Meu doce Rogers escrita por Aquarius


Capítulo 41
Ela não está interessada em você


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas estava cheia de coisa para essa semana. Enfim, boa leitura e espero que gostem.
Novas leitoras sejam bem vindas :D



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Assim que retomo o controle do meu corpo, me afasto bruscamente de John. Ele estranha, fechando sua expressão, mas logo volta a sorrir novamente. Encaro ele por uns cinco segundos e depois me volto para Maria.

—Maria, por que você não leva Sarah até o banheiro e faz aquela trancinha embutida que ela gosta? Falo em um tom firme, mas um pouco desesperado.

—Sim dona Helena. Acho que posso fazer esse penteado em uns cinco ou dez minutos, é um bom tempo? Ela entende a mensagem.

—É suficiente. Obrigada. Olho para a tela do meu celular, e como vejo que Steve já tinha desligado, volto a minha atenção para John.

—Acho que sei exatamente o que você veio fazer aqui. Falo apontando meu indicador e ele sorri. Espera só um minutinho. Ando até um local onde tinha uma mesinha, abro minha bolsa e rapidamente retiro meu talão de cheques e uma caneta.

—Helena o que você está fazendo? John pergunta próximo a mim, mas eu apenas levanto um dedo pedindo por um tempinho.

Preencho o cheque em menos de um minuto. –Aqui está. Falo entregando o cheque.

—O que significa isso? John se mostra levemente confuso e irritado.

—O dinheiro, senhor Allen. É o dinheiro que o seu pai colocou em uma conta para minha filha. Falo com uma falsa educação.

—Você acha que eu vim aqui pelo dinheiro? Ele parece decepcionado.

—Pelo que mais viria a não ser isso? John abre e fecha a boca em surpresa.

—Acha mesmo que é essa questão? Tenta rebater.

—Essa SEMPRE foi a questão! Tento me controlar ao máximo para não gritar.

—Pois está errada! Completamente errada!

—Estou? Então me desculpe, senhor dono da razão! Acho que perdi alguma coisa. Digo com sarcasmo. –Mas olha, quer saber, não precisamos discutir, sério. Debocho. –O dinheiro da sua sagrada família já está aí nas suas mãos. Falo apontando. -Está livre para continuar a fazer seja lá o que estava fazendo com sua vida. Não temos mais nada a tratar um com o outro.

John suspende o cheque na altura do meu rosto e o rasga em quatro pedaços. -Ok. Pego minha bolsa e começo a sair dali. –Se acha que vai me infernizar por causa disso, saiba que devolverei o dinheiro diretamente a seu pai então, afinal foi ELE, que deu para minha filha. Dou as costas para ele, mas John agarra meu braço, fazendo com que eu girasse meu corpo e ficasse frente a frente com ele.

—Helena me... escuta. John soa paciente.

—Não. Você é que vai me escutar. Vai soltar meu braço agora mesmo, receber a porra do dinheiro, entrar no seu maldito carro e continuar a sua vida como se eu ou minha filha não existíssemos.

—Helena. Fala pausadamente.

—Solta meu braço! Tento me libertar.

—Eu só quero conversar! Calma! Eu não estou atrás de dinheiro.

—Não temos o que conversar! Você já disse tudo! Lembra?  “É sozinha que você irá cria-la. Não ouse me procurar, nem venha com escândalos de “Eu tenho meus direitos”, você não conseguirá absolutamente nada de mim ou da minha família! ”. Foi exatamente isso que você disse quando contei que estava grávida! Não sabe o mínimo do que passei desde aquele dia, do quanto que venho lutando desde então para dar o um futuro para minha filha!

—Mas agora você não precisa mais ficar preocupada com o futuro da nossa filha. Um calafrio passa pelo meu corpo. –Eu estou aqui Lena.

—Por quanto tempo? John, você quase acabou com minha vida uma vez, pode até tentar me prejudicar de novo, mas não vou permitir que faça algum mal a Sarah!

—O que você pensa exatamente de mim Helena? Ele grita praticamente.

—Que é um garotinho rico, egoísta e entediado, a procura de algum passa tempo.

—Será que eu fui tão ruim assim para você? Que os dois anos que estivemos juntos não foram nada? Sinto uma ponta de tristeza em sua voz.

—Eu era uma estudante desempregada e grávida expulsa de casa pela própria mãe, em uma cidade pequena na qual a maioria me conhecia desde pequena, mas que por SUA causa me consideraram uma VADIA GOLPISTA. John fica surpreso. –Achou que eu não saberia? Enfim, continuando.  Uma vadia golpista a qual ninguém queria ter como empregada, que zombavam, humilhavam e que se não fosse por minha querida avó eu estaria.... Minha voz falha diante das lágrimas que começam a inundar o meu rosto. –Você deve ter uma ideia do que me aguardava, então, John. Limpo meu rosto com a minha mão livre e respiro fundo. –Finja que... eu morri e continue sua vida, ok? Provavelmente a morte seria um dos destinos certos que me aguardava.

—Acha que é a única que sofreu Helena? Ele sussurra.

—Desculpe. Solto uma risada sem graça. -Não fazia a mínima ideia que estava sofrendo enquanto continuou seus estudos, fazia suas trilhas, curtia altas festas, se formou e ficou um tempo na Europa. Ou seja, enquanto eu trabalhava como uma louca, você vivia como um rei, como se nada tivesse acontecido. Devo estar exagerando não é mesmo? Debocho e John permanece em silêncio. -Você ao menos pensou por um momento como eu estava? Por que duvido que desconhecia que eu estava morando de favor na casa da minha avó. O confronto. –O engraçado é que... eu tinha alguma ideia de que você era assim, superficial, mas fui burra em ter visto algo em você que não existia, em pensar que era a ÚNICA, que era aquela por quem um dia você iria se permitido amar, crescer juntos e formar uma família, mas eu só fui um passa tempo não é mesmo? Bem que seu pai me avisou.

—Helena você foi e é tudo para mim! Eu quero ter tudo isso com você! Eu mudei.

—Tarde demais John. A vida continua, e eu não sou mais a mulher apaixonada e boba que tinha esperanças e achava que você iria me procurar um dia.

—Não Helena. Eu posso...

—Você não pode nada! O dinheiro não pode reparar os seus erros John. Aproveito que ele está um pouco abalado e consigo soltar o meu braço. –Passar bem, mesmo que não aparente, mas desejo que seja feliz. Falo de costas para ele.

—Não! Não! Helena! Eu não vou desistir! Ele me abraça por trás, mas logo me liberto e  giro meu corpo o encarando. –Droga! Eu só quero resolver tudo amigavelmente! Ele segura delicadamente meu rosto me fazendo olhar diretamente em seus olhos. –Entenda Helena, você pode estar com raiva de mim e com razão, pode não me querer perto, mas Sarah é minha filha e não há nada que você possa fazer para mudar isso. Eu pretendo e vou reconhece-la quer você queira ou não, serei parte de sua vida, não vou machuca-la. Ela saberá que eu sou seu pai.

—Não pode fazer isso! Aparecer do nada e querer dar uma de pai do ano.

—Me deixe acertar pelo menos uma vez na vida Helena!

—Minha filha tem sentimentos! Ela é uma criança. Não acho certo arriscar a felicidade dela por um mero capricho seu.

—Você fala como se eu fosse um moleque! John fica irritado. –Como se não tivesse noção de nada, mas coloque de uma vez na sua cabeça que ao menos que você altere o DNA dela, Sarah saberá que eu sou seu pai e que estarei sempre com ela.

Me sinto ameaçada, mas tomo um pouco de coragem. -Ela sabe exatamente quem é pai dela. É tudo que consigo disser e John recebe aquilo como um tapa na cara.

—O que você quer disser com isso? O que disse para ela? Diz raivosamente.

—Não tem consciência de nada mesmo, não é? Acha que eu iria falar para uma criança que nem cinco anos tem ainda que o pai dela não quis saber dela?

—E o que disse então? Ele me pressiona.

—Nada! Fui evasiva. Esse é um assunto que eu planejei abordar só quando ela estivesse na casa dos seus doze ou treze anos.

Sarah entra correndo, agarra uma perna minha e olha para cima me encarando. –Mamãe, vamos logo, estou morrendo de fome! Depois a senhora conversa com o moço. Fala manhosa.

Maria vem logo atrás totalmente sem folego e envergonhada. –Desculpe dona Helena, assim que terminei o penteado a pequena saiu correndo e eu não consegui alcança-la.

—Tudo bem Maria. Eu sei bem como é minha menina. Nós iremos agora mesmo, macaquinha. Passo a mão pela sua cabeça. – Já agradeceu a dona Maria pela trança?

—Sim.

—Então já podemos ir. John se abaixa e pega na mão da minha filha.

—Posso almoçar com você também fofinha?

Sarah sorri e antes de responder seu rosto se ilumina. –Paiii! Ela corre na direção de Steve que está parado na porta tomando fôlego. Ele a pega no colo e beija a sua testa. Aproveito o momento e vou até eles.

—Vamos? Pergunto e Steve balança a cabeça em afirmação. Começamos a andar e antes de irmos embora de uma vez Sarah gira seu corpo na direção de John.

—Desculpe moço. Eu vou almoçar com meu pai agora.

Steve e John se encaram furiosamente por alguns segundos e finalmente vamos embora.

Pov John Allen

Fico parado olhando aquele desgraçado ir embora com as garotas da minha vida. Se não bastasse a humilhação que ele me fez passar naquele dia na lanchonete, rouba um lugar que deveria ser meu.

—Quantos homens maus o senhor prendeu hoje pai? Escuto minha pequena perguntar animadamente para aquele miserável antes que eles saíssem do meu campo de visão.

Respiro fundo para me controlar, pego meu celular e ligo para meu pai. Ele atende no terceiro toque.

—Então, ocorreu tudo bem?

—Não. Nada bem, Helena tentou devolver até o dinheiro que você deixou para Sarah.

—Nossa. E o que vai fazer agora? Tentar a guarda?

—Ainda não. Só o reconhecimento por enquanto. Vou dar uma chance para Helena, ela tem magoa e não a culpo por isso. Só tentarei a guarda como último recurso.

—Muito bem. Então vai passar um tempo em Nova York?

—Sim. Já aluguei até um apartamento.

EXTRA

Pov Helena Ocean.

Retornei à até a sala da Pepper, que por sorte ainda estava lá. –Senhorita Potts. A chamo dando dois toques na porta.

—Entre Helena. Entro e vejo que Pepper já está de saída. –O que deseja?

—Bem. Serei direta. Queria usar uma das folgas que tenho hoje à tarde.

—Ah, tudo bem. Está liberada. Já assinei a maioria dos contratos e posso dar conta do que falta.

—Obrigada senhorita Potts. Respiro um pouco aliviada.

—Não tem o que agradecer. Aconteceu algo Helena? Você não parece bem.

—Sim. Acabei de encontrar o genitor da Sarah e ele supostamente quer agora fazer tudo que abriu mão a quase três anos atrás. Quer reconhece-la, participar da vida dela e bla bla.

—Você não acredita nele. Não é?

—Não. Uma mudança dele seria como transformar água em vinho. Receio que veio mesmo atrás de mim, e vai tentar a guarda porque não terá nada de mim e estou namorando Steve. Ele é extremamente possessivo.

—Espero que tudo dê certo para você então Helena. Se precisar de qualquer coisa não hesite em me chamar.  

—Obrigada. Agradeço e antes de sair da sala Pepper me para.

—Helena! Pelo que lembro, Tony tinha conseguido bloquear o acesso a informações sobre você. Como seu ex teria conseguido te achar?

—Eu nem tinha me lembrado disso. Fiquei tão nervosa quando vi John... que.

—John? John Allen? Balanço minha cabeça em afirmação.- Desgraçado!

—Pepper? Esqueço a formalidade.

—Ele apareceu hoje do nada oferecendo uma oferta irrecusável e eu assinei um contrato com ele.

—Tudo bem Pepper. Minha vida pessoal não deve influenciar a profissional. Você fez o melhor para empresa.

—Mas ele ficou perguntando indiretamente sobre você e a Sarah quando viu uma de nossas fotos na mesa, e eu acabei respondendo.

—O que por exemplo?

—Se Sarah era sua filha. Que ele tinha uma garotinha também e queria o nome de uma boa creche. Se ter que cuidar da criança não afetava sua vida profissional...

—Tudo bem Pepper. Se ele me achou, ele já deveria saber isso e muito mais. Obrigada por tudo, minha amiga, mas agora eu vou almoçar com a Sarah e Steve e mais tarde tentar me encontrar com o Petter.

—Então não se preocupe Helena. Você estará em boas mãos Helena, porque Petter é um ótimo advogado.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Eu sou suspeita para falar isso, mas amei a parte que ela dá o cheque para ele, porque é tipo se a questão é o dinheiro aqui está.
Achei pouco as verdades que ela jogou na cara de John, mas não achei que seria legal explorar isso tudo de uma vez.
Steve ser policial também é algo que Sarah ama. Ela não sabe que ele é um vingador, mas o vê como um herói.