Coraline e o Estranho Mundo de Jack escrita por Odette Swan


Capítulo 2
Capítulo 1 - Folhas Secas (REVISADO)


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Tive uma certa inspiração para terminar esse capítulo (sim, eu estava enrolando). Hoje eu fui na Casa das Rosas na Av. Paulista, e adivinha? Em uma das salas havia uma lâmpada (acho que era roxa) e por cima dela tinha uma chapa no formato de algum inseto, na hora lembrei da sala de visitas da Outra Casa, só me faltava ter uma portinha em algum canto ali :v
Obrigada à todos que estão acompanhando e aos que comentaram até agora.

Boa leitura!

OBS: Os banners de capítulo estão sem acento no "i" porque a fonte que uso não coloca acento nas letras, e se eu editasse ficaria feio.



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Três anos já haviam se passado desde que Coraline conseguira escapar das garras da Bela Dama e voltar a viver com seus pais de verdade. A relação da menina com a mãe e o pai havia, de certa forma, melhorado muito; ela se relacionava melhor com a mãe e conversava mais com o pai, às vezes Coraline não conseguia acreditar que esteve a ponto de jogar tudo aquilo fora.

Coraline explicou melhor e com calma tudo o que havia acontecido para Wybie, que mal conseguia acreditar, o garoto ficara boquiaberto conforme ela desenrolava a história, mas, é claro, não tentou evitar perguntas absurdas sobre a aventura da garota, nada inédito para o comportamento do menino. A avó de Wybie ouvia tudo calmamente e não pôde evitar agradecimentos à menina pela alma de sua irmã.

Mas a paz não é uma constante e nem algo completamente concreto, Coraline sabia bem disso, ela sabia que era uma questão de tempo até Bela Dama encontrar sua preciosa chave, mas até lá a menina aproveitaria ao máximo a vida que estava levando.

— Coraline!

Ela abriu os olhos lentamente e fitou a janela, o sol já estava brilhando lá fora. O gato preto que a acompanhara em sua aventura no Outro Mundo apareceu no parapeito da janela que ainda estava fechada, Coraline sentou-se na cama e tombou a cabeça de lado olhando o animal e sorrindo, ele fez o mesmo gesto como de costume.

— Coraline! O café está pronto! - Chamou novamente a senhora Jones.

— Já voou! - Gritou de volta.

Coraline calçou seus chinelos e desceu correndo, mesmo ainda morrendo de sono, quando entrou na cozinha sentou na primeira cadeira que viu em frente a um prato com ovos e algumas tira de bacon.

— Desde quando você cozinha assim mãe? - Perguntou enquanto pegava um garfo e colocava a comida na boca.

— Não deveria duvidar da minha capacidade na cozinha. - Brincou abaixando o jornal para olhar a menina enquanto tomava sua xícara de café. - Charlie!

— Já estou indo querida.

O pai entrou na cozinha e sentou ao lado de Coraline.

— Querida, pode me emprestar o jornal? - Mel deu o jornal à Charlie enquanto levantava para lavar sua xícara. - Então, está preparada para amanhã? - Perguntou a Coraline enquanto folheava as páginas do jornal.

— Ah, sim…

— Que tom é esse? Ânimo! Não é todo dia que se faz aniversário.

O pai de Coraline mantinha um semblante sereno, os óculos quase na ponta do nariz e um resquício de um sorriso torto.

— Ainda estou com sono pai.

— Então está na hora de acordar. - Ele segurou no ombro da filha e a chacoalhou de leve.

— Pai! - Exclamou rindo.

— Muito bem vocês dois. Papai tem que trabalhar e você, mocinha, tem que ir pra escola. - Disse apontando para Coraline.

— Ah, mas já?

— Sim, se quiser ser alguém na vida.

A mãe tirou a louça da mesa para lava-lá enquanto o pai se dirigia a seu computador. Coraline subiu e se arrumou rapidamente, era outono e ventava lá fora, por isso ela vestiu o casaco de lã cinza, que fazia parte do uniforme, sem esquecer, claro, de suas luvas laranjas.

O dia de Coraline na escola foi arrastado, ela não estava muito animada para estudar naquela manhã. O quesito escola, na vida de Coraline, até que estava em um rumo, digamos, bom…

Havia feito alguns amigos, dois, talvez, que valessem mais a pena, de acordo com ela, mas não passavam tanto tempo juntos, eram apenas colegas de classe. Apesar disso, sua proximidade com Wybie era mais nítida do que qualquer outra coisa, talvez a única amizade naquele lugar que a fizesse realmente sentir-se confortável. O garoto estudava na mesma escola que Coraline, em uma turma diferente. Ele, ao contrário de Coraline, mantinha uma certa popularidade entre as pessoas do colégio, sua personalidade peculiar era um atrativo para as outras crianças.

Ao final da aula, Coraline não saiu com o restante da turma. Com a sala vazia, foi em direção aos pequenos vasos de planta que ficavam no parapeito da janela, era evidente que não eram cuidadas com frequência, mas Coraline resolvia isso com as próprias mãos. Ela tirou uma tesoura de jardinagem da mochila e começou a remover folhas mortas, antes de regar os vasos.

Naquela tarde Coraline voltou sozinha para casa, ao que parecia a avó de Wybie o esperava na porta da escola para irem até o centro da cidade fazer compras.

Ao se aproximar de casa reparou que no pé da escada de entrada havia uma caixa de madeira, não muito grande nem muito pequena, estava endereçada às senhoritas Spink e Forcible. Coraline imaginou que, talvez, o entregador tivesse cometido um engano com o endereço ou que as senhoras não pudessem subir e nem ao menos imaginassem que a entrega já havia sido feita.

Coraline desceu até o apartamento das senhoritas Spink e Forcible carregando a caixa. Não parecia tão pesada. Ela bateu à porta e foi recebida pelo alto latido de dois terriers, que pulavam sem parar, até que a senhorita Spink abriu-a.

— Oh, olá Caroline. Entre. - Disse dando passagem a menina que foi em direção ao centro da sala.

— Olá, senhorita Spink.

Coraline já não se importava tanto com o erro que as pessoas cometiam ao pronunciarem seu nome, ela sabia que não adiantaria, a maioria esqueceria a maneira correta de um jeito ou de outro. Seus vizinhos eram velhos e mal deviam se lembrar de seus próprios nomes, ela disfarçou um sorriso desencadeado pelo pensamento que tivera.

— Então, o que você tem aí?

— Isto estava na minha escada, mas estava com o seu nome.

— Ah, claro. Me dê isto querida.

A senhorita Spink pegou a caixa e colocou em cima da mesinha de centro, abriu-a, colocou as duas mãos dentro dela, tirou seu conteúdo com cuidado.

— Oh, Angus. - Lamentou sentando-se no sofá com o pequeno cão empalhado, que usava, inclusive, uma roupinha branca com asinhas douradas nas costas, assim como os outros da prateleira ao lado do móvel.

— Esse… é mais um dos seus cachorros?

— Mirian! - Chamou com sua voz estridente. - O que disse querida? - Voltou a se referir a Coraline.

— O seu…

— Ah, sim. Angus voltou a não se sentir bem, mas desta vez não houve nada que pudesse salvá-lo.

Coraline sabia que as senhoritas deveriam estar muito tristes, Angus era, assim como todos os outros, a companhia delas, tudo o que tinham para amar.

— Até que enfim essa encomenda chegou. Não aguentava mais ouvir você resmungando. - A senhorita Forcible apareceu com uma bandeja com duas xícaras de chá. - É uma pena que Angus tenha nos deixado.

— Miriam, traga uma xícara para a Caroline.

— Vou trazer chá de jasmim. - Disse segurando o pincenê sob o nariz.

— Traga de boldo.

— De jasmim.

— Boldo!

Prevendo que as senhoritas Spink e Forcible iniciariam novamente uma de suas discussões desnecessárias, Coraline decidiu cortar aquela conversa logo.

— A senhorita não quer que eu o coloque na prateleira com os outros?

— Não precisa querida, eu mesma faço isso. - A senhorita Spink se levantou e, apoiando-se com força em seu andador, colocou Angus IX ao lado de Angus XIII.

Enquanto tomavam chá a senhorita Spink propôs a Coraline de adivinhar sua sorte através das folhinhas de chá, como fazia algumas vezes. Da última vez ela disse que Coraline teria uma “experiência nova e boa”. Coraline não entendeu bem esse recado, então deixou passar sem fazer muitas perguntas.

A senhora colocou seu velho turbante roxo com o aplique de um olho em seu centro e sentou-se diante de Coraline, pegando sua xícara e mexendo-a enquanto observava seu interior. Seu semblante era de confusão.

— Algum problema senhorita Spink?

— Bom, eu não sei dizer… Parece que você fará descobertas, mas não consigo explicar.

A senhorita Forcible colocou os óculos e aproximou o rosto da xícara.

— Hmm… eu diria que… - A senhorita Spink afastou o objeto da vista da outra senhora.

— Sugere alguma coisa?

— Fique atenta a tudo à sua volta. - Disse a senhorita Forcible.

— E tenha cuidado com os lugares que vai. - Alertou senhorita Spink.

Coraline saiu pensativa e apreensiva da casa das senhoras, uma vez que já ouvira algo parecido vindo delas, e neste caso sua vida virara um pesadelo do dia para a noite.


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Notas finais do capítulo

No livro, é o cão Hamish que fica doente mas eu decidi manter o cão do filme, Angus. E, antes que alguém pergunte, eu preferi deixar a presença do Wybie para o próximo capítulo, não achei que deveria colocar ele aqui agora.
Se houver algum erro, por favor, me avisem.

Espero que tenham gostado. Até o próximo capítulo o/

Bjs no heart *3*



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