Eu não me continha de felicidade, vendo meus dois amores correndo e rindo pela casa, nunca pensei que Poseidon se daria tão bem com minha filha e ainda mais que a adotaria como filha, era um sentimento tão perfeito que era impossível descrever, somente vivendo para sentir. Enquanto eles brincavam, eu rapidamente fiz uma macarrona um suco de laranja e arrumei a mesa.

– Crianças o almoço esta na mesa. – falei alto para que eles ouvissem.

– Obá comida! – gritaram os dois juntos e minhas duas crianças vieram correndo.

– Eu ganhei papai, cheguei primeiro. – disse minha filha me abraçando pelas pernas.

– Mas da próxima vez eu ganho! – ele falou me abraçando e me beijando.

– Eca de novo! – disse Emile, nós rimos e nos sentamos à mesa.

Depois do almoço, fomos para a sala, colocamos todas as almofadas no chão e nos deitamos, colocamos um filme de comedia e ficamos assistindo, não demorou muito logo minha florzinha estava dormindo, depois de toda aquela agitação não esperava outra coisa.

– Vou coloca-la na cama. – disse Poseidon pegando-a com cuidado.

– O primeiro quarto da direita. – disse e ele subiu.

Enquanto isso eu juntei as almofadas e fui à cozinha fazer pipoca, quando retornei, ele já estava lá sentando no sofá. Joguei-me ao seu lado e comecei a comer pipoca junto com ele.

– Senti muitas saudades de você. – ele falou baixinho.

– Você nem imagina o quando eu também senti. – confessei e respirei fundo. – Você sabe que nunca me dei bem com Sr. Walk, e naquele ano ele queria me mandar para Nova Iorque para assumir uma de suas empresas, eu não queria ir, tentei argumentar de todas as maneiras, mas ele não me ouvia. Naquele dia mais cedo ele estava furioso por alguns problemas que tinha acontecido, eu sai sem ele me ver, passei um maravilhoso dia com você. – sorri e ele me abraçou mais forte. – Porém quando voltei para casa discuti com ele, que me deu um tapa e mandou eu arrumar minhas coisas que estaríamos indo para Nova Iorque. Eu fiquei com muita raiva, aquilo tinha sido a gota d’água, então decidi que ia fugir. – eu relatava com raiva relembrando desse dia. – Fiz toda uma encenação fui com eles para o aeroporto e na hora do embarque eu os deixei irem na frente, sabia que só iriam notar minha falta dentro do avião ou somente no desembarque. Então peguei um taxe e fui para Los Angeles, no dia seguinte ele me ligou furioso dizendo que eu era uma criança mimada e irresponsável eu gritei com ele dizendo que não era mais criança e que iria viver minha vida sozinha e que ele me esquecesse de que era sua filha porque eu já tinha esquecido que ele era meu pai. Depois disse ele desligou o telefone e nunca mais nos falamos.

– Corajosa você. Imagino que tenha sido bem difícil.

– Na verdade há alguns dias atrás eu tinha feito um conta que o Sr. Walk não tinha acesso e transferi meu dinheiro para que ele não pudesse bloqueá-lo, então durante dois anos e meio sobrevivi bem, morava em um quartinho pequeno, mas que dava pra sustentar. Pensei em mudar meu curso na faculdade, mas como só faltava um ano para concluir, então pensei melhor e transferir para uma instituição perto de mim. Um ano depois estava me formando. Sabe apesar de sempre ter detestado fazer contabilidade é ate um pouco irônico dizer que eu tinha planos para seguir na área, montar um pequeno escritório de contabilidade junto com Marcus, um amigo que também tinha pedido a demissão da empresa Walk.

– Muitas das vezes fazemos algo que não gostamos de inicio, mas que com o tempo aprendemos a gostar. – meu moreno falou acariciando meus cabelos.

– Durante todo aquele ano eu me entreguei aos estudos, sempre buscando deixar meus pensamentos ocupados para tentar te esquecer. – falei de maneira triste. – Não esquece os nossos momentos maravilhosos, mas esquecer do amor que sentia por você, como havia dito na carta, nossos mundos são diferentes, jamais poderíamos ficar juntos. – ele me abraçou com força. – Mas eu não conseguia, todos os dias sentia um falta enorme de te ver de estar com você, varias vezes pensei em voltar, mas no ultimo momento voltava atrás e seguia minha vida.

– Também sofri bastante naquele ano, tudo me lembrava de você. – sua voz não passou de um sussurro. Eu virei meu rosto e depositei um beijo em seus lábios, depois voltei a falar.

– Pois bem, os planos não seguiram pelo caminho planejado, tudo mudou na noite da festa de formatura. O primeiro erro foi deixar me levar pelos amigos e bebi muito naquela noite, talvez todos os tipos de bebidas. O segundo erro foi tentar te esquecer com outro, lembro-me de ter ficado com varias pessoas naquela noite, o pior erro da minha vida. – suspirei. – Depois de varias dose de uísque de vodka e de tequila já nem lembrava mais de quem eu era ou de onde estava, acordei no dia seguinte na casa de um amigo, rodeada de varias pessoas que assim como eu não fazia a mínima ideia do que havia acontecido na noite anterior. Típica festa de universitários que bebiam ate apagar.

– Confesso que também me entreguei ao álcool durante um tempo. – ele falou de forma triste.

– Então dois meses depois veio o resultado da festa, eu estava gravida e não fazia ideia de quem era, fiquei desesperada, chorei bastante, de todos os planos que eu tinha nenhum envolvia uma criança, mas em nenhum momento pensei em abortar aquela criança, depois de um tempo aceitei a gravidez e me apaixonei por aquele serzinho que crescia dentro de mim, então percebi que aquela gravidez não foi um erro e sim um presente, pois nunca mais iria ficar sozinha e teria sempre alguém para eu amar e me amar incondicionalmente. – sorri. – Durante os primeiros meses não tive muita preocupação, ainda tinha um pouco de dinheiro na conta que deu para comprar as coisas da minha princesa. Marcus montou o escritório sozinho e me mandava alguns trabalhos, então consegui fazer uma renda razoável. Nove meses depois minha princesa veio ao mundo saudável e a coisa mais linda que já tinha visto. – algumas lágrimas de felicidade caíram ao relembrar o dia do nascimento do meu amorzinho. Foi um dos dias mais maravilhoso da minha vida.

– E quando eu penso que não consigo te amar mais, me surpreendo te amando ainda mais. – falou sorrindo de modo carinhoso e beijando meu rosto. – Sei que não é fácil ter uma criança, ainda mais sozinha e com 19 anos, e você passou por tudo isso sozinha, você é uma guerreira estou orgulhoso de você por não ter desistido. – eu sorria bobamente e me abraçava com ele. – Mas porque voltou somente agora? – perguntou.

– Eu tentei seguir em frente, viver minha nova vida, mas cada ano que passava a saudade só aumentava então mesmo sabendo das nossas realidades voltei para te ver e passar um tempo com você novamente. – sorri o beijando. – Confesso que fiquei um pouco apreensiva em relação a Emile, mas depois de tudo que você vez hoje, meu coração é só alegria.

– Me encantei por ela no primeiro momento que a vi, e logo já amava loucamente, nem sei explicar direito. – riu timidamente. – E quando ele me chamou de papai senti algo incrível aqui dentro de mim.

– Sei bem como é, também senti algo parecido quando ela falou mamãe pela primeira vez. – disse sorrindo. Descansei minha cabeça no peito dele e ficamos ali deitados um abraçando o outro.

– Que bonitinho! – uma vozinha falou, olhamos para cima e atrás do sofá minha pequena sorria de orelha a orelha. Poseidon a puxou fazendo-a ficar deitada em cima de nós.

Passamos o resto da tardinha e da noite assistindo desenhos, estávamos tão entretidos que nem notamos as horas passar, já era 10hs da noite.

– Caramba como passou rápido. – disse olhando o relógio. – Mocinha a senhorita já deveria estar dormindo.

– Ah mamãe, mas eu não estou com sono. – disse fazendo biquinho. Poseidon sorriu e beijou a bochecha dela.

– A mamãe tem razão, isso não são horas de uma princesinha ainda estar acordada. – ele falou.

– Vamos fazer um lanchinho e vamos todos dormir. – eu disse indo para cozinha preparar algo. Rapidamente fiz três sanduiches e um suco. Nós comemos e subimos para o quarto.

– Ei pequena escovar os dentes antes de dormir. – Poseidon falou quando Emile pulou na cama.

– Papai! – falou dengosa.

– Nada de papai, vamos! – ele a pegou no braço e a levou para o banheiro.

Era tão lindo ver eles dois juntos, que o meu amor só aumentava por eles.