A Seleção do Herdeiro escrita por Anninha


Capítulo 23
22- A invasão- Helena Lork:




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22- A invasão- Helena Lork:

 

Corredor do pátio da frente, Momento que invadiram a parte interna do castelo, depois que Moyes e Kile foram baleados e entraram.

Meu peito começou a subir e a descer tão rápido, que eu temi que fosse acabar tendo um infarto. Entretanto, me lembrei que um infarto se manisfeta diferente do que o peito subindo e descendo rápido e botei minha mente para funcionar.

Eu precisava correr, e agora.

 

E foi o que eu fiz. Avancei pelo corredor com dificuldade, protegendo Toby e seu corpo de possíveis lacerações ou ferimentos. As pedras eram grandes e pontudas e realmente podiam machucar. E eles não iriam se dar bem se Toby se machucasse.

Quando passava na frente de uma janela, a ouvi se quebrar e imediatamente cobri os olhos de Toby. Gemi de dor quando uma pedra atravessou a mesma janela que acabou de se quebrar e acertou minha cintura, quase me levando ao chão. Por sorte, um felizardo me segurou antes. 

— Helena.- a voz de Michael Schumacher entrou pelos meus ouvidos e eu agradeço a isso. Se fosse outra pessoa, estaria ferrada. - Vamos, vou te pegar no colo.- ele disse sério e rapidamente fez o que disse que iria fazer. Olhei para seu rosto enquanto ele andava, estranhando completamente que ele estava com uma roupa meio suja. Era trapos, basicamente. Trapos sujos e rasgados em alguns lugares. Franzi a testa confusa mas logo balancei a cabeça. Não é hora para pensar sobre isso.

Pela porta que dá para o pátio, vários homens entraram, começando a lutar com os guardas que surgiam dos dormitórios. Infelizmente, não consegui ver com uma completa exatidão os invasores. E a única solução foi rezar mentalmente. Rezei para que cada um deles fique bem e não consegui de deixar de pensar em Mel sozinha. Que Tyler a tenha salvado. 

Enquanto Michael me levava no colo, olhei para fora e vi os invasores, agora com a ajuda da luz da lua. Eles usavam as mesmas roupas que Michael. 

E, depois de juntar os pontos em minha mente, finalmente me toquei. 

Um traidor! Michael Schumacher era um traidor do reino!

Deve ter sido por ele que conseguiram entrar, os muros eram grandes de mais para uma possível escalada e eu sabia que não tinha passagem secreta ou acessível. Os canos de esgoto eram lacrados por dentro, no mínimo Schumacher o abriu. Agora, porque? 

— Michael, eu não estou bem.- fingi uma voz dolorida e cansada.- Eu preciso vomitar.- falei estufando um pouco as bochechas. Ele me soltou, pegou a arma em mãos e começou a olhar para os lados. Me aproximei de um vaso e o segurei enquanto vomitava de verdade. Precisava ser real, certo? O segurei com mais força e repassei o plano que criei a três segundos. 

Nocautear e correr.

Com a mão livre agarrei o vaso de seu lugar e quando Michael se virou, quebrei o vaso em sua cabeça e ele foi ao chão. Idiota. Peguei sua arma e o mais rápido que consegui, comecei a andar e fui para o corredor dos salões. Entrei com pressa no salão das meninas, aquele que a rainha deu o nome de minha tia em sua homenagem, e tranquei a porta. 

Então, no mesmo momento que atingi o centro do salão, um barulho alto começou a me chamar a atenção e a luz do salão se apagou de repente e as luzes vermelhas foram ligadas. Uma porta de ferro começou a descer nas janelas e eu arregalei os olhos, percebendo que o Castelo estava sendo selado. Isso não era bom. Isso significava que havia muitos invasores. 

Deitei Toby sobre o sofá e tentei pensar em algo que pudesse me ajudar a sair dessa roubada. A essa hora do campeonato, já tinha gente me procurando. Connor já deve ter dado o surto dele. E meu coração dói só de pensar em Mel. Espero que o Tyler tenha tirado ela de lá. 

Ouvi forçarem a porta do salão. Me desesperei. Meu coração até parou por um segundo e voltou a bater tão rápido quanto um cavalo correndo a Tríplice Coroa. A primeira coisa que eu fiz foi correr como deu até Toby. O peguei no colo, enquanto ele abraçava sua mamadeira, e a arma. No exato momento que a porta se abriu, eu conseguir nos esconder atrás do sofá perto das janelas. Lá era escuro, eles não nos veriam.

Entraram apenas dois. Estavam vestidos com os mesmos trapos de Michael Schumacher e carregavam armas grandes ao lado de sua cintura. Não consegui ver seus rostos.

Quando começaram a se aproximar, procurando atrás dos móveis e dentro deles também, preparei a arma. Ou acho que preparei. Não sabia mexer em automáticas. Aliás, minha mira é horrível. Eu carregava uma inutilidade.

Eu juro por Deus que eu estou surpresa até agora que Toby não abriu o berreiro. Seu feitio era chorar e berrar até cansar se necessário. Ele fazia isso por comida, quando estava irritado ou quando estava sujo. E sujo ele está. A fralda dele está pesando uma tonelada em minhas mãos. 

Então um deles se aproximou de onde eu estava, sentando-se no sofá. Segurei minha respiração e aconteceu. Com a lanterna ligada, mirou bem em meu rosto. Então a melhor que eu fiz foi fechar meus olhos e proteger Toby, o abraçando com força e tampando seu corpo.

Eu esperava que o tiro viesse, ou a agressão, mas fiquei assustada demais quando ele tocou minha cabeça e a acariciou com calma. Não reagi. Fiquei em silêncio, rezando mentalmente. Eu geralmente não acreditava em Deus, não depois que mamãe e papai foram assassinados, mas hoje eu estava com medo demais e acreditava, não tão fielmente, que papai e mamãe estavam nos protegendo. 

— Encontrou algo?- o outro homem perguntou.

— Não, aqui está limpo.- o que me tocava disse com calma. Então, sem acreditar, levantei meu rosto e o olhei. A lanterna já não estava mais em meu rosto, então pude enxerga-lo. E a única coisa que veio a minha mente foi o rosto de papai. Exceto, que papai não era ruivo. E esse menino tem a cara dele com os cabelos de mamãe.

Que diabos!? 

— Vamos então.- disse o outro bufando.

— Preciso mijar cara.- o ruivo disse para o outro, a voz um tanto nervosa. 

— Vou esperar lá fora então, no próximo salão.- disse o outro cara e ouvi a porta se abrir e logo depois fechar.

— Você precisa ir embora daqui!- o ruivo disse com a voz urgente, se levantando e me ajudando a se levantar. Eu nem ao menos conseguia reagir. - Deus, Cristo, você está com Toby.- murmurou surpreso e eu o olhei, agora surpresa e confusa. Como ele sabia do Toby e porque ele estava me ajudando?

— Quem é você? Porquê está me ajudando?- perguntei surpresa, o afastando de mim e de Toby. Ele me pegou pelo cotovelo e me levou até o canto escuro da parede. E simplesmente, levantou uma estátua pequena do pai do rei Clarkson. A porta secreta na parede se abriu e revelou uma passagem mal iluminada e justa o suficiente para passar com tranquilidade. 

Ele me segurou pelos ombros, um sorriso triste em seu rosto. Senti meus olhos marejarem quando o encarei no olho. Os mesmos olhos de mamãe. O mesmo cabelo da mamãe. O mesmo rosto do papai. 

— Se salve, irmã, e salve nosso irmão.- ele murmurou antes de me beijar a testa e me colocar dentro da passagem com a lanterna em mãos. Só sei que quando a passagem se fechou, continuei parada no lugar, o olhar grudado na entrada e minha mente pegando fogo. 

IRMÃ? É O QUE?

De onde que esse cara veio e como que ele chegou a esse assunto? 

Porque ele me salvou? Porque ele me chamou de irmã? Quem é esse cara?

Toby gemeu e um barulho de tiro alto me fez pular de susto, e soltar um gemido de dor. Meu gesso estava meio molenga e eu tentava ao máximo não chorar de dor. Minha perna inteira doía como se estivesse na brasa por alguns minutos. Ardia e queimava cada vez mais. E Deus, como latejava.

Minha vontade era de querer sentar e não levantar mais até me acharem, mas se aquele cara conhecia essa passagem secreta, outros a conhecem. Então suspirando e tendo em mente que Toby precisava ficar seguro, comecei a andar enquanto iluminava o caminho. Era um corredor longo e cheio de fios soltos, assim como ferros pontudos. 

Tomei cuidado com todos eles, mas meu roupão se engajou em um deles e meu corpo foi para trás violentamente. Então eu senti minha perna sendo perfurada com força e eu segurei o grito escandaloso e dolorido que eu iria dar. Iluminei minha perna e grunhi ao ver o sangue deslizar em direção ao chão lentamente. 

Tentei me mover, mas minha pele foi puxada e eu gritei. Gritei tão alto que devem ter ouvido. 

— Ai que merda!- murmurei piscando e deixando as lagrimas caírem. Me agachei e agarrei o ferro. - 1, 2, 3.- respirei fundo e o puxei. Minha visão apagou por um segundo, enquanto sentia minha cabeça girar e o sangue jorrar pela minha perna. Pelo jeito, acertou uma artéria. O tanto de sangue que saia desse furo não era normal.

15 minutos depois de caminhada, eu me arrastava. Arrastava minha perna cortada e minha perna quebrada para a saída desse corredor maldito. Forcei a porta para sair e me deparei com mais uma passagem secreta não tão secreta. Essa que eu conhecia porque Kedan me contou durante os ensaios de fotos que eu fiz ontem de tarde. Tinha gente que sabia dela mas não usava.

As escadas que dariam para a cozinha eram em aspiral e eram bem sujas. Ninguém passava por aqui. Eu passava de vez em quando com o Toby para evitar que o choro alto do mesmo acordasse a todos. Engoli em seco e desci mais um pouco. Então, segurando Toby firmemente, com a laterna entre meus peitos e a arma em minha cintura, puxei o quadro de Leão para a minha direção e suspirei aliviada quando vi a passagem. Kedan era meu principe favorito no momento. 

O tempo se passou lentamente quando finalmente me abriguei dentro daquele armário de limpeza. Foram 10 minutos até que Kile aparecesse, mas parecia para mim que foram mais de uma hora. E foram mais 20 minutos até que eu conseguisse tirar a bala de sua cintura e cuidar do que estava aberto. 

Foi no momento que saí daquele armário pela porta que eu senti toda a tensão em meus ombros cederem. A dor piorou e ficou difícil de andar e correr de gente atrás de mim. Tentei ao máximo me manter sã enquanto subia as escadas.

Eu queria checar meu quarto. Queria saber se Mel estava bem. Eu sei que abandonar Toby foi errado, mas eu tranquei a porta quando sai e aquele armário seria o último lugar que checariam. 

Assim que pisei no andar, ouvi a tudo com atenção e me aproximei do meu quarto lentamente. Estava tudo estourado pelo corredor. Os quartos destruídos e um guarda jazia morto no chão. Seus olhos abertos e sem vida. Olhei para aquilo com nojo e fechei seus olhos ao mesmo tempo que pegava seu rádio. Poderia ser útil. 

Entrei em meu quarto e não pude ficar muito tempo. Tinha um homem lá dentro e de costas para mim. Não me viu. Então eu sai o mais silenciosamente possível e corri para o elevador. Ele estava atrás de mim, tanto que atirou contra a porta do elevador e por pouco, não me acertou. 

O terceiro andar foi o botão que eu apertei no desespero. O elevador era rápido, então consegui sair dele antes que o homem surgisse no corredor e me escondi no primeiro quarto que vi. O do Ahren. Abri a porta da varanda e sai, a fechando. Me sentei no chão e me coloquei debaixo do sofá. Nervosa, liguei o rádio.

Myday, alguém na escuta?- chamei com um pouco de confusão, não sabia se ia funcionar.

Helena, o que houve? Onde você está?— Tio Carter perguntou e eu suspirei aliviada. 

Eu não posso contar! Tem um traidor entre nós!— disse me lembrando de Michael.- Um guarda!- cochichei e logo ouvi passos aqui por perto.- Não digam nada!- disse séria e me atentei ao barulho. 

Foram minutos de pura agonia enquanto ouvia o cara vasculhar o quarto de Ahren a minha procura. Que ele não me ache! Ele saiu pela porta bufando. 

Vocês precisam achar os meninos!- murmurei séria. Eles não estavam bem, Kile precisa de ajuda. 

Calma Helena, você precisa me dizer onde você está para irmos até você.- Tio Carter disse ainda sério. Movi minha oerna e gemi.

Eu ja sei. Cadê o Connor?— perguntei ao me lembrar de nossas aventuras por Carolina e como nos livramos de nossos pais.

Aqui!- sorri ao ouvir sua voz. Graças a Deus ele estava lá encima na hora do ataque. 

Connor, você se lembra do A2C secreto?- perguntei. Basicamente são códigos super complexos e difíceis de entender quem não conhece.- Os que usávamos para enganar papai e mamãe quando saíamos para tomar sorvete.— acrescentei quando não ouvo confirmação. 

Lembro!- ele exclamou e eu sorri. 

Ótimo, campeão. Agora anote os códigos e passe para o tio Carter, ok?— pedi com calma e esperei.

Pode falar, Lena.- Connor disse.

Vou passar dos meninos primeiro, ok?- avisei calma. Eles precisavam mais do que eu.

Helena, não!- Kile exclamou com uma voz cansada.- Passe o seu primeiro. Estamos bem, só...passe o seu primeiro.- Disse cansado e segurando os gemidos de dor. Eu o entendia. Estou quase desmaiando de dor. 

Ta bem, mas venham rápido, Kile não esta bem...- murmurei e passei a língua nos lábios e engoli em seco.- No teto são quatro pinos.- As pilastras significavam fora.- No chão o invisível.- Significa rede, que geralmente fica nas varandas. Connor entendeu, isso é. - São três tic tic tic.— 3° Andar. - E dois tic tac, tic tac.- Segundo quarto. - E um te odeio.- Direção direita. 

Esperei alguns minutos, mas ninguém me disse nada e eu resolvi agir. 

Vocês entederam, certo?— murmurei no rádio, ouvindo as vozes virem do jardim. Me levantei e escutei. 

—...Cara, o chefe Amberleen vai ficar puto que não conseguimos entrar.- disse um deles. Amberllen. Certo. Vou avisar.

Tipo, sem querer ser chata, mas eu ouvi o nome do chefe. Amberllen significa algo para vocês?— perguntei piscando os olhos com dor.

L número um, não deixe te pegarem.— ouvi a voz do rei soar séria e urgente. Estremeci.- Todos que estão ouvindo isso, se escondam! Não lutem! Não tentem impedi-los!— Ah, que legal. Vou acabar morrendo. Então, quando eu menos esperei, uma mão agarrou meu cabelo e me virou para ele. Gemi de dor ao encarar o homem.

— Onde está?- ele perguntou me puxando e colocando a arma em meu rosto. Gemi.

— Onde está o que?- perguntei querendo chuta-lo ou sei lá o que.

— Você sabe!- ele rosnou e puxou mais forte meu cabelo, me fazendo gemer.

— Eu não sei do que está falando!- murmurei chorosa. Então, eu olhei para trás e vi tio Carter. Ele balançava seus braços para chamar minha atenção. Sua arma brilhava em minha direção e eu entendi o que ele queria fazer. Não tive muito tempo para pensar antes de decidir o chutar entre as pernas com o gesso. 

Ele me soltou e senti algo molhado acertar meu rosto. Sangue. Era sangue. Eu não sei o que houve, mas procurei abrigo nos braços de Tio Carter. 15 minutos depois, estávamos eu, Rodríguez, Tio Carter, Kile e Toby a caminho do abrigo dos funcionários. Era o mais perto e lá tinha médicos. Então, o perigo novamente se instalou e tivemos que correr como deu. 

Foi quando eu senti toda a dor tomar conta do meu ser. Toby chorava e eu também. Seu braço sangrava. Ele havia sido atingido de raspão. Por uma bala. Eu não fui atingida, mas tinha certeza que meu coração sangrava. Eu deixei que ele fosse acertado. Nos abrigamos em um outro abrigo vazio e desativado. Esse ao menos tinha ligação para outros abrigos. 

Depois que Toby desmaiou de dor, aparentemente bem, comecei a pensar. Esse tal Amberllen estava a procura do meu computador. O único que tinha o Acordo Militar Mundial. Eu sabia que se ele caísse em mãos erradas, era Guerra Mundial na certa.

Digamos que o Acordo tinha um ou dois países traidores. E se isso viesse a público, seus antigos aliados iriam se vingar e as consequências seriam enormes. Eu precisava do meu computador e precisava, sem sombra de dúvidas, machucar Amberllen. O maldito iria pagar por machucar Toby.

Com esse ódio em mente e me lembrando dos últimos dias, comecei a preparar uma tala improvisada. Iquelino havia me ensinado que eu podia fazer uma tala com qualquer coisa. E eu tenho os materiais necessários aqui.

Até que Carter tentou me impedir, mas eu não queria saber. Eu queria sangue e eu iria ter sangue. 

Minha arma, que na verdade é a que eu roubei de Carter, tem pente e silenciador e eu sei mexer. Não sei como, mas sei. Eu não sabia como ia chegar no 6 andar do palácio, local onde meu computador estava, mas esperava cruzar com o máximo de invasores. 

Meu desejo se realizou quando dois deles apareceram atrás de mim, no alto da escada. Me abaixei e mirei onde consegui para atirar neles. Um deles gritou. Não vi em qual acertou, mas eu realmente espero que esteja doendo. Dei mais dois tiros a cega e novamente, o mesmo homem gritou.

— Caramba, de onde está vindo essas merdas?- o que não foi baleado gritou se abaixando e tentando ajudar o parceiro. Eles não tinham me visto, então eu não hesitei em mancar para longe da escada através do corredor do primeiro andar. 

— ...A Lork sumiu. Precisamos dela.- ouvi alguém dizer não tão longe, aliás, do corpo de um dos invasores. 

—...Chefe, alguém atirou em nós. Você disse que estavam todos em abrigos!— disse a voz do homem que eu não consegui acertar. Me agachei e procurei o rádio. Estava no peito dele. O agarrei e olhei em volta. Como Amberllen sabia que estávamos todos abrigados? Então, a câmera chamou minha atenção e eu mordi os lábios. Merda.

Eu não era nenhuma espiã, mercenária e nem sabia lutar. Precisava das balas. Não tinha como atirar nelas, mas tinha como desliga-las. 

Eu a estou vendo. Primeiro andar, corredor da direita.— Amberllen disse no rádio e eu percebi que é a mesma frequência que todos os guardas usam. Então eu corri para os quartos.

Sabia que apenas animais enxergam no escuro, Amberleen?- disse no rádio, falando diretamente com o cretino. Entrei no quarto de Rosie alguma coisa e procurei uma tomada. As vezes Connor dava um de cientista louco. E uma dessas vezes, ele causou um curto circuito no prédio que morávamos e toda a fiação teve que ser trocada. Ele usou a droga de um clipe e fios de eletricidade. Procurei um na escrivaninha e o abri enquanto abria o rádio de Rodríguez.

Do que está falando?- ele perguntou irritado. Arranquei os fios e os descobri com cuidado. Com a barra da camisa, coloquei o clipe na tomada e agarrei os fios com a camisa. E os conectei. A tomada estalou várias vezes antes de pegar fogo. As luzes vermelhas se apagaram e o maldito alarme parou de soar.

Nunca mexa com um Lork, seu otário.— declarei me escondendo debaixo da cama dela. A cama estava inteira, mas o quarto estava bem bagunçado. Daqui, eu tinha uma ótima visão do corredor mesmo sem luz.

Vi as sombras se moverem no corredor e dei o primeiro tiro. Não acertou ninguém, mas provocou tiros aleatórios para todos os lados deles. Apertei o gatilho mais seis vezes. Um atrás do outro. Acertou, e acho que dessa vez eu tirei a vida deles. 

Engoli em seco, me sentindo mal por um momento. Então eu me lembrei que os corpos de meus amigos jaziam pelo Palácio e o ódio voltou com força. 

Sai debaixo da cama e sai pelo corredor. Peguei as armas deles e as joguei pela varanda. Eram 4 deles e os tiros os acertaram em cheio. Eu fiquei com apenas uma arma que estava cheia e era pesada. Acho que esta bom.

Tomei caminho pelo pelo corredor em direção a escada e as subi. Agora estava indo para o segundo andar. O andar das visitas. Não tinha ninguém nesse andar. No terceiro, cruzei com dois deles que apareceram atrás de mim. Não foi difícil me esconder e deixar eles passarem para subir.

Eu conseguia ouvir a concentração de vozes vindas do quarto andar. Não teria nem como eu passar sem ser vista. O único jeito era atrair aqui para baixo e eliminar um a um. Entrei em um banheiro e me coloquei atrás da porta. Daqui, eu conseguia atirar em quem passava. Eu estava me sentindo uma mercenária. Eu nem sabia que pensava como uma. 

A única forma de atrair a atenção deles, era atirando contra as portas de ferro. E foi o que eu fiz. Atirei três vezes ali e logo começaram a descer as escadas. 

— É A POLÍCIA! ESTÃO ATIRANDO CONTRA NÓS!- berrou um deles. E eu não acreditei em tamanha burrice. Eles atiravam de volta e com os barulhos altos, não me perceberiam. Então, atirei neles. Não acertei ninguém e ainda gastei bala pra caramba. Eu sou uma toupeira mesmo.

Esperei essa confusão toda passar e eles, apenas 20 caras (Eu contei.) subiram de volta. Sai do meu não tão grande esconderijo e bufei, pensando em como chegaria ao sexto andar. Entrei em uma sala de troféus antigos. 

—...Srta Lork, qual é, saia de onde você está.- Amberllen disse com uma voz calma e meio zombeteria. 

Não, estou bem, obrigada.— respondi com calma. 

— Você me surpreendeu. Desligando toda a energia assim. Tem vocação para ser uma mercenária, assim como seu irmão.— ele destilou o veneno dele. Segurei a respiração em choque, então é verdade.- O nome dele é Sebastian. Bom soldado, mas não respeita quem os criou. Cresceu amando e venerando o nome Lork.— ele riu alto. 

 

— Sebastian.- sussurei surpresa e talvez um pouco emotiva.

 

Todo esse circo, todo esse ataque por sua culpa. A Herdeira Lork. A mente genial por trás do Acordo Militar Mundial. Sabe, não somos os únicos querendo sua cabeça.- ele riu novamente e eu franzi a testa. - Você é um bom rato, Helena Lork. E eu estou ansioso para meter minhas garras em você.


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