Steve praticamente me carregou até em casa. Ele levava Sarah que já estava dormindo em um de seus braços, e com o outro me apoiava.

Cheguei em casa antes do horário em que estava habituada, já que devido a minha queda no escritório, eu não teria mais condições de terminar meu expediente, e tive uma ótima surpresa.

–Peter! Falei com um largo sorriso. –Eu não acredito que...

–Eu ainda não resolvi o que tinha para fazer aqui. Ele respondeu dando uma piscadinha e vindo em minha direção. –Pelo que vejo o pedaço de mal caminho e você estão bem próximos.

–Estamos o mais próximo possível neste momento. Lena e eu somos namorados agora. Steve falou me dando um beijo na bochecha.

–Ai meu Deus! Finalmente Stelena. Deixa eu dar um abraço em vocês dois.

–O que? Perguntei confusa.

–O nome de shippo de vocês dois é claro. Aprendi com a filha de uma cliente minha isso.

–Helena, seu amigo é louco. Steve sussurrou no meu ouvido.

–Ei. Eu ouvi isso, viu?

–Desculpe. Steve falou um pouco envergonhado.

–Por que? Eu sou louco mesmo. Peter disse descontraído. –Lena larga ele e me dá logo meu abraço.

–Ok, mas com cuidado. Eu estou toda dolorida.

–Uau. Quem diria que com essa cara de santinho você iria deixar minha amiga toda acabada. Peter falou deixando Steve totalmente envergonhado.

–Não foi nada disso. Eu sofri um acidente ontem, mas está tudo bem.

–Ok. Senhorita. E por fim ele nos abraçou.

Pedimos comida italiana para jantar, já que eu não teria como tomar a frente da cozinha e não confiava nos dotes culinários do Steve e do Peter, e falando nele, durante nossa refeição, ele revelou finalmente o porquê ele tinha vindo para a cidade antes, iria pedir a mão de Alice em casamento e queria a minha ajuda na escolha da aliança, e é claro saber se eu deixaria Sarah ser a daminha de honra o que respondi que sim.

Steve foi embora umas nove horas, mas não antes de Peter ter garantido a ele que iria cuidar de min, fazendo com que eu tomasse todos os remédios e se ele não aparecesse para o café amanhã, que não deixaria eu ir para o trabalho ou que eu saísse sozinha por aí.

–Sério Helena eu estou muito feliz por vocês. Eu fiquei aqui pensando, e se cassássemos todos de uma vez?

–Não viaja Peter. Falei rindo. -Eu e Steve estamos bem no comecinho ainda.

–Eu sei, mas eu e Alice nem temos tanto tempo de namoro assim. Além disso, não devemos casar por agora. Será só o noivado por enquanto.

–Com o fogo que vocês dois tem, nem um corpo todo de bombeiros apagaria.

–Chata. Peter falou dando a língua. – Vai dar tudo certa amiga. Disse pegando em minha mão. – Agora sabe o que poderia dar mais certo ainda?

–Não? O que?

–Aquele cobertor de estampa de onça que você sabe como adoro. Pega ele por favor, eu sei que você odeia quando eu bagunço seu guarda roupa todo para achar ele.

–Ok, ok. Mas eu estou morrendo de vontade de tomar chocolate quente, faz um pouco para min enquanto eu pego SEU cobertor.

Já me sentia bem melhor, e com isso andava quase normalmente sozinha. Cheguei rápido no quarto e logo abri o guarda roupa. Havia deixado o tal coberto já separado na parte de cima, justamente por saber como Peter ama fazer visitas surpresas.

Puxei três vezes e quando havia conseguido pegar o bendito, um caixinha acabou vindo junto e caindo bem na minha frente. Estava cheia de fotografias do meu tempo com John. Me agachei lentamente e sentei-me no chão. Comecei a reunir algumas fotos que haviam caído para fora da caixa e logo meus olhos começaram a ficar cheios de água. Seria a última vez que olharia aquelas fotos. Já estava na hora de deixar tudo aquilo no passado e finalmente seguir minha vida. As lágrimas começavam a rolar assim que peguei a primeira fotografia, eu e John nos beijando no topo de uma roda gigante.

...

–Não sei porque ainda te dou ouvidos, eu não deveria estar aqui. Falei enquanto ganhávamos cada vez mais altura na roda gigante.

–Calma Lena. Você está segura comigo. Ele falou rindo. -Segure a minha mão. Então ele me beijou e com a mão livre tirou uma foto no momento que chegamos no ponto mais alto.

...

Peguei todas as fotos e comecei a olha-las rapidamente, nós dois em um barco, outra do Halloween na qual eu vestia uma fantasia de Alice e ele a do Chapeleiro maluco, uma em que estávamos tentando morder um sanduiche enorme e fazíamos uma careca, nós abraçados, sujos de tinta e rindo, observava cada uma delas sem demorar mais de um minuto, até que a última me despertou uma outra lembrança, nós dois deitados na grama.

...

–Você é a minha luz, meu porto seguro Lena. John falava docemente enquanto beijava minha bochecha.

–E você o meu mundo. Levantei um pouco e olhei em seus olhos. – John, diz que nunca vai me abandonar, me promete.

–Nunca, meu amor. Pegou uma mecha do meu cabelo e colocou atrás da minha orelha –Nunca mesmo. Eu te amo Helena Ocean, e eu serei o seu eterno protetor, companheiro, amigo... tudo o que você precisar.

Deitei minha cabeça em seu peito e fiquei imaginando como contaria que em breve o nosso amor daria um fruto. Então John beijou o topo da minha cabeça e bateu uma foto.

...

Reuni todas as fotografias e respirei fundo enquanto passava a costa da minha mão pelo meu rosto molhado. Me levantei e pisei no pedal da lixeira fazendo com que a tampa levantasse. Olhei mais uma vez a foto em que estávamos deitados na grama, e joguei todas as fotos no lixo. - Adeus meu amor. Falei enquanto limpava a última lágrima que derramaria por John.

Peter estava parado na porta do meu quarto e não tinha qualquer reação.

–Estou bem amigo. Nunca estive tão bem. Falei com a voz ameaçada pelo choro.- Ele nunca mais me fará sofre, nunca... E comecei a chorar novamente.

Peter andou rapidamente e para na minha frente, me fazendo encostar meu rosto em seu peito e afagando minhas costas e cabeça com suas mãos em um abraço. -Oh Lena, chore o quanto quiser querida, você finalmente está quase livre do seu passado, e esse é o momento de tirar a última amarra.