Contato escrita por Aleksa
Capítulo 28 - Armadilhas
Na manhã seguinte eu estava com a estranha sensação que alguma coisa ia acontecer, mas, não consegui prestar muita atenção nisso com Yura e Stephan que se encaravam, com intensidade o bastante pra que se eu colocasse um vidro entre os dois, este se estilhaçaria em milhares de pedaços...
- Não gosto dele...
- Yura, você só diz isso por que não pode manipulá-lo...
- Não é isso não...
- Yura...
- O que quer que eu faça? É minha natureza...
- Mas até que ele é bem bonitinho... – provoquei.
- Alice?!
- O que? Eu não sou cega...
- Vai me trocar por ele? – ele perguntou revoltado.
- Talvez, ele também é manipulador, lindo e cafa. – constatei. – Assim como você.
Yura estreitou os olhos e me olhou como um predador assassino. Sorri, ele desviou o olhar e voltou a encarar Stephan...
O dia correu com encontros esporádicos entre os dois, em que eles deliberadamente se encaravam por períodos de tempo variáveis... Até que, ocorreu o primeiro desastre.
- Alice, quero falar com você... – Stephan disse, encostado no batente da porta da sala de música.
- Pra que...?
- Se me acompanhar eu lhe digo.
- Vai com ele. – Sarah sussurrou no meu ouvido.
- Ele professor, eu sou obrigada...
- Que bom que entende isso. – ele disse sorrindo.
Eu e ele fomos até a sala de música, chegando lá, ele recostou no piano e sem rodeios disse:
- Então... Você, ao que parece, é o novo brinquedinho de Yura.
- É, sou eu sim. E isso é da sua conta por quê?
- Nada. - ele sorriu. - Você nem parece estar surpresa com minha atitude.
- Tenho experiência com manipuladores metidos e mimados, acho que funciona do mesmo jeito. – respondi seca.
- Hump, você realmente é muito confiante, não?
- Escuta, se tiver algo concreto pra me dizer ótimo, se não eu tenho que ir, conheço esses joguinhos de vocês. Se vai me ameaçar, ou seja lá o que for, nem tente, não espere que eu peça que não, e faça as suas vontades, já fiz isso uma vez e já é o bastante.
- Acho que já sei por que Yura gosta tanto de você?
- E seria? – eu perguntei enquanto pegava minha bolsa e me arrumava pra sair.
- Você é um desafio, não tem nada mais tentador que um desafio...
- Bom saber.
Terminei de pegar minhas coisas e me dirigi a porta.
- Ah, quanto ao que eu queria te falar, não é com você, o recado é pra Yura, diga a ele que eu adoro um bom jogo de xadrez.
- Se quiser diga você mesmo...
- E mais uma coisa. Muito em breve, vocês teram uma grande surpresa. Tenho certeza de que vai abalar o mundo de vocês dois... - ele riu.
Saí da sala e me dirigi a porta da sala, quando saí das propriedades da escola pude sentir os olhos de Stephan me seguindo da janela...
Ao chegar em casa joguei minhas coisas sobre a cama e sai novamente, fui até a casa de Yura, me esquecer completamente da existência de Stephan... Só esqueci de um pequeno detalhe...
- Yura eu... – minha voz foi cortada pelo choque.
Eu havia me esquecido! Dia dos namorados! Lembro-me das meninas comentando algo do gênero, mas não prestei atenção...
A sala estava de janelas abertas, as cortinas estavam abertas com o vento fazendo-as voar, transparentes, em frente ao vidro de visão panorâmica para a cidade iluminada alguns andares abaixo...
- Me esqueci! – eu surtei sozinha na sala pouco iluminada de Yura, ele possivelmente estava me esperando... E agora?!
- Alice? – eu ouvi do fim do corredor.
- Espera Yura, eu já volto!
Saí correndo e pela porta da frente. Me pergunto se Yura ficou muito chocado. Corri pra casa escolher minhas roupas, perfume, sapatos, enfim, tudo o que seria necessário pra um dia dos namorados com Yura, nem pude vê-lo, saí em pânico antes disso.
- Burra! Tapada! Como você esquece de coisas assim?!
Depois de me arrumar, parti NOVAMENTE pra casa de Yura, que a essa altura já devia achar que eu estava fugindo dele.
- Correr de salto não é legal... – eu disse tentando não cair.
Na porta da casa de Yura me recompus, arrumei meu cabelo, meu vestido, respirei fundo e entrei porta a dentro, pra encontrar Yura com uma taça de vinho, todo vestido de branco, e aparência distraída.
- Desculpe me atrasei. – eu disse parada na porta.
- Vem. – ele disse me guiando pra fora pela TERCEIRA vez.
- Pra onde?
- Pra minha boate favorita. – ele respondeu andando de costas até a encostar na porta do elevador.
- E desde quando você freqüenta esse tipo de lugar?
- Desde quando eu sou um cara que se entedia fácil. – ele disse piscando e sorrindo sarcasticamente.
- Ah. – respondi rindo.
Descemos de elevador até a garagem, Yura continuava de mãos dadas comigo, me guiando pelo corredor escuro de carros da garagem do prédio.
- Por que viemos pra cá?
- Nós vamos de carro. – ele disse apertando o botão da trava de uma BMW preta que mudava de roxo-escuro pra turquesa dependendo da luz.
- E desde quando você tem carro?!
- Desde o ano passado, Estela me deu no meu aniversario de dezoito anos. – ele completou abrindo a porta.
- Nossa...
- Aliás, o seu será em breve também.
- É.
- Já decidiu como quer passar?
- Não.
- Seja lá o que for, eu faço.
- Yura? – eu disse olhando pra ele.
Yura entrou, comigo logo atrás dele, ele virou olhando para os meus olhos e disse:
- Nada mais justo. Você me deu o que eu queria no meu.
- Que seria...?
- Você. – ele disse sorrindo.
Corei involuntariamente e desviei o olhar, Yura colocou a chave no contato e acelerou. O motor da BMW rugiu, os pneus cantaram e o carro disparou.
Minhas unhas cravaram no acendo, meus músculos travaram e eu grudei no banco do carro.
- O que foi? – Yura perguntou diminuindo conforme nos aproximávamos da saída.
- Muito... Rápido.
- Ah...
Assim que saímos de dentro do estacionamento Yura diminuiu e virou dizendo.
- Calma, não desconte no acento do carro, não é culpa dele.
- Ah, desculpe. – eu respondi soltando o banco do carro e relaxando meus músculos contraídos.
Não demorou muito até que chegássemos as portas de uma enorme boate, eu podia ouvir a música alta do lado de fora. Yura abriu a porta, jogou a chave para o manobrista que disse:
- Vou tomar cuidado senhor.
- Hã...? Ah, sim claro... – ele respondeu distraído.
- Bom vê-lo novamente senhor Valentine. – o segurança disse.
- Obrigado. – ele respondeu sorrindo. – Vamos? – ele perguntou, olhando pra mim.
- Ah, sim.
Eu e Yura entramos na boate, a música estava alta, ele me olhou e disse:
- Vem comigo.
Eu o segui escada acima, até a ala V.I.P da boate, onde também tocava música alta, mas o clima era mais leve.
- Yura, sua vida parece tão...
- Capa da revista “ricos e famosos”?
- É...
- Agora vamos. – ele disse. – Vamos dançar, depois eu vou te embriagar e me atracar com você me uma das salas privativas daqui. – ele complementou com um sorriso maldoso.
- Será que me contar o seu plano maligno não estraga tudo?
- Não. – ele disse sorrindo. – Só torna a sua falta de resistência quando acontecer ainda mais excitante.
- Detesto ser previsível. – eu comentei rindo.
Uma música animada começou a tocar, todos os que estavam sentados se levantaram e foram dançar. Passei algum tempo dançando com Yura, algumas horas de dança regadas a vinho.
Algum tempo depois nós nos dirigimos uma das salas privativas e começamos a conversar... Até que...
- Tem razão, é um lindo lugar. – concordei, observando a linda sala, onde havia uma mesinha de vidro, um sofá de veludo vermelho, e, surpreendentemente, uma cama... Quem diria?
- Eu normalmente tenho. – ele riu, sentado sobre a mesa de vidro.
- Você adora jogar isso na minha cara, não?
- Adoro. – ele concordou.
Yura colocou a taça sobre a mesa, a expressão de Yura me causava um ímpeto de beijá-lo e sabe se lá mais o que...
- Alice.
- Hum?
- Vem aqui. – ele pediu, estendendo os braços.
Me levantei e caminhei até Yura, suas mãos se entrelaçaram ao redor do meu pescoço, e ele me beijou, um beijo quente e apaixonado, movido a desejo e álcool...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Eu sei que é um PÉSSIMO momento pra acabar o capítulo XD
podem me odeiar, eu deixo ;p