Servos e Humanos escrita por Ed Henrique
Notas iniciais do capítulo
E as coisas começam a se explicar, um pouco.
Acordou, como toda manhã, espreguiçando-se. Acordar cedo para si já havia se tornado normal graças as aulas, então apenas começou a sair da cama, retirando as remelas dos olhos. Ao tocar no chão, pôs o chinelo e foi até onde ficaria o armário. Assim que pegou sua toalha, abriu os olhos por completo, virando-se para a porta, assustando-se com os presentes que o encaravam sérios.
— Meu deus, querem me matar do coração? – perguntou, levando a mão ao peito. – O que fazem aqui a essa hora? Não deveriam estar se preparando para ir para a escola?
— Er, Naruto.
— É uma da tarde. – avisou Sasuke.
— Uma da tarde? – olhou pela janela, constatando pelo sol que já estava realmente tarde. – Por que ninguém me acordou? Eu dormi demais, mas...
— Não se lembra? – Shikamaru o interrompeu.
— Lembrar? – parou para pensar e sentiu uma leve pontada na cabeça. Hinata foi em seu amparo, ajudando-o a se sentar na cama.
— Como você está? – perguntou ela.
— Estou bem. – disse, sentando-se. – Minha cabeça está girando, mas estou bem.
— Deveria mesmo, dormiu por três dias. – Shikamaru falou.
— Três dias? – aumentou um pouco a voz, sentindo uma leve dor de cabeça. – Ai, ai.
— Sim.
— Se lembra de alguma coisa? – perguntou Sasuke.
— Bem, lutamos contra um cara estranho que disse ser um deus e estávamos quase sendo mortos, aí meu deus nos salvou. – disse.
— Certo. – mentiu Sasuke.
— Mas é sério, fiquei três dias apagado?
— Uhum. A Hinata te curou, até pensei em te levar para o Olimpo caso não melhorasse, lá o processo seria mais rápido.
— Como eu posso ter apagado tanto se apanhei menos que você, teme?
— Ha ha.
— Mas e agora?
— Só estávamos esperando você acordar. Temos uma audiência com os deuses! – a informação de Shikamaru pegou o loiro de surpresa. Era tão raro se ter uma audiência com os deuses que nunca participara de uma.
— Então precisamos ir ao Olimpo.
— Sim. – respondeu o moreno.
— Eu vou tomar banho. – avisou.
— Está bem mesmo? – a ex-Serva perguntou para confirmar, recebendo um beijo do namorado.
— Estou sim, já passou.
— Servos e deuses –
Depois de tomar seu banho e se arrumar, a medida que foi encontrado com os amigos que moravam na casa, foi cumprimentado-os e vendo que deixara os mesmos preocupados. Pegou uma maça e saiu com os amigos, uma vez que já estava no horário marcado para a audiência. Não havia problemas, afinal, suas necessidades na Área dos Servos, consequentemente, no Olimpo, eram menores do que ali.
Naruto, Sasuke e Shikamaru passaram pelas portas da Câmara dos deuses, encontrando Temari, Sai, Ino e até Lee já lá dentro. Bem que o loiro sentira falta da garota.
— O que todos fazemos aqui? – perguntou Naruto, assim que parou em frente aos já presentes.
— Não contaram para ele? – perguntou Lee. Sasuke balançou a cabeça em negativa, como se proibindo o outro, e por estar atrás de Naruto, o mesmo não percebeu.
— Contar o quê? – virou-se para os dois que o acompanhavam, e Sasuke parou na hora.
— Nós chegamos depois e lutamos contra aquele inimigo, você já estava desmaiado. – explicou.
— Ah, tá. Ino?
— Ele me atacou primeiro e quase me matou, aí aconteceu uma coisa e, no final, acabei por ficar sem meus poderes de Cúpido. – resumiu.
— Quê? Então não é mais nossa Cúpido favorita?
— Felizmente. – respondeu.
— Atenção! – a voz de Zeus foi ouvida por todos, e os mesmos se colocaram de joelhos no chão, voltados para os acentos organizados em forma de um semicírculo. – Os treze deuses reunidos aqui começam agora a audiência solicitada pelos Servos. – os deuses de Zeus a Hestia, exceto Atena e Hades, estavam em seus devidos lugares. No lugar, outros deuses se encontravam. – Pois bem, digam, qual é o motivo da audiência? – após muito discutirem nos dias anteriores, foi decidido que Ino falaria por eles, já que já sabia da situação, participara dela e era antigamente a esposa do Cúpido.
— Senhor, há três dias enfrentamos um inimigo cujo qual não possuía classificação. Parecia um humano, porém, sua cabeça era uma íbis. Sua presença era como a de um deus, e foi como ele se apresentou, um deus... egípcio. – um murmurinho começou entre os deuses e os Servos estranharam.
— Silêncio! – ordenou Zeus com sua voz poderosa, fazendo os céus tremerem. – Tem certeza do que viram?
— Ele me atacou e quase me matou, só fui salva graças a meu ex-marido, Cúpido. – falou Ino. – Os outros sobreviveram por pouco e também foram salvos pelo Cúpido.
— Isso é verdade, Cúpido? – perguntou Ares e o filho do mesmo apareceu atrás do pai.
— Sim. Eu salvei a todos esses Servos.
— Vamos conversar mais tarde, Eros. – o deus, que não estava em forma de criança, pensou nos melhores lugares para se esconder antes que a mãe tivesse a chance de ir atrás dele. Ela só o chamava de Heros quando estava irritada, e nunca era bom ver a deusa do amor zangada.
— Nem pense. – falou.
— Gostaria de saber, senhores, o que era aquilo, afinal? Ele se identificou como o deus da lua, mas essa é a senhora Ártemis, não? – perguntou Naruto.
— O Olimpo ouviu suas explicações e dúvidas. Entraremos em reunião e lhes chamaremos assim que terminarmos. – falou e, simplesmente, fez com que os Servos ali presentes desaparecessem.
— É impressão ou os deuses pareciam nervosos ao ouvirem “egípcios”? – perguntou Lee. Os sete foram levados para a porta dos elevadores, na casa reservada aos Servos.
— É de se esperar, afinal alguém com o poder dele disse ser um deus, até então egípcio. Isso é uma blasfêmia contra os nossos deuses. – falou Sai.
— Eu não sei, não. Tudo bem que não nos devem explicações, mas sinto que não nos contaram algo. – desabafou Naruto.
— Sabe de alguma coisa, Shikamaru? – Sasuke perguntou. Eles se puseram a andar, voltando para casa, despedindo-se de Lee.
— Só porque meu Talento é a inteligência não significa que eu saiba de tudo. – deu de ombros. – Sei que, como é uma discussão deles, só devem nos chamar amanhã.
— Ótimo, assim saio um pouco para alongar as pernas. Dormir por três dias me deixou enferrujado. – admitiu o loiro.
— Então agora nos resta esperar? Sem fazer nada? – perguntou Temari.
— Bom, se ele voltar será um problema, mas não podemos lutar contra ele. Eu consegui o enfrentar, mesmo que com uma diferença grande de poder, agora já não posso mais. – disse a Serva de Afrodite.
— Ino, me conta essa história aí de ex-esposa do Cúpido. Aliás, me contem tudo o que perdi. – pediu.
— Servos e deuses –
— Cheguei. – avisou assim que passou pela porta. Encontrou alguns de seus amigos na sala, como Gaara, Ino, Neji e Tenten.
— Resolveu aparecer? – questionou Neji.
— Fui correr um pouco. – esclareceu-se, juntando-se a eles.
— Mas voltou a tempo de comer. – disse Tenten.
— Claro, hoje é a vez da Hinata cozinhar. To loco pra comer aquela lasanha...
— Ela não está! – interrompeu o primo dela. – Ela saiu com a Sakura e não voltaram.
— Será que aconteceu alguma coisa? – a preocupação era evidente em seu rosto. Do jeito em que as coisas estavam caóticas era bem possível que estivessem sendo atacadas.
— A Temari foi com elas. – Gaara o tranquilizou. – Agora faz silêncio que o filme voltou.
— Se a Hinata não vai cozinhar, quem vai?
— Hidan e Matsuri, ao que parece. – Ino apontou para a cozinha e o moreno se direcionou até lá. Não chegou a entrar, pois, do pequeno corredor, conseguiu ver Hidan e Matusi do lado de dentro mexendo nas panelas, e se pudesse chutar, diria que rolaria algo entre os dois, já que ambos pareciam estar com a cara suja, o que confirmou quando Hidan se virou para pôr a mesa. Matsuri já cozinhara antes, então aquilo no rosto dela não era um acidente de jeito nenhum. Uma música o trouxe para a realidade e voltou a sala a fim de confirmar se não estava ficando louco.
— É impressão...
— Não, não é. Realmente tem uma música vindo lá de cima, e ela não me deixa dormir. – reclamou Shikamaru, descendo as escadas.
— Ela parou um pouco antes de você chegar. – informou Tenten.
— É uma melodia tão calma, suave. Parece até uma arpa.
— É porque é. – falou Ino.
— Quem tem uma arpa nessa casa? – questionou confuso.
— Ela vem do seu quarto. – disse Shikamaru, indo para a cozinha.
Sasuke seguiu em direção a escada, subindo-a e caminhando em direção do seu quarto. Estranhando a porta estar aberta, abriu-a lentamente, podendo ver Naruto, que parecia não tê-lo reparado, tocando uma arpa dourada. O loiro estava sentado na cama e sustentava uma expressão serena, tocando a arpa como se os problemas do mundo não importassem.
— Então, eu toco bem? – a perguntou o pegou desprevenido, tirando-o do transe que entrara pelo toque da arpa. Um dos Talentos dos Servos de Apolo era o dom para a música, mas Naruto nunca o teve, então não esperava que, de repente, ele começasse a tocar.
— Até que toca. – entrou fechando a porta, indo para sua cama. – Onde conseguiu? Parece feita de ouro.
— Não parece, é. Ela apareceu aqui, provavelmente um presente do meu deus. – disse. – Finalmente aprendi a tocar. – o sorriso em seu rosto era tão largo que parecia que rasgaria o rosto do mesmo.
Sasuke se perguntava se o Talento da música demorara para se manifestar nele ou se havia relação com o que houve há três dias.
— Vou te deixar para treinar mais. – disse, levantando-se.
— O treinamento terá que esperá. – olhou para a marca que brilhou em vermelho, assim como a de Sasuke. – Acho que os deuses estão atrás de nós.
— Servos e deuses –
— Nós chegamos a um veredito, e já que viram o que viram, – “e não podemos simplesmente matá-los” – lhes diremos o que querem saber.
Na verdade havia sido mais rápido do que Shikamaru esperava. Os deuses costumavam demorar, pelo menos, uma semana para chegarem a um acordo, já que entendimento não era algo natural ali. Diferente de mais cedo, todos os deuses se encontravam presentes, e isso incluía Hades e Atena.
— Então o que vimos? – perguntou Lee.
— O que vocês viram foi um outro tipo de deus, um egípcio. – explicou Hermes.
— Então existem diferentes tipos de deuses? – perguntou Temari, confusa. – Os senhores não são os únicos?
— deuses existem desde muito antes da criação do mundo, desde a época do Caos. Alguns surgiram depois, criados do consciente humano e de suas crenças, como os que viram. – explicou Zeus. Claro que havia mais, porém, não diriam a meros Servos que todos os deuses vieram do consciente humano, caso contrário resultaria em dúvidas e questionamentos, e isso era perigoso para eles.
— Mas por que um deus inimigo atacaria Servos de outros deuses? – Sasuke perguntou.
— Para nos afrontar. – bradou Hades. – Devemos puni-los.
— Durante ou depois da sua guerra contra Atena? – perguntou Dionísio.
— Se é uma guerra que querem, deixem com o especialista. – disse Ares.
— Se Hades parasse de tentar me destruir e ao mundo, poderia enviar meus cavaleiros para cuidarem disso. – falou Atena.
— Atena, minha querida, sabemos que isso nunca acontecerá.
— O que a deusa do amor sabe de guerras? – rebateu Hades (Madara).
— O suficiente para saber que Atena já venceu todas.
— Ai, eu não deixava. – Naruto caçoou baixo, recebendo uma cotovelada de Sasuke.
— Já chega! – Zeus chamou a atenção para si. – Nossa missão é descobrir o motivo que levou os egípcios a atacarem. Não devemos envolver outros Servos nisso, portanto, depois de amanhã, no horário de vocês no Japão, vocês partirão para as terras do Egito em busca de respostas.
— Preparem-se como acharem necessário, pois devo alertá-los que não será uma tarefa fácil. – advertiu Ártemis.
— Consertarei suas armas e farei os reparos necessários para que estejam com elas em pleno estado. – informou Hefesto.
— Só nós sete seremos capazes? Digo, se encontrarmos com um dos deuses não teremos chance.
— Hefesto, quando consertar as armas libere o poder que permite que batem deuses. – ordenou Hera.
— Certo.
— Um minuto. – pediu Afrodite. – Minha Serva não irá. – a declaração da deusa da beleza surpreendeu a todos os presentes.
— Mandaremos nossos Servos para uma missão em terras perigosas, por que sua Serva seria dispensada da função? – perguntou Ares.
— Porque minhas Servas não são guerreiras, e mesmo não sendo mais uma divindade, Ino ainda é uma exceção, por isso, como sua deusa, estou a retirando da missão. – disse autoritária, não deixando espaço para ser contestada.
— Então que assim seja. Vocês seis irão para o Egito e pesquisarão os motivos que levaram os deuses egípcios a nos atacarem! – Zeus disse por fim.
— Apolo. – chamou Hefesto, entrando na Câmara dos deuses. Estava vazia. – Meio-irmão?
— Chamou, Hefesto. – o deus apareceu sentado em sua cadeira, mas logo se levantou para cumprimentar o outro.
— Apolo. Apolo, Apolo, Apolo.
— Está repetitivo hoje, Hefesto? – sentou-se, sendo acompanhado do meio-irmão
— Agora eu sei para que me pediu um cordão que bloqueasse poderes divinos, Apolo. – o loiro soou frio. – Por que escondeu o seu filho entre os Servos?
— Escondi? – o outro deus parecia sério. – Desculpa, irmão, eu não queria te trair, mas aconteceu, aí eu e Zeus concordamos em esconder ele como meu Servo!
— Se é só pelo fato de você ter tido um filho com minha mulher, eu não me importo!
— Sério?
— Afrodite já teve vários filhos com outros deuses, não ligo que você também tenha.
— Você é imparcial demais. Eu teria começado uma guerra, querido te matar. – o ruivo gargalhou.
— Se quiser podemos começar uma guerra, o que acha? Quero experimentar umas novas armas. – brincou.
— Não, você é um dos meio-irmãos que mais gosto. – confessou.
— Agora, falando sério, sabe que agora que ele está sem o cordão os poderes dele podem se manifestar a qualquer hora, não? – perguntou.
— Estou ciente disso, mas Zeus colocou um Servo dele com meu filho, assim prevenirá qualquer coisa.
— O namorado da minha irmã?
— O próprio. – confirmou.
— Tudo bem, mas acha que ele será capaz de fazer a coisa certa?
— Espero que sim. – disse. – Bom, você deveria vir nos visitar mais vezes. Diferente de você sabe quem, você é legal. – Hefesto riu.
— Ele puxou a mamãe, coitado.
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Bom, por que eu tirei a Ino? Convenhamos, ela não ia ser muito útil (¬¬), sem contar que tenho planos para ela mais a frente, e para isso, ela não poderá ir nessa missão.
Alguém aí prevê o término de casais?