Imperador Negro escrita por Mrs Fox


Capítulo 15
Capítulo XIV


Notas iniciais do capítulo

Volteeeei!

Bom, quero dedicar esse capítulo para uma turma da pesada (não, não to chamando vocês de gordas), uma galerinha que mora bem fundo no meu sem pagar aluguel. Milla, Mirys, Derbis, Brenda, Hell, Jude, esse é pra vocês! Que resolveram nascer tudo no mesmo mês não sei pra que.

PARA MELHOR ENTENDIMENTO DA LEITURA:
hi magomusume-minha bisneta

Boa leitura!



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Na manhã seguinte poderia dizer que Sasuke sentia-se melhor. O machucado causado pelo incidente durante sua pequena luta com Naruto ardia, mas de alguma forma conseguira ter uma noite completa de sono. Ainda assim estava grogue. Sentou-se de mal jeito, passando a mão pelo rosto, não lembrava como caíra no sono na noite anterior, até que sua atenção caiu sobre a bandeja deixada do seu lado, a última coisa que vinha à sua mente era ter tomado o chá que a jovem Haruno preparou antes de adormecer. Por um segundo temeu ter sido dopado, mas se levasse em conta a quantidade de álcool que tinha ingerido no dia anterior e as noites de sono perdido, um chá com qualquer efeito relaxante poderia ser capaz de levá-lo ao sono.

 

Passou alguns minutos sentado até Kushina aparecer na porta de seu quarto, com algumas roupas limpas nas mãos, ela lhe cumprimentou levemente, perguntando depois como passara a noite ou sobre o ferimento no braço, expressando como ficara preocupada, e depois, aliviada por descobrir que não tinha sido nada grave.

 

— A jovem Sakura pediu para que você fosse informado assim que acordasse que Haruno Tobirama estará lhe esperando para conversar na mesma sala que foi usada no dia que chegou ao Clã. - ela deixou a roupa em cima da pequena mesa do quarto. - Vá se banhar; Mebuki-san disse-me que mandará alguém trazer seu desjejum nesse meio tempo.

 

Depois da saída de Kushina, ainda foi necessário alguns minutos para que Sasuke se movesse em direção à casa de banho. Foi silencioso e rápido durante o caminho, nem se demorou muito tempo nas água, logo estava tentando engolir as frutas que acompanhavam o café da manhã deixado em seu quarto. Os olhos focados no que um dia foi sua tachi enquanto a mente vagava sem rumo, deixando os olhos negros opacos e vazios. Sem perceber, já estava com os restos da arma na mão, indo até o ponto de encontro indicado. Antes de puxar a porta, respirou fundo algumas vezes, o corredor vazio permitia ouvir alguns resmungos vindo da sala que imediatamente cessaram quando pisou no tatame macio.

 

A mesa circular desta vez era composta por três integrantes, Kizashi tinha Sakura sentada à sua direita ainda nas roupas pretas, enquanto um homem de cabelos grisalhos e corpo até que forte para sua idade avançada ladeava sua esquerda, os olhos estreitos uniam-se a fenda que eram as sobrancelhas, dando um ar severo a sua personalidade. Quando os três se curvaram pode aproveitar para puxar o ar com força mais uma vez para os pulmões, sentia o peso de observação e inteligência dos dois irmãos Haruno no olhar do ancião quando este voltou a observá-lo, era um homem experiente que já servira diretamente ao Imperador havia muitos anos.

 

— Príncipe Uchiha, sou Haruno Tobirama. Vim assim que minha hi magomusume disse-me que precisava de minha ajuda.

— Sei quem é, apesar de pelo nome Senju. - enquanto se sentava de frente para o trio, percebeu que os dois homens mexeram-se deslocados, enquanto os olhos verdes de Sakura desviaram-se para o tampo da mesa - Se está aqui acho que o motivo foi esclarecido. - seus olhos foram do ferreiro para a neta, que balançou a cabeça respondendo a pergunta que deixava implícita no ar.

— Sim, ela me explicou tudo o que aconteceu no caminho.

 

Sem hesitar, Sasuke colocou o resto de sua tachi na mesa, dando um leve empurrão para que deslizasse sobre a madeira até o outro lado. Sobre o olhar atento de Kizashi e Sasuke, Tobirama olhava cada detalhe da arma, analisava o fio de cor passando os dedos calejados do trabalho, levantava o metal contra a luz, para ter certeza que seus olhos cansados devido a idade não deixavam nada passar despercebido. Foram longos minutos naquela situação, deixando Sakura inquieta, até que calmamente Tobirama pousou a lâmina na mesa, cuidadosamente ao lado da guarda de mão, respirou fundo para então poder falar.

 

— Esse aço foi dobrado errado, muito menos levou o número de pancadas ideal. - ele estendeu a arma para que Sasuke pegasse - Pode observar que no ponto de encaixe com o cabo o aço não se partiu, mas as partes se soltaram como um leque, e o cabo estava frouxo, não há nenhuma marca que tenha sido forçado a se separarem.

 

Sasuke deslizou o polegar no lugar indicado com calma, constatando cada detalhe da explicação recebida.

 

— Espero que isso não deixe dúvidas quanto a responsabilidade do que houve. - Kizashi falou, chamando a atenção de Sasuke - Sei que os segredos do nosso Clã podem tornar nossa lealdade duvidosa, mas espero que saiba ser sincera. Nunca ninguém aqui sabotaria uma arma sua, Sasuke-sama.

— Sakura falou-me que esta era a tachi que você portava quando chegou aqui, - Tobirama continuou sua explicação, olhando o olhos negros voarem até sua neta antes de prosseguir - claro que o normal seria que um incidente acontecesse assim que ela fosse usada pela primeira vez, mas se o samurai fosse habilidoso o suficiente para sempre manter golpes limpos ela se manteria firme por um tempo. E pelo o que vejo, é uma arma nova.

— Sim, ela foi dada a mim no dia do ataque. - um suspiro discreto passou pelos lábios - Não preocupe-se, Haruno-san, sei que não foi obra de ninguém do Clã o estado dessa tachi, a pessoa que presenteou-me com ela tinha seus objetivos.

 

Tobirama fixou seu olhar no jovem Uchiha, desde que se afastou dos seus para a Família Imperial, ainda na Dinastia Uzumaki, evitava qualquer contato com sua antiga vida. Era jovem quando ofereceu seus serviços como ferreiro para o Imperador. Naquela época Yasuo Uzumaki, pai do falecido Minato, governou o Japão com mãos de ferro, assumiu o trono jovem depois que seu progenitor morreu durante a Guerra das Fronteiras, era um homem justo e caloroso, que por muitas vezes escondia sua vivacidade para que a pouca idade não influenciasse em como o tratavam.

 

Aquele tinha sido um período difícil entre todos os Clãs, muitos deslocavam sua forças para o Exército Real a fim de ajudar a evitar as invasões na fronteira, muitos homens morreram em batalha e a falta de pessoas no campo só tornava a situação mais difícil. Foi quando aconteceram os sequestros das curandeiras Haruno, muitas eram roubadas de suas famílias e levadas secretamente aos campos de batalha para darem assistência aos guerreiros, e quando suas pequenas plantações tornaram-se uma fonte fácil de alimento tudo piorou.

 

Já tinham passado por situações semelhantes outras vezes, aquelas terras nipônicas já haviam presenciado muitos conflitos, e em todos eles eram afetados de alguma forma. Foi quando Tobirama se ofereceu para ir até o Palácio, na época ainda jovem e um guerreiro inexperiente, porém um ferreiro com talentos invejáveis. Iria observar a Guerra que ocorria de dentro, mandando informações sobre tudo que poderia ser útil para a proteção de sua família para Hashirama, seu irmão e líder dos Haruno, além de tentar descobrir o destino daquelas moças arrancadas de seus lares.

 

Sem perceber, rapidamente subiu na hierarquia. Começou como um moleque que arranjava-se muito bem com qualquer material dado, até Senju Tobirama, ferreiro que produzia armas diretamente para o próprio Imperador. Suas habilidades com as tachis eram tão grandes que os líderes de Clãs que iriam às batalhas, pediam permissão ao próprio Yasuo que as lâminas de suas espadas viessem das mãos do jovem.

 

Foi graças a esse reconhecimento que acabou tornando-se amigo pessoal do Imperador. Secretamente sempre treinava quando podia, afinal pensava que se não fosse um bom guerreiro nunca conseguiria produzir boas tachis, até que um dia quando fazia uma pequena demonstração para o General Uchiha das qualidades do novo arsenal por ele preparado, Yasuo interessou-se pelo seu estilo de luta, recebendo uma mensagem dias depois que o Imperador gostaria que ele compartilhasse seus conhecimentos no manuseio de uma espada.

 

Sem opção de recusar o pedido, Tobirama viu-se numa encruzilhada, de todas artes de combate que aprenderam em sua casa escolheu somente uma para passar as técnicas para o homem mais importante de todo Japão. O mais desconfortável naquilo tudo era que pouco simpatizava com o homem a quem devia lealdade, já tinha se passado dois anos e praticamente nenhum avanço nas suas investigações, via muita sujeira escondida nas paredes daquele palácio e temia que seu Imperador estivesse envolvido, vendo aquela como sua melhor oportunidade de ir mais a fundo. Entretanto, bastou umas semanas para entender que Uzumaki Yasuo era um homem que merecia o lugar que estava, ambos possuíam praticamente a mesma idade, e ainda que um pouco mais velho via, nos olhos tipicamente azuis daquela família uma sabedoria que nunca imaginou, e surpreendeu-se ao ver que, quando podendo relaxar, ele também era brincalhão, fazendo jus a fama da família. A amizade fluiu rápido e logo se viu na posição de confidente e conselheiro, especialmente quando o General Uchiha se ausentava em longos períodos.

 

Dividiram campos de batalha, uma decisão que desagradou profundamente os Conselheiros da época por não haver nenhum herdeiro direto para assumir o trono, mas o desejo que este tinha em defender seu povo fez com que o General Riki e o Chefe da Guarda pessoal, um Hatake, o apoiassem, caindo sobre os ombros do conhecido por Senju ser o escudo do Imperador. Após quase um década sob o comando dos Uzumakis, Tobirama resolveu se afastar. Descobrira o destino de três das sete curandeiras sequestradas, que foram resgatas por um plano arquitetado por Hashirama, porém nada podia fazer com os autores dos crimes, famílias importantes e ele atrelado a segredos, podendo não revelar nem o próprio nome.

 

Sem justificativas claras, foi embora do mesmo modo que chegou, repentinamente. Não houve ofertas por Yasuo que o convenceram a ficar, ele não compreendia sua escolha e até revoltou-se, por fim partiu na calada da noite, evitando qualquer conflito, sabia não ser a melhor forma, porém a culpa que carregava ao olhar para os olhos azuis poderia colocar a segurança do clã em risco. Quando finalmente voltou às terras dos Haruno, sentiu as marcas dos anos, seu irmão agora casado e com um casal de filhos. Para o descontentamento de Hashirama, pouco permitiu-se falar sobre o que descobrira no seu tempo no palácio, guardando as informações mais confidenciais para si, e isolando-se na floresta desde então.

 

Aqueles anos lhe deram um retrato do que deveria ser um líder, um Imperador. Não só por sua convivência com Yasuo, mas o General e o Chefe da Guarda pessoal serviram de exemplos para seus critérios. Quando caminhava pela floresta durante a madrugada ao lado de sua sobrinha neta, perguntou logo depois de um relato dos ocorridos o que ela via em Sasuke Uchiha, sabia ser sua obrigação ajudar o jovem, todavia, sentiria-se mais disposto se ouvisse um bom juízo de valores sobre o rapaz, e confiava nas capacidades de Sakura para isso.

 

— Inteligente, observador, postura feroz, intimidador, justo e protetor.

 

A mistura descrita era interessante, até um tanto difícil de associar, entretanto era capaz de enxergar as nuances descritas por sua guerreira. E ainda algo mais, algo que lembrava Yasuo, talvez o fogo que carregava no olhar, ou a rigidez que também já tinha visto no rosto pálido do seu avô, General Uchiha Riki, ou outro algo próprio, algo Uchiha Sasuke. Decidiu naquele momento que gostou do Imperador a sua frente.

 

— Ficarei durante um tempo na sede da Shapu, se me permitir, posso fazer uma nova tachi, Uchiha-sama.

 

A oferta surpreendeu Sasuke, que havia crescido ouvindo relatos sobre o valor que poderia ser ter uma tachi feita pelo Mestre Senju. Aceitou a oferta fazendo uma mesura ao ancião a sua frente. Dois toques de leve chamaram a atenção dos presentes para a entrada da sala.

 

— Sakura-sama, trago informações.

— Pode relatar.

 

A porta foi arrastada, dando a visão a um homem que pouco entrou no lugar trajando as roupas negras que os Shapu usavam, ele pareceu assustar-se por um momento ao notar os presentes da sala, mantendo a cabeça ainda mais baixa enquanto permanecia agachado sobre um de seus joelhos.

 

— As informações da última ronda é que os homens comandados por Uchiha Madara recuaram, não chegaram a atravessar o rio e deram pouca atenção à floresta. Estavam de cavalos, o que significa que se o destino for as terras do palácio chegarão até o entardecer de hoje.

— Entendi, não havendo nada a acrescentar está dispensado.

 

Sakura sentiu o negrume lhe cravando, e quando devolveu o olhar não soube dizer o que significava, não sabia se era raiva por saber que ela mandara guerreiros para além dos limites das terras de seu clã, facilitando o paradeiro fosse descoberto, ou se seria qualquer outra coisa. Não gostou, ainda mais quando sentiu a necessidade de se justificar, sempre agia independente, e odiava ter que dar explicações para alguém.

 

— Não queria correr o risco que deixassem algum rastro no caminho que trouxesse alguém para cá, por isso pedi que alguns homens fossem até nossas fronteiras analisar o avanço que poderia ser feito. - controlou a língua na hora de falar, talvez fosse o sono, mas estava extremamente irritada com as constantes avaliações que parecia passar.

— Entendo. - a resposta curta não deu brechas para uma interpretação - Kizashi-san, gostaria de lhe pedir apoio. Já que os homens recuaram, Hatake Kakashi deve partir imediatamente ao norte, para ir de encontro com o Clã Hyuuga. Sei que já nos tem prestado muitos favores, mas gostaria de saber se poderia oferecer o necessário para a sua viagem.

 

Os três Haruno olharam-se por alguns segundos, aquela simples pedido trazia uma série de implicações. Como o já imaginado por Kizashi, o Príncipe iria contra atacar para reaver o trono, tinha seus planos  e iria executá-los muito mais rápido do que ele imaginou.

 

— Claro, independente da situação, daremos o total apoio que pudermos. - um olhar para filha bastou para que ela acenasse com a cabeça e saísse, curvando-se - Sakura irá preparar tudo o que for necessário para uma viagem, caso queira podemos disponibilizar homens para acompanhar Hatake-san durante a viagem para sua segurança.

— Não será necessário, sozinho ele passará mais despercebido que em grupo. - Sasuke se levantou - Com licença, tenho que avisá-lo.

 

Ambos curvaram-se enquanto ele ia diretamente para o seu quarto. Pegou um pergaminho que ainda estava em branco e com cuidado escreveu uma mensagem para Hyuuga Hiashi, escolhendo as palavras que deveria usar. Muito do que aconteceria dali para frente dependia da respostas que iria receber. Quando terminou, foi até o quarto de Kakashi. Como pensara, ele dormia após passar a noite em vigília, um aperto tomou seu peito ao pensar nos risco que ele iria correr, entretanto não podia se apegar a esse tipo de sentimentos quando tinha coisas tão cruciais a serem feitas.

 

— Kakashi-sensei. - falou baixo antes de puxar o shogi, despertando o homem que em instantes se colocou de pé.

— Aconteceu alguma coisa, Sasuke? - as roupas desalinhadas junto do cabelo bagunçado nada combinavam com os olhos já espertos do guerreiro.

— Sim, - ele estendeu o pergaminho - está na hora de formamos alianças.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo!



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