Hermione olhou para Sarah e surpreendeu-se em ver como a amiga, apesar de estar preocupada e com olhos inchados por chorar, estava determinada para lutar.

— Bem, eu e Luna vamos procurar Snape. Vá procurar Neville pelos corredores perto da Sala Precisa, ele vai precisar de mais uma varinha pois não sabemos ao certo quantos comensais estão no castelo. – disse Hermione.

— Ok, estou indo para lá. Boa sorte, Mione. Tudo vai acabar bem. – disse Sarah abraçando Hermione e seguindo para os corredores do castelo.

— Sarah espere! Harry me fez prometer que você beberia isso. – disse Hermione tirando o frasco de Felix Felicis.

— Sorte líquida? – perguntou Sarah reconhecendo o frasco. – Não, Mione. Deixe para outra pessoa.

— Sarah, eu prometi a Harry! Agora não é o momento para demonstrar seu lado altruísta pro mundo. – disse Hermione empurrando a poção para Sarah.

— Está bem, eu bebo! – disse Sarah bebendo a poção. – feliz agora?

— Feliz e aliviada! – disse Hermione sorrindo. – agora vá, nos vemos depois!

Sarah abraçou Hermione e foi ao encontro de Neville, que estava andando em círculos pelo corredor.

— Neville! Hermione me mandou pra cá, já sabe de alguma coisa? – perguntou Sarah se aproximando do garoto.

— Ah, oi Sarah. Ainda não sei quantos comensais ao certo, mas pelo que eu ouvi estão os irmãos Carrow, Greyback e Bellatriz Lestrange. – disse Neville nervoso.

— Bellatriz? A tia de Draco? – perguntou Sarah confusa. A garota até suspeitava que Bellatriz pudesse ser uma comensal, mas a confirmação não deixou de ser chocante para ela. Seus pensamentos foram interrompidos  por um forte estampido.

— Sarah, acho que devemos nos separar. Fique aqui que eu vou até onde veio o som. – disse Neville determinado.

— Tudo bem, qualquer coisa grite por ajuda que eu irei correndo!

— Obrigado, Sarah. – disse Neville sorrindo. – sabe, eu não me importo com o que algumas pessoas falam sobre você, te acho uma garota legal e você e Harry formam um casal incrível.

— Obrigada Neville. – disse Sarah sorrindo.

Sarah ficou no meio do corredor com a varinha em punho. Estava sentindo tanta coisa ao mesmo tempo que demorou para perceber que não estava sozinha, o barulho dos passos que ouvia atrás dela estavam cada vez mais altos e ela sentia que seja lá quem for, estava cada vez mais próximo. Quando Sarah virou-se e viu dois olhos castanhos familiares e assustadores.

— Olá, priminha. – disse Belatriz com um sorriso irônico.

— Bellatriz... – disse Sarah com a voz fraca.

— Surpresa em me ver? Imagina como ficaria surpresa em saber que seu querido Draco foi quem me trouxe. Presumo que esta lutando contra nós, defendendo seu precioso Harry. – disse ela com desdém.

— É por algo muito maior que Harry, Bellatriz.

— Imagino que também lute pelo seu precioso papai! O amaldiçôo por ter sujado o sangue dos Black tendo uma filha com uma trouxa. Não sabe o desgosto que tenho por ter uma maldita mestiça na família, e ainda por cima traidora de sangue! – disse Bellatriz com a voz estridente.

— Estupefaça! – disse Sarah, fazendo com que o feitiço acertasse Bellatriz em cheio, a fazendo cair no chão.

— Belo feitiço, querida. Talvez o Lord das Trevas ficasse satisfeito de ver você lutando ao seu lado. Claro, se não fosse uma traidora de sangue imunda! – desdenhou Bellatriz levantando-se do chão.

— Nunca! – gritou Sarah ferozmente.

— Olha como ela é corajosinha, que bonitinho! Vamos ver se esse seu tom muda quando eu matar você assim como fiz com seu pai!

— O que? – perguntou Sarah com a voz fraca, visivelmente incrédula e abalada.

— ‘’o que?’’ – imitou Bellatriz debochada. – GAROTINHA IDIOTA! Minha irmã e seu precioso priminho esconderam isso de você, não é? – disse soltando uma gargalhada estridente.

Sarah ficou tomada pelo ódio e então ela e Bellatriz entraram em um frenético duelo. Bellatrix jogava feitiço em cima de feitiço em cima de Sarah, mas tudo parecia desviar da garota, por conta do efeito da Felix Felicis, Sarah era uma bruxa poderosa, mas Bellatriz era muito mais forte e experiente, se não fosse pela poção, Sarah provavelmente não sobreviveria ao duelo. Cada feitiço de Sarah desviado por Bellatriz, fazia a bruxa rir e cada vez mais deixar Saraha acuada na parede.

— AVADA... – gritou Bellatriz triunfante olhando para os olhos de Sarah;

— BELLATRIZ, PARE! Agora não é o momento para isso! Venha, a hora chegou! – disse a voz grave de Severo Snape.

— Isso não acabou ainda, queridinha! – desafiou Bellatriz, antes de seguir com Snape e outros comensais, inclusive Draco que desviava do olhar desesperado de Sarah.

Sarah permaneceu encostada na parede como se estivesse petrificada. Draco e Narcisa esconderam aquilo dela, a fizeram conviver com a assassina de seu pai durante o verão. Será que ela não passava de uma grande piada para a família Malfoy? Será que eles se divertiram a vendo sofrer pela morte dos pais? Aquilo era demais, Sarah era uma garota forte mas aquilo havia a derrubado. Amava Draco e Narcisa e até Lucio, que demonstrou ser uma pessoa boa no final das contas. Eles eram a única família que restava, mas agora tudo parecia ter sido uma grande mentira.

Seu peito parecia explodir de tanta dor, queria sumir dali, queria desabar, mas não podia. A decepção e o medo se juntavam a preocupação com Harry, que ainda não havia retornado. Sentiu que a batalha havia cessado, os gritos e estampidos de feitiços foram tomados por um silêncio arrepiante. Sarah permaneceu ali durante alguns minutos, até ver Rony, Hermione, Neville, Luna e Gina correndo em sua direção.

— Sarah, você esta bem? – perguntou Rony estendendo o braço para ajudá-la a levantar.

— Acho que sim. – respondeu a garota levantando-se com a ajuda de Rony. Sarah se surpreendeu com o gesto de Rony, sentiu que o melhor amigo de Harry estava finalmente gostando mais dela.

— Você esta parecendo um fantasma de tão pálida! O que aconteceu com você? – perguntou Hermione.

— Duelei com Bellatriz, e ela me fez o favor de contar que foi ela que matou meu pai. – disse Sarah com a voz fraca.

— Sarah sinto muito. Achamos que já sabia, mas mesmo assim nunca tivemos coragem de falar com você sobre isso. – disse Hermione carinhosa.

— Estávamos todos lá, na batalha do Ministério. Sirius foi incrível, sinto muito Sarah. – disse Neville.

— Obrigada, Neville. – disse Sarah segurando a mão do garoto. – e vocês? Estão bem?

— Estamos, graças a Felix. – respondeu Luna.

— Eu e Luna ficamos em frente ao escritório de Snape, ele  passou correndo e não nos viu. Quando entramos na sala, vimos que ele estuporou Flitwick! Ele esta do lado deles, Sarah! – disse Hermione desesperada.

— Eu percebi quando ele passou por mim chamando Bellatriz. Estava com outros comensais, disse que ‘’a hora havia chegado’’. Hora do que? – contou Sarah.

— Não sabemos. – disse Gina.

— Acho que eles foram para a torre de astronomia. – contou Sarah.

— Vamos para lá, todos nós! Temos aurores e professores lutando também. – disse Neville determinado.

O grupo foi até a entrada da sala de astronomia, mas quando tentaram entrar, um feitiço de bloqueio derrubou todos, os jogando para longe.

— Droga! Enfeitiçaram e entrada da sala! – queixou-se Neville tentando se levantar.

— Vocês estão bem? – perguntou McGonagall correndo em direção ao grupo que se levantava do chão.

— Sim, professora. A entrada da sala esta bloqueada e todos os comensais estão lá, inclusive o professor Snape e Draco Malfoy. Mas ainda não sabemos o motivo. – respondeu Sarah pondo-se em pé.

— Tem dois corpos lá! – gritou Gina desesperada. – Mas não podemos ver quem é!

— Se acalmem, vou tentar desbloquear o feitiço e quero que vocês saiam... – tentou falar McGonagall, mas sua fala foi interrompida com comensais descendo triunfantes e jogando feitiços e maldições para todo o lado.

A batalha recomeçou, todos duelavam freneticamente. Sarah duelava com um comensal da morte grandalhão, que jogava maldições da morte em cima da garota sem parar. Já, sem forças, Sarah continuava lutando mas sabia que não agüentaria muito tempo pois Bellatriz havia tirado praticamente todas suas forças. Foi quando um feitiço atingiu o comensal em cheio, afugentando-o. Quando virou para trás para ver seu salvador, viu Harry visivelmente abalado e machucado.

— Harry! De onde você veio? – perguntou Sarah pulando nos braços do amado. – você esta vivo! Vivo!

— Eu estava na torre de astronomia com Dumbledore, eu... ele... – disse Harry perdendo a voz.

— VAMOS EMBORA! – ordenou Snape para os comensais que duelavam. – TEMOS QUE SAIR DO CASTELO NESSE MINUTO! – sua ordem fez com que todos os comensais se retirassem rapidamente.

— Eles estão indo embora! – comemorou a voz de Luna.

— Sarah, Dumbledore... ele... – tentava dizer Harry mas as lágrimas o impediam de continuar.

— Harry, me conte o que houve!

— Ele esta morto, Snape o matou. – disse então Harry.

— Não! Não pode ser! – dizia Sarah incrédula.

— Eu vi, eu estava lá! – disse Harry.

— ELES ESTÃO SAINDO DO CASTELO, MAS ESTÃO DISTRUINDO TUDO O QUE PODEM! – gritara Neville.

— Venha comigo, Sarah. Preciso confrontá-lo. – disse Harry com firmeza.

— Isso é suicídio, Harry! – exclamou Sarah.

— Não se você vier comigo. Por favor, Sarah. – pediu Harry.

Sarah, por fim concordou e saiu em disparada com Harry até os jardins, onde estavam os comensais.