Sarah e Harry ficaram juntos na Sala Precisa até o horário do treino de quadribol de Harry. Sarah saiu primeiro, pois os dois não queriam sair juntos e correr o risco de alguém ver a cena e contar para Draco antes de Sarah.

A garota gastou o tempo livre que tinha até o jantar indo ao Corujal para mandar uma carta para Angela, como fazia toda semana. Sarah sentia muita saudade de casa, mas agora realmente sentia-se feliz em Hogwarts, era uma felicidade que Sarah nunca havia se quer imaginado que um dia sentiria.

Durante o jantar, Sarah pode ver Harry de longe e isso fez com que lembrasse que precisaria contar tudo a Draco, daquela noite não poderia passar. Draco, pra variar, não apareceu para jantar o que obrigou Sarah a esperá-lo na Sala Comunal da Sonserina.

Sarah tentou distrair-se com um livro até Draco chegar, mas não conseguia concentrar-se pois só imaginar aquela conversa seu estômago revirava. Quando Sarah deu por si, estava sozinha na sala, todos já estavam em seus quartos dormindo e nada de Draco aparecer. Sarah nunca esteve tão apreensiva para uma conversa, nem quando a diretora da sua antiga escola a pegou fumando e chamou sua mãe para uma conversa Sarah ficou tão nervosa. Quando a garota estava quase cochilando, em meio a uma luta pesada contra o sono, Draco abriu a porta da sala.

— Sarah? O que esta fazendo aqui? – perguntou Draco surpreso ao ver Sarah sozinha na sala comunal naquela hora da noite.

— Eu preciso falar com você, queria que fosse logo depois do jantar mas você sumiu. – disse Sarah apreensiva.

— Se for para perguntar sobre onde eu estava nem comece, sabe que não posso falar nada pra você e pelo seu bem! – disse Draco sentando-se ao lado de Sarah.

— É algo sobre mim, Draco. Não sei se vai encarar isso bem, na verdade eu sei que você não vai gostar nada do que eu vou te falar mas peço por favor que me entenda! Eu não poderia esconder isso por muito tempo e uma hora ou outra alguém descobriria e contaria para você no mesmo minuto. A última coisa que eu quero fazer nessa vida é mentir para você, quero que saiba por mim, por pior que seja a conseqüência. – disse Sarah suspirando.

— S, você esta me assustando agora! – disse Draco nervoso.

— Promete que não vai me odiar? – perguntou Sarah nervosa.

— Eu jamais te odiaria, você é minha melhor amiga, minha irmã! – disse Draco compreensivo.

— Não sei se esse tom compreensivo vai permanecer quando eu te contar... – disse Sarah.

— Por Merlin, Sarah! Conte logo! – pediu Draco nervoso.

— Eu estou namorando uma pessoa e sei que você não vai aprovar. Mas antes de qualquer coisa, quero que saiba que eu não escolhi isso. Amor não é algo que escolhemos. – disse Sarah.

— Amor? Não acredito! Esta apaixonada de verdade? Mas quem é essa pessoa? S, se esse cara, seja lá quem for, te faz feliz, esta tudo bem! Achou que eu ficaria bravo por ver você namorar de novo? – perguntou Draco curioso e nervoso ao mesmo tempo.

— O problema não é o fato de eu estar namorando, mas sim com quem. – disse Sarah nervosa.

— Sarah, me conte logo! – pediu Draco impaciente.

— É Harry Potter. Nos apaixonamos e estamos namorando agora.– disse Sarah com os olhos fechados, com medo da explosão de Draco. Sarah ficou alguns segundos de olhos fechados esperando a resposta de Draco mas nada ouvia. Quando os abriu, viu Draco com uma expressão surpresa congelada, como se estivesse petrificado. – Draco, diga algo por favor!

— O QUE? O POTTER, SARAH? O QUE VOCÊ ANDOU BEBENDO? CHEIROU AQUELE PÓ BRANCO DOS TROUXAS QUE USAVA ANTES? – gritou Draco indignado levantando-se e olhando Sarah que ainda estava sentada.

— Shhhhh! Draco todos estão dormindo, não grita por favor! Fique calmo!– pediu Sarah nervosa.

— CALMO? COMO VOCÊ PODE ME PEDIR PRA FICAR CALMO? VOCÊ ESTÁ LOUCA, SARAH! LOUCA! – gritou Draco novamente levando as mãos a cabeça. O grito de Draco fez com que alguns alunos gritassem ‘’cala a boca, idiota!’’ de seus dormitórios.

— Abaffiato! – ordenou Sarah com a varinha, tornando a sala à prova de som. – Draco, por favor tenta me entender um pouco! Não foi algo que eu escolhi, não acordei um dia e pensei ‘’Nossa, hoje é um ótimo dia para me apaixonar por Harry Potter!’’ – argumentou Sarah nervosa.

— Você não sabe o que esta fazendo, Sarah! Eu vou agora mesmo no dormitório desse Testa Rachada lhe ensinar o que é bom! – disse Draco furioso indo até a porta, a qual Sarah correu e se colocou na frente.

— Vai nada! Draco, me ouça, por favor! Isso é algo que estou lutando há tempos, o amor não é algo que escolhemos, ele simplesmente acontece e não podemos lutar contra isso! – argumentou Sarah com lágrimas nos olhos.

— Lutando há tempos? Cada palavra que sai da sua boca consegue piorar a situação! Como isso pode ter acontecido? – perguntou Draco nervoso andando em círculos pela sala.

— Começou quando nos encontramos sem querer na Sala Precisa, eu estava mal pois era o aniversário de mamãe e ele acabou me consolando. Depois teve a festa do Slugue, o Natal, depois que rompi com Blásio e também teve o dia que ele me beijou e... – contava Sarah.

— Ahhh! Esquece! Não quero imaginar você beijando aquele sujeito. Quer saber, Sarah? A vida é sua, você pode cagar nela o quanto quiser. Eu te amo, mas não me obrigue a concordar com essa sua estupidez. – disse Draco indo até o dormitório masculino.

— Draco...- chamou Sarah baixinho enquanto o garoto subia as escadas até seu dormitório.

— Não fala comigo agora, por favor. – pediu Draco bravo antes de entrar em seu dormitório.

Sarah foi para seu quarto, preparou-se para dormir e jogou-se em sua cama. A conversa com Draco foi horrível, mas era necessária. Sabia que Draco jamais aprovaria, mas não conseguiria mentir para ele. O lado bom daquilo tudo, é que mais nada a impedia de estar com Harry em frente de todos. Esse último pensamento fez a garota esboçar um sorriso e dormiu, ansiosa pelo fim de semana que teria pela frente.

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Sarah acordou com um sorriso no rosto. Assim que se levantou, começou a se arrumar para ver Harry. Depois de muitas trocas de roupa, finalmente escolheu o vestido que usaria. Era um vestido rodado azul, simples mas que destacava seu corpo delicado e seus olhos azuis.

Quando saiu da sala comunal, viu Harry encostado em uma parede em frente a sala aparentemente nervoso esperando por ela. Sem conseguir controlar-se, Sarah foi ao encontro de Harry e o cumprimentou-o com um selinho, causando espanto nos alunos que passavam por ali.

— Draco sabe. – contou Sarah colocando os braços em volta do pescoço de Harry.

— Como ele reagiu? É seguro eu te abraçar em meio a esse povo todo? – perguntou Harry colocando hesitante as mãos na cintura de Sarah.

— É completamente seguro. – disse a garota sorrindo. – ele não reagiu nada bem, como eu já esperava. Foi horrível, ele gritou e fez uma cena daquelas. – disse Sarah mudando de expressão, ficando visivelmente aborrecida.

— Eu imaginei que ele não iria aceitar. – disse Harry entrelaçando sua mão na de Sarah e andando até o Salão Principal com ela.

— Quem sabe com o tempo... – sugeriu Sarah pensativa. – mas não vamos pensar nisso agora! Vamos ver a parte boa, podemos ficar juntos sem medo de nada ou ninguém!

— A única coisa que me assusta são os olhares desse povo curioso. – disse Harry incomodado com os olhares e cochichos que os rondavam.

— Black e Potter? Tá aí uma coisa que eu não esperava! – debochou Pansy Parkinson quando passou pelo casal.

— Vá cuidar da sua vida, Parkinson! – disse Sarah entre dentes ainda de mãos dadas com Harry.

— Rapidinha, hein! Largou Zabini e já arrumou um machinho novo! Mas Potter? Eu esperava mais até de você, Black. – debochou Parkinson.

— Não me provoque, Parkinson! Estou te avisando! – ameaçou Sarah.

— Vai fazer o que? Você só sabe ameaçar! É uma cadelinha pulguenta igual seu pai! – disse Pansy.

— Não fale do meu pai! – disse Sarah empunhando sua varinha.

— Só o que vejo é uma cadelinha latindo! Vai latir mais ou posso tomar meu café da manhã? – perguntou Pansy irônica.

— EU não vou latir, você que vai! LARATUS CANIS! – disse Sarah agitando a varinha.

Pansy fechou os olhos com medo do feitiço mas nada aconteceu. A garota deu um risinho debochado, acreditando que Sarah tinha errado o feitiço ou que tinha conseguido desviar. Ainda sorrindo, a garota voltou a provocar Sarah.

—WOLF! WOLF WOLF... – latiu Pansy. A garota tentava falar, mas sempre que tentava sua voz não saía, em seu lugar Pansy latia como um cão, fazendo com que todos no Salão Comunal gargalhassem de sua situação. A garota assustada e humilhada saiu correndo desesperada com as mãos em sua boca, evitando tentar falar qualquer palavra.

— Essa foi brilhante! – comentou Harry rindo da situação.

— Ela pediu! – comentou Sarah ainda brava.

— E mereceu! Agora vamos, tome café comigo. – pediu Harry.

— Na mesa da Grifinória? Com seus amigos que me odeiam? Nem pensar! – respondeu Sarah apreensiva.

— Somos um casal agora e eu amo você, eles vão ter que aceitar. E acho que depois disso que você fez com Pansy, acho que todos devem te adorar! – disse Harry sorrindo.

— Tem certeza que é uma boa ideia? – perguntou Sarah.

— Chega de perguntas e vamos logo, estou com fome! – disse Harry pegando na mão de Sarah e a conduzindo até onde Hermione, Rony, Gina e Neville estavam sentados.

— Bom dia, pessoal! – disse Harry animado.

— Então é verdade? Estão mesmo juntos? – perguntou Gina indignada.

— Sim. Sarah é minha namorada e quero que vocês se dêem bem. – disse Harry calmamente enquanto se sentava.

— Bom dia...- disse Sarah nervosa.

— Sente, Sarah! – pediu Hermione afastando-se para o lado, dando lugar a Sarah.

— Obrigada, Mione. – respondeu Sarah e timidamente, sentou-se entre Hermione e Harry.

— Eu perdi a fome. – disse Gina levantando-se irritada, batendo seu copo de suco com violência em cima da mesa e retirando-se do Salão Comunal irritada.

— Bem, vai demorar até ela aceitar. – disse Hermione.

— Até todo o mundo aceitar, não acha? – comentou Sarah.

— Deixa disso! É sábado, anime-se! – disse Harry beijando a bochecha de Sarah.

O restante do dia seguiu melhor do que Sarah esperava. Com Harry, Rony e Hermione, Sarah terminou seus deveres e passou uma tarde divertida contando histórias sobre Sirius e sua mãe que até Rony deu risada. Os quatro estavam começando a se entender e Rony via que Sarah era uma boa pessoa e que fazia seu melhor amigo feliz. Naquele momento, tudo estava se acertando.