O Deus disperso. escrita por Marzipan


Capítulo 6
Capítulo 06 - Enjaulado!


Notas iniciais do capítulo

EU VOLTEEEEI, estava totalmente sem ânimo ou inspiração pra terminar, mas com esses 40 dias de ausência consegui pensar num final bem legal e bem tenso. Não vai acabar nesse capítulo, ele só dá uma pitada de curiosidade.
Espero que gostem! ♥



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– Vocês são malucos de aceitarem ir para lá depois de tudo? – Tenjin repreendia os dois, que estavam presos em seu templo. As suas sacerdotisas pareciam achar a situação engraçada, exceto Mayu.

Yukine foi convidado a participar, então chegou em cima da hora da bronca.

– Mas fomos levados à força! – Yato tentava explicar, mas parecia estar falando com uma pedra – Não fomos por conta própria!

– Pois saiba, Yato, que se a Hiyori-san está disposta a se envolver conosco, é bom que você se dê o luxo de explica-la o que não se deve fazer!

– Que história é essa? – Yato, Yukine e Hiyori tentavam entender.

– Você realmente não disse nada à ela sobre deuses manterem relações com humanos? – Tenjin parecia soltar fumaça pelos ouvidos.

– Claro que eu disse! Ela sabe! – Yato, de novo disputando quem grita mais alto.

– Então porque você a beijou?!

Houve um silêncio absolutamente tenso até que, de repente, Yato gritou com a apunhalada que levou na nuca.

– YUKINE! – Virou para ele, quase caindo no chão.

– Vocês se beijaram?! – Yukine, Mayu e as outras shinkis.

Hiyori parecia que ia desmaiar de tão vermelha que estava.

– O QUE ISSO TEM A VER?! – Yato quase segurou Tenjin pela gola da camisa, até ter notado que ele não tinha gola.

– Você é um adolescente ou um deus?! – Fez cara feia – Já não é autoexplicativo?!

Houve uma disputa de cara feia.

– Tenjin-sama, você sabe que não é proibido um deus e um humano manterem relações. – Mayu se pronunciou.

– Eh? – Hiyori parecia extremamente confusa.

– Hiyori-san, já houve relatos de deuses e humanos namorarem e coisas do tipo. Alguns deles simplesmente deixaram de serem deuses...

– Como assim? – Agora parecia assustada.

–... Ou deixaram de serem humanos. – Mayu falava normalmente.

– O que a 'Tomone' - É Mayu!– quer dizer é que um deixou de ser o que era pelo outro. – Yato falava desgostoso – Como se um se matasse pelo outro.

– Mas a gente não vai fazer isso, então o que tem de errado...?

– Não conscientemente. Yato não te contou, não foi? – Tenjin falava de forma bem calma – O que você disse à ele quando estava na forma de ayakashi.

– Eu disse alguma coisa? – Sentou-se.

– Yato? – Tenjin virou-se para ele.

–... Disse. – Encostando-se na parede.

Todos olhavam para ele para que continuasse a falar.

– Você implorou para que eu te matasse. – Olhava para baixo enquanto falava, parecendo perturbado.

De repente, Yato sentiu a mesma dor no peito de antes, mas só soltou um ar abafado da boca para que ninguém notasse. Fez-se outro silêncio tenso.

– Por que eu fiz isso...? – Hiyori não parecia tão tensa; estava mais para pensativa.

– Se você morrer de bom grado, se tornará um fantasma. Se tornando um fantasma, você, teoricamente, poderia ficar com o Yato para sempre. – Mayu explicava conforme o sol começava a se por – E pelo que soubemos, era exatamente por isso que você queria morrer.

– Eu não me lembro de nada disso... – Hiyori começou a ficar angustiada, ainda pensando.

– Podemos esquecer disso então, certo? – Yato estava impaciente.

– E a dor no seu peito, Yato? – Disse Tenjin de repente – Já passou?

– C-Como você...? – Assustou-se.

– Não me diga que você achou que estava discreto. – Tenjin, colocando a mão no rosto.

– Você foi amaldiçoado. – Tsuyu apareceu ao lado da árvore de cerejeira.

– Ah, por favor. – Yato já estava irritado com a conversa.

– Amaldiçoado...? – Hiyori e Yukine.

– Você sabe no que isso vai acabar, certo, Yatogami? – Tenjin parecia muito preocupado enquanto falava – Isso se você não encontrar quem fez isso com você.

– Eu sei... – De cabeça baixa.

– Do que vocês estão falando...? – De novo, Hiyori e Yukine.

– Eu teria que ser exorcizado. É parecido com o que houve com o Yukine, mas teriam que fazer comigo. Ou é isso, ou a pessoa que me amaldiçoou teria que tirar a maldição. Ou ainda, que a maldição “acabasse”...

– E qual foi o deus que fez isso?

– Deuses não podem causar maldições. – dizia Tenjin – Somente feiticeiros ou shinkis.

Houve um silêncio.

– Com certeza foi seu pai. – Yukine, determinado – Ou, no mínimo, a Nora!

– Pode ser, mas não sei por que me fariam essa maldição tão besta. Ela só causa dor.

– Você não tem se sentido doente? – Tenjin, mexendo nos bigodes – Talvez esteja te adoecendo. Mas esses sintomas tão bobos, pra uma maldição... Maldições envolvem coisas tão sérias, mas tem uma...

Tenjin pausou e por um segundo parecia totalmente assustado, começando a murmurar.

– Não... Não pode ser isso...

– O quê?

Você... Você pode estar virando humano.

Outro silêncio medonho.

– QUÊ? – Gritou Yato – Mas essa maldição é totalmente proibida! Deuses que tentaram virar humanos foram mortos pelo Céu!

– Mas você foi amaldiçoado! – Tenjin gritava junto – Se não descobrir o que causa a maldição, ou quem a fez, você vai acabar virando humano! E um humano totalmente desfigurado, doente, vai morrer assim que se transformar!

– Tenjin-sama tem razão – se pronunciou Tsuyu – Essa dor no seu peito e sua fraqueza com certeza são características dessa maldição. É como se seu corpo estivesse se acostumando com o “sangue”.

(O Yato virando humano...?) – Hiyori pensava – (Mas... O que aconteceria com o Yukine...?);

– Yatogami, quando você sente essa dor? É onde podemos começar. – Falou Tenjin, ainda nervoso.

– Hm... – Yato sentou-se e começou a pensar, até que olhou para Hiyori e corou – Pra falar a verdade... É quando penso na Hiyori.

Hoje é o dia dos silêncios tensos!

–... Quê? – Hiyori interrompeu o silêncio – Eu sou a culpada?!

– Não, a maldição só parece estar ligada a você. Alguém quer muito que algo dê errado.

– Só pode ser a Nora... – Yato, reclamando – Meu pai não faria algo tão simples assim...

– Então é melhor que purifiquem você, certo?

– Só algumas maldições podem ser purificadas, mas a de virar humano é essencialmente proibida até mesmo para shinkis e feiticeiros. Nem mesmo um vilão terrível teria coragem de fazê-la. Nem a própria Izanami, a rainha do submundo, a faz.

– Você não conhece meu pai, Tenjin. Ele seria capaz, mas... Ainda não acredito que foi ele.

– Você irá perguntar? – Tenjin o olhou sério.

–... Não sei.

Yato levantou, esticando as costas. Parecia exausto.

– Eu preciso pensar antes.

Yato, Hiyori e Yukine voltaram para a casa de Kofuku. Yato parecia sentir dor ainda, mas agora que já sabia o por quê, parecia mais irritado do que nunca. Os três sentaram no píer da lagoa perto de onde estavam, olhando para a lua surgindo. Estavam quietos, até que Yukine começou a conversar.

– Por que vocês não me falaram que estavam namorando? – Emburrada.

– Nós não estamos...! – Hiyori, vermelha -... Né?

– Sei lá... – Yato, evitando olhá-la nos olhos.

– Vocês podiam ter me falado! Vocês nunca me falam nada, que droga!

– Ah, Yukine, pelo amor de “mim” – Yato, se irritando junto – Alguma hora você iria saber!

– Ele ia?!

– Sei lá! – Gritou.

A conversa acabou se descontraindo e, quando anoiteceu de vez, Yato levou Hiyori até em casa e depois voltou para a sua (ou da Kofuku?).

(Seja quem tenha me amaldiçoado... Isso não vai acabar aqui. Preciso falar com meu pai, antes que ele faça algo com a Hiyori de novo...);


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Notas finais do capítulo

Capítulo tranquilo pra depois rolar tensão! Espero que tenham gostado e continuem lendo! Obrigada ♥