Playing Dangerous escrita por WeekendWarrior


Capítulo 23
Epilogue - Winter of Our Lives


Notas iniciais do capítulo

O epílogo mais triste de todos os tempos.
Boa leitura.
Em breve postarei o capítulo bônus.
xx



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A pequena Carmen havia crescido, havia vivido do modo mais intenso. Sorriso no rosto e alma vazia. Suas noites de inverno foram esquentadas com as simples memórias de seus homens… tantos.

A antiga Lolita encontrou conforto nos flashes das câmeras, mas nada daquilo tinha significado, tudo parecia fora de sintonia. A vida foi difícil, porém, a garota não pensava mais nisso.

Agora ela estava no rádio, na televisão, em todos os lugares. Sonhos americanos que se tornaram realidade, agora sua vida era doce como canela. 

Será que era mesmo?

Encarando-se no espelho agora ela via a verdade e a mentira, tudo composto por um ser, ela mesma: Carmen ou melhor, Lana Del Rey.

A pequena Carmen perdeu-se no meio da estrada escura, Lana tomou seu posto. A mulher forte quem tomou posse de tudo, a mulher de um milhão de dólares agora lutava para manter-se em pé, pois não o tinha mais seu homem, seu paizinho.

Suas escolhas trouxeram-na para onde está, seus pés não falharam, agora era uma lenda de Hollywood. Era o que desejava, não? A liberdade… Porém a pequena perdeu tudo ao perdê-lo.

Compôr canções para ele já não a bastava, precisava senti-lo. Ela era louca, mas não tão livre assim, sua degeneração a destruiu.

Fotos, vídeos e lembranças, todas quase perdidas, ela o segurava forte em sua mente.

— Não é estranho que você não está aqui comigo?

Sussurrou a mulher com lágrimas transbordando seus olhos. A bebida em mãos, o quarto na penumbra, a televisão com um vídeo: O de sua formatura.

Lá estava Jake, seu único e verdadeiro amor, o fogo de sua vida e de suas entranhas, seu maior sonho e pesadelo. Agora tudo perdido no meio do caminho, ela escolheu, Lana escolheu, não Carmen; a degenerada.

As imagens iam aparecendo: A coroação, o beijo, a partida. Ela colocava para repetir até cansar-se e adormecer, tinha ele em seus sonhos, único lugar onde poderia tê-lo agora.

Desde que seu homem partiu ela não sente mais nada, tem sido o dia mais escuro. A beleza negra, o azul-escuro que ela tanto queria fazer de sua vida estava ali, em tudo. Ela quem escolheu deixá-lo.

Pague por isso pequena, Carmen. Chore, pequena Carmen.

Noticiou que seu homem agora tinha uma família, seguiu seu caminho. Tinha uma bela esposa, uma vida. Algo que um dia achou não ser merecedora e que agora, daria tudo pata ter, ter isso com ele.

A garota triste, na época soube que ele a procurava. Então fugiu através dos estados, encontrou pessoas de sua índole e neles confiou. Viveu na estrada aberta e foi selvagem, mas do que lhe valia isso? A perda foi ordinária.

A garota má o procura, procura saber o que faz, o que fez, onde está e com quem. Mas a esposa dele a deixa tão triste, ela é bela e lhe deu tudo aquilo que não poderia. A mulher sente-se querendo morrer.

E se não tivesse o deixado naquela noite? Se perguntava isso sempre. Sempre, sempre e sempre. É tudo o que ela faz, pensar nele.

Se ele a chamasse agora, ela iria pra ele, ela correria para ele, porém nunca se tornaria realidade, ela sabia. Era apenas a mais bela das moças com uma alma dolorida.

No final ela zomba de si mesma.

— Essa é a felicidade. Amar alguém e deixar esse alguém por culpa do amor.

Sorriu ao responder o entrevistador. Os lábios num tom vermelho e olhos bem marcados, a feição dura e atuante. Muitos a chamavam de farsa e em alguns aspectos ela era.

A antiga Carmen entra em sua grande casa, sobe as escadas e dirige-se até seu quarto. Ali está sobre a mesa: Uma arma e uma bíblia.

Um tiro na cabeça, eu sou capaz.

Lana cala sua Carmen interior e joga para longe seus atos suicidas.

Coloca um vestido novo, uma maquiagem bem-feita, saltos… Põe uma cereja na boca e a saboreia. As luzes estão acesas, todos a gostam, curvando os lábios num sorriso.

Ela está viva novamente, bom, pelo menos uma parte sua.

 

Ela é tão famosa agora.

Pensa enquanto a mira na tela da Tv. Não há nada que ele possa fazer, tudo que ele pôde, já fez. Finalmente o homem sente-se feliz com a partida de sua amada.

Ele a deu o inimaginável e está tudo acabado agora. Ele encontrou outro meio, de alguma forma. Fez o que lhe era mandado, correu atrás dela, porém ela fugiu.

Era isso, Carmen ainda o dominava a mente. A pequena, já não tão pequena, agora a mulher continha um passado torpe, mas ele a amava mesmo assim. Ainda a amava.

Ele era louco por ela, mas sentia-se feliz com sua atual situação, feliz com sua partida. A pequena o tiraria a vida, ela foi seu fim, foi seu tudo e agora estava acabado.

Aquela maldita carta, ele ainda a tinha guardada, a lia sempre que podia, sempre que ela o atormentava a mente e isso se fazia com frequência.

Nunca esqueceria o desespero que sentiu ao acordar e não encontrá-la, ao achar aquela carta e lê-la. Quase destruiu a casa, a procurou pela cidade toda, porém sua garotinha já estava longe.

Nove anos se foram e ele ainda a segurava forte na mente, ainda a pensava com carinho, ainda a tinha viva na mente. Essa era a força da juventude.

Com a partida de Carmen, o homem começou tudo de novo. Ignorou os boatos, ignorou todas as represálias, nunca mais tocou no nome dela. Continuou naquela cidade, não deixaria o lugar. Carmen ainda pairava sobre ele como um fantasma.

Depois de sua partida repentina, sem uma mera despedida, o homem sentiu-se mais forte, inabalável. Nada mais o derrubaria, não como sua pequena fez, ela seria a primeira e última mulher por quem choraria.

Sua garota degenerada era irrecuperável, em suas veias corriam liberdade e amor, duas coisas que não podem viver juntas.

Deu-se conta que ela não voltaria e foi atrás dela, não deu em nada, apenas levou alguns socos do pai de Carmen. Agora estava tudo feito e perdido.

Anos se passaram e agora tinha uma família, uma boa esposa e filho. Os amava mais que tudo, porém quando escutava a voz de Carmen a soar no rádio sentia arrepios.

— Lana Del Rey.

Experimentou o nome nos lábios, sorriu amargurado, ninguém nunca saberia.

Jake sempre a amará, sempre a amará.

Desde a primeira até a última vez. Amá-la foi muito difícil, mas faria tudo novamente, faria tudo por ela, mas nada pode ser feito agora.

A mulher quem escolheu partir e assim condenando-os. Duas almas condenadas a se amarem, porém longe uma da outra.

 

 

 


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Notas finais do capítulo



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