I'm Here Again escrita por TahRodriguess


Capítulo 31
10. Nice Too Meet You - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura (;



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— Pai! Pai! Pai!

— Para de gritar Lua!

— Eu preciso do meu carro! Me dá! A chave! Me dá!

A questão era: eu tinha acordada atrasada, meu cabelo parecia um ninho e se eu faltasse a primeira aula estaria muito ferrada.

— Para que?

— Estou atrasada pai! Por favor!

— Vai logo então.

— É quase meia hora daqui! Eu vou perder a primeira aula do mesmo jeito, pai! Por favor, só hoje, uma exceção.

— Ok, eu deixo você usar hoje e você não usa o final de semana.

— Cara, eu to pedindo o carro para ir à escola e não para uma viajem interestadual.

— É pegar ou largar.

— Largar! Não vou deixar de usar meu carro no final de semana.

— Então aproveite indo para escola a pé.

— Pai! Papaizinho, amor do meu coração, entenda: Eu. Não. Posso. Faltar. A. Primeira. Aula.

— Pega a sua mochila.

— Você vai me dar às chaves?

— Não, vou te levar.

— Mas seu caminho é do lado oposto!

— Por isso vou mais cedo. Vamos logo.

 Eu precisava chegar durante a primeira aula, a professora definiria tudo sobre o trabalho e eu não podia e não gostaria de faltar. Não que eu seja uma aluna aplicada, longe disso, mas sei que se depender do Bieber para me explicar vou ficar sem entender até conversar com a professora. Não estou o chamando de burro, apenas de desatento. E esse trabalho é importante para mim, porque, diferente dos outros, eu queria fazer.

 Em um resumo: não discuti com meu pai.

— Pai, a mamãe foi ver o negocio lá no hospital?

— Caramba, explicou bem, “o negocio lá no hospital” – eu ri.

— Você me entendeu! Vem se fingir de sonso, não! – ele riu.

— Ela foi sim e se quer saber, estava bem feliz com isso.

— Ela gosta, faz bem em voltar, já deveria ter feito isso há tempos!

— E abrir mão de cuidar da filhinha? Não, né.

— Ah claro, pai. Ah claro – ele riu.

— Bom, chegamos – eu abri a porta e saí em disparada. – Tchau para você também, ouviu? – ele gritou.

 Não respondi, apenas levei meu braço para trás e acenei sem jeito só até entrar na escola.

Os corredores já estavam vazios – com exceção de um ou outro –, mas eu tinha certeza que o sinal não havia batido há muito tempo, então corri até a sala e quase bati com tudo na porta, com o coque do meu cabelo quase desfazendo e ofegante.

 Respirei fundo e abri.

— Licença professora – pedi e ela apenas assentiu.

 Entrei na sala e fui direto para o meu lugar, coloquei a mochila encima da mesa e respirei fundo descansando de vez.

— O que aconteceu? – Justin sussurrou.

— Acho que ainda to no fuso horário da França – sussurrei de volta e ele riu.

 A professora se levantou e começou a explicar como queria o trabalho e eu anotava as coisas, feliz da vida por saber que iria tirar esse trabalho de letra.

 Ela pôs no quadro números de 1 a 12 que correspondia a cada grupo e na frente os nomes dos respectivos deuses. Kyle, Justin e eu ficamos com o número 6, Atena. Até gosto da deusa da sabedoria, mas eu queria outra deusa.

— Ou melhor, quem é a dupla 8? – duas pessoas da frente levantaram a mão, eu não sabia os nomes dos dois. – Vocês vão ficar com a 6 vou deixar a 8 para eles – ela apontou para Justin e eu. – Acho mais justo.

— Por eu ser a única garota? – perguntei e ela assentiu.

— Algum problema?

— Não! Não! Que isso! Amei! – respondi depressa.

  O sinal bateu, a professora saiu e a partir daí não liguei mais para nada. Fiquei completamente desligada, apenas fazia um esforço, e dos grandes, para não pegar sono até que o sinal bateu.

Saí para o intervalo com Justin, o pior que tínhamos muito assunto, mas nenhum deles poderia ser dito ali, no meio do corredor na escola. Imagina se alguém me ouvisse comentando sobre a menina bêbada que fez topless na festa da Louise? Melhor não. Então começamos a arranjar outros assuntos, falar mais da escola mesmo, de coisas que aconteceram no tempo que Justin viajava. E assim seguíamos rindo pelo corredor, calmamente, até o refeitório.

— Por que você preferiu o numero 8?

— É de Ártemis, e ela é minha deusa favorita, é uma pena que eu não possa ser mais regida por ela.

— Por que não?

— Vou deixar você descobrir sozinho, afinal, tem que fazer alguma coisa no trabalho – me sentei à mesa com todo mundo, a mesma de sempre, com as mesmas pessoas de sempre, Chris, Luka, Hayley e Karol.

— Que trabalho? O de história? – Halle perguntou.

— Esse mesmo – respondi.

— Ih, olha quem vem lá – Justin tinha acabado de sentar ao meu lado quando Luka falou com uma cara nada agradável e nós olhamos na direção que ele acenou com a cabeça.

— Ah, não! – Justin resmungou.

A garotinha irritante da Amanda vinha no fundo, com um sorrisinho de orelha a orelha, pronta para soltar uma daquelas pérolas para cima do Bieber. Eu não ia aguentar aquela garota, ou ia ser ignorante, ou ia cair na gargalhada, então resolvi sumir de perto.

— Halle, vamos comprar refrigerante!? – ela assentiu e nos levantamos. – Quer Justin?

— Uhum. Coca-cola – ele sequer me olhava, prestava atenção na garota para ver se os passos diminuíam ou se iria desistir, desesperado para que ela não chegasse perto.

— Sempre – respondi.

— Banheiro – Luka se levantou fugindo.

— E eu vou para qualquer lugar longe dessa conversa – Karol também fugiu.

— E eu... – Chris começou.

— Você vai ficar! – Justin praticamente se jogou por cima da mesa para segurar o Chris, forçando para que ele não se levantasse.

 Eu ri daquilo. Quando a mesa sumiu de vista – ou eu sumi de vista da mesa – a garota já tinha chegado até lá.

— Como Justin aguenta? Essas beliebers me parecem ser tão sem cérebro – acabei rindo.

— Nem todas, acredite. Justin ama as fãs, ama mesmo. Ele é louco por elas, vira e mexe tem alguma criticando algo que ele fez e ele realmente se sente magoado por isso, mas finge não ver, finge ser forte.

— E você ta lá para ajudar, né!? – ela riu e me cutucou com o cotovelo.

Sorri.

— Fazer o que? Chris me contou que Justin o disse uma vez que nós somos o “porto seguro” dele, entende? Os amigos mais próximos...

— Amigos, sei... – ela me interrompeu. Ri.

— Você me entendeu, Halle! Eu já perdi a conta de quantas vezes já disse que as garotas que falam “não vou ser mais sua fã” ou “não vou ser mais belieber” por causa de algo que ele fez, é porque nunca foram. Ele se sente mal.

— E você fica com peninha, own – ela não parava de zoar em uma só!

— Pior que fico! Dá dó de ver Justin mal, ele é sempre tão animado, agitado. E o pior, entre Chris e eu, a mais próxima da realidade aqui sou eu, né? A que sempre teve mais contatos com as fãs e essas coisas. Só esse ano que não.

 Já era nossa vez de comprar os refrigerantes, tinha só umas três ou quatro pessoas perto de nós, mas demorou um pouquinho para uma delas se decidir. Então entreguei o dinheiro, pedi um de uva e duas cocas, Halle pediu um de laranja e nos afastamos do balcão.

— Será que voltamos? – ela perguntou.

— Acho melhor não, aquela coisinha pode estar lá ainda. Vamos ficar por aqui – sei que o refrigerante do Chris e Justin poderia ficar quente, mas eu não queria encontrar com aquela menininha.

Sei que Chris não pediu refri, mas ainda sou uma boa amiga.

— Mas o que Justin faz? – olhei para a Halle confusa. – Para as fãs se revoltarem contra ele oras.

— Ele é humano, erra, só que as pessoas não veem isso, querem que ele seja perfeito. Então ele comete uma burrice e leva uns mil unfollows no twitter.

 E ela ficou em silêncio, tomando refrigerante pelo canudinho sem pausa. Estava diferente, com um brilho a menos, me senti obrigada a parar o meu refrigerante e perguntar o que estava acontecendo.

— É o Luka – lutei para não revirar os olhos. Essa história, de novo?

— O que foi dessa vez?

— A gente brigou.

— De novo?

— É! De novo! Que saco, Lua! – ela colocou o refrigerante junto com as outras duas latinhas. – Eu odeio isso, essas brigas, essas coisas toda, mas cara, eu sinto que gosto dele ainda. Luka me irrita! Me deixa nos nervos, vem com esse machismo e ciúmes doentio, detalhe: eu não posso me aproximar de nenhum garoto! Mas ele pode de quantas meninas quiser e eu sequer posso reclamar! Ele ta um saco! De longe o garoto que conheci há tanto tempo – ela diminuiu o tom. – Mas ainda gosto dele, e muito, não quero o perder.

— Sabe, Justin tem seus defeitos, defeitos que me irritam, mais do que simplesmente demais. Os defeitos dele me irritam, mas as qualidades acabam superando, sempre. Eu não me sinto infeliz quando vejo as besteiras que ele faz, eu me irrito e acabo discutindo com ele. Justin é muito infantil! Muito mesmo! E é essa a coisa que mais me deixa nos nervos, onde já se viu socar um bolo que uma equipe toda ia comer? Tentar trocar um McDonalds por um Bugger King, ou vice e versa, nem lembro mais. Mas no final da tudo certo entre a gente, e o aturo esse tempo todo. Eu gosto dele ainda, apesar dos defeitos.

— Traduz, senhorita filosofa? – ri.

— A partir do momento em que os defeitos um do outro passam a ficar insuportáveis, não vale mais a pena. Luka ta te fazendo sofrer Hayley.  Eu era a prova de quanto ele gostava de você, agora? Não é mais aquilo de antes que eu vejo nos olhos do Luka. Desiste, para de sofrer. Ele é meu amigo, mas você também é. Vai doer por um tempo, mas você tem sorte.

— Sorte? Você chama isso de sorte?

— Vai por mim, Halle, você tem muita sorte. Se terminar com o Luka, o tanto que você sofrer depois de um tempo passa, você vai encontrar outro alguém que te fará esquecer a dor.

— Isso é o que sempre acontece, não? – terminei meu refrigerante e joguei na lata do lixo e então peguei as duas cocas.

— Não.

Me afastei dela, a deixando para trás, ela iria precisar pensar, eu sabia disso. Então voltei para mesa e joguei os dois refrigerantes para os dois sentados à mesa.

— Por você ter me pagado um Chris, estava te devendo.

— Valeu!

— Obrigado. – Justin agradeceu.

— Nada oras. Cadê Karol e Luka?

— Não sei, sumiram – Justin me respondeu.

— E cadê Hayley? – Chris perguntou.

— Ficou para trás, ela precisava pensar em algumas coisas – e então me sentei.

— Por que demoraram tanto? – Justin.

— Não queria correr o risco de encontrar a Amanda por aqui.

— Mas ela não demorou muito para sair.

— Sério? – perguntei realmente surpresa, afinal Amanda era a pessoa mais insistente que eu já conheci na vida.

— Justin a despachou rapidinho – Chris riu. – Nunca vi ele fazer isso tão rápido!

— Nem eu. Como conseguiu?

— Sério, não sei, mas quando notei ela estava saindo daqui feliz da vida – Chris gargalhou mais uma vez quando Justin respondeu.

 Tinha algo estranho, Justin brincava com o canudo e tomava alguns goles de refrigerante sem dizer palavras com alguma emoção, eu não via motivo para isso.

— Justin?...

— Sabrina a mandou aqui, só não sei para que ou porque – ele soltou de vez. – Amanda disse isso, ela não se importou em sair daqui depois que todos se afastaram.

— Sabrina já fez algo parecido comigo também – Chris disse já não tão vermelho de rir. – Lembra quando me atrasei para ir embora contigo? – assenti. – Uma menina da minha sala me segurou, depois ela chegou e começou a falar um monte de coisa, de inicio pensei que fosse com a Lorena, mas quando tomei conta que era comigo, fui embora o mais rápido que pude, para ver se te alcançava – eu teria rido se não tivesse ficado furiosa.  

Não controlei, quando Justin desviou a atenção do refrigerante e o olhou para mim, eu já procurava a Shepers pelo refeitório. Assim que encontrei aqueles olhos azuis passeando junto com o resto do corpo rumo ao lado de fora, meu sangue subiu a cabeça.

— Lua? – Justin perguntou.

— Eu já volto – me levantei de pressa e saí do refeitório, a seguindo até o banheiro das meninas.

— Ora, uma típica briga de garotas dentro do banheiro feminino?

— Eu não gosto muito dessa palavra, “típica”, quer dizer que algo é comum e “comum” não é muito uma coisa que eu goste de ser.

— Então o que veio fazer aqui? – ela guardou o rimel que estava retocando e olhou para mim.

— Apenas te dar um aviso.

— Para mim ainda é típico – ela passou a retocar o batom.

— Não, não é nada demais. Só quero que fique longe dos meus amigos, ok? Sabrina... você não tem ideia de com quem está mexendo.

— Eu sei mais sobre você do que imagina, Lua – ela guardou o batom.

— Sabe o que falaram de mim enquanto eu não estava presente, Shepers. Você não tem ideia o quanto 12 meses podem mudar alguém, sem contar que Nova York não é um santuário.

— Quer dizer que virou menina má, Houston? – ela sorria sarcástica.

— As coisas funcionam assim Sabrina: faça o que quiser, mas não se meta com os meus amigos, entendeu? Ou eu acabo com a sua vida – me virei para sair do banheiro.

— Isso é uma ameaça?

— Entenda como quiser.

— Entendi que eu não posso brincar com os seus amigos, mas então posso com o Justin, afinal, ele não é exatamente seu amigo, não é? – parei na hora e senti uma onde de desespero me invadir. O que ela ouviu? Do que ela sabe? Minha vontade de repente era virar e implorar que seja lá o que fosse não contasse para ninguém. Mas eu não era assim e nem podia fazer isso, nem por mim, sequer pelo Justin.

 Me virei para ela de novo e me aproximei alguns passos. Ela continuava com aquele sorrisinho e os com os braços cruzados, se achando a vitoriosa nessa história que mal começou.

— Não vai nessa. Justin é meu amigo sim e se eu fosse você não me precipitava ou achava o contrário. Não tente apagar fogo com gasolina ou não vai querer sequer ter me conhecido – me virei de novo e não importa o que ela dissesse eu sairia dali.

— Como é que dizem? Cão que ladra não morde, né!?

— Mas a cadela aqui arranca pedaço.

 E quando saí do banheiro, respirando fundo, contato até dez e tentando recuperar todo meu controle aos poucos para não ter um surto no meio do corredor, o sinal tocou.

— Lua?

— Ah! Oi, Tay! Quanto tempo a gente não se fala.

— Pois é – ele disse com a testa franzida. – Está tudo bem?

— Está sim – eu olhava nervosa para o lado, não queria ver Sabrina por um tempo – mas vamos sair daqui logo, né!? – o puxei pelo braço, apressada, tentando não ver aqueles olhos azuis com tanta convicção saltando por eles, e olhando para frente para não trombar com ninguém, e para trás para ver se ela vinha.

— O que você fez Lua? – respirei fundo, relaxada, assim que já estava longe rumo à sala.

— Nada demais, só comprei briga com a Sabrina Shepers – Taylor virou a cabeça para trás rindo divertido.

— Já estava demorando para uma dessas – eu não via motivos para rir, mas a risada dele acabou me contagiando e soltando risadinhas sem graça.

— Por quê?

— Ora Lua, você brigou com a Louise, antes disso com a Caitlin. Desde o primeiro dia eu sabia que você e a Sabrina não se entendiam.

— Era tão obvio assim?

— Até para quem não te conhece tão bem como eu. Lua Houston nunca deixa as patricinhas vencerem não, é mesmo? – tive que acompanhar sua gargalhada dessa vez. – A escola melhorou depois que a Louise saiu, Megan acabou ficando como a mais popular, mas aí chegou essa Sabrina e começou a querer atormentar a vida de todo mundo, como uma pedra muito inconveniente no sapato – rimos mais e entramos na sala. – Haja o que houver, manda a ver! – ri e nos sentamos.

 Justin chegou o corpo mais para frente. Se fosse em outra época, desconfiado, mas dessa vez ele estava mais para curioso.

— O que vocês estavam conversando?

— Nada demais – ri lembrando das coisas que Tay havia me dito.

— E o que fez com a Sabrina? – e no mesmo momento a própria entrou na sala.

— Olha para frente que ela mesma te responde – acenei com a cabeça na direção da garota.

— Ufa, nada – ele parecia aliviado e eu sorri. – Nada mesmo, né? – não respondi. – Não vai me responder, certo?

— Não mesmo. É melhor ficarmos quietos, tenho a impressão que essa professora não vai com a minha cara.

 Ele nem ao menos tentou discutir.

A aula agora era Literatura e de fato a professora nunca gostou de mim. Sempre me olhava torto, me deixava por último no que ela iria fazer e até mesmo coisas de quarta série, como por exemplo, não me deixar ir ao banheiro ou beber água – ela nunca deixava, nem se eu tivesse ficando desidratada ou com o risco de estourar a minha bexiga, ela simplesmente não deixava.

  A professora começou a falar sobre literatura, óbvio, eu não prestei muita atenção, só ouvia alguns fragmentos de fala. Sabia que não era nada de interessante então preferia não ouvir e ficar quieta, do que ouvir e falar alguma coisa. Mas, sempre acontece a coisa errada na hora errada e ferra com tudo, principalmente se alguma das partes simplesmente não pensa antes de falar. Nesse caso: eu.

— Então pensei em fazermos uma peça de teatro sobre “Romeu e Julieta”?

— Romeu e Julieta? – e lá fui eu abrir a boca. – Que coisa mais criativa – ela semicerrou os olhos para mim, mas continuou.

— Que tal então, fazermos um musical de Romeu e Julieta?

— “Romeu e Julieta” é tão ultrapassado! Como ainda não fizeram isso antes?

 A questão era: eu odiava mesmice e fazer uma peça sobre a única história – que não é única – de William Shakespeare não é algo que se pode chamar de “novo”. Ignorando o fato de que não gosto de Shakespeare, claro. Então eu acabei falando, comprando a minha segunda briga do dia logo com a professora que eu menos devia.

— Então o que sugere Srta. Houston? – ela não me olhou muito feliz.

— Óbvio! Algo original, novo, diferente, e não uma história que todo ano tem.

 - Mas “Romeu e Julieta” é um clássico! – alguém lá trás, que eu nem virei para olhar quem, disse – e o William Shakespeare é um ícone da literatura.

— Claro – me virei e encarei uma garota de olhos azuis sentada no final da sala, acho que o nome dela era Emma –, e quantas mais outras histórias de Shakespeare você conhece? – ela não me respondeu.

— Já está tão interessada nessa peça e tão cheia de criatividade Srta. Houston por que não cuida da peça então? – o que? Ela ta doida por acaso?

— Não, não, obrigada.

— Vai sim, está decidido, você vai ser a responsável pela peça.

— Mas o que? – Sabrina levantou num pulo e olhava da professora para mim com uma expressão não muito alegre. – Eu que seria ser responsável pela peça! Eu que iria coordenar tudo!

— Desculpa Srta. Shapers, mas a responsável a partir de agora será Srta. Houston.

— Não! Não! Tudo bem! Shapers parece muito empolgada para fazer isso, ela com certeza é a pessoa certa.

— É o seguinte, Houston, ou você faz, ou você faz. Caso contrário estará reprovada na minha matéria e vai fazer uma visitinha ao diretor.

 E pronto, de repente ela conseguiu me convencer a aceitar essa droga.

 O problema era que eu não podia parar no diretor devido aquela pequena discussãozinha no começo do ano, onde disse que ele era mandando pelo Scooter e essas coisas todas, só porque ele queria me ver longe do Justin o máximo possível, por qual outro motivo seria? Nessa escola, de fato, não há uma pessoa que não me conheça e que não tenha uma opinião formada sobre mim. Uma parte gosta a outra me odeia – isso inclui os professores – e tudo por causa do Justin. É assim, estou condenada a passar o tempo todo sendo julgada por todos apenas pelo fato de eu andar com o Bieber.

 Eu não fazia a mínima ideia do porque da professora de literatura me odiar, logo eu que sempre adorei essa matéria, mas desde o primeiro dia ela deixava bem claro que se tinha algum aluno favorito, esse com certeza não era eu.

Eu era idolatrada por uma parte, talvez “idolatrada” seja um exagero, mas as pessoas me amavam! Me achavam o máximo por eu ser amiga do Justin e sempre falavam comigo não importa onde. Já outros me odiavam com todas as forças que podiam pelo mesmo motivo e por eu ter tanta “popularidade”, ou se não, por me acharem um poço de nojo só por ser “amiga” dele. Mas ainda restava uma parte, que não eram os meus amigos, mas que me tratavam como uma pessoa normal. Não me odiavam, nem me idolatravam, eu só era mais uma aluna.

 Mas do corpo docente eu tinha que ficar longe, eu tinha que me comportar o máximo possível, porque qualquer erro, qualquer mínimo deslize eu estaria na sarjeta.

— E então, Srta. Houston?

— Eu... – olhei para Justin de relance – Eu aceito – depois relaxei meu corpo o jogando contra o encosto da cadeira e olhando pela janela ao fundo.

 A professora falava, mas eu não me importava. Coordenar o teatro da escola era uma responsabilidade grande demais, tal responsabilidade que eu não queria carregar, mas não! Era impossível me manter com a boca quieta, não é mesmo? Agora vou ficar presa e na escola até tarde e ocupada o tempo inteiro tentando fazer “a peça perfeita” porque se não for, essa maldita sambaria na minha cara.


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Notas finais do capítulo

Nunca é tarde demais para voltar, então vamos lá tentar voltar a postar isso! Mas não garanto nada.



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