—Helena. Peter abre um largo sorriso assim que me vê. –Que surpresa boa.

—É bom te ver também Peter, mas não creio que o motivo do nosso encontro seja algo bom.

—Aconteceu alguma coisa? Todos estão bem?

—Todos estão bem, mas é que... John apareceu nas Industrias Stark hoje.

—O que? Como? Ele te machucou? Tentou fazer algo contra você? Peter disparou.

—Calma. Ele ainda não tentou nada, mas em resumo deixou claro que assumir Sarah, e que não vai desistir de participar da vida dela.

—Mais que diabos. Peter fala um pouco irritado. –Desculpe, olha isso era uma surpresa que Steve estava preparando em segredo comigo, mas acho que isso não será mais possível.

—O que?

—Steve havia começado o processo de reconhecimento da Sarah.

—Isso era possível? Perguntei em dúvida, não querendo acreditar que John mal havia aparecido e já estava interferindo na minha vida.

—Sim, pelo reconhecimento direto, sem necessidades de exames, testemunhas, se é que você me entende.

—Eu compreendo, mas agora com John...

—Não será mais possível. Com duas pessoas tentando o reconhecimento, é óbvio que o juiz iria solicitar um exame de DNA, o que certamente iria apontar John como verdadeiro pai da Sarah.

—Droga! Steve deve estar arrasado. Nem tivemos tempo de conversar sobre isso ainda.

—Provavelmente, pelo que conheço dele.

—E em relação a guarda? Receio que ele pode usar isso para me atingir.

—Isso já é um pouco complicado. Há várias possibilidades, desde guarda total, compartilhada...

—Seria possível ele ter a total? Seja sincero.

—Sim. Ele fala em um tom sombrio. –Ele pode alegar que você foi embora e não deu nenhuma possibilidade para que ele pudesse ter contato com Sarah, ou disser que você omitiu que a menina é filha dele. Pelo que lembro em uma das nossas conversas, você havia me dito o quanto ele e sua família são influentes em Lágrimas da Sereia, então, conseguir algumas testemunhas não seria difícil.

—Desgraçado! Eu sei que Marie seria uma testemunha certa para depor a favor dele.

—Sua ex-mãe? Peter estava incrédulo.

—Sim. Meu pai havia comentado uma vez que ela parecia estar interessada em um casamento entre eu John.

—Ela não é louca, e nem você de voltar para ele.

—Eu amo Steve, e é com ele que quero passar o resto dos meus dias. Peter, Sarah foi a única coisa que John trouxe na minha vida.

—Entendo. Mas tenta ficar tranquila, ok? Vamos dar um jeito nisso. Vamos marcar um encontro e com John e colocar todas as cartas na mesa.

Pov Sarah Ocean.

Mamãe estava mentindo para mim. Eu sei que ela não estava bem e que algo estava deixando ela perturbada. Ela dificilmente me deixava durante a semana na casa do tio Clint. Quando a encontras apenas darei um abraço bem apertado nela e direi que vai ficar tudo bem.

—Está no mundo da lua querida? Tia Laura chama a minha atenção.

—Não, estou bem aqui. Dou um sorriso.

—Que bom, se não perderia esse bolo de morango com chocolate que fiz mais cedo. Ela fala revelando uma bandeja com três pedaços de bola e três copos cheios de suco.

—Obrigada. Falo algo pegar meu pedaço e meu copo.

—De nada lindinha.

—A senhora é ótima, mamãe. Lila deixa sua boneca de lado e vai até Laura.

—Se melhorar estraga. Cooper a abraça e pega seu pedaço.

—Então sejam ótimos filhos também. Vou deixar vocês brincando aqui. Sejam bons anfitriões para Sarah, guardem seus brinquedos quando acabarem e qualquer coisa me chamem. Estarei na cozinha preparando o jantar.

—Sim, mamãe! Eles falam ao mesmo tempo.

Eu simplesmente adorava o clima daquela casa, meus amigos e a tia Laura, já me sentia até melhor em relação a um problema que mamãe poderia estar tendo.

Pov John Allen.

Não esperava que Helena fosse considerar uma conversa tão cedo. Ela realmente parecia não ter me aceitado, mas acho que deve ter reconsiderado pelos velhos tempos. Será que consigo reconquista-la? É claro que sim. Não seja tolo John, aquela mulher te ama ainda, como ela poderia jogar aquele tempo de ouro em que vivemos no lixo? Mesmo com todo o mal que fiz a ela. Pensando bem, isso vai ser difícil.

—Senhorita Helena Ocean. 506. Falo para o porteiro assim que chego no prédio dela.

—O senhor seria?

—John Allen.

—Ah, bem. Pode subir. Ela já havia me avisado.

Dou um dos meus melhores sorrisos e assim que entro no elevador, verifico minha roupa e faço uma pequena arrumação no cabelo.

Perfeito!

Toco a campainha e espero pacientemente até ouvir alguém abrindo a porta. Abro um largo sorriso e sou recebido por.. Steve!

—Ah! É você! Falo sem animação.

—Quem mais seria? Eu moro aqui.

—Helena, por exemplo. Ele bufa.-Você não era o vizinho dela?

—Como sabia disso? Me questiona. Olha, isso não importa agora, entra logo. Fala sem paciência e dá passagem para que eu entre.

 Tenho uma boa impressão do apartamento, é pequeno, mas aconchegante. É bem a cara da Helena, cada mínimo detalhe faz referência a ela.

—É bem simples e... Mal termino de falar quando Helena aparece furiosa.

—Você queria que eu morasse em uma mansão dos Kardashians? Ela praticamente grita comigo.

—Calma não foi isso que eu quis disser. Eu gostei daqui e...

—Esquece. Vamos logo ao assunto. Ela me guia até a cozinha. É... isso realmente vai ser difícil.

—Então. O que você realmente quer. O falso namorado de Helena me pergunta, assim que estamos todos reunidos na mesa.

—Não foi com esse homem que você disse que...

— Não é óbvio que eu menti? Helena fala sem paciência.

—Eu sou amigo e advogado dela. Peter Davis para você caso não tenhamos sido apresentados.

—Isso esclarece algumas coisas e respondendo a sua pergunta, pretendo assumir Sarah e recuperar o tempo perdido. Helena solta uma risada em deboche.

—Como pretende recuperar o tempo perdido? Steve pergunta me deixando irritado.

—Esse sujeito tem mesmo que ficar aqui? Pergunto um pouco rude.

—Esse “sujeito” mora aqui. Esse “sujeito” é meu namorado, e esse “sujeito” vem me ajudando a criar minha filha, participando ativamente da vida dela. Portanto o respeite! Ela soa agressiva.

—Que seja. Falo vencido. –Eu vou ficar um tempo em Nova York, e quero usar esse período para me aproximar da minha filha.

—Aí depois você some e a deixa magoada. Boa John. Helena é sarcástica.

—Isso é só a princípio. Podemos negociar depois férias de verão, feriados em que ela pode ficar comigo. Droga! Eu quero o bem dela Helena.

—Prove!

—Eu não vou desistir...

—Você já disse isso. Ela rebate.

—O que quer disser então. Falo com receio.

—Que deve aceitar todos os meus termos. Que ou vai ser como eu quero, ou não vai ser de jeito nenhum.