No Amor e na Guerra escrita por Sheilinha


Capítulo 2
Capítulo 2 - Aliados


Notas iniciais do capítulo

Olá!!! Capítulo novo quentinho. Fic desafio do grupo "Me Recomende Uma Fic"

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Como diria a Vivi este capitulo tem minha marca registrada, leia e você saberá qual é.

Obrigado a Clots Queen que pacientemente betou este capítulo pra mim.

Bom vamos lá boa leitura



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– Francês, ainda está aí? - Perguntou Ikki.

– Seu bastardo filho de uma puta veio ver se já estou morto? Pois tenho uma triste notícia pra você: Não desisto fácil. - Bradou Camus muito, mas muito irritado.

Ikki sorriu, aliviado ao ouvir os xingamentos do francês. - Fui até o meu avião pegar uma corda pra te tirar daí!

Camus calou-se e logo sentiu a ponta da corda em sua cabeça.

– Amarre na cintura, acho que a neve em volta de você vai ceder quando eu tentar te puxar daí.

Dito e feito, a neve caiu assim que Camus vez um movimento mais brusco, por sorte Ikki amarrara a corda em uma árvore antes de jogá-la para Camus.

O ruivo só não caiu por causa disso, e depois de muito sacrifício o ruivo foi resgatado.

Quando finalmente Camus conseguiu dar a mão a Ikki, respirou aliviado.

– Obrigado, eu o teria deixado para morrer. - Confessou Camus.

– Não, não teria, eu sei que não faria isso. - Ikki rebateu, e colocando mais força conseguiu tirar o ruivo do buraco.

– Quero ver quando os seus superiores souberem disso! - Provocou Ikki.

– Disso o quê? - Questionou o ruivo altivo.

– De ter sido enganado por um coelho. - Completou Ikki sorrindo.

Camus ficou sério por um tempo até que começou a rir também.

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Capítulo – 2

– Vamos voltar, com cuidado, acho que eles devem estar preocupados. - Falou Camus já sério.

– Não conseguimos caçar nada. - Replicou Ikki.

– Pensaremos em algo, o importante é estarmos vivos. - Tornou o ruivo.

– Bom, isso é. Acho que seu namorado me mataria se eu chegasse sem você. - Falou Ikki, mas antes que pudesse dar mais um passo sentiu o ruivo o segurar firme pelo casaco e o bater fortemente contra uma árvore.

– Por que está dizendo isso? - Camus perguntou sério.

– Eu falei que meu pai me fez estudar línguas e eu falo francês fluentemente também. Ouvi vocês, o jeito que falou com ele, e entendi o que disse. - Respondeu Ikki devolvendo o olhar penetrante que o ruivo lhe lançava.

– E o que vai fazer a respeito? Pretende nos atacar à noite? Nos queimar como aberrações? - Perguntou novamente Camus, sem afrouxar o aperto.

– Não, não, eu não sou assim, não vou julgar nem agredi-los. Também sou diferente.

Ao ouvir isso Camus o soltou bruscamente, e ordenou. - Como assim? Diga!

Tentando se recompor, Ikki começou a falar. - Eu sou de uma família tradicional japonesa, como eu disse, meu pai é muito rico e ele nunca me aceitou como eu sou, ele arranjou um casamento pra mim e foi quando eu falei pra ele da minha real condição. Tivemos uma briga horrível e no dia seguinte ele me inscreveu para lutar nesta guerra, como sei pilotar desde muito novo fui deslocado para às forças áreas.

Camus ouviu o relato do jovem japonês e apiedou-se, pois ele sabia como aquilo era difícil, foi duro quando revelou ao seu pai também. Obviamente que o Sr. Cristal du Versau não chegou ao extremo de enviá-lo para a guerra, mas cortou relações consigo desde que decidiu ir morar com Milo depois da faculdade.

Claro que para o mundo eles eram apenas dois jovens dividindo as despesas no começo da vida adulta, mas Camus não quis esconder seu amor, sua vida e suas escolhas de sua família, e iria se arrepender disso pra sempre.

Sem dizer uma palavra sobre o assunto o ruivo se virou, - Vamos embora.

Ikki respirou concordou, mas de repente o ruivo virou com a arma na mão e atirou.

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– Ele está ardendo em febre. - Hyoga avisou.

– Não temos muito o que fazer sem medicamentos. Pobre rapaz. - Dizia Milo fazendo compressas com água fria e colocando na testa do jovem que gemia.

– Papai, papai. - Chamava o finlandês.

Hyoga apenas observava enquanto Milo cuidava do outro.

– Quer que eu faça isso? O Senhor deve estar cansado, é bom que repouse um pouco. - Pediu o jovem russo.

– Estou bem, Hyoga, só estou preocupado com Camus, eles já deveriam ter voltado. - Comentou Milo preocupado.

– Será que se perderam? Quer que eu vá trás deles? - Perguntou Hyoga.

– Vamos esperar mais um pouco. - Pediu Milo.

Isaak gemia e se mexia na cama, a situação não estava boa.

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Ikki estava sentado no chão apalpando o seu corpo a procura de um ferimento, mas não achou e nem sentiu nada, olhou furioso para Camus e perguntou, - Mas que merda foi essa? Está louco seu francês do inferno! O que pretende?

– O coelho. - Foi o que Camus respondeu.

– O quê?

– O coelho atrás de você, eu acertei ele.

Ikki olhou para trás e o coelho jazia ao pé da árvore onde ele e Camus haviam se estranhado há poucos instantes.

– Pegue-o e vamos, estou congelando. - Camus falou dando as costas para Ikki e fazendo o caminho de volta para a cabana. Ikki praguejou algumas coisas em sua língua natal e pegou o coelho, o dia não havia sido perdido, afinal.

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Quando chegaram Hyoga os recebeu na porta.

– Ikki, seu amigo não está nada bem, venha depressa.

Ikki entrou seguido de Camus, e assim que entraram ouviram os gemidos de Isaak.

– Papai... Papai...

– Como ele está? - Perguntou Camus.

– Com febre, sabe que não temos muito que fazer, não temos remédios, nem nada. - Respondeu Milo.

Mas ao ouvir a voz de Camus o jovem Isaak abriu o olho bom e começou chamar como se tivesse o reconhecido. - Pai... Papai.

O rapaz chamava na direção de Camus que ficou sem ação no primeiro momento.

– Vá até ele Camus, por favor, tenha pena, é só um garoto. - Pediu Milo.

Camus se aproximou do rapaz ferido que lhe estendeu a mão e Camus a segurou. - Pai... Eu quero que tenha orgulho de mim, você tem orgulho de mim? - Perguntou o jovem entre gemidos.

Camus olhou para Milo que o incentivou a falar.

Ikki e Hyoga estavam mais ao fundo e trocaram olhares preocupados.

– Sim, claro que tenho orgulho de você. - Falou tentando tranquilizar o rapaz.

– Pai... Eu nunca disse isso, mas eu te amo, você é o meu ídolo. - Continuou Isaak de forma branda, mais tranquilo por estar com seu pai.

Camus não esperava que aquilo fosse mexer tanto com ele, lembrou-se de seu pai e de como gostaria de ter podido conversar assim com ele, mas o ataque alemão à capital francesa foi sangrento, e seu pai pereceu lutando, defendendo sua casa e sua família. Camus perdera toda sua família naquele dia, por isso o ódio contra os alemães e seus aliados.

Mas esse rapaz o pegou desprevenido e aquelas palavras tocaram fundo em sua alma.

Mesmo contra sua vontade, e visivelmente emocionado, Camus respondeu: - Eu te amo, filho e me orgulho muito de você.

Issak sorriu e apertou a mão de Camus deu um último suspiro e tudo ficou em silêncio o jovem finlandês já não respirava mais.

Hyoga se pôs a fazer uma oração e foi acompanhando de Ikki.

Camus colocou a mão do rapaz de volta a cama com cuidado, as lágrimas teimavam em rolar se seus olhos, Milo era o único ali capaz de saber o por quê.

Camus se levantou em silencio procurou não olhar para os rapazes e foi em direção ao namorado o abraçando emocionado deixando cair lágrimas silenciosas.

Ikki e Hyoga trocaram novamente olhares, como se perguntassem "O que houve com o Tenente frio, sério e durão?", mas não falaram nada em voz alta.

Milo levou Camus para fora da cabana onde teriam privacidade.

Camus emocionado abraçou forte o namorado enquanto Milo acariciava seus fios vermelhos e lisos.

– Eu sou uma vergonha Milo, por que isso? Eu nem conhecia o rapaz. - Falou Camus soluçando.

– Shhhhhh... você é forte e durão, mas qualquer um se emocionaria com aquilo. - Confortou Milo.

– Eu queria que meu pai também se orgulhasse de mim, que me amasse, que me aceitasse como eu sou. - Falou Camus abraçado a Milo.

– Ele te amava tenho certeza disso, ele só não teve tempo de dizer o quanto. - Consolou Milo beijando Camus com carinho.

Ao longe eles viram a grande tempestade que se aproximava, decidiram entrar e apressar as coisas, deveriam providenciar um enterro digno ao jovem finlandês e procurar mais comida antes da tempestade chegar.

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– Quer dizer algumas palavras, Ikki, - Perguntou Milo ao pé da cova onde haviam enterrado o corpo de Isaak.

Ikki confirmou com a cabeça e começou a falar.

– Isaak, eu não o conhecia muito bem, essa era a terceira vez que voávamos juntos, mas sei que tinha um forte caráter e uma grande vontade de fazer o certo, que os Deuses o tenham em um bom lugar.

Camus que havia dado ao soldado sua medalha de condecoração fez uma cruz com a madeira e nela colocaram a identificação do rapaz.

– Precisamos nos apressar, Hyoga temos madeira para nos manter aquecidos durante a nevasca que se aproxima? - Questionou o ruivo voltando a sua forma dura de agir.

Hyoga o olhou confuso, pois o francês passou de triste para seu jeito altivo e rude muito rápido e respondeu incerto. - Não sei, acho que sim.

– Acha? Rapaz este detalhe pode ser a diferença entre sobrevivermos ou não. - Continuou rígido.

Ikki foi ao auxílio do loiro. - Ele não tem a obrigação de nos hospedar, não exija demais dele.

– Ele pretendia ficar aqui no inverno e para isso deveria se precaver com esses "Detalhes" ou morreria congelado independente de nós aqui. – Respondeu duro o francês.

Milo que percebeu que talvez não estivesse nos planos de Hyoga sobreviver a nevasca quando decidiu ir para as montanhas falou, tentando não constranger ainda mais o loiro. - Vamos dividir as tarefas, eu e Camus verificaremos como está o estoque de madeira; enquanto o Hyoga e o Ikki vão sair para ver se conseguem caçar mais alguma coisa, temos poucos mantimentos aqui, e a tempestade se aproxima.

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– Vamos ter que cortar lenha, aquele garoto estúpido! Como ele pretendia sobreviver aqui, com esse tempo, sem comida e sem lenha para se aquecer? - Comentava zangado o aquariano.

– Acho que ele não pretendia sobreviver, no fundo não era isso que ele queria. - Respondeu Milo.

Camus o olhou confuso.

– Ele é como nós Camus, ele é diferente, não percebeu?

– Sim, Milo ele não é difícil de ler. - Devolveu o ruivo.

– O garoto está assustado, Camus, para nós que vivemos na cidade luz, na cidade boêmia das festas, dos teatros, dos artistas ainda é difícil, imagine para esse garoto, num país como este? - Argumentava Milo enquanto cortava a madeira. - Ele disse que perdeu a mãe, deve ter ficado com medo do mundo, do que o mundo pudesse fazer com ele.

Camus sorriu pelo nariz.

– Acha isso engraçado? - Questionou Milo.

– Não, não é isso, só que o jovem Ikki me confessou que é gay e que seu pai o enviou para a guerra assim que o rapaz revelou sua condição. - Comentou Camus.

– E qual a graça nisso? - Continuou Milo.

– Quatro gays em uma cabana, presos em pleno inverno russo, é tão surreal. - Comentou Camus.

– Não somos poucos Camus, você sabe disso, muitos preferem fazer as escondidas com medo da sociedade, medo da família e medo de si, quantos homens casados vivem uma vida dupla? Mas vamos chegar em um tempo onde não teremos mais medo, vamos poder nos abraçarmos e nos beijarmos, onde quisermos e quando quisermos. - Profetizou Milo.

– Acha mesmo? - Perguntou Camus pensativo.

Milo parou o que estava fazendo e abraçou seu ruivo pela cintura, apertando sua bunda então ele beijou Camus, que gemeu ao toque do namorado.

– Não fosse a urgência da tempestade que se aproxima, eu o amaria aqui e agora, estou com saudade do seu corpo, de te amar e te possuir Camus. - Confessou Milo apaixonado.

– Milo... Contenha-se. - Pediu Camus fraco, sentindo seu membro latejar.

Um floco de neve caiu sobre a testa do ruivo o chamando à razão. - Não temos tempo pra isso, a neve já está caindo! Temos que levar as madeira rápido, se elas molharem ficará mais difícil de usarmos como lenha. - Cortou Camus voltando ao trabalho.

Milo fez beiço e apontou para o seu falo duro sobre calça. - Vai ter que se retratar com ele senhor Primeiro Tenente.

Camus apenas girou os olhos pegando e lenha e a levando para a cabana.

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Ikki e Hyoga estavam caçando ou tentando caçar, - Onde ficam os animais por aqui, loiro?

– Hyoga, meu nome é Hyoga. - Resmungou o jovem russo.

– Eu sei, acho bonito seu nome, mas gosto de te chamar de loiro. - Continuou Ikki.

– Por que seus olhos são puxados? - Perguntou Hyoga encarando Ikki e passando a mão levemente nos olhos do rapaz.

– Sou oriental, no Japão todos são assim como eu, nunca viu um oriental? - Questionou Ikki.

Hyoga negou com a cabeça, nunca vi muitas coisas... - Começou incerto, - Sabe, o Senhor Milo e o Senhor Camus... Eles... eles são diferentes.

– E o que acha disso? - Perguntou Ikki olhando para Hyoga se aproximando.

– Não sei... sempre me disseram que era errado, mas eles não me parecem errados, eu não consigo achar errado quando os vejo. - Falou o russo.

– E você, o que sente? - Ikki perguntou como uma fera que sonda a presa.

– Como assim? Eu... nada, claro que nada.

– É mesmo? - Ikki se aproximou de Hyoga que deu alguns passos para trás até encostar numa árvore, encarou o olhar do japonês sobre si.

– Ikki... o quê...? - Hyoga não teve como terminar a pergunta, pois o piloto japonês o calou com um beijo.

Começou calmo, como se pedisse permissão para acontecer, mas depois foi ficando cada vez mais intenso, eles rapidamente se beijavam fervorosamente, os lábios incertos de Hyoga buscavam e encontravam a boca persistente de Ikki, as línguas se tocavam enquanto frágeis flocos de neve caíam do céu, testemunhando aquele momento.


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Notas finais do capítulo

*-*

Tadinho do Isaak!
Me emocionei muito escrevendo essa cena entre ele e o Camus.

O Amor Camus e Milo é tudo, conseguirá o 3o. Tenente MIlo dobrar o durão 1o. Tenente?

Ikki e Hyoga conseguiram dar voz a essa paixão que está surgindo, gays e inimigos de guerra! É muita emoção.

Comente me diga o que achou.
Fantasminha não tenha medo e nem vergonha comente, isso é muito importante para mim.

Beijos



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