InuYasha não ficou em casa muito tempo. 

Mal tocou em sua comida.

Sua mãe percebeu mas não disse nada. Achava que era por Kikyou. Pensava que ele já havia superado, afinal, a garota já havia partido há um tempo. 

-Filho, a vida continua. 

-O que?- InuYasha se assustou. Estava tão distraído em seus pensamentos, que o toque que sua mãe deu em seu ombro o fez dar um pulo da cadeira. 

Sesshoumaru abriu um meio sorriso. 

-Ele não está assim por causa da Kikyou, Izayoi. 

-Não? Hm... Então quem é a garota, filho? 

-Cala a boca Sesshoumaru, você não sabe de nada! Baka. 

-Não fale assim com seu irmão, Inu!-repreendeu Izayoi

-MEIO irmão! E falo como quiser com esse idiota! 

-Não me importo. O InuYasha é ignorante com todo mundo. Não foi surpresa para mim a Kikyou ter ido embora. Quem é capaz de atura=lo por muito tempo?

-Oras seu...- InuYasha levantou da mesa numa rapidez absurda, fazendo o seu prato voar longe.

Sesshoumaru também se levantou, mas não se moveu. Era mais forte e mais rapido que InuYasha.

-Já chega! Comportem-se! Nós ainda somos uma familia!- Inu-Taishou, o pai dos garotos entrou furioso na sala de jantar. 

InuYasha parou na hora. Sesshoumaru abriu um sorriso de canto. 

-Olá pai. É melhor fazer alguma coisa com esse seu filho descontrolado. -disse Sesshoumaru se dirigindo para a porta. 

Quando passou do lado de InuYasha, ouviu esse grunhir. Adorava iritar seu meio irmão.

-Ah, pode usar meu carro. Mas o antigo. Pega as chaves na segunda gaveta do móvel que tem lá na garagem.- Sesshoumaru falou cinico. E baixo, afinal, InuYasha ainda estava de castigo. Mas queria que ele fosse logo falar com Kagome.

Aquela garota era diferente. Sesshoumaru não costumava se afeiçoar facilmente  com pessoas estranhas. Alias, era dificil até com pessoas da familia. Na realidade, se sentia sozinho a maior parte do tempo. Mas por opção. Porque ele poderia ter qualquer garota. Mas não suportava aquelas meninas interesseiras e vazias que sempre apresentavam à ele. 

Não sabia o que Kagome tinha de especial, ou o que ela despertou nele. Mas sabia que não queria ve-la mal. Não depois de tudo o que ela lhe contou. E principalmente tendo o seu irmão envolvido nisso. 

InuYasha entrou na garagem e pegou o carro. Achou facilmente a chave. 

-Droga! Esse carro velho idiota!-

Sesshoumaru havia o deixado extremamente irritado. Na verdade, para InuYasha, isso era o que ele sabia fazer de melhor. Ainda emprestara aquele carro "velho" que InuYasha detestava. O Cadillac Eldorado que seu irmão ganhara  quando completou 16 anos. 

Queria dirigir a Ferrari Scuderia e não aquele "lixo".  Na verdade, sentia falta de sua Lamborghini Reventon.

Então, de cara amarrada, entrou no carro e deu a partida. Ainda não sabia o que diria à Kagome. Mas não desistiria até ser desculpado. 

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Kagome comeu pouco. Estava sem fome, por causa do sorvete. 

Sentada no sofá, assistia um programa sem graça. Na verdade não estava prestando atenção. 

"Sesshoumaru... por que você é tão familiar?" 

Não conseguia entender, porque se sentiu tão confortável e segura com um estranho. Contou toda a sua vida à ele.  E aqueles olhos... Da onde os conhecia? 

Ele disse que ainda iriam se ver. Mas não marcou nada. E tão pouco pediu o telefone dela. Certo que ele sabia onde ela morava, mas, algo soava estranho naquela história. 

A campainha tocou, despertando Kagome de seus pensamentos. 

Ela gelou na hora. Estava sozinha. E se fosse... Naraku? Sabia que era tolice. Ele não poderia ter descoberto onde ela estava. Mas, e se fosse? O que faria? 

Ainda com receio, perguntou, ainda com a porta fechada, quem era.

-Kagome? Sou eu!

Aquela voz... Não podia ser. 

-Inu...InuYasha?-Kagome abriu a porta ainda atônita. O garoto esboçava um sorriso sem graça no rosto. -O que veio fazer aqui?