O Deus disperso. escrita por Marzipan
Notas iniciais do capítulo
EU VOLTEEEEI, estava totalmente sem ânimo ou inspiração pra terminar, mas com esses 40 dias de ausência consegui pensar num final bem legal e bem tenso. Não vai acabar nesse capítulo, ele só dá uma pitada de curiosidade.
Espero que gostem! ♥
– Vocês são malucos de aceitarem ir para lá depois de tudo? – Tenjin repreendia os dois, que estavam presos em seu templo. As suas sacerdotisas pareciam achar a situação engraçada, exceto Mayu.
Yukine foi convidado a participar, então chegou em cima da hora da bronca.
– Mas fomos levados à força! – Yato tentava explicar, mas parecia estar falando com uma pedra – Não fomos por conta própria!
– Pois saiba, Yato, que se a Hiyori-san está disposta a se envolver conosco, é bom que você se dê o luxo de explica-la o que não se deve fazer!
– Que história é essa? – Yato, Yukine e Hiyori tentavam entender.
– Você realmente não disse nada à ela sobre deuses manterem relações com humanos? – Tenjin parecia soltar fumaça pelos ouvidos.
– Claro que eu disse! Ela sabe! – Yato, de novo disputando quem grita mais alto.
– Então porque você a beijou?!
Houve um silêncio absolutamente tenso até que, de repente, Yato gritou com a apunhalada que levou na nuca.
– YUKINE! – Virou para ele, quase caindo no chão.
– Vocês se beijaram?! – Yukine, Mayu e as outras shinkis.
Hiyori parecia que ia desmaiar de tão vermelha que estava.
– O QUE ISSO TEM A VER?! – Yato quase segurou Tenjin pela gola da camisa, até ter notado que ele não tinha gola.
– Você é um adolescente ou um deus?! – Fez cara feia – Já não é autoexplicativo?!
Houve uma disputa de cara feia.
– Tenjin-sama, você sabe que não é proibido um deus e um humano manterem relações. – Mayu se pronunciou.
– Eh? – Hiyori parecia extremamente confusa.
– Hiyori-san, já houve relatos de deuses e humanos namorarem e coisas do tipo. Alguns deles simplesmente deixaram de serem deuses...
– Como assim? – Agora parecia assustada.
–... Ou deixaram de serem humanos. – Mayu falava normalmente.
– O que a 'Tomone' - É Mayu!– quer dizer é que um deixou de ser o que era pelo outro. – Yato falava desgostoso – Como se um se matasse pelo outro.
– Mas a gente não vai fazer isso, então o que tem de errado...?
– Não conscientemente. Yato não te contou, não foi? – Tenjin falava de forma bem calma – O que você disse à ele quando estava na forma de ayakashi.
– Eu disse alguma coisa? – Sentou-se.
– Yato? – Tenjin virou-se para ele.
–... Disse. – Encostando-se na parede.
Todos olhavam para ele para que continuasse a falar.
– Você implorou para que eu te matasse. – Olhava para baixo enquanto falava, parecendo perturbado.
De repente, Yato sentiu a mesma dor no peito de antes, mas só soltou um ar abafado da boca para que ninguém notasse. Fez-se outro silêncio tenso.
– Por que eu fiz isso...? – Hiyori não parecia tão tensa; estava mais para pensativa.
– Se você morrer de bom grado, se tornará um fantasma. Se tornando um fantasma, você, teoricamente, poderia ficar com o Yato para sempre. – Mayu explicava conforme o sol começava a se por – E pelo que soubemos, era exatamente por isso que você queria morrer.
– Eu não me lembro de nada disso... – Hiyori começou a ficar angustiada, ainda pensando.
– Podemos esquecer disso então, certo? – Yato estava impaciente.
– E a dor no seu peito, Yato? – Disse Tenjin de repente – Já passou?
– C-Como você...? – Assustou-se.
– Não me diga que você achou que estava discreto. – Tenjin, colocando a mão no rosto.
– Você foi amaldiçoado. – Tsuyu apareceu ao lado da árvore de cerejeira.
– Ah, por favor. – Yato já estava irritado com a conversa.
– Amaldiçoado...? – Hiyori e Yukine.
– Você sabe no que isso vai acabar, certo, Yatogami? – Tenjin parecia muito preocupado enquanto falava – Isso se você não encontrar quem fez isso com você.
– Eu sei... – De cabeça baixa.
– Do que vocês estão falando...? – De novo, Hiyori e Yukine.
– Eu teria que ser exorcizado. É parecido com o que houve com o Yukine, mas teriam que fazer comigo. Ou é isso, ou a pessoa que me amaldiçoou teria que tirar a maldição. Ou ainda, que a maldição “acabasse”...
– E qual foi o deus que fez isso?
– Deuses não podem causar maldições. – dizia Tenjin – Somente feiticeiros ou shinkis.
Houve um silêncio.
– Com certeza foi seu pai. – Yukine, determinado – Ou, no mínimo, a Nora!
– Pode ser, mas não sei por que me fariam essa maldição tão besta. Ela só causa dor.
– Você não tem se sentido doente? – Tenjin, mexendo nos bigodes – Talvez esteja te adoecendo. Mas esses sintomas tão bobos, pra uma maldição... Maldições envolvem coisas tão sérias, mas tem uma...
Tenjin pausou e por um segundo parecia totalmente assustado, começando a murmurar.
– Não... Não pode ser isso...
– O quê?
– Você... Você pode estar virando humano.
Outro silêncio medonho.
– QUÊ? – Gritou Yato – Mas essa maldição é totalmente proibida! Deuses que tentaram virar humanos foram mortos pelo Céu!
– Mas você foi amaldiçoado! – Tenjin gritava junto – Se não descobrir o que causa a maldição, ou quem a fez, você vai acabar virando humano! E um humano totalmente desfigurado, doente, vai morrer assim que se transformar!
– Tenjin-sama tem razão – se pronunciou Tsuyu – Essa dor no seu peito e sua fraqueza com certeza são características dessa maldição. É como se seu corpo estivesse se acostumando com o “sangue”.
– (O Yato virando humano...?) – Hiyori pensava – (Mas... O que aconteceria com o Yukine...?);
– Yatogami, quando você sente essa dor? É onde podemos começar. – Falou Tenjin, ainda nervoso.
– Hm... – Yato sentou-se e começou a pensar, até que olhou para Hiyori e corou – Pra falar a verdade... É quando penso na Hiyori.
Hoje é o dia dos silêncios tensos!
–... Quê? – Hiyori interrompeu o silêncio – Eu sou a culpada?!
– Não, a maldição só parece estar ligada a você. Alguém quer muito que algo dê errado.
– Só pode ser a Nora... – Yato, reclamando – Meu pai não faria algo tão simples assim...
– Então é melhor que purifiquem você, certo?
– Só algumas maldições podem ser purificadas, mas a de virar humano é essencialmente proibida até mesmo para shinkis e feiticeiros. Nem mesmo um vilão terrível teria coragem de fazê-la. Nem a própria Izanami, a rainha do submundo, a faz.
– Você não conhece meu pai, Tenjin. Ele seria capaz, mas... Ainda não acredito que foi ele.
– Você irá perguntar? – Tenjin o olhou sério.
–... Não sei.
Yato levantou, esticando as costas. Parecia exausto.
– Eu preciso pensar antes.
Yato, Hiyori e Yukine voltaram para a casa de Kofuku. Yato parecia sentir dor ainda, mas agora que já sabia o por quê, parecia mais irritado do que nunca. Os três sentaram no píer da lagoa perto de onde estavam, olhando para a lua surgindo. Estavam quietos, até que Yukine começou a conversar.
– Por que vocês não me falaram que estavam namorando? – Emburrada.
– Nós não estamos...! – Hiyori, vermelha -... Né?
– Sei lá... – Yato, evitando olhá-la nos olhos.
– Vocês podiam ter me falado! Vocês nunca me falam nada, que droga!
– Ah, Yukine, pelo amor de “mim” – Yato, se irritando junto – Alguma hora você iria saber!
– Ele ia?!
– Sei lá! – Gritou.
A conversa acabou se descontraindo e, quando anoiteceu de vez, Yato levou Hiyori até em casa e depois voltou para a sua (ou da Kofuku?).
(Seja quem tenha me amaldiçoado... Isso não vai acabar aqui. Preciso falar com meu pai, antes que ele faça algo com a Hiyori de novo...);
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Capítulo tranquilo pra depois rolar tensão! Espero que tenham gostado e continuem lendo! Obrigada ♥