca a pediu formalmente. Talvez por medo, afinal ele iria embora um dia, não ficaria ali para sempre, assim como viveria mais do que ela. Para os Servos, a vida passava mais lentamente, tornando a idade deles o dobro do que realmente deveria ser. Com dezesseis anos, Naruto e Sasuke possuiriam trinta e dois no mundo dos humanos, diferentemente da Área dos Servos, e Neji seria um ano mais velho, com trinta e três.

 Saindo da casa dos Servos, foram juntos para a fraternidade da qual ficaram tanto tempo separados, aproveitando para apreciar a vista no caminho. Havia sido uma missão difícil, mas todos voltaram com vida, pelo menos. A visão de Naruto não se concretizara e Hinata não morrera, assim como os outros.

 Batendo na porta, ouviram a voz familiar do grisalho da casa, nunca sentindo tanto falta da cara feia dele quanto agora. Quando a porta foi aberta, o garoto pareceu surpreso por revê-los, e não era para menos. Os seis sumiram por duas semanas, alegando uma coisa diferente cada. Por isso, para confirmar, esfregou os olhos, vendo-os ainda ali. Fechou a porta e a abriu, mas continuavam no mesmo lugar.

— Vai fechar na nossa cara de novo? – perguntou Sasuke.

— Esse tom irritado e indiferente, são mesmo vocês? – Hidan perguntou.

— Não, não, você tem que parar de usar drogas. – respondeu, sarcástico e o outro revirou os olhos. Eram eles.

— Entrem logo. – deixando a porta aberta, deu as costas para eles. – Ei, o sexteto fantástico voltou. – anunciou para a casa ouvir.

— Quem está chamando de sexteto fantástico? – perguntou Sakura, passando o braço pelo pescoço do amigo, começando a enforcá-lo.

— Pode parar de enforcar meu namorado? – Matsuri se levantou do sofá, indo ajudá-lo.

— Sumimos por duas semanas e a casa vira do avesso? – a rosada o soltou, e o mesmo deu língua para ela.

— Estavam fazendo o que, por acaso? Um swing?— perguntou maldosa, olhando-os.

— Outra. – Naruto falou, levantando os braços em rendição.

— Somos jovens cultos, ok? Não fazemos esse tipo de coisa. – disse Hinata.

— Não fazem o quê? – a pergunta veio de Tenten, que vinha da cozinha com um avental preso na cintura.

— “Poltarias”. – respondeu Temari e Shikamaru bocejou, imaginando onde aquilo daria.

— Não sabe o que estão perdendo. – a voz de Neji saiu do banheiro, e o mesmo veio logo em seguida, indo falar com eles. – Como foi? – pergunto assim que abraçou a prima.

— Difícil, mas conseguimos.

— Liga não, primeira vez é assim mesmo. – implicou Matsuri.

— Como sabe, danadinha? Já experimentou? – a pergunta de Sakura a fez corar e ela acabou por não responder.

— INO, O PESSOAL VOLTOU! – o grito de Neji soara tão alto que os outros levaram a mão até o ouvido.

— Grita mais baixo. – pediu Shikamaru.

— Acho que é difícil, mas tento na próxima. – respondeu Neji, olhando-o bocejar. – Já está cansado?

— Vou dormir por uma semana. – respondeu.

— Pessoal. – a voz de Ino chamou a atenção deles para as escadas, vendo a garota descer a mesma.

— O que fazia lá em cima com todos aqui embaixo? – perguntou Hinata, sendo abraçada logo depois de Sakura.

— Quase todos. – disse Matsuri e os garotos se lembraram que faltava alguém ali, vendo o mesmo descer os lances de escada.

 Assim que seus pés tocaram o térreo, Sasuke andou a passos largos na direção dele e, achando que seria abraçado ou ganharia um aperto de mão, levantou a mesma para cumprimentar o moreno, recebendo um soco que o jogou no chão.

 Chocados, os que ficaram na casa olharam assustados para Sasuke, imaginando o que dera nele. Ino correu até o namorado, indo ver se ele estava bem.

— Ei, Gaara. Gaara. – chamou.

— Está maluco, cara? – Neji virou Sasuke, segurando-o pelo colarinho.

— Ele nos atacou enquanto estávamos no Egito. – explicou, não se importando em revelar detalhes de onde estava e o que fazia.

— O Gaara ficou com a Ino todo esse tempo. – contou Tenten.

— Até demais. – acrescentou Hidan.

— Então conseguiram fugir do outro lado. – disse Gaara, pondo-se de pé, deixando os outros confusos. – Eu não esperava – continuou e sua voz mudou para falar o resto, assumindo um tom mais fino, a voz de uma mulher – que conseguissem fugir do meu marido. – a voz espantou a preguiça de Shikamaru e assustou os humanos, não muito diferente dos outros Servos. – Devo admitir que são mais resistentes do que pensei.

— Essa voz... Ísis. – disse Shikamaru, podendo ver, assim como apenas os outros Servos, a imagem da deusa sorrir para eles. – Acabou, Ísis. Os deuses entraram em trégua.

— Não até eu entregar o coração de vocês a Amnut.

Barreira. – Temari invocou e, em uma rápida ação, Naruto, Sasuke e Neji retiraram os humanos dali, levando-os até a cozinha. Sakura pulou na direção do ruivo, que desviou pulando para o topo da escada, deixando Ino confusa ali embaixo. Sentindo um ataque de vento a suas costas, tomou impulso no chão e pulou para fora da construção, não demorando para os outros seguirem-no.

— Venha. Venha para meu lado, baladay alhabib. – chamou Gaara, ou melhor, a personalidade que o regia: Abakar.

— O que ele disse? – perguntou Hinata, confusa.

— “Minha amada” em árabe. – explicou Shikamaru.

— Saíam de perto desses Servos imundos e junte-se a mim. – estendeu a mão, convidando-a.

— A única coisa que levará será isso. – Sasuke liberou eletricidade da marca, tentando acertá-lo, sendo parado por um muro de terra.

— Alttaeasa' (desgraçados). Como ousam ficar entre mim e baladay alhabib? – perguntou, irritado. Só perceberam o quão irritado ele estava quando viram o ar atrás dele oscilar, como se algo estivesse se materializando.

— Agora faz sentido. – comentou Shikamaru, chamando a atenção para si. – Se ele é Discípulo de Ísis, consciente ou inconscientemente, isso explica o amor dele por você, Ino.

— Eu? – confusa, perguntou. Viram o ruivo levar o dedão a testa, como se estivesse apontando, e colocou o mesmo na tatuagem de amor.

— As histórias dizem que Ísis possuía um amor tão grande pelo marido que, quando este foi morto pelo irmão e esquartejado, ela chorou e formou o Nilo, mas também caçou pedaço por pedaço e usou sua magia para uni-lo novamente. – explicou. – Ela é a deusa que mais ama no Egito. Como Afrodite é a deusa do amor, ela seria algo parecido. – uma tabaca de areia se formou nas costas do ruivo e sentiram o chão tremer. A barreira que os envolvia pareceu ser pressionada pelo poder dele, sinal de que não conseguiriam aguentar.

 Naruto esfregou uma mão na outra, esperando que desse certo, e as levantou, liberando seu poder e fortalecendo a barreira com êxito.

— Não posso me mexer. – avisou.

 A cabeça de Ino estava a mil. Se Gaara era realmente um Discípulo, se ele realmente tinha um senso de amor tão grande, isso explicava o fato de ser perdidamente apaixonado por ela e resistir a seu poder há um tempo.

— O que faremos? – os Servos pularam ao ver o chão rachar, pousando em cima de uma casa.

— Qaribaan sanakun maeaan, wayuhibb ealayna (Logo ficaremos juntos, amada).

 A areia das costas de Abakar foi na direção deles por baixo e novamente pularam, fugindo com sucesso, ou o que acharam. Por cima, a areia formava uma nuvem, da qual a areia os atingiu como se fosse uma chuva violenta, não acertando Ino.

 Preocupada, a loira olhou para eles, sendo pega pela areia, a qual a envolveu. Com tudo ao redor ainda sendo destruído, Naruto mantinha-se parado, sofrendo mais que os outros. A areia o envolveu a perna, ameaçando subir, mas ele a queimou usando seu poder.

 Recuperando-se do golpe que receberam, os Servos se reergueram,

— Gaara. – Ino o chamou e olhou para ela. Ser chamado de “Gaara”, em seus ouvidos, era o mesmo que “Abakar”. – O que está fazendo? Por que está nos atacando?

— Não estou atacando você, habib (querida). – pousou-a no chão e, percebendo o movimento dos outros, usou a areia como um jato para acertar Temari e Shikamaru, lançando-os longe. Sasuke tentou usar seu Chidore, a técnica que aprendeu com Zeus, contudo, seu braço foi envolvido com a areia, atrapalhando-o, se transformando em uma mão estranha. – Espere, habib, e logo os matarei. – a areia começou a envolvê-lo e estava pronto para usar todo poder oferecido a si por Ísis, quando foi impedido.

— Nãaaaao! – gritou.

— Agora sei como esse humano conseguiu resistir ao poder de um deus grego, porque ele tinha habilidades dos egípcios. – concluiu o Cúpido, se lembrando de que deveria exigir que a aposta fosse cancelada e ele recebesse um pouco do vinho de Dionísio.

 Abakar sentiu algo pulsar, como se a flecha estivesse viva, e só então sua consciência pareceu voltar, tornando-o Gaara novamente.

— Achou mesmo que não me vingaria por ter roubado minha esposa? – perguntou e o desespero de Gaara só não aumentou pois julgou não ser possível mais. – Achou mesmo que os deuses eram tão bonzinhos? – puxou a flecha, retirando o coração dele junto, o qual continuava pulsando. O corpo de Gaara foi ao chão e, desesperada, Ino correu até ele, abraçando-o.

— Devolva! Devolva o meu namorado! – gritou, mas o Cúpido não estava mais ali, e não fazia questão de ouvi-la também.

 Os amigos olharam a cena, ainda chocados com a série de acontecimentos, vendo a amiga abraçada ao corpo do falecido namorado assassinado pelo ex dela. Não que houvessem pensado que isso poderia resultar em uma consequência drástica como essa, mas era o pior cenário possível para a garota.

 E o pior: ela nem ao menos pudera se despedir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É, gente, é isso aí. Gaara, ou Abakar, se foi.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Servos e Humanos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.