Servos e Humanos escrita por Ed Henrique


Capítulo 2
Humanos


Notas iniciais do capítulo

Ohayou, meus nekos. Fico feliz aqueles que estejam aqui em mais um capítulo :). Bom, para ser franco, os capítulos estão ficando grandinhos, mas caso eles atinjam 4000 palavras ou mais, eu os divido.



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Hera (Kurenai):Mulher de Zeus e rainha do Olimpo, Hera é a deusa do matrimônio, do parto e da família. Extremamente ciumenta, é vingativa com as amantes do marido e com os filhos de Zeus que elas geram. Íris, a deusa do arco-íris, era a servente e mensageira de Hera, e o pavão, a sua ave favorita. Para os gregos, Hera e Zeus simbolizam a união homem-mulher. deusa protetora das mulheres, do casamento e dos nascimentos.



Homo sapiens, humanos. Seres humanos viviam na Terra por milhões de anos, evoluídos do macaco, como alguns acreditavam, ou criados do barro da terra, como outros acreditavam.

Nenhum humano era igual ao outro, não só fisicamente, mas em personalidade. Haviam os gananciosos, os trapaceiros, enganadores, os assassinos, mas também haviam os que faziam coisas boas, como os Japoneses diziam, todo o mal tem um pouco de bem, e todo o bem tem um pouco de mal, o Yin Yang. Existiam humanos gentis, companheiros, honestos, trabalhadores, entre outras características, mas para aqueles que os observavam do alto, estes eram minoria, porém, por esta minoria a ração humana ainda existisse.

Poderiam facilmente serem considerados os seres mais complexos que existiam. Mas ela, de todos os humanos, talvez fosse a que mais se assemelhasse a palavra perfeição. Sua estatura não era muito alta, pele branca, cabelos longos na cor azul-escuro, olhos cinza e quinze anos de idade, a poucas semanas, – um mês, mas para uma adolescente isso eram apenas poucas semanas – de completar dezesseis.

Vivia em uma daquelas fraternidades, onde jovens que não tinham condições de bancar um lugar para viver sozinhos iam para dividir despesas, entretanto, seu caso era outro. Não possuía pai, mãe, ou qualquer família, apenas os animais, então morava ali porque era mais fácil para si, sem contar que pertencia a sua escola, que financiava para alunos do exterior ou sem condições. Parecia um pouco absurdo, não? Alguém que só tenha os animais. Mas essa era Hinata Hyuuga, uma adolescente de quinze anos que trabalha em uma clínica veterinária, só uma humana comum.

Gostava mais de animais do que de pessoas, o que provava o fato de nunca ter namorado, mesmo tendo bastante amigos e pretendentes. Para si, animais eram seres lindos e livres dos defeitos da maioria dos seres humanos, então cuidava dos animais da clínica, assim como ia todos as tardes, após o trabalho, na floresta, cuidar de alguns animaizinhos.

Assim como todas as manhãs, levantou-se da cama e foi até o banheiro do corredor, indo tomar seu banho. Era sempre a primeira, e sempre saía a tempo de alguém entrar: atenciosa, um anjo de pessoa, o que se chegava a desconfiar. Ninguém era tão bom e gentil.

Como de costume, pedalava para ir à escola. Vestia a saia azul, camisa branca e sapatinha do uniforme, sem esquecer das luvas brancas que lhe cobriam a mão. Mesmo sendo Primavera.

Humanos –

Adentrou na sala e sentou em seu lugar. Os alunos ainda entravam, outros já estavam sentados, alguns em pé conversando, mas como não tinha nenhum amigo com quem pudesse puxar uma conversa naquele momento, apenas começou a ler seu livro sobre veterinária. Do jeito que estudava e cuidava dos animais, não havia dúvidas de que se tornaria uma ótima veterinária, afinal até conversar com os animais conversava, não que eles a respondessem.

Sua amiga entrou na sala acompanhada, e como o professor estava logo atrás, apenas lhe deu bom dia e esperou o professor.

– Sentem-se todos. – o professor pediu, adentrando a sala. A garota fechou o livro, guardando-o em sua bolsa. – Hoje teremos dois alunos novos. – disse. Sua pele era branca, cabelo prateado e olhos pretos. Seu olho esquerdo possuía um corte, e sua boca era tampada por uma máscara. – Ambos são estrangeiros e estão aqui para estudar, então sejam gentis com ele. Podem entrar.

A garota observou os dois garotos adentrarem a sala. Um moreno e outro loiro, ambos com o uniforme. Eram bonitos, tinha que admitir, não ligava para namoro, mas isso não significava que não pudesse observá-los, observá-los, e observá-los até que um deles, o moreno, a olhasse e piscasse para si, fazendo ela corar.

* * * *

Após entrar na sala, passou os olhos pelo local, observando todos os alunos dali. Pareciam todos... normais. Digo, aparentemente não eram diferentes dos Servos, mas claro que possuíam seus defeitos, ou que era diferente com os Servos.

Eram todos diferentes, claro, mas os olhavam tão curiosos que pareciam um monstro de classe S do tipo devorador de humanos. Eram diferentes dos normais, pois classe A para baixo apenas matava, estes sugavam a vida dos seres humanos e se fortaleciam.

Seus olhos passaram por toda sala, viu Sasuke piscar para uma menina, o que o fez revirar os olhos, já ia começar o Servo de Zeus usando seu Talento.

Suas pernas travaram, começou a soar frio, a sentir um frio na barriga e sabia que não era por ansiedade, e sim porque o deus Hefestos era um dos presentes que o olhavam. Estava atrás de uma menina de cabelos rosas, mas a estranheza do cabelo dela, na verdade, tirando o cabelo, ela era bem bonita, não importava no momento.

O foco do momento, era o fato de um deus está ali.

– deu...

– Barreira. – antes que pudesse terminar de se abaixar, Sasuke invocou, para a surpresa de Naruto.

– Por que levantou a barreira, teme? – perguntou.

– Porque você ia nos expor, dobe. Aquele não é o deus Hefesto, é o corpo humano dele. – disse.

– Eu entrei em pânico. Havia me esquecido que os deuses possuíam um corpo humano. – foi até o garoto que aparentava ser o deus. Passou a mão na frente do rosto dele, confirmando que não se mexia. Todos os deuses possuíam corpos humanos os quais usavam para ir à Terra, pois caso um humano visse um deus em sua forma, morriam. Era assim que todos os deuses se relacionavam com humanos. – Isso explica o porquê do deus aparentar ser tão jovem, porque o corpo dele era. Mas o que ele faz tão longe da Grécia?

– Sei lá. Volta logo para cá e fingi que ia amarrar o tênis. – falou. – E relaxa. Não é só porque é seu primeiro dia de aula que tem que ficar tão nervoso assim.

– Hum. Falou o garoto que ficou acordado ontem a noite toda imaginando como seria o primeiro dia em uma escola humana. – disse, parando ao lado dele.

– Antes deu retirar a barreira, gostou de alguém? – perguntou o moreno.

– A garota dos cabelos rosas. – apontou para ela. Sua pele era branca, cabelos rosa, olhos verdes, estava sentada, então não era possível dizer se era alta ou baixa, talvez média. Tinha dezesseis anos, pelo visto. – Sei lá, é diferente.

– Seu gosto decaiu? – perguntou.

– Não. Mas ela é, diferente. É difícil de explicar, mas ela é bonita. – falou.

– Eu prefiro a peituda ali. – apontou para a garota. Sua pele era branca, cabelos longos azuis-escuros e olhos cinza.

– O seu não mudou nada. – riu. – Desfaça a barreira antes que os deuses decidam nos punir. – entrou em posição e, quando percebeu que ela se desfez, terminou de abaixar e fingiu mexer no tênis.

– Podem se apresentar, garotos? – o professor perguntou como se nada tivesse acontecido, e de fato não aconteceu.

– Meu nome é Sasuke Uchiha, mas acho que os Japoneses diriam Uchiha Sasuke. – curvou-se, como passara a noite treinando. Servos, em geral, não possuíam sobrenome, exceto aqueles que eram nascidos de uma família de Servos, o que era um pouco raro. Esse era o caso de Sasuke. Não usava o sobrenome, mas assim como o irmão mais velho, ambos vinham de uma grande família de Servos, mesmo que de outro deus.

– Uzumaki Naruto. – fez o mesmo gesto de Sasuke. O loiro era o único, além dos Akatsuki que sabia sobre as origens do moreno, assim como Sasuke sabia que Naruto não possuía um sobrenome. Este fora lhe dado por Apolo especialmente para que ele vivesse na Terra.

– Podem se sentar ao lado da srta. Haruno – apontou para a garota de cabelos rosa – e da srta. Hyuuga. – apontou para a menina em sua frente. – Os lugares são fixos, então gravem onde é o de vocês. – trocando um olhar cúmplice, Naruto iria para o lado da garota que chamara sua atenção, e Sasuke para a da sua, mas foram impedidos. – Sr. Uchiha sente-se do lado da Srta. Haruno, e Sr. Uzumaki ao lado da Srta. Hyuuga. – o loiro tentou constatar, mas Sasuke o impediu. Seria bem melhor não arrumar problemas. – Srtas., poderiam amostar a escola para seus colegas?

– Hai. – disseram em uni som. Os tradutores estavam funcionando, então para os garotos foi um simples: “sim”.

O professor teve inicio e, ignorando o fato dele ser parecido com Zeus, pois sabiam que este possuía algumas diferenças, sem contar que, mesmo no corpo humano passava um ar de onipotência, prestaram atenção na aula.

Enquanto ouvia o professor falar algumas coisas sobre a matéria do ano, mitologia, viu uma mão se aproximar de sua colega de mesa, Sakura, se estava certo, e por reflexo, segurou a mão do garoto, jogando-o por cima de seu ombro, fazendo lhe cair sobre a mesa de madeira onde o moreno estava.

– Ai, meu Deus. – falou Hinata, assustada, assim como toda a turma. Como estava na fileira da frente, assustara-se ao ver o corpo cair ao seu lado.

– O que você fez? – perguntou a garota ao seu lado.

– Ele estava chegando a mão dele sorrateiramente por trás de você. – disse.

– Ele é meu namorado, idiota! – falou, indo ver o garoto. – Você está bem, Sasori?

– Tô, Sakura. Eu não... – tentou se levantar, mas a dor o impediu de inicio – quebro fácil.

– Sr. Uchiha, perdoarei porque, pelo que soube, vocês vieram de um lar perigoso, então vou considerar isso um instinto defensivo, mas que isso não se repita!

– Sim, senhor. – falou. Naruto olhou para Sasuke e, se seu olhar falasse, diria: e eu quem estou nervoso?



Depois de mais um tempo de aula, o recreio chegara, e como a ordem do professor fora para que Sakura mostrasse a escola para Sasuke, contra a vontade, a garota o levou pela escola para amostrar a mesma para ele.

Não conversavam, nem um pouco. A rosada estava irritada com ele pelo que fez ao seu namorado, e estava ali obrigada, só por isso.

– Sakura, fiquei sabendo dos alunos novos supergatos. – gritou a garota, chegando perto deles.

– Ino, esse é o “aluno novo supergato”. – disse e a garota corou.

– P-prazer. – falou. – Ino Yamanaka. Sou da outra turma, mas sou conselheira de moda número um.

– Já falei para você não se apresentar assim

– Já nos conhecemos antes?

– Sério? – perguntou Sakura. – Essa é sua cantada? – ignorando-a, o moreno olhou para a loira a sua frente. Era bonita. Loira dos olhos azuis com uma franja lhe cobrindo o olho direito. Uma Serva de Afrodite? Não, Sasuke Uchiha. Era ridículo achar que todas as pessoas loiras dos olhos claros eram Servos de Afrodite ou de Apolo.

– A menos que você seja importado dos Estados Unidos, não. – respondeu ela. – Mais se quiser me conhecer...

– Desculpa, já estou gastando de uma garota.

– Já? – perguntou, decepcionada. Pareciam que estavam brincando, e um ia na brincadeira do outro.

– Finalmente trocou de namorado, Sakura? Eu nunca fui com a cara do Sasori, parece ser mulherengo. – se ela conhecesse os Servos de Zeus.

– Não troquei de namorado e nem penso. – a rosada reclamou. – Até porque esse idiota jogou meu namorado contra a mesa.

– O quê?

– Foi um acidente. – encolheu os ombros.

– Enfim. – Sakura o fuzilou com os olhos, voltando a atenção para a amiga.

– Poxa, já gostei de você.

– Ino. – repreendeu Sakura.

– O que você fez foi errado, Sasuke. – “repreendeu-o”.

– Como sabe meu nome? – o garoto a olhou, na verdade, a fuzilou com os olhos.

– Temos uma rede de fofoca alta aqui. Seu nome e do outro já estão por aí. Naruto, né? – perguntou para conferir. – Onde ele está? Talvez esteja solteiro.

– As vezes eu não te entendo. – Sakura começou a andar rumo ao refeitório, sendo seguida pela loira e o moreno.

– Ele também está Mas alguém bonita como você não tem namorado? – perguntou. Sakura colocou um dedo na frente da boca e fingiu vômito, ato que os outros não viram.

– É complicado. Ele viaja pelo mundo, então me cansei e vim para o Japão tirar umas férias.

– E decidiu estudar?

– Que férias melhores do que se divertir em uma escola cheia de pessoas da sua idade, onde cada uma é diferente da outra e todo dia tem algo novo?

– Gostei de você, Yamanaka. – gargalhou.

– Pode me chamar de Ino. Ou loira, as pessoas me chamam de ambas as maneiras. – falou.

– Ai, pelo amor, se estão se dando tão bem, por que vocês não namoram?

– Porque eu já estou compromissada/interessado em alguém. – responderam juntos. Pararam ao chegar no refeitório, que não estava nada vazio. Tanta gente ali pareciam até formigas.

– Bom, Ino, eu vou ir atrás do meu amigo. Tenho a leve impressão que a Sakura não gosta de mim, então não quero ficar no caminho de vocês.

– Oh, você lê mentes? – avistou seus amigos e foi até eles.

– Não te chamo para comer com a gente senão ela me mataria, – apontou para a amiga com a cabeça – mas depois a gente se fala.

– Tchau.



Do outro lado da escola, Naruto caminhava com sua colega de classe. Um pouco tímida, ela explicava tudo o que ele precisava saber sobre aonde o levava, e mesmo que parte do garoto estivesse pegando tudo, a outra parte queria estar com Sakura naquele momento. Se perguntava se ela não era uma filha de Afrodite perdida, e usara de seu encanto natural, mas não. Se um Servo de Apolo ou de Afrodite pintasse o cabelo, cortava o efeito da beleza, então ela era só uma humana bonita que chamara sua atenção.

– Alguma dúvida? – perguntou.

– Não, obrigado. Você é uma boa pessoa, me amostrou tudo. – sorriu para ela como sempre fazia, o que arrancava altos suspiros das Servas, mas não da humana em sua frente. – Desculpa se te atrasei.

– Sem problemas. Eu já vou, preciso me juntar a meus amigos.

– Ah, tá. Obrigado mais uma vez. – sorriu de novo, e ela se despediu. – Estranho. – falou baixo, mas em um tom audível.

– O quê? – Sasuke chegou por trás de si, assustando-o.

– Quer me matar?

– Vai enfrentar monstros de classe A, um pior que o outro, e se assusta fácil assim? Olha, seu eu fosse o deus Apolo eu mandava dobrar o treino dos meus Servos.

– Fala baixo. – olhou ao redor, vendo que estavam sozinho. Encontravam-se no pátio, mas a maioria dos alunos estavam no refeitório, então ninguém os ouvira. – E temos um treinamento muito bom, tá, senhor reflexo.

– Tinha que falar sobre isso. – sentou-se em um banco, sendo seguido de Naruto.

– Eu nunca vou esquecer o momento em que você usou seu “reflexo” e quase acabou com as costas de um garoto. – riu.

– Fala, o que você acha que é estranho?

– Ah, a garota que estava comigo, Hinata, parece... normal.

– Ela é humana, né. – falou o óbvio, abrindo sua mochila e tirando seu lanche.

Na Terra, incluindo ali, havia um lar para Servos, como uma fraternidade para eles. Claro, se passavam por alunos normais vindos de intercâmbio, mas era lá que seus mapas os levaram e onde passaram a noite, descobrindo que foram matriculados naquela escola, onde dividiam quarto e ganharam o lanche.

– Não é isso, eu sorri para ela, mas ela não parece interessada em mim.

– Está com raivinha por que alguém resistiu ao seu Talento? – provocou.

– Não é isso. – falou. Será que era? Na área dos Servos, era bastante conhecido pelas garotas, mesmo sendo um garoto direito que quisesse compromisso, mesmo que só tenha namorado uma garota até hoje, pois as outras não queriam algo tão sério, a maioria das garotas de lá gostavam de si por seu Talento, ou até mesmo por ser bonito mesmo. – Ela simplesmente só não olhou para mim.

– Será que é uma Serva?

– Pode ser. Servas de Heras e de Ártemis resistem ao meu Talento, mas acho que não precisamos achar que todo mundo aqui é Ser... – o brilho de suas marcas o interrompeu, e apressaram-se para tampá-las com a mão antes que alguém visse. – Um monstro. – por mais que soubessem que uma hora ou outra aconteceria de terem que sair para derrotar monstros, não esperavam que fosse agora.

– Onde? – o moreno colocou a mão para o lado, de uma forma que ela ficasse entre ele e Naruto, assim ninguém veria quando o mapa fosse invocado. – É aqui... perto. Sumiu.

– Um Servo deve ter cuidado dele. Não somos os únicos na cidade, afinal. – disse.

– Mas tão rápido? Acabamos de detectá-lo e já o mataram.

– Podemos começar uma caçada por Servos depois, é só olhar a mão dos outros.

– Pode ser. Como somos novos, se sairmos nos apresentando por aí podemos ver as marcas dos outros. – disse sarcástico.

– É.

– Claro que não. Não podemos revelar para os humanos que somos Servos, então não podemos sair por aí procurando.

– Mas só conhecemos uns vinte Servos na casa, e se tem dois nessa escola, é muito. – falou.

– Já que acha isso, então poupe suas energias para ao invés de procurar, treinarmos mais tarde. Precisamos nos acostumar com a Terra e aprender a lutar nas condições daqui.

– Parece tão chato. Eu queria conhecer um pouco a cidade, as coisas, é o mundo humano, afinal.

– Missão. – falou.

– Então vamos tirar um dia para conhecer a cidade. Pode ser útil futuramente, né?

– Pode ser. Admito que estou curioso.

– Tá, mas mudando de assunto, descobriu alguma coisa sobre a Sakura?

– Que ela é muito chata e irritante.

– Oh, é minha próxima conquista. – defendeu-a.

– Sabe que ela tem namorado, não sabe?

– O que você jogou sobre a mesa? Sei, mas eu posso tentar mesmo assim, afinal, ele não é Servo do deus da beleza masculina.

– E depois Servos de Zeus que se acham. – balançou a cabeça em negativa. – Mas não descobri nada sobre ela. Mas conheci uma amiga dela que quer te conhecer. Ela é tão bonita que até parece Serva de Afrodite.

– Será que alguém está esquecendo a recente paixão? – brincou.

– Claro que não, eu ainda vou conquistá-la.

– Então boa sorte, porque ela nem sequer me olhou direito.

Humanos –

O resto do dia correu normal, como Naruto e Sasuke achavam que deveria correr. Depois da aula de bilogia, voltaram para a fraternidade dos Servos, onde fizeram dever, o que foi um saco na visão do moreno, porque ninguém merecia ter que estudar seres pluricelulares. Para o loiro foi até divertido, de onde vinham só estudavam sobre os deuses, sobre batalhas, treinavam, foi bom variar a rotina, e já que toda quinta seria assim, seria divertido também.

Mas para certa Hyuuga, a rotina era a mesma. Já estava em seu trabalho, na verdade, pelo relógio de parede da clínica já estava na hora de ir embora, mas não queria ir agora, nunca queria.

– Hinata, já pode ir. – sua patroa falou, indo até a garota. Era uma mulher branca, alta, cabelo castanho preso em um rabo de cavalo, olhos castanhos escuros.

– Só mais dez minutos. – pediu.

– Você sempre diz isso e passa de dez minutos. Não quero que digam que estou lhe explorando.

– Mas...

– Nada de “mas”, mocinha. Você deve ter trabalho da escola ainda e sei muito bem que ainda vai passar na floresta. – disse, pegando uma bandeja da mão da garota. – Vai com cuidado e não entre muito na floresta.

– Hana-sama, não é como se tivesse um lobo mal na floresta. – falou.

– Pior. – pensou.

– Até amanhã.

– Até.

Como Hana dissera, a garota fora para a floresta. Nunca ia muito longe, apenas parava a bicicleta no inicio e ficava um pouco por ali, onde dava comida para alguns coelhos, brincava com alguns animais, fazia carinho em outros. Poderia ser considerada a Jane.

Um esquilinho saiu de trás de uma árvore e a olhou com seus pequenos olhinhos fofos.

– Vem cá, amiguinho. – estendeu a mão para ele. O bichinho foi até ela, tocando a cabeça em sua perna e apontando para outro lugar. – O que foi? – era ridículo achar que o animal queria que ela o seguisse, não? Errado. Para ela era até normal. Com certeza um Servo de Ártemis ficaria enciumado ou enciumada por ver uma humana assim. – Quer que eu te siga? – perguntou, levantando e afastando os outros animais que estavam ao seu redor, seguindo o pequeno roedor.

O bichinho parou e ela fez o mesmo, começando a procurar seja lá o que o esquilo quisesse amostrá-la, mas nada lhe parecia chamar a atenção. Ouviu um barulho de vozes e se escondeu, pensando se tratar de algum caçador. Realmente seria estranho um esquilo a levar para ali para ver um caçador, mas talvez o mais estranho fosse o bicho achar que ela poderia impedi-los ou sabe-se lá.

– Muito lento. – ouviu uma voz masculina, e se permitiu olhar para ver quem era.

– Muito fraco. – ouviu outra, e finalmente achou os donos da voz. Ambos eram brancos, um moreno e outro loiro. O primeiro vestia apenas um chinelo e uma bermuda preta, e o outro estava na mesma situação, só que com uma bermuda laranja.

– Já está bom. – pararam os punhos próximos um do outro, a poucos centímetros de se baterem. Cada um levantou dois dedos: o indicador e do meio, juntando-os. Uma das regras dos Servos era que quando lutassem contra outro Servo, precisavam fazer aquele cumprimento, em sinal de que eram amigos e não havia mágoas.

– Eu pensei que depois de você ter passado mal ontem estaria mal hoje, mas acho que me enganei. – disse.

– Isso que dá quando me subestimar. – falou, seguindo-o. – Na próxima vez treinamos com as armas.

– Amanhã, não?

– Uhum.

– Não acho que vai ser tão difícil, sinceramente. São tão fracos e frágeis. Podemos matar todos facilmente! – os olhos da perolada se arregalaram.

Como assim: “podiam matar todos facilmente”? Será que eram assassinos e por isso o professor disse que eles vieram de um lar perigoso? E quem será que matariam, afinal? Não seria o Sasori, seria? O moreno o jogou sobre a mesa, talvez estivesse vendo a força do ruivo naquela hora. Seja quem for que eles vão matar, eles não eram boas pessoas, disso ela tinha certeza, e o loiro ainda ficava sorrindo como se fosse um garoto normal.

Tomaria distância. Isso, era a melhor coisa a se fazer: tomar distância.

Não. E se a melhor coisa a se fazer fosse avisar alguém? A polícia, talvez? Mas não tinha provas. Não podia falar que seguiu um esquilo e viu dois garotos falando em como matariam alguém. Era a mesma coisa que cair em um buraco após seguir um coelho de roupa e dizer que foi para o País das Maravilhas.

A distância era a melhor coisa, e a partir de hoje se manteria longe de Sasuke e Naruto.


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Notas finais do capítulo

Quando uma pessoa entende errado.
Bom, nekos – não falei lá em cima né? Chamo meus leitores assim – no próximo capítulo vou agitar um pouco as coisas, e espero que ele não fique tão grandinho assim.
*Obs: esses 2 Kakashi's serão explicados mais, muito mais, a frente, então não se preocupem. Apenas pensem que Zeus não usa máscara e o Kakashi, sim.
Antes de ir, Edgar deseja a todos um feliz Natal (atrasado), mas feliz, e um bom ano novo para todos vocês, meu nekos.



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