Reason escrita por Amanda Viana


Capítulo 8
Cinema, ciúmes e afins.


Notas iniciais do capítulo

Oi meu povo, boa noiteeee!
Devo confessar que já estava com saudades de vocês*-*
Espero que gostem e os espero lá embaixo!



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A noite daquele dia passou demoradamente, depois que Pedro deixou Luiza em casa tentando se prolongar um pouco demais numa conversa boba antes dela sair do carro, ele seguiu para casa. Luiza por sua vez, entrou em casa e mal pôde disfarçar de Júlia sua confusão, uma confusão que ela já não aguentava mais suportar sozinha.

—Oi, margarida! Boa noite pra você também! –falou Júlia com um pouco de ironia ao notar que a amiga mal havia percebido sua presença.

—Oi, Jú! Desculpa... –falou apenas, sentando-se no sofá próximo a poltrona onde estava Júlia.

—O que houve? Você está legal? –perguntou atenciosa.

—Eu não sei ao certo, acho que estou bem encrencada! –disse olhando para amiga sinceramente um pouco exasperada.

—Defina encrencada, meu bem.

—Bom, você vai querer me matar, mas eu não posso mais evitar, eu acho que estou um pouco mexida pelo Marcelo. Mas tenho lutado contra isso, porém ele não coopera, sabe!? Você precisava ver como ele reagiu hoje quando o Pedro se ofereceu para me trazer até aqui... Eu não consigo entende-lo, sei que ele é completamente apaixonado pela Verônica, mas... –sua voz saiu apressada, como se quisesse se livrar de algo que não tivesse coragem suficiente...

—Clama, respira! Você está me dizendo que está se apaixonando pelo nosso patrão? É isso mesmo? –perguntou ansiosa sem conseguir acreditar de fato no que estava ouvindo por saber do que Luiza havia passado.

—Sim e não, eu não sei, Jú; odeio isso de parecer uma boba que não consegue distinguir seus próprios sentimentos... Pareço até uma adolescente idiota, mas que droga! –falou irritada levantando-se do sofá para ir até a janela afim de clarear um pouco as ideias.

—Hey, calma poxa! Isso é muito complicado, mas não é o fim do mundo, Lú! Tudo bem que é meio fora de cogitação, porque ele ainda é louco por ela, mas sabe de uma coisa? –perguntou se aproximando da moça.

—Não, fala! –disse apenas com a voz embargada, o conflito que se instalou dentro dela estava tomando força e ela não estava contendo a emoção que a tomara.

—Existe uma coisa chamada tempo, Lú, quem sabe se com um pouco mais de tempo ele passe a te enxergar com outros olhos... Você é linda por dentro e por fora e ele não é como aquele imbecil, ele é diferente! Acho que o Marcelo é um dos homens mais gentis e educados que já conheci. –falou com um sorriso doce nos lábios.

—Você acha isso mesmo? –perguntou enxugando uma lágrima solitária que rolou por seus olhos.

—Sim, claro. O tempo cura muitas coisas. E a prova disso é você, que está aqui agora se apaixonando novamente depois de ter sofrido tanto como sofreu... –falou tocando em seus ombros, olhando diretamente nos olhos claros da amiga.

—Obrigada, Jú, você é incrível! Obrigada por me ouvir, amiga! –disse abraçando-a e junto aos seus ouvidos continuou falando: _ Eu vou acabar com isso de uma vez, não vai ser fácil, mas vou evita-lo de todas as formas possíveis. –disse sofregamente soltando a amiga para olhar em seus olhos.

—Bom, você quem sabe. Mas saiba que seja qual for sua decisão, eu estou do seu lado! –disse sorrindo levemente.

—Obrigada, senhorita Maria Júlia, eu só tenho você aqui. –disse carinhosamente.

—Okay, eu te amo, Lú encrencada! Mas agora vou dormir! –disse dando um beijo na bochecha dela que retribuiu dizendo que também a amava.

Luiza ficou por ali mais algum tempo tentando formular alguma desculpa plausível para não comparecer ao “cinema” na casa do seu patrão. Ela não queria ter que vê-lo num ambiente que não fosse o profissional, por mais que já o conhecesse a ponto de ter lhe mostrado seu livro, e ter trocado algumas boas conversas sobre literatura e afins, ela precisava restringir sua convivência com ele em algo impessoal o bastante a ponto dele ficar sem graça ao tentar falar com ela sobre algo que não fosse o Joaquim.

Quando já passavam das 02:00Hrs da manhã, a loira foi para seu quarto vencida pelo cansaço e dormiu um sono entrecortado. As 08:00Hrs, ela já estava de pé tomando um copo de suco de laranja sentada na cozinha um pouco perdida e ansiosa.

Marcelo acordou tranquilamente naquela manhã de domingo, entretanto rapidamente uma lembrança tomou sua mente. Era o rosto de Verônica, seu sorriso leve e sonolento, os olhos doces que lhe transmitiam um amor incondicional. Ele respirou profundamente e encarou o teto, não teve tempo de chorar, pois o choro agudo de outra pessoa roubou sua atenção, levantando-o rapidamente para ir direto ao quarto do filho.

Já com Joaquim tomando sua mamadeira nos braços do pai, Marcelo foi para cozinha e tomou um pouco de leite gelado, logo após ele atendeu a uma ligação do Pedro dizendo que o Rodrigo iria junto com a Rafaela sua irmã, pois a mesma estava com saudades do Joaquim.

Marcelo pensou se perguntaria pela Luiza, mas preferiu não tocar no nome dela, já que pensou que poderia soar estranho, para falar a verdade, ele não sabia nem mesmo o porquê de estar pensando daquele jeito. Entretanto se despediu normalmente do amigo e começou a tentar organizar um pouco a casa, enquanto o pequeno brincava com seus dinossauros e legos.

Luiza já havia arrumado seu apartamento, uma vez que Júlia decidiu que iria visitar a sua mãe durante todo o dia. A moça estava distraída concluindo mais um de seus trabalhos acadêmicos quando seu celular tocou, era o Pedro.

—Oi, Lú! Bom dia! Iaí, tudo certo para mais tarde? –perguntou alegre e um pouco intimo demais para o gosto de Luiza.

—Bom, Pedro, é que... eu... –ela não conseguia formular nenhuma desculpa descente, sempre odiou mentiras e era péssima executando-as.

—Ah, não vai dizer que não vai porque tem que estudar? –perguntou rapidamente sabendo que era exatamente aquilo que ela estava fazendo.

—_É, é isso mesmo, Pedro, eu preciso estudar! Eu trabalho a semana inteira e geralmente uso o final de semana para adiantar as coisas, eu sinto muito. –falou rapidamente tentando se manter o mais irredutível possível.

—Não, Lú, pelo o amor de Deus! É domingo, vamos lá, prometo que assim que tudo acabar eu te levo de volta aos estudos. –ao ouvir a insistência de Pedro, Luiza teve uma ideia, não tão boa, mas ainda assim uma ideia.

—Bom, pensando direitinho, acho que você tem razão, afinal serão no máximo umas três horas, não é mesmo? –perguntou fechando os olhos apertando-os com força em sinal de puro arrependimento.

— Exatamente! E eu prometo te levar assim que acabar, te pego as 14:00Hrs? –falou animadamente.

—Sim. –disse apenas forçando uma animação.

—Okay, até mais, Lú! –despediu-se com um sorriso malicioso nos lábios.

Aquela ideia era absurda em muitos pontos de vistas, mas quem sabe não era a solução para seu problema? Convencendo-se disso, a moça foi até o seu quarto e procurou uma roupa para sair. Luiza não era uma mulher de muitos looks e adereços, ela tinha um único vestido formal que usava para casamentos, pois seu guarda-roupas era composto mesmo por calças jeans e blusas casuais de manga curta. Um pouco confusa ela pegou um shorts um pouco surrado que ela tinha desde os 18 anos e para acompanha-lo pegou uma batinha rosa chá que a Júlia lhe havia presenteado por não gostar muito do seu caimento. Luiza voltou para a sala afim de terminar o trabalho e só por volta das 13:00Hrs iria começar a se arrumar.

Marcelo mal viu a hora passar, ele estava sentado no sofá observando Joaquim brincar enquanto lia o jornal. Quando o relógio marcou 12:30min ele foi até a cozinha rapidamente e colocou um pouco da sopinha que havia feito para o filho no prato. Após ter dado o almoço do pequeno e tê-lo arrumado, Marcelo foi até seu quarto enquanto Joaquim cochilava em sua cama, afim de tomar um banho e se arrumar um pouco com uma roupa casual e confortável.

Todos já estavam na sala de vídeo, inclusive Rafaela que estava um pouco arrumada demais para uma simples tarde na casa de um velho amigo. A mulher vestia uma calça jeans justa e escura com uma regata branca longa e uma jaqueta por cima, seus cabelos estavam tingidos num tom de loiro quase branco e um batom vermelho fechado destacava seus lábios. Ela estava sentada ao lado de Marcelo observando Joaquim brincar com Rodrigo no chão quando a campainha tocou fazendo o motivo de toda arrumação de Rafaela levantar para abrir.

Ao abrir a porta Marcelo se deparou com uma linda mulher, seu jeito simples e um pouco envergonhado o atraia de uma maneira inesperada, num momento ele estava bem e em outro já estava completamente preso no sorriso meigo e simples de Luiza. Tirando-o de seu devaneio, Pedro perguntou se ele iria deixá-los ali plantados e Luiza sorriu concordando com a pergunta do homem ao seu lado.

—Entrem, só estávamos esperando vocês! –falou prontamente sorrindo para moça levemente.

Ao entrar na casa, Luiza sorriu com a animação do pequeno Joaquim que levantando-se desajeitadamente correu para seu encontro, ele tropeçava um pouco, mas era muito inteligente e esperto, então agilmente se equilibrava e se jogava em seus braços sem medo algum. Luiza o pegou nos braços e o girou no ar abraçando-o carinhosamente. Só depois de alguns instantes ela percebeu que a mulher muito loira a olhava diretamente.

—Boa tarde, pessoal! –falou com Joaquim nos braços todo alegre.

—Boa! Me chamo Rafaela, sou amiga de infância dos meninos e irmã do Rodrigo; você deve ser a famosa Luiza, não é? –perguntou Rafaela se aproximando e dando dois beijinhos fingidos em Luiza.

—Sim, famosa não sei, mas sou a Luiza, babá do Joaquim. –falou sorrindo levemente para a mulher.

—Bom, já que todos chegaram acho que podemos dar início ao filme, né? –perguntou Rodrigo.

—Claro, pode colocar, vou pôr a pipoca no micro-ondas. –disse Marcelo caminhando para a cozinha.

—Quer ajuda, Marcelo? –perguntou Luiza rapidamente quase que por instinto. Mas Rafaela, adiantou-se dizendo que ela não precisava se preocupar e que poderia fazer aquilo.

Luiza observou a mulher se dirigir a cozinha, viu como ela sorriu ao encontrar Marcelo e aquilo lhe cheirou a muito mais que uma simples amizade, mas se fosse algo mais, melhor ainda; só assim ela teria mais um motivo para esquecer de vez aqueles pensamentos que viviam rondando sua mente desde o segundo dia naquela casa.

O filme começou e os rapazes alegando que estavam em maioria escolheram “Drácula- a história nunca contada”. Rafaela estava sentada ao lado de Marcelo e Joaquim brincava no seu quadrado ao lado deles. Rodrigo estava sentado no chão juntamente com Pedro que encostou na poltrona onde Luiza estava. A moça observava rapidamente a cumplicidade que Marcelo trocava com Rafaela, ela sorria por vezes e o olhava nos olhos fazendo algum comentário sobre o filme, recebendo um reclamão do seu irmão. Pedro aproveitou que estava encostado na poltrona de Luiza e acomodou a cabeça no colo da moça, ela vendo aquilo se enrijeceu achando-o folgado demais, entretanto resolveu colocar sua ideia em prática. Levemente Luiza começou a acariciar os cabelos pretos e macios de Pedro, ele sorriu de lado silenciosamente quando sentiu o carinho da moça, e pensou que ela já estava na papo.

Marcelo olhou de relance para Luiza que parecia concentrada no filme e tirou a vista, mas percebeu que havia algo estranho ali, então voltou a olhar e viu o que estava acontecendo. Ele mal conseguia acreditar naquela cena, de repente Joaquim começou a chorar irritado, logo, Luiza levantou-se para pegá-lo a contragosto de Pedro. O pai do menino a seguiu para cozinha afim de saber se estava tudo bem com o pequeno.

—O que houve, meu amor? Calma, calma. Olha aqui sua aguinha! –falava Luiza em voz baixa dando a chuquinha para o menino. Marcelo se aproximou e falou:

— O que houve? –perguntou apenas.

—Não sei, acho que ele estava chateado por ter sido excluído do cineminha. –falou risonha por fora, mas por dentro ela estava hesitante, nervosa, estranha.

—concordo. Ou talvez, ele estivesse com um pouco de ciúmes, ao ver que estava perdendo espaço para o Pedro. –disse olhando-a um pouco sem graça.

—Será? Joaquim, meu anjo, não sabia que você era ciumento... –disse brincando com o pequeno que já estava sorrindo novamente.

—Vamos voltar? -Sua voz soou um pouco envergonhada, mas firme. No fundo ele estava desapontado e preocupado, pois achava que Luiza iria entrar na brincadeira negando tudo, mas muito pelo contrário, ela brincou de forma que assentiu tudo.

Os três voltaram para sala e o filme já estava na metade. Luiza sentou na poltrona com o pequeno no colo e agora quem fazia carinho na cabeça do Pedro era o Joaquim, quer dizer, acho que não podemos chamar de carinho algumas tapas e puxões de cabelo. Quando o filme terminou Joaquim dormia nos braços de Luiza, ela não gostou nem um pouco do filme e notou que Rafaela também não ficara muito atrás. Marcelo levantou ligando a luz da sala e Pedro levantou avisando que iria no banheiro lançando um beijo na testa de Luiza. Rafaela viu toda a cena e sorriu com o canto dos lábios.

—Vocês estão juntos? –perguntou rapidamente olhando para moça. Marcelo logo voltou sua atenção para a conversa que acabara de iniciar.

—Não. Nós dois nos conhecemos há pouco tempo... –falou Luiza sem olhar para Marcelo.

—Isso não quer dizer que não serão, não é mesmo!? Notei que vocês tem uma sintonia muito boa, Luiza... –falou sorridente. _Não concorda, Marcelo? –perguntou olhando para o homem ao seu lado.

—Não sei, eles mal se conhecem. –disse apenas, olhando diretamente nos olhos de Luiza e foi naquele momento que ela conseguiu sentir um pouquinho da reciproca de sentimentos que provavelmente havia entre eles.

—É verdade, mas nada como mais um pouquinho de tempo para estreitar os laços. –falou Rafaela ainda sorrindo.

—Bom, acho que devo concordar com você, Rafaela. –disse Luiza quase se matando por dentro ao notar o olhar assustado de Marcelo vidrarem no seu.

—Concordar com o que? –perguntou Pedro se aproximando de Luiza.

—Nada demais, Pedrinho. –falou Rafaela.

Nesse momento Luiza subiu para colocar Joaquim no berço e Marcelo a acompanhou subindo a passos largos, notavelmente irritado.

—Luiza, sei que sou seu patrão mas me considero também seu amigo, e portanto devo alertar acerca do Pedro. –falou sem cerimonias, enquanto a moça acomodava o pequeno no berço.

—O que houve, Marcelo? –perguntou distraidamente fingindo ao máximo a não importância sobre o que acabara de escutar.

—Ele não serve para namorar garotas como você. Digo, ele não é confiável. –falou se aproximando do berço.

—Como assim ele não é confiável? –perguntou olhando para o homem a sua frente tentando sorrir levemente fazendo-se de confusa.

—Ele é mulherengo! Não passa mais que uma semana com uma garota... ele não serve para você! –disse firmemente olhando-a nos olhos.

—É mesmo? E como você sabe que ele não serve pra mim? Você mal me conhece... –disse se aproximando um pouco mais não entendendo seu comportamento completamente indevido.

—Eu te conheço o suficiente para saber, Luiza, e o conheço desde criança para te alertar! –falou num tom sério fazendo Luiza retroceder bruscamente.

—Não se preocupe, Marcelo, eu já sou bem crescida e sei me cuidar! –falou rapidamente preparando-se para deixar o quarto.

—Desculpe se estou sendo inconveniente, mas só quero o seu bem, sendo assim fique atenta! –falou seguindo-a para sair do quarto, mais tarde ele voltaria para beijar o seu filho como fazia todas as noites.

—Eu sei, mas realmente não há motivos para preocupações, sei lidar com carinhas como ele, e pode ter certeza que ele não é tão ruim assim. –falou e recebeu apenas um aceno positivo vindo de Marcelo que percebeu a impaciência de Luiza.

Eles desceram as escadas e Luiza encontrou todos prontos para ir embora. Quase em silencio Luiza se despediu de todos e saiu rumo ao carro de Pedro, ele aproveitando a deixa a segurou pela cintura condizindo-a, o que fez Marcelo bufar da porta de sua casa. Rodrigo e Rafaela também foram embora, deixando Marcelo sozinho, extremamente irritado com seus pensamentos e volta e meia eles aterrissavam nas palavras de Luiza. Aquilo estava lhe perturbando, em pouco tempo ela havia se tornado uma pessoa muito especial para ele e não queria vê-la sofrer. Porém restava ele perceber que toda aquela irritação não era resultado de apenas um cuidado por alguém querido, mas sim, algo que iria muito além.


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Notas finais do capítulo

oun gente, muito obrigada por chegarem até aqui! Por favor não deixem de comentar! beijos e até o próximo, fiquem com Deus*-*



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