Servos e Humanos escrita por Ed Henrique


Capítulo 15
Aqueles que vêm do oeste


Notas iniciais do capítulo

É, começamos essa temporada já com um capítulo grande, mas ele promete.



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Djehuty (Toth): É uma divindade lunar (o deus da Lua) que tem a seu cargo a sabedoria, a escrita, a aprendizagem, a magia, a medição do tempo, entre outros atributos. Era o patrono dos escribas e trouxe os hierógrafos ao Egito. Frequentemente representado como um escriba com cabeça de íbis (a ave que lhe estava consagrada).



27/07/2015, um mês depois.

Após os Servos de Tokyo se juntarem para derrotar a horda de monstros e o dragão, sendo salvos pelos Akatsuki, todos receberam férias e puderam voltar a área dos Servos, assim descansariam, um prêmio mais do que merecido. Chegaram até a ficar famosos entre os Servos, foram um dos poucos que conseguiram sobreviver a uma luta contra um classe S.

Naruto e Sasuke decidiram ficar na Terra. Não haviam férias melhores para eles do que ficarem com as namoradas e os amigos.

Neji explicara tudo para Tenten, incluindo o parentesco com Hinata, e Ino conseguiram outro livro para ela, assim a deixava por dentro de tudo que precisava saber. Por incrível que pareça, a garota não ficara irritada por não saber disso, assim como Sakura e Hinata, entendia que não poderiam contar para ela, então ficara bem.

Para a felicidade dos amigos, Gaara e Ino haviam se desenrolado e agora estavam juntos. Era um relacionamento como todo o outro, exceto que não podiam sair muito as noites. Como a garota possuía seu trabalho noturno, ficava impossibilitada de saírem muito, mas ela sempre reservava os finais de semana para o ruivo.

Temari e Shikamaru eram o novo casal chove e não molha, e como todos da mesa de refeitório deles já sabiam sobre os deuses gregos, Ino brincara perguntando se a amiga não queria uma flechada de presente. Também oferecera para Sai, que ameaçou parar de andar com eles para não segurar vela, mas o garoto negou a oferta. Suas palavras foram: “Sentimentos são coisas vazias e sem necessidade!”, o que fez os amigos pensarem sobre o quão frios Servos de Ares podiam ser com sentimentos.

Shikamaru também revelara que fora o envolvido de ter feito Shion contar a verdade, o que surpreendeu a todos, pois não esperavam, de todos, que fosse justo ele.



Acordou. Assustado e arfando, mas acordou.

Olhou no relógio do quarto e vira que já passara de meia-noite, então já era dia vinte e sete.

Olhou para os lados, vendo que seu colega de quarto ainda dormia. Não estava entendendo nada, tivera um sonho, mas fora tão real. Quase como uma premonição. Não conseguia se lembrar de tudo, só que lutava contra alguém estranho, alguém que não parecia humano, mas com certeza não seria um Servo.

Só lembrava que alguém os salvava de serem mortos, mas aí... aí Hinata... morria!



— Naruto. – a voz o chamou, mas estava longe. Seus pensamentos não estavam consigo, como se sua alma não estivesse presente em seu corpo. Sua mente só conseguia mirar o momento em que via Hinata, ali, morta. – Naruto. – chamou de novo, despertando-o de seu transe.

— O que foi? – perguntou, olhando para os amigos que o encaravam.

— Você estava olhando para a comida o tempo todo. – disse Hinata, e quando o loiro a olhou, viu-a no chão mais uma vez, morta. – Naruto.

— Oi? – falou, voltando a si.

— Tudo bem? – perguntou.

— Dormiu de mau jeito, dobe? Ficou na cama até quase agora. – disse.

— Foi só um pesadelo. – falou. – Só um pesadelo. – pensou.

— Se a comida estiver ruim não precisa comer, foi a Tenten que fez, afinal.

— Se não quer comer, Hidan, não come e nem repete. – disse a garota, fuzilando-o. – Porque esse é o seu segundo prato e você raspou o outro.

— Eu estou em fase de crescimento. – encheu a bochecha de ar.

— Sua barriga, né? – brincou Matsuri, fazendo os presentes rirem.

— Ainda vamos sair hoje, Naru?

— Sair? – perguntou.

— Se não estiver se sentindo bem, podemos adiar.

— Não, sair vai ser ótimo. – beijou-a. – Hoje a noite.

— Vão para onde? – perguntou Gaara. – Eu e Ino iremos no parque, vocês podem ir juntos.

— Já marcamos de ir assistir a um novo filme que está em cartaz e a Hina tá louca para ver. – disse o loiro.

— E vocês? – olhou para Sasuke e Sakura.

— Eu vou visitar uma amiga. – disse Sakura.

— Hoje vai ter jogo, então acho que vou ficar em casa para ver. – falou o moreno. – E vocês? – olhou para os outros, que deram de ombros e/ou contaram o que fariam.

— Então hoje será só mais um sábado normal. – disse o loiro.

Servos e Humanos –

— Acho que estou passando mal. – confessou Ino. Já voltava do parque de diversão com o namorado, e fora na maioria dos brinquedos com ele.

— Então minha Cúpido gosta de voar, mas odeia a montanha-russa? – perguntou, dando um beijo em sua cabeça, envolvendo-a em seu braço.

— Voar não dá tantas voltas. – disse. Ainda eram nove e vinte, então a levaria para um McDonald. Se tinha algo que Ino Yamanaka não resistia era ao shake do estabelecimento.

— A... – Ino parou, fazendo-o parar também – chei. O que foi?

— Tem alguém nos olhando. – olhou em volta, assim como ele, mas só conseguia ver pessoas andando nas ruas, carros passando, ninguém em especial que os tivesse olhando. – Barreira. – invocou-a.

— Um monstro? – perguntou o garoto. Sabia que se esse fosse o caso a garota teria fugido consigo, entretanto, fora a única coisa que lhe passara a cabeça.

— Minha marca não avisou, então é outra coisa. – depois dos acontecimentos da última vez, passara a deixar sua marca exposta, já que a maioria dos amigos sabiam não havia motivos para não fazê-lo. – Seja quem for, revele-se. – disse.

— Quem acha que é para me dar ordens? – perguntou, ficando visível na frente do casal. A loira estranhara, pois ele não parecia nenhum deus que conhecia, se é que aquilo era ele. Parecia um homem, porém, seu rosto era como o de uma ave.

— A Cúpido, e você?

— Então é quem eu procuro. – disse, ignorando a pergunta dela.

— Desculpa, mas hoje não estou trabalhando, terá que deixar para eu atingir quem você quer depois. – fez menção de se virar, mas o homem... a ave... o homem-ave, apareceu em sua frente.

— O único que acertará algo serei eu em seu coração! – falou. Não conseguia ver nenhuma expressão em seu rosto de ave, então só podia achar que ele estava sério.

— Gaara, vá para um lugar seguro. – pediu Ino.

— Se cuida. – deu um beijo de boa sorte nela, indo. Não ficava feliz de deixar a namorada sozinha para lutar contra um inimigo, ela não tinha poderes de luta, então era a mesma coisa que deixar um pássaro, um lindo pássaro, por sinal, mas ainda sim um pássaro, perto de uma cobra.

— Que bom que se livrou do estorvo, assim não haverão testemunhas para sua morte. – disse.

— Quem é você? – o inimigo avançou em sua direção, mas se afastou ao ver um dos laços de Ino em sua frente. Terminara a transformação e começara a voar. – Bom, arrancarei a informação de seu bico. – o inimigo voou também, parando em sua frente.

Encarara Ino por um tempo, talvez pensando, talvez ganhando tempo.

— Então magia não funciona diretamente em você. – pensou. O ar a seu redor ficara gelado, assim como ao redor de sua inimiga.

Estranhando, colocou seus laços para frente, onde da ponta de cada um, uma esfera se formou, indo para suas costas. Todas as quatro eram rosas e emitiam um brilho lindo sendo iluminadas pelo brilho da lua, sem contar que a protegiam do frio que, de alguma forma, seu oponente estava fazendo.

Materializou seu arco e flechas, mirando nele, e atirando. O inimigo desaparecera e fora para trás de si, tentando lhe acertar um soco, entretanto, batera em uma das esferas, afastando sua mão rapidamente.

— Boa tentativa, – virou-se para ele, já lhe atirando outra flecha, essa, dessa vez, se multiplicou em várias, para a surpresa do outro, que tentou usar seu braço, mas não conseguiu e foi acertado – mas não poderá me atacar por trás, a menos que não queira mais usar o membro que tocar minhas esferas. – sua técnica consistia em fazer com que qualquer coisa que tocasse as esferas se apaixonasse por si, fazendo assim que não a atacasse mais.

— Só preciso evitar as esferas. – disse, quase intacto do ataque da loira.

— Tente se quiser, mas enquanto vier pela minha frente, – atirou mais uma flecha, essa mais rápida do que as outras – terá que desviar de todos os meus ataques.

— Pois bem. – falou após desviar. O ar em sua mão ficou mais gélido, tomando a forma do que seria uma estaca de gelo. Ino tentou contra atacá-la com uma flecha, mas a mesma fora destruída facilmente pela estaca do inimigo e fora forçada a desviar. Ao se dar conta, o inimigo estava em cima de si, então virara-se, deixando a esfera de costas para o inimigo, que acertou as costas da garota e a jogou violentamente contra um prédio.

Enquanto esperava a poeira baixar, uma esfera fora em sua direção, atingindo-o de surpresa.

— Então suas esferas podem ser usadas para atacar. – disse, com leves arranhões, para a surpresa da loira. Mesmo que sua técnica não fosse feita para ataque, deveria tê-lo feito mais dano do que fez. – Mas vejo que uma das esferas de suas costas sumiu, o que significa que não pode usar esse ataque quando quiser, apenas mais três vezes.

— Tsc.

— Use esses três ataques com sabedoria, Cúpido, pois podem ser suas únicas chances. – criou outra estaca, e a loira jogara mais uma esfera contra a estaca, destruindo-a, mas errando o homem-ave. – Faltam duas. – todo o ar atrás dele se transformou em estacas, para o desespero da loira. Voou para o lado, enquanto tentava desviar das estacas. Não podia desperdiçar mais uma esfera, sem contar que não seria suficiente, então mirou para o alto e atirou uma flecha, que se multiplicou e atingiu as estacas.

Odiava usar suas flechas para atacar, talvez por isso fossem tão fracas para tal, pois nunca treinava, mas aquele caso era diferente.

Quando voltou a prestar atenção na frente, surpreendeu-se com uma estaca que caiu ali, e sem tempo para desviar, bateu de lado na estaca, indo ao chão.

O homem-ave a olhava caída no chão, esperando que a mesma se levantasse. Não baixaria sua guarda para atacá-la, e era bastante paciente.

Pensou ter visto a garota se mover, e quando deu por si, estava sobre o ataque de uma chuva de flechas. Elas subiam em sua direção, mas desviou de todas, até que foi atingido nas costas, percebendo que elas passavam por ele, porém, voltavam para poder atingi-lo. Tentou continuar esquivando, contudo, quando uma flecha se encontrava com outra, explodia, o que o jogou para trás.

— Não deveria ter irritado o Cúpido! – falou.

Servos e humanos –

Caminhou a porta do quarto, parando de frente a mesma e batendo de leve à porta. Ouviu a porta sendo aberta e adentrou o quarto com a permissão do dono.

— Posso me juntar a você? – perguntou.

— Já entrou. – disse o outro.

— Você podia ter saído, né? Ido andar um pouco com a Temari, sei lá. – sentou-se sobre a cama de Neji.

— Veio falar sobre a Temari?

— Não, só quero conversar com...

— O quê?

— Um mal pressentimento. – respondeu.

— Mal pressentimento de Servo é pior do que de humano. – disse Shikamaru.

— Vamos ver o que é. – falou. Ambos seguiram para a saída da casa, dando de cara com Naruto e Hinata.

— Onde vão? – perguntou o loiro.

— Eu tive um mal pressentimento e estamos indo verificar. – falou o moreno.

— Pressentimento de Servo é pior que de humano. – disse.

— Eu disse algo parecido.

— Então eu vou com vocês.

— Já está melhor? – perguntou o moreno.

— Já. Estou pronto para acabar com qualquer monstro! – disse. A verdade era que ficara distante o dia inteiro. Quase não conseguia se concentrar em algo que não fosse seu sonho. – Hinata, espera a gente lá dentro.

— Nem pensar.

— Hinata, você não vai começar a sair com a gente para derrotar monstros, é perigoso. – disse, tentando convencê-la.

— Lutamos contra um dragão e eu estou viva, então vou com vocês! – falou. Parecia que não mudaria de ideia, e isso era péssimo.



— Seu pressentimento disse para onde irmos? – perguntou Naruto, enquanto os quatro corriam pelas ruas.

— Não, só estou andando. – confessou.

— Acho que funcionou. – todos pararam, vendo os inimigos logo a frente. Levantaram a barreira e ficaram em alerta. Eram inimigos diferentes. Não eram muitos, mas não pareciam monstros, pareciam mais como múmias.

— Isso é um novo tipo de monstro? – perguntou o loiro, mudando de roupa, como os outros, exceto Hinata.

— Eu não sei, mas não vamos facilitar.

— Sabe que eu não sou do tipo que luta, não é? – perguntou o Servo de Atena.

— Tudo bem, proteja a Hinata. – o Uzumaki foi na direção dos inimigos junto de Sasuke.

Servos e humanos –

— Quem é você, afinal? – perguntou arfando. Mesmo sendo quem era, não podia se curar, e seus machucados só a impossibilitava mais de lutar.

— Uma pessoa que irá morrer não precisa saber. – disse. Uma pedra atingiu seu rosto, e como se aquilo não fosse nada, pois de fato não era, olhou para quem a tacou, vendo um garoto ruivo parado no chão.

— Saía de perto da minha namorada, cara de ave. – gritou, pegando outra pedra no chão e atirando para o inimigo que voava.

— O que está fazendo aqui, idiota? Vá para um lugar seguro! – exclamou.

— Eu disse para sair de perto dela. – pegou outra pedra no chão, mas quando se levantou, viu o inimigo em sua frente.

— Quanta insolência. – disse, encarando-o. – Morra... – o inimigo materializou uma lança.

— Saía daí, Gaara! – tomou impulso no ar, voando rapidamente na direção dele. O garoto não conseguia se mover. Estava paralisado de medo.

— Humano. – colocou a arma para frente, atravessando sua barriga.

Arregalou os olhos, e seu corpo caiu para trás, levando ambos ao chão. O inimigo desapareceu, tendo a certeza de que seu trabalho estava feito, matara quem fora ali para matar.

— I-no. – chamou. – INOOOO! – gritou com todas as suas forças. A transformação de Ino acabara, fazendo-a voltar ao normal. Sentou-se no chão, com a loira em seus braços.

— Que bom que está bem. – disse, deixando escorrer um filete de sangue pelo canto da boca.

— Você está? Quero dizer, vai ficar bem? – perguntou com o rosto já em lágrimas.

— Quem sabe? – perguntou misteriosa.

— Servos não morrem como humanos, né? Você é uma divindade, é imortal!

— Só uma divindade pode matar outra, Gaara. – tossiu um pouco de sangue. Então aquele cara era uma divindade assim como Ino. Mas por que a atacara? Por que outro deus grego atacaria um companheiro?

— Então vai me deixar? – perguntou. – Eu tenho que te levar até alguém. Até o hospital, sei lá. – a loira pôs a mão no rosto dele, balançando a cabeça em negativa. – Então é isso? Fez eu me apaixonar perdidamente por você para que me deixasse, assim, com mal um mês de namoro? Para morrer? – a garota não sabia o que responder. Queria poder ficar com ele, poder tê-lo como seu namorado até um cansar do outro, o que não aconteceria.

— Ela não vai morrer. – ambos ouviram a voz, mas Gaara não conseguiu achar o dono dela até que se materializasse em sua frente. Era um bebê branco, de fralda, cabelos loiros, olhos azuis e um par de asas em suas costas, o marido de Ino.

Servos e deuses –

— Isso não tem fim? – perguntou o loiro.

— Já vi essa cena antes. – falou Sasuke. – Só espero que não apareça um classe S como da última vez.

Os monstros, ou múmias, pareciam não morrer. Toda vez que eram destruídos, voltavam do pó.

— Sasuke, se eles são areia, talvez fogo possa acabar com eles. – sugeriu Naruto.

— Pode ser. Tenta juntá-los. – começou a correr, chamando a atenção de vários deles. Azar o dele eles serem lerdos, pois demorou mais para juntá-los.

Quando se agruparam, o Uchiha se preparou e lançou uma bola de fogo, destruindo-os em sequência.

— Não sabia que Servos de Zeus usavam fogo. – disse Shikamaru, juntando-se a eles.

— Sou um caso a parte. – falou. – Bom, já terminamos então... – parou assim que sentiu uma energia poderosa vir em sua direção. Nunca sentira algo como aquilo, mesmo com os deuses do Olimpo. Era algo parecido, mas, ao mesmo tempo, diferente.

— Quem é aquele? – perguntou Hinata, olhando para o bicho que ia em sua direção.

— Sem classe. – falou Shikamaru, após tentar consultar sua marca.

— Vocês são bons. – disse. Parecia um homem, mas seu rosto era de um animal. – Não esperava que houvessem pessoas capazes de derrotar os lacaios.

— Quem é você? – perguntou Sasuke. O oponente nada respondera, apenas sorriu.

Servos e deuses –

— Cúpido? – pensou o garoto. Admitia que esperava algo melhor do que um bebê. Já lera que o Cúpido era representado por um bebê, pois significava eterna juventude do amor profundo, mas Ino casar-se com um bebê era totalmente diferente do que pensava.

Bom, isso até ele mudar de forma. Seu tamanho crescera, parecia ter mais ou menos a idade deles, dezesseis, mas talvez menos de dezoito, isso com certeza. Seu cabelo loiro encaracolado e olhos azuis quase tão profundos quanto os de Naruto. Sua fralda fora substituída por uma cueca box branca, em suas costas, suas asas brancas, mas um pouco diferentes das de Ino.

— Se sacrificar por um humano, você realmente mudou, Cúpida. – disse, olhando diretamente para ela. Colocou a mão para trás, como se estivesse tirando algo das costas, mesmo que não houvesse nada ali. Gaara pôde ver quando ele puxou e uma flecha, aos poucos, se materializou. A ponta dela era um coração, e toda ela era dourada. Apertou mais Ino contra si, que já tinha sua consciência se esvaindo. Encarou o marido da namorada, o que era estranho, pois era o amante dela e agora estavam os três ali, reunidos.

Ignorando o olhar do ruivo sobre si, o Cúpido enfiou a flecha no ferimento de Ino e Gaara quase se desesperou com o ato.

— Me separarei de você! – a fala espantou os dois a sua frente, e não era para menos, afinal, em uma hora como aquela a divindade falava sobre separação.

— Vo... – tentou falar, mas não conseguiu. Sua aliança ficara visível em seu dedo, para logo em seguida desaparecer.

— Por se apaixonar por um humano, você se esquecera de seus deveres como cúpido. Por isso, a punirei da maneira mais severa que conheço: tirando sua divindade. – falou, para a surpresa da garota. – A partir de agora você voltara a ser uma Serva, mas manterá sua exceção. Envelhecerá e um dia morrerá. – envelhecer? Se Gaara não estivesse mais preocupado com a namorada, teria percebido esse ponto. Ino não envelhecia desde que se tornara uma divindade, ou seja, era mais velha do que aparentava.

— Obrigada. – sussurrou, perdendo a consciência.

— Você não fez nada mais do que seu trabalho, minha Cúpida, Ino. – disse. – E não fora só você quem se apaixonou, no fim das contas. – pensou.

— Ino, Ino. – chamou-a, preocupado.

— Ela só desmaiou, humano. – falou, virando-se de costas e voltando aos poucos a ser um bebê. – A Ino o ama humano, – quando já estava na forma de bebê, começou a desaparecer – e se eu souber que a magoou, virei pessoalmente para matá-lo! – sério, seu olhar e voz não pareciam nada com os de um bebê.

— Não vou! – disse convicto, terminando de ver o Cúpido desaparecer.



De longe, de sua própria casa, o velho amigo de ambos, Cúpido e Ino, observava a cena. Por um momento achou que a história terminaria no romance que a ex-Cúpida havia lhe contado, Romeo and Juliet (Romeu e Julieta), mas gostara do desfeche de tudo. Estava orgulhoso de ambos os seus amigos. Do amadurecimento do Cúpido, por abrir mão da única mulher a quem amou, e da ex-Cúpida, por ter encontrado o que procurava.

— A solução para você nunca fora uma divindade, Cúpida, mas um humano! – disse, levantando sua taça e bebendo um pouco dela.

Servos e deuses –

Todos estavam no chão inconscientes, exceto si, que ainda mantinha um pouco da consciência, como se fosse obrigado a assistir os últimos momentos de Naruto, Shikamaru, Hinata e si próprio.

Não esperava que um pressentimento tão ruim pudesse levá-los para ali, senão não teria os reunidos, principalmente Hinata, que ainda nem fora consagrada uma Serva novamente, mas ela estava com Naruto e não queria ficar, e se ele estava se sentindo culpado por ela estar ali, imagine quem a levara.

— Vocês ousaram me desafiar como se meros Servos imundos pudessem contra mim, quem dirá com minha vantagem? A lua está a meu lado, e agora ela será testemunha do que acontece com os servos desses que se dizem deuses! – em sua mão se materializara uma pena, como as que eram usadas pelos antigos escritores antes da invenção da caneta. – Começarei por você, Serva da que se diz deusa da noite. – apontou para a Hyuuga.

— Hinata. – gritou Sasuke.

* * * *

Era isso? Era esse o momento com que sonhara e não conseguia tirar da cabeça? O momento que Hinata morreria?

Olhou para o alto, se perguntando se seu deus o ajudaria novamente.

Não. Estava errado. Quando sonhara com a morte da namorada ela não estava no asfalto, estava sobre a areia e era dia, ao contrário dali. Então alguém apareceria, como em seu sonho. Apolo, se estivesse certo, pelo cabelo e os olhos, mas nada.

— deus. – pensou, vendo que o homem materializava uma lança – Por favor. – viu quando o oponente estava pronto para atacá-la.

NÃO!

* * * *

— Já chega! – bradou a voz, poderosa e familiar para os Servos. Aqueles que tinham forças para abrir os olhos se surpreenderam com o brilho dourado que viram cair entre o inimigo e Hinata. Seus olhos eram loiros e cabelos azuis. Não era possível ver nenhuma roupa, pois o mesmo era coberto por um brilho dourado. – Já se divertiu bastante, deus inferior? – perguntou com ironia.

— Outra dividade? – se perguntou. – Como ousa me chamar de inferior? Nós existimos muito antes de vocês, Olimpianos.

— Ajoelhe-se perante mim, e conversarei com Hades para que lhe dê um lugar especial no submundo! – disse.

— Hades? – perguntou com desdém. – O único que comanda o mundo dos mortos é Asar (Osíris)!

— Blasfemas até contra o deus do lugar para onde lhe mandarei? Saiba que Hades não é conhecido por ser piedoso. Sua dor será eterna e sem igual. – falou.

— Como ousa me tratar como alguém inferior? – bradou. – Eu sou Djehuty (Toth), deus da lua, sabedoria e cura. Enquanto a noite estiver no céu nada pode me deter!

Não acreditava no que ouvia. Era impossível, não? Era impossível, irreal até, que tal criatura vinda do oeste existisse. Nunca ouvira falar sobre isso.

— Se é assim, – levantou o braço – só preciso transformar essa noite escura em um dia claro.

— O quê? – perguntou o inimigo, espantado.

— Isso é loucura. – pensou Sasuke. – Mesmo ele sendo quem é, trazer o dia durante a noite pode resultar em sérias consequências para o planeta.

— Não pode fazer isso. Apenas Rá tem o poder para comandar o sol! – a divindade sorriu irônica.

— Você não conhece os deuses do Olimpo, deus inferior.

— Na verdade, você é... – disse, tentando enxergar o rosto do deus, mas antes o clarão de luz cegou a todos. Quando abriu os olhos, pôde ver o inimigo ferido e sangrando, sem um dos braços. Procurou por quem o havia ajudado, e não sabia o porquê, mas ele estava caído no chão, desmaiado, talvez.

— SER DESPREZÍVEL! – gritou o inimigo, chamando sua atenção. – Conseguiu me ferir, mas desmaiara. – fora até o loiro que o ferira, chutando-o. – COMO OUSA? COMO OUSA, COMO OUSA? – começou a chutá-lo enquanto gritava, e por mais que Sasuke quisesse ir ajudar seu salvador, por mais que quisesse salvar seu amigo, seu corpo não se mexia. – Eu devo começar por você, afinal. – deu mais um chute nele, jogando para longe.

Se conseguia ver direito, seu braço parecia estar se refazendo, o que era uma droga. Se ele tivesse habilidades de cura, que chance tinham? Haviam sobrevivido a um dragão de classe S para morrer para um inimigo sem classe, mas muitas vezes mais forte que o dragão?

— Formação de combate número 1. – a voz familiar o fez olhar na direção dela, atrás de Toth, vendo três de seus amigos. O inimigo olhou-os e materializou sua pena para parar uma espadada de Sai, surpreendendo o garoto, mas não contava que Temari viria por cima, ou contava, pois levantou o braço que ainda estava se refazendo e o usou para bloquear o ataque do leque dela, porém, dava para ver que sentira dor.

— Esses Servos que não param de... – um chute acertara seu rosto, jogando-o contra uma casa. Ponto para Lee.

— Vocês estão bem? – perguntou Lee, indo até eles, mas um chute o jogara longe.

— Estou devolvendo. – disse Toth. Um vento forte, uma ventania, fora na direção dos outros dois, mas a loira cravara o leque no chão, protegendo-os.

— Que tipo de inimigo é esse? – perguntou Sai. Quando deu por si, o inimigo estava atrás de si, então se virou já preparado para cortá-lo, entretanto, teve o braço segurado. Girou a espada em sua mão e tentara acertar o inimigo, mas teve o braço entortado, forçando-o a soltar sua arma e gritar de dor.

— Sai. – o inimigo o jogou na direção onde a maioria dos outros estavam, e Sasuke usara o resto das forças para se colocar na frente e amortecer o impacto do amigo. – Seu... – Temari pulara para cima dele, todavia, foi paralisada no ar. – O quê? – o homem-ave a jogou em cima de Lee, que tentava se levantar.

— Servos medíocres. Matarei a todos de uma... – seu braço explodiu, para sua surpresa. Olhara em volta, vendo um homem ir em sua direção.

— Já machucou demais essas crianças!

— Quem é você?

— No Japão, o educado é dizer o próprio nome antes de perguntar o de alguém. – disse.

— Eu sou Toth, deus egípcio.

— Eu sou apenas um deus que perdera sua divindade. Agora sou professor de história, Kakashi.

— Um ser que perdera a divindade não me interessa! – disse.

— Mas deveria. – falou, parando em sua frente. – Sabe como perdi minha divindade? Meu irmão gêmeo, Zeus, lutou contra mim pelo trono do Olimpo, mas infelizmente eu perdi. – deu de ombros. Diferente do que os gregos acreditavam, não havia sido uma pedra que Rheia, mãe de ambos, deu para Chronos, e sim Kakashi, como era chamado agora.

— Então não passa de um ser exilado.

— Um ser exilado que ainda pode te matar, deus da sabedoria. – disse. – Sabe, o mais interessante é que darei aula sobre vocês, deuses egípcios, bimestre que vem.

— Está zombando de mim? – lançou uma bola de fogo no professor, que a destruiu com um relâmpago.

— Pelo contrário, – uma flecha passara pelo coração do deus egípcio – estou ganhando tempo! – um homem parara a seu lado. Pele branca, cabelos loiros, olhos azuis e um par de asas.

— O que fez?

— Arranquei seu coração, não está vendo? – perguntou com a flecha em mãos e o coração do deus inimigo cravada nela. – Sabe, Djehuty, como gosta de se chamar, você atacou alguém muito querida para mim, e por isso deve morrer! – apertara o coração. – Mas se eu te matar agora isso vai gerar uma série de situações, então deixarei para que outro o faça. Mas claro, você saíra desse país e ficará a países de distância da minha ex, caso contrário, não haverá deus, egípcio e grego, que vá me parar! – parou de apertar o coração. – O que me diz? – nada, nenhuma resposta. – Quem cala consente. – atirou o coração dele de volta. O deus inimigo não disse nada, apenas desapareceu.

Cúpido e professor se entre olharam, sem precisar dizer nada. Agradeciam-se apenas com o olhar e, enquanto a divindade desaparecia, o professor ia até os alunos, inconscientes.

Servos e deuses –

Abriu a porta do quarto e adentrou com ela em seus braços, – pareciam ter acabado de casar – ainda desmaiada, ou se fingindo, quem sabe, já a pegara com um olho aberto. Bom, talvez ela pego no sono no caminho. A cada da namorada era mais perto do que a fraternidade, então a levara para lá.

Pousou-a com cuidado sobre a cama, indo fechar a porta. Voltou até ela, endireitando-a ali. Ajoelhou ao seu lado, tirando uma mecha de seus olhos, sorrindo satisfeito por ainda a ter consigo. Ficara desesperado quando achou que ela morreria. Era bom saber que ela continuaria ali, sendo sua Cúpido. Mesmo que houvesse perdido o título, não mudava o fato dele ter sido acertado pela flecha do amor, ou não, e ter se apaixonado por ela, então para si, ela continuaria sendo sua Cúpido.

Fez menção de se levantar, porém, parou.

— Fica comigo. – pediu, segurando-o pela blusa. O garoto dera a volta na cama de casal, retirando o calçado e deitando na mesma, de frente para ela. – Não assim. – disse, virando-se para ele.

— Ino, você quase morreu, eu quase te perdi e seu ex-marido a salvou da morte. – falou, acariciando-lhe o rosto. – Não precisa ter pressa, precisa descansar.

— Gaara, – colocou sua mão sobre a dele – desde que me casei, só pensava em uma coisa, poder ter um filho. – ficou sobre ele na cama. – Não estou pedindo para que me dê um, apenas, fique comigo essa noite! – pediu. O garoto a jogou para o lado, ficando sobre ela.

— Tem certeza? – perguntou

— Tenho! – respondeu. O ruivo tomou os lábios dela em um beijo, antes de tudo. Eram um casal apaixonado, duas pessoas que se amavam. E agora eram um.


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Notas finais do capítulo

Tá, capítulo supergrande, mas final foi fofo, né?



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