Imperador Negro escrita por Mrs Fox


Capítulo 6
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

Para acalmar esses corações curiosos, mas capítulo!

PARA MELHOR ENTENDIMENTO DA LEITURA!
oji: tio em japonês
musuko: meu filho

ATENÇÃO, LEIAM AS NOTAS FINAIS!

Boa leitura!



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— Sinto muito, Príncipe Sasuke, mas não vejo forma de retirar essa adaga sem matar a Imperatriz.

 

Kakashi falou ainda olhando para a adaga cravada nas costas de Mikoto enquanto esta tinha o corpo sustentado por Kushina. A mulher chorava baixinho, sendo consolada pela amiga que estava igualmente assustada. Em pé ao lado de Naruto, que mantinha as armas em mãos olhando atentamente para a floresta, Sasuke sentia um aperto lhe consumir ao ver a figura acuada de sua mãe sentada no chão. Ela não dissera uma única palavra desde que conseguiram sair do salão do principal do palácio. Ele também se encontrava tão perdido quanto sua mãe. Por alguma graça dos deuses foram capazes de sair ilesos, mas sua mente estava nublada de qualquer coisa que se passava ao redor. A imagem de Itachi perfurando o corpo de seu pai junto com o grito de dor de sua mãe se repetia incontáveis vezes dentro de sua cabeça. Olhando para a figura desolada, pela primeira vez não soube o que fazer. Em uma única noite descobrira que seu irmão era um traidor, seu pai fora assassinado pelo próprio filho e teve de fugir com a mãe gravemente ferida. E ainda haviam aqueles fatores que ignorava, uma tomada de trono ocorrera, seus homens morriam sem ter alguém para comandá-los devidamente, e o fantasma que era Madara voltava com glória.

 

— Vamos andando, Sasuke. Precisamos encontrar alguém que tire isso da Mikoto-san. - Naruto falou tocando um ombro do amigo em uma tentativa de despertá-lo.

— Não é tão simples, Naruto. - Kakashi o alertou - Madara conseguiu tomar o trono para sí, e até o nascer do sol deverá estar com o castelo e o Distrito Uchiha completamente conquistados. Provavelmente antes do sol voltar a se deitar, terá enviado pássaros a todos os cantos do Japão anunciando sua nova posição como Imperador. Será uma questão de tempo até nos caçarem. Não podemos nos arriscar.

— O clã dos curandeiros. - Kushina, que ouvia atentamente a conversa, os lembrou. - Eles são fiéis ao Império e dificilmente serão do interesse de Madara.

— Kushina-sama, não podemos ter certeza de que eles não irão prometer lealdade ao Usurpador.

— Tenha segurança no que eu digo, Kakashi-san. Desde a guerra de ascensão ao trono do meu clã, os Haruno prometeram lealdade a nossa família pela ajuda que lhes foram prestada, e isso significa lealdade a qualquer clã envolvido de maneira profunda com os Uzumaki. - a sabedoria e inteligência da bela mulher de cabelos ruivos bastou para cessar as dúvidas do Comandante.

— Tem certeza que lá poderão cuidar do ferimento da Mikoto-san, haha? - o loiro quis confirmar, finalmente percebendo a gravidade de sua situações.

— Sim, musuko. Foi uma curandeira daquele clã que lhe curou daquela febre quando pequeno. Entretanto iremos aceitar qualquer decisão que julgar mais sensata, Príncipe Sasuke.

 

Tentando achar sua razão para que esta o levasse ao caminho mais sábio, observou os olhos de um incomum azul, ainda mais escuros que os de Naruto, em busca de algo que lhe fosse a solução. Pensou na confiança que Fugaku e os regentes do Império tinham nos conselhos daquela mulher, uma das poucas consideradas inteligente o suficiente para os feitos que somava. Como se confirmando seu raciocínio, uma memória lhe passou pela mente. Voltava de uma viagem diplomática com a mãe quando soube, por meio de uma conversa de Mikoto com sua tia avó, que o filho de Kushina-sama estivera muito doente a ponto que quase falecer, sendo salvo por uma talentosa curandeira que vivia em um pequeno vilarejo. Naquele mesmo dia Naruto descobrira seu compromisso com a joia dos Hyugas, após ter declarado à todos do palácio que pudessem ouvir que se apaixonara pelo pequeno anjo de olhos verdes e cabelos rosas que viu cuidando de si quando acordara. Depois da reprimenda da mãe, nunca mais voltara a falar qualquer coisa com relação aquele que considerava sua salvadora. Sem tantas opções, resolveu confiar no conselho da mãe de seu melhor amigo. Se abaixou, colocando a mãe da melhor maneira possível em suas costas, tomando o máximo de cuidado para não mover acidentalmente a adaga.

 

— Kakashi, sabe nos guiar até onde eles estão? - depois de proferir tal frase, a Conselheira soltou o suspiro aliviado.

— Sim, Príncipe Sasuke. É uma pequena vila localizada à sudeste. Se nenhum inimigo nos interceptar poderemos chegar no final do dia.

— Então vamos.

 

Andar na mata não estava sendo fácil. Mesmo com a visão mais adaptada à falta de luz tomavam todo cuidado possível para evitar algum incidente. A tensão de qualquer momento se descobrirem sendo perseguidos recaía sobre suas cabeças, deixando seus passos incertos e apressados. De todo grupo, quem mais sofria era Kushina. Um esforço como aquele nunca seria normal para uma mulher de sua posição. A roupa pesava e as diversas camadas de tecido se enroscavam nos galhos ou se prendiam em pedras, porém a sensação de um punhal estar constantemente apontado para suas costas a mantinha firme em meio a fuga.

 

Kakashi ia atrás do grupo, verificando sempre se tinham deixando o menor rastro que pudesse indicar o caminho percorrido pelos fugitivos. Enquanto Naruto tomara a dianteira, escutando atentamente os sons vindos do caminho que seu sensei o instruirá. Às vezes, quando olhava para trás, tinha a impressão que os olhos negros da Imperatriz saiam de choque para retornarem ao vazio de antes. Na mente de Mikoto, as lembranças dos seus pés encharcados de sangue daquela noite de vinte anos se misturavam ao terrível massacre recente, especialmente do relance que teve de Itachi atravessando uma tachi no peito de seu amado marido, ao lado daquele que era odiado por todo Japão.

 

Pela manhã, finalmente conseguiram atingir o primeiro dos dois rios que encontrariam pelo caminho. Para evitar acidentes, caminharam um tempo pela margem até acharem um trecho adequado para a travessia. Por sugestão de Kakashi, se embrenharam na mata à uns metros de distância, fazendo uma pausa para descansar. Sasuke não se agradara da ideia, mas vendo o estado que Kushina se encontrava e o de sua mãe, que finalmente dormira em suas costas, achou que era a melhor opção. Acomodou cuidadosamente a mulher, tomando cuidado tanto para não acordá-la como em não mover a adaga, deixando-a cuidadosamente deitada de bruços em baixo de uma árvore, no colo da mãe de Naruto.

 

Olhando para os rostos cansados e abatidos do grupo, resolveu ir até o rio. Odiava a situação em que se encontrava, e ver pessoas tão queridas para si naquele estado só aumentava a intensidade de seus sentimentos. Sentando-se à beira da margem, observou seu rosto refletido na água cristalina. Havia um corte em sua bochecha com sangue escorrido já seco, algumas marcas roxas desciam para seu pescoço, sua roupa estava suja em uma mistura de terra de sangue, este último ele se orgulhava em dizer que pertencia ao inimigo, o que aplacava por alguns instantes o sentimento de ira que sentia.

 

— Não é bom para uma pessoa em sua situação ficar em uma espaço aberto como esse, Sasuke. - Kakashi disse se encostando em uma árvore para observar o aluno. - Ainda mais se está tão distraído para notar uma aproximação.

— Sabia que você estava se aproximando antes mesmo de pisar naquele galho a vinte metros atrás. - a resposta foi séria e cortante, ele nem ao menos se importou em olhar para o rosto do homem, se concentrado em lavar suas mãos.

 

Observando a figura compenetrada na tarefa de tirar o máximo sujeira, quase podia ouvir sua mente trabalhando. Não só a situação era estressante. O luto acompanhado de uma traição, a nova posição que teria de assumir, e o peso da responsabilidade que teria com seu povo, a preocupação com os samurais que ficaram lutando, era demais para uma mente suportar. Principalmente quando tanta coisa estava enterrada no passado.

 

— Então aquele era Madara?

 

A voz do jovem soou raivosa. Kakashi suspirou sabendo que era a hora de contar ao Príncipe o que ocorrera no passado para levar a toda aquela situação. Nenhum daqueles que não fossem velhos o suficiente para terem vivido em contado com Madara sabia dos acontecimentos internos do Clã Uchiha, antes desse mesmo subir ao trono.

 

— Hai, aquele é seu oji.

— Aquele ser desonrado não merece carregar o sobrenome que tem, então não o chame assim. - a careta de nojo expressava toda repulsa que sentia pelo homem que covardemente assumira o trono. -  Explique-me porque aquele verme está vivo.

— Quando Fugaku-sama assumiu o trono, estávamos num período turbulento. Não tinha se passado nem uma semana da morte do Imperador Minato, já que Kushina-san queria se aproveitar da autoridade que ainda possuía antes que o conselho resolvesse intervir, pois ela temia que o próximo escolhido viesse de algum acordo sujo tramado por um dos conselheiros, especificamente por Danzou. - Sasuke assentiu, sabia da índole perversa do homem pelos diversos encontros que já tivera - Alguns dias depois que seu otou-san se tornou nosso Imperador, ocorreu o julgamento de Madara; acusado de trair o Império e seu povo, desrespeitar as ordens dos seus superiores, e matar Uzumaki Minato. A pena para crimes assim é a morte. Todos do alto escalão do exército pessoal de Madara, e até parte dos soldados foram executados. Porém Fugaku-sama não foi capaz de condenar o próprio onii-san a morte, mandando-o para o exílio.

— E com o luto recente, junto de uma mudança no governo, nenhum conselheiro, nobre ou o próprio povo se revoltou com a decisão de meu chichi, afinal o sangue inimigo já tinha sido derramado para as punições. - a voz cansada e sombria completou a raciocínio, finalmente compreendendo como o traidor sobrevivera.

 

Tirou seu olhar do homem encostado na árvore, voltando a mirar seu reflexo nas águas calmas do rio. As informações que acabara de receber tinham cessado algumas dúvidas, mas outras surgiam no lugar. Pegou mais um punhado de água com as mãos, jogando violentamente no rosto repetidas vezes, torcendo para daquela forma conseguir descontar sua frustração.

 

— Sasuke, acalme-se. - Kakashi caminhou até a figura desolada, agora parcialmente molhado por seu acesso de fúria, apoiando-lhe a mão no ombro. - Agora deverá manter sua cabeça no lugar. Qualquer decisão precipitada pode acaba se tornando um erro fatal.

— Assim como a decisão de meu chichi se tornou. Não só uma tomada de trono, mas a morte de dezenas, inclusive a própria. - Sasuke se levantou, encarando o olhar atento de seu sensei.

— Não condene Fugaku-sama por não ter tido a coragem de matar seu onii-san.

— Não vejo nenhum onii-san, Kakashi. Somente um traidor, e traidores devem morrer. - Sasuke dirigiu um último olhar antes de fazer caminho até onde sua mãe estava.

 

A carranca de desprezo que formou em sua face fez o mestre entender o segundo sentido daquela frase. Sasuke declarara Itachi como um homem morto.


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Notas finais do capítulo

Pra galera que tá desesperada pela Sakura, viram a referência?

Gente, queria dar um aviso, daqui a pouco estou indo viajar e vou passar mais de um mês perambulando por aí, por isso não sei como vai ficar as postagens, talvez eu consiga manter o ritmo, mas provavelmente não.

Sinto muito por isso, também sou leitora e sei como é ruim esperar por atualizações, porém não é algo que eu possa fazer muito a respeito. Prometo tentar atualizar, mesmo não sendo no domingo.

Por isso, feliz Natal e Ano Novo pra todo mundo, sem uvas passas e com muito champanhe, kkkkkkk

Beijão, e até o próximo capítulo!