Á noite fizemos uma fogueira no jardim, pegamos uns doces, incluindo mashmallows  e nos sentamos em volta da fogueira com cobertores, pois fazia frio. Frank pegou um violão que tinha na casa de seu avô e enquanto ele tocava, nós cantávamos ou apenas comíamos, existe coisa melhor?

Já era quase 00:00 e todos nós entramos, meninas seguiram para um lado e meninos do outro. Como fui a ultima a entrar, fechei a porta e disse:

— Eai? Temos que proteger a nossa porta, e não temos a chave dela para simplesmente tranca-la! – Annabeth pareceu pensar por um instante.

— Vamos pegar todas as coisas nesse quarto para vemos o que podemos usar para uma barreira improvisada, mas que funcione, ou que pelo menos faça bastante barulho para nos acordar se alguém tentar entrar! – Assim que Annabeth terminou, corremos vasculhando no antigo armário que tinha no quarto, gavetas do banheiro, atrás das portas.

Conseguimos 3 vassouras, alguns lençóis e uma rede, pegamos todos os travesseiros, uma cadeira que tinha no quarto, e Annabeth conseguiu montar uma armadilha bem boa, mas não muito resistente, mas que faria bastante barulho para nos acordar. Fechamos as janelas, e cada uma pegou uma vassoura para colocar ao seu lado, se caso a armadilha fosse acionada, então teríamos algo para contra atacar. Essa casa virou um verdadeiro campo minado.

Então fomos dormir.

Não sei quanto tempo havia se passado após eu fechar meus olhos para dormir, mas acordei no maior susto por causa do barulho da cadeira que caiu, ativando a armadilha. A cordas da rede que foram puxada pela cadeira que caiu logo apertaram o tubo de pasta que estava enrolada entre elas, derramando a pasta no chão. Rapidamente me levantei da minha rede com a minha vassoura nas mãos, apontada em direção a porta, olhei para o lado e Hazel e Annabeth faziam o mesmo. Leo e Frank que haviam ativado a armadilha e escorregaram na pasta no chão, então eu e as meninas caímos na gargalhada. Vimos Jason e Percy saírem correndo, então pegamos Frank e Leo que estavam melecados para mais dentro do quarto e fechamos a porta, e ao mesmo tempo estávamos rindo do tombo dos dois.

— EI! Parem com isso!! Nos deixem sair, você já venceram! – Leo resistia enquanto eu tentava amarra-lo junto a Frank, fazendo do lençol, uma corda. E como eu era muito boa em nós (Eu sou descendente de índios ta, licença), consegui amarra-los bem firme. Empurramos os dois para dentro do banheiro e fechamos a porta. O plano era o seguinte, iríamos usa-los como reféns para Jason e Percy virem e admitirem sua derrota, trocando eles por uma semana de milk shakes pagos! Então esperamos quase 1 hora e nada deles aparecerem

— Ei! Eles não vão vir buscar a gente não? – Frank reclamou de dentro do banheiro.

— Hazel, vamos comigo para ver o que esta acontecendo. – Fomos até o quarto dos meninos, abrimos a porta devagar, pois tinha o perigo de haver uma armadilha la também. Mas encontramos os dois em suas camas dormindo.

Peguei o tubo de pasta que tinha levado comigo (Pasta, melhor arma) e despejei um pouco na cara e nos cabelos deles. Que se levantaram num salto

— Ei! O que diabos é isso??! – Percy reclamou pegando nos cabelos.

— Vômito de unicórnio – Respondi – O que vocês estão fazendo aqui? Não era para irem resgatar os amigos de vocês?

— Huum, era? – Jason perguntou

— Mas é claro! – Hazel falou – Nós prendemos eles, apenas esperando vocês para negociarmos uma troca

— Podem ficar com eles – Percy falou – Não iremos fazer troca alguma.

— Agora estamos melecados, vocês vão ver só! – Jason começou a correr atrás de nós, que saímos correndo em direção ao nosso quarto. Graças a Deus o quarto do Sr. Zhang era do outro lado da casa, senão com certeza, já teríamos o acordado!

Quando chegamos, tentamos fechar a porta, mas os meninos do outro lado foram mais rápidos e conseguiram empurrar a porta com bastante força, abrindo-a e entrando no nosso quarto. Pegamos nossas vassouras e apontamos em direção á eles

— Então vamos lutar? – Disse Percy debochando – Quero ver então se vocês são capazes contra nós. Começamos então a ataca-los com os cabos das vassouras, estavamos ganhando, mas eles tinham a principal arma, que não percebemos que estava com eles, a arma mais letal e dolorosa de todas, e a mais melequenta também... o tubo de pasta de dente!!

Eles apontaram para nós, apertaram e despejaram em nossos cabelos e roupas.

Jason rapidamente abriu a porta do banheiro e soltou Leo e Frank, tendo dificuldade apenas em desfazer o nó.

— Agora sim, a vingança dos meninos! – Frank pegou Hazel e a jogou em seu ombro, andando em direção para fora de casa. Percy fez o mesmo com Annabeth e Jason fez o mesmo comigo. Ficamos nos debatendo muito, sem gritar para não acordarmos o Sr. Zhang. Eles estavam indo para o pequeno lago do lado da casa (N/A: É só um lago gente, não é a cachoeira não). A primeira a ser arremessada no lago foi Annabeth, e logo em seguida, Hazel, mas quando Jason ia me jogar, eu o puxei junto.

O que pode não ter sido uma boa ideia, pois ele acabou me abraçando e caindo em cima de mim. Estavamos em baixo d’agua, e estávamos colados, e ele não me soltava, me apertando ainda mais em seu abraço. Mas aí ele nadou até a superfície me levando junto. Quando chegamos á superfície, a lua estava brilhando muito, iluminando tudo, e o rosto dele estava tão bonito... o cabelo da cor de areia estava com um brilho especial, junto com os seus olhos, que eram os olhos mais azuis que já vi. Ele ainda estava me abraçando contra ele, e ele me olhava fixamente. Ele colocou a mão no meu rosto olhando nos meus olhos de um jeito tão doce

— Acho que agora seus olhos são... – Ele começou a acariciar o meu cabelo molhado, eu estava aproveitando cada toque – Violetas?

— Não sei, talvez sim. – Respondi sorrindo.

Ele aproximou seu rosto do meu, e o meu coração batia mais rápido que não sei o que, eu estava um pouco insegura “Será que ele não quer apenas se aproveitar de mim?” pensei. Mas aquilo parecia tão certo, que me deixei levar.

 Mas acabamos ouvindo um grito do Leo do outro lado do lago, o que fez ele me soltar rapidamente olhando na direção do grito. Corremos, ou melhor, nadamos até lá e encontramos um Leo com a perna sangrando.

— Leo!! Como você fez isso?? – Hazel perguntou

— Não sei! Eu estava me molhando por aqui, mas o chão estava escorregadio e acabei tropeçando e caí em cima da minha perna, que caiu nesses espinhos – Olhamos para onde Leo apontava, havia uma planta aquática cheia de espinhos – Mas foi apenas um susto, acho que alguns curativos resolvem, não é nada demais.

Ajudamos Leo a chegar na varanda, e nos sentamos nos degraus da varanda. Frank rapidamente entrou para pegar toalhas e uma caixa de primeiros socorros, parando o sangramento de Leo, e em seguida fazendo uns curativos. Enquanto nos secávamos, ficamos conversando um pouco, e rindo muito sobre o que aconteceu nesse final de semana, pois amanhã já era domingo, e iríamos embora. Em meio a tanta conversa, percebi que Jason me olhava um pouco envergonhado, o que me fez corar também.

Depois de um tempo, entramos e fomos para os nossos quartos.

Depois de um rápido banho de chuveiro, olhei no celular e já eram 3:45. Me deitei em minha rede, mas ao invés de dormir logo, fiquei pensando nesse final de semana... a duas noites recheadas de pasta de dentes e meninos vs. meninas, e obviamente, nós meninas ganhamos! A vingança dos meninos na cachoeira, a cobra gigante e gorda assassina de crianças asiáticas... pensar nisso me fez sorrir. Me diverti tanto com meus amigos em um fim de semana do que me diverti por anos na minha antiga cidade! E por fim, lembrei do que havia acabado de acontecer... aquele momento la no lago... Será mesmo que Jason ia me beijar? Será mesmo que ele gosta de mim? E eu? O que eu sinto em relação a ele?

Acho que talvez seja cedo demais para tudo isso... acabamos de nos conhecer! Não faz nem uma semana... é... definitivamente é cedo demais. Quem sabe depois de nos conhecermos melhor, sei lá...

Ficar pensando nisso só fazia meu coração acelerar ainda mais, então decidi fechar os olhos logo antes que o sol nascesse.