Contato escrita por Aleksa


Capítulo 3
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- Bom dia alunos, me parece que Yuriel não veio, Alice, será que poderia levar os livros de exercícios para ele?

Mas por que EU? Eu nem gosto dele! Por que todos querem que EU faça coisas por ele?

- Mas eu não sei onde ele mora...

- No final da aula eu te dou o endereço.

- Certo então...

A aula foi muito cansativa, tal como o resto do dia, os professores ficaram me pedindo pra levar as lições dele...

- Yura? – eu perguntei nas portas da casa de Yura um apartamento grande e espaçoso.

Ninguém respondeu, se tratando de Yura eu não sei, eu empurrei a porta e ela abriu, por que ele deixaria a porta aberta?

- Yura?

Yura estava deitado no sofá da sala, tecnicamente dormindo, estranhamente corado, será que ele estava mesmo doente? Uma caixa de lenços vazia sobre a mesa da sala me dizia que sim, eu caminhei até ele e pus a mão em sua testa, ele estava realmente febril, e dormindo até que ele parecia inofensivo.

- Yura, acorde. – eu disse mexendo devagar em seu braço.

- Hum... Alice, o que foi...? – ele disse se esforçando para se sentar, e espirando duas ou três vezes.

- Os professores me pediram para lhe trazer as meterias de hoje.

- Ah, obrigado... – ele disse se abraçando.

- O que foi?

- Frio. É a gripe.

- Oh, você está bem?

- Por que você se importa, você me odeia, lembra?

- É verdade, mas você está doente, por mais que eu te odeie, não haveria nenhuma gratificação em maltratar alguém doente.

- Hum... – ele disse espirrando de novo. – Se for isso, eu estou com muita dor, e muito sono também...

- Ah, sim. Então... Até.

- Até... – ele disse se deitando no sofá de novo e se encolhendo.

Essa porcaria de consciência falou mais alto e não me deixou abandona-lo e ir embora.

- Yura.

- Hum...?

- Quer que eu faça um chá? Minha mãe me ensinou, é bom para gripe.

- Você vai tentar me envenenar?

O sangue subiu pra minha cabeça, ele continuava igualzinho, só que doente.

- NÃO.

- Ah, então está bem...

- Onde fica a cozinha?

- Lá. – ele disse apontando uma porta branca ao lado de uma planta no canto da grande sala de estar.

- Eu já volto.

- Hum...

Era engraçado, ele ficava relativamente comportado quando ficava doente. Depois de uns dez minutos eu voltei, ele estava enrolado numa coberta na borda do sofá, olhando os livros de exercícios.

- Pronto.

- Ah, oi...

- Toma. – eu disse estendendo a xícara pra que ele pegasse.

Ele colocou a xícara na boca e tirou rápido.

- O que foi? Não gostou?

- Quente. – ele ficava estranhamente passivo, ele não tinha força o bastante nem pra pensar em nenhum comentário sarcástico.

- Ah...

Ele parecia uma criança assoprando a xícara, que ele segurava com as duas mãos.

- É bom... – ele disse depois de um gole de chá.

- Gostou é?

- É doce, gosto de coisas doces...

- Ah...

Esses momentos fluíram silenciosamente enquanto Yura tomava chá encolhido no canto do sofá, espirando esporadicamente, depois disse ele pos a xícara no colo, e ficou olhando fixamente para o chão, eu meio que me sentia babá dele, depois de um tempo ele acabou dormindo de novo e caindo no meu ombro, ai vem a pergunta “como eu tiro ele daqui? Eu não quero acorda-lo”.

- Alice... – ele disse no meu ombro, aquele oportunista continuava acordado.

- O que é Yura? – eu disse num tom frigido.

- Obrigado...

- De...Nada... – eu me senti um tanto culpada por gritar com ele.

- Lembra que eu disse que coisas doces?

- Lembro...

- Você tem um cheiro doce...De pêssego eu acho...

Eu não sabia o que responder, então simplesmente fiquei em silencio assistindo-o dormir, ele tinha uma respiração suave, o bastante pra me desconcentrar, o que me fez pensar que era realmente uma pena que ele ficasse doente por tão pouco tempo... O que também me fez pensar: “Quem é você afinal...? Yura...”.


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