Meu doce Rogers escrita por Aquarius


Capítulo 16
Desculpe Steve


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas. Espero que estejam curtindo o fim de semana. Não sei quais serão as reações de vocês, mas... vamos lá. Boa leitura. :D



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Pov Steve Rogers.

Hoje o trabalho na polícia foi como qualquer dia normal. Algumas prisões por furtos, outras por danificação de patrimônio público, pequenos crimes, e uma pilha de material para ser arquivado. Não que eu ache esse emprego disfarce ruim, mas as vezes era um completo tédio. Não tinha nem um terço da ação de uma missão simples da Shield.

Assim que cheguei em casa, sentei-me no sofá. Ficaria alguns minutinhos ali com os olhos fechados e depois tomaria coragem para ir tomar um banho. Mas antes que me acostumasse a ficar naquela posição, escuto o barulho da campainha e vou atender a porta.

–Oi Lena, tudo bem? Falei sorrindo, mas logo meu sorriso morreu quando vi sua expressão.

–Oi Steve. Não, não está nada bem. Eu queria conversar um pouco com você, mas acho melhor deixa para lá. Não é uma boa ideia. Desculpe incomodar. Ela disse rapidamente saindo dali.

–Helena, espera. Ela parou no meio do caminho. – Calma. O que está acontecendo?

–Minha mãe. É o que está acontecendo.

–Vem até meu apartamento e me fala o que ela te fez.

–Tudo bem. Ela disse enquanto retornava.

–Onde está Sarah? Perguntei sentindo falta dela.

–Está com a Sharon. Ela insistiu em tomar conta da minha filha essa noite, para compensar o comportamento dela naquele dia do almoço.

–Ah. Se quiser posso falar com ela.

–Não precisa. Está tudo bem.

–Venha. Falei pegando em sua mão e guiando-a até o sofá. – Me conta do começo, ok?

–Certo. Ela respondeu balançando a cabeça em afirmação. – Meu pai me ligou agora a pouco para saber se eu a Sarah estávamos bem e para informar que ficaria um tempo sem poder ligar porque minha mãe estava ficando desconfiada e ele iria conseguir um outro número, mas malmente havíamos falado e ela chegou interrompendo nossa conversa, tirando o telefone das mãos dele. Helena parou para respirar fundo. – É estranho sabe? Ouvi o modo como ela falava com meu pai e até comigo e de uma hora para outra mudou da água para o vinho, dizendo que gostaria que eu fosse com a Sarah no próximo fim de semana para Lágrimas da Sereia, que ela gostaria de conversar comigo. Isso é tão difícil para min Steve. Eu sinto tanta raiva dela, mas me dói sentir isso porque ela é minha mãe.

–E você não sente isso em relação ao seu pai?

–Sinceramente? Não. Meu pai sempre foi dominado por ela, o que ele fez foi porque ELA quis. Não sei como explicar, mas é como se ela tivesse algum poder sobre ele. Meu pai, o Otávio, nunca vi ele batendo de frente com ela, a Marie.

–Isso é estranho. Ele comentou.

–Muito. E às vezes parece que ela é duas pessoas ao mesmo tempo. E tudo isso está me torturando, eu amo a mulher que me criou, mas sinto raiva daquela que me expulsou e tentou vender a casa da minha avó sem se importar se eu teria para onde ir ou não.

–Então porque você não resolve isso de uma vez? Você realmente poderia ir visitá-la esse fim de semana. Se quiser eu posso te acompanhar.

–Sério Steve? Ela me olhou em dúvida.

–Sim. Falei tirando uma mecha de seu rosto.

–Obrigada. Ela disse mais tranquila, enquanto se levantava – Melhor eu ir, daqui a pouco a Sharon deve trazer a minha filha.

–Ok. Mas não que livrar um pouco dessa carga que está te atormentando? Ainda sinto você tensa Lena.

–Ah é? Como? Ela perguntou se animando um pouquinho.

–Me acompanhe até o próximo cômodo que te mostro.

–Ok.

Pov Helena Ocean.

–Um saco de pancada? Eu nunca imaginaria que você teria uma coisa desses em casa.

–Sou policial lembra? É sempre bom tentar manter a forma as vezes.

–Concordo, mas como isso vai me ajudar?

–Vai ajudar te libertando, você verá. Vem, vou te ensinar alguns golpes. Mas antes, estique suas mãos, tenho que colocar umas bandagens.

–Sim senhor. Falei rindo e esticando as mãos.

Steve enrolou minhas mãos rapidamente e tirou a camisa.

–Tenho que tirar a minha blusa também.

–Se assim quiser, fique à vontade, não me importarei. Steve disse um pouco malicioso.

–Ok. Falei caindo na brincadeira e tirando minha blusa, ficando apenas com um top e minha calça moletom cinza, deixando Steve um pouco avermelhado. –Ei, você já viu bem mais que isso na praia, não precisa ficar assim. Vamos começar logo. Disse dando uns pulinhos para tentar aquecer.

Steve ficou de frente para min e começou a fazer posições enquanto explicava sobre elas.

–Primeiro você deve ficar em guarda. Se você for destra você coloca a perna esquerda na frente, caso seja canhota, coloca a direita. Incline o tronco um pouco para frente. E em relação as mãos você pode deixa-las próximas ou distantes do rosto, mas a direita no queixo ou próxima e a esquerda um pouco à frente do rosto. Ele me orientava enquanto se abaixa e mexia nos meus pés. –Assim está bem melhor.

–Que bom. Você não irá usar umas dessas também não? Falei indicando as bandagens.

–Não. Hoje só você que dará os golpes.

–Sim senhor.

–Continue na posição e repita os meus movimentos. Este é o Jab, você dá o soco com a mão que está à frente do seu rosto.

–Ok. Acho que peguei. Disse assim que repeti o movimento.

–Ótimo. Agora este o Direto. Falou enquanto executava o golpe.

– E neste caso eu usarei a mão que está próxima ao meu queixo.

– Muito bem. Você é uma aluna excelente Lena.

–Não é verdade. Tenho um bom professor.

–Ok mocinha. Agora que você entendeu os movimentos, quero que dê esses dois golpes no saco de pancadas.

–Tudo bem. Mas só há esses dois movimentos?

–Na verdade não. Hoje não daria tempo eu te mostrar os outros golpes, mas se tiver interesse, seria um prazer te ensina-los qualquer dia desses. Ele disse enquanto tocava levemente meu queixo me fazendo corar um pouco.

Desviei meu olhar daquele azul infinito que são os olhos de Steve e comecei a dar os golpes no saco de pancada. Com o passar do tempo eles ficavam cada vez mais rápidos, e eu me sentia bem cada vez mais, parecia estar me libertando do peso de tudo aquilo que me afetava naquele momento. Não sei em que momento, mas teve uma hora que eu batia tão forte que o saco estava ganhando movimento e Steve foi tentar segura-lo indo para parte de trás, quando sem querer eu acabei acertando ele.

–Steve! Não! Ai, me desculpa. Disse enquanto parava bruscamente e tentava tocar levemente o local do soco.

–Não foi nada Lena. Ai. –Ele disse fazendo uma pequena careta. – Você até que é forte para alguém de seu tamanho.

–Steve, não brinca uma hora dessas. Vamos lá em casa para tratar isso.

–Não precisa mesmo Helena. Não foi nada, pior é no meu trabalho.

–Mas está sangrando um pouquinho. Anda logo. Ordenei enquanto vestia minha blusa.

–Ok. Senhorita, se eu não for é capaz de você me dar outro soco mesmo. Disse rindo, e eu olhei séria para ele.

Levei Steve até o meu apartamento e fiz todos os procedimentos de curativos na sala. Pelo que pude ver, o corte do lado da boca dele havia sido mínimo.

–Por que você tem sempre que fazer tanto alarme das coisas Helena?

–É prevenção, cuidado. Não há problema algum com isso.

–Tudo bem. Às vezes acho que quem deveria ser enfermeira seria você e não a Sharon.

–Mesmo? Discordo. Acho que eu daria uma boa lutadora. Disse enquanto dava um soquinho no braço dele.

–Ai.

–Ei você está bem?

–Estou Lena. Só estava brincando.

–Sério?

–Sim. Você quer ver?

–Como?

–Desse jeito.

Steve se inclinou em minha direção e delicadamente depositou um beijo nos meus lábios. Fiquei sem reação no início, e ele se afastou de min.

–Desculpe Helena eu... Mas logo o interrompi quando segurei sua cabeça, e correspondi ao beijo.

No começo era doce, lento e quente, dava um frio na barriga, borboletas no estômago e tudo que se tem direito. Mas depois, pensei: Foda-se, vou perder minha razão só hoje, intensifiquei o beijo e subi em Steve, passando minhas pernas pela sua cintura. E ele que estava com as mãos afagando minhas costas, começou a me puxar trazendo meu corpo para mais perto dele.

Estávamos perdendo o controle rápido, e antes que mais alguma coisa acontecesse, fomos interrompidos pelo barulho da campainha.

–Deve ser a Sharon. Falei ofegante.

–Você acha melhor eu ir...

–Para o banheiro. Acho que não seria bom ela nos ver assim, depois de ter confessado ter sentido ciúmes de você naquele dia.

–Certo. Ele disse enquanto se dirigia até aquele cômodo.

Arrumei meus cabelos, desamassei a roupa e fui atender a porta.

–Minha bonequinha. Falei enquanto pegava Sarah. –Obrigada Sharon.

–Eu que agradeço.

–Mummy por que você tá toda suada?

–Estava fazendo uns exercícios meu amor.

–Ah é. Sharon falou desconfiada. – Na próxima vez me chama então. Quase não tenho tempo para essas coisas.

–Claro. Está convidada. Só que não, pensei comigo mesma.

Pov John

Jantei naquela lanchonete onde vi Helena pela última vez, como costumava fazer quase todos as noites após o trabalho e fui para casa. Chegando lá dei de cara com meu pai e ele não parecia nada satisfeito, estava bastante sério.

–John, acho que você tem alguma coisa para me contar, não?

–Acredito que não. Já te passei todas as notícias referentes a empresa.

–Não estou falando da empresa e sim o porquê de você ter ido na casa dos pais da Helena.

–Porque eu não desisti. Disse sem enrolações. – A criança é minha filha. Sei o quanto errei, mas... eu simplesmente não sou mais aquele moleque irresponsável, não posso simplesmente aceitar essa situação, não é apenas um capricho pai.

–Filho, não acha que está um pouco tarde para isso não? Ele perguntou já suavizando sua expressão.

–Não sei. Mas como você mesmo disse, ela é uma Allen, uma de nós.

–Acho que a Helena não concordará muito com isso.

–Com certeza não, mas com a ajuda da mãe dela isso logo mudará.

–E você conseguiu algo útil lá?

– Só uma aliada. Está claro que o pai dela é contra e que ele tem se comunicado com ela, mas mentiu dizendo não saber qualquer informação.

–Era exatamente o que se esperava, mas a mãe dela é uma aliada?

–Sim. Mas não confio nela. Ela além de me tratar bem quando cheguei, sugeriu que me ajudaria a tomar a guarda da menina caso Helena não me quisesse mais.

–E você vai aceitar esse tipo de ajuda?

–Talvez. Se não houver mais alternativas. Não quero força-la a nada, mas tenho meus direitos como pai, independente de como estivermos, quero estar presente na vida da minha filha.

–Muito bem John. Ele disse batendo palmas. – Se for fazer o que disse e não ficar apenas correndo atrás de sua ex., terá todo o meu apoio. Amanhã você falará com um amigo meu investigador.

–E ele é bom?

–Me diz você, se o ex “cão farejador” do FBI não seria.

Pov Steve Rogers

Enquanto Helena foi tomar um banho, eu fiquei com a Sarah na sala. Ela estava estranha, calada, mas inquieta.

–Steve. Falou docemente.

–Oi pequena.

–Por que as outras crianças tem um pai e eu não?

–Querida, isso só sua mãe pode te responder.

–Ela nunca responde. Disse tristinha.

–Sarah não fique assim. Sua mãe deve ter um bom motivo.

–Eu sei qual é. Ele não me quis como filha.

–Ei pequena não pense assim. Falei enquanto enxugava uma lágrima do rosto dela. –Qualquer pessoa gostaria de ser seu pai.

– Mesmo?

– Sim.

–Obrigada Steve. Falou me dando um abraço.

–Não tem o que agradecer pequena.

–Você... gosta da minha mãe, não é? Perguntou se afastando e olhando para min.

–Sim.

–Casaria com ela e seria... seria meu pai?

–Sim, pequena. Seria uma honra.

Depois de acalmar Sarah, e Helena ter chegado, passei na minha casa para tomar um banho, e como nenhum dos dois não haviam jantado ainda, acabamos pedindo comida japonesa.

–Obrigada Steve.

–Você estava ouvindo?

–Sim. Olha, eu sei que vou ter que contar a verdade para ela em algum momento, mas eu não quero que ela sofra, você já viu que ela se sente rejeitada...

–Mas não é. Falei enquanto a puxava para deitar a cabeça em meu peito. –Todos nós amamos ela, seu ex que é um idiota. Falava enquanto passava a mão de sua cabeça até o começo das costas.

–Você não existe.

–Sou bem real. Disse surrurando e beijando sua testa. – Muito real. Fui me levantando e beijando todo o seu rosto, descendo até o queixo e subindo dando um selinho em seus lábios.

–Steve, para um pouquinho. Estamos indo rápido demais.

–Tudo bem. Falei me afastando. Eu te entendo Lena, você precisa de seu tempo. Eu não quero tumultuar mais ainda sua cabeça, mas estarei aqui quando estiver pronta.

–Obrigada Steve, mas eu não quero te prender, e se esse meu tempo nunca acabar?

–Vai acabar sim. Se você se permitir. Falei a abraçando.

–Obrigada.

Obrigado a você Helena. Pensei enquanto apertava mais o meu abraço.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido o capítulo. Estou em dúvida se ele saiu realmente bom, mas é essencial para o que vai acontecer nos próximos.
Vocês acham ruim colocar partes bem técnicas como na cena do boxe?
Leitoras novas e antigas fiquem a vontade para comentar :P