O Canto da Sereia escrita por Camilla Reis


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Acabei demorando mais pra voltar do que pensei :/ esses dias foram bem corridos ainda bem que dezembro já esta chegando e com ele as ferias õ/. Então eu agradeço muito a quem tirou um tempinho pra olhar a fic, já que ele teve uma boa quantia de visualizações, mas eu realmente queria mais comentários porque como a fic tem um tema diferente é muito importante pra mim que vocês comentem sobre o que estão achando. E agora chega de enrolação vamos logo para o capítulo :) espero que gostem.



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Eu estava exausta foi um longo caminho a nado desde a Costa da Itália até o início das águas da Croácia, durante o trajeto que durou apenas alguns poucos dias graças a minha agilidade nas aguas e algumas outras ajudas que tive eu esbarrei com alguns barcos e navios repletos de homens loiros e com olhos azuis, mas eu não senti absolutamente nada quando olhei para eles, o que me deu a chance de afundar suas embarcações e me distrair durante minha viagem. Já era noite e eu já estava no mar da croácia a bastante tempo e até agora não tinha avistado mais nenhuma embarcação. Ravenna nunca havia se enganado ou mentido em suas previsões, se ela afirmou que ele estaria aqui é porque ele está e eu preciso encontra-lo o quanto antes e por mais terrível e cansativo que seja eu precisaria ter paciência agora.

Enquanto a lua cheia despejava sua luz por todo o mar calmo refletindo nele toda sua intensidade e brilho, a suave brisa que soprava e as inúmeras estrelas do céu dava uma perfeita sensação de calmaria, a noite estava calma e era possível sentir isso em cada canto que se olhava até mesmo um barco solitário respeitava isso navegando calmamente e silenciosamente sendo capaz de passar quase que desapercebido pelo oceano e eu não conseguia entender o porquê, mas a vista do pequeno barco a vela me angustiava de uma forma estranha era como se meu ser pedisse por ele e por mais que eu ainda não tivesse visto o dono da embarcação algo me dizia que era quem eu precisava e com essa quase certeza a imensa vontade de me aproximar se tornou angustiante eu tive que praticamente implorar minha cauda para nadar porque ela insistia em ficar mais pesada a cada movimento que eu fazia. Assim que me aproximei mais do barco notei suas duas velas brancas enormes que dão a ele uma visão encantadora, ele era bem pequeno em vista dos que navegavam pelo oceano, provavelmente suporta apenas uma pessoa em seu interior, uma pessoa louca por sinal, afinal teria que ter muita coragem para navegar sozinho em um pequeno barco como esse que pode ser engolido pelo oceano a qualquer momento.

“Creio que non precisara de muito esforço para me matar, non é mesmo?”.

Me assusto ao ouvir sua voz eu não o tinha notado até então, ele estava sentado de uma forma relaxada bem no canto do barco. “O que você está falando? Como tem tanta certeza que irei mata-lo?”. Perguntei em um tom firme assim que me recuperei do susto inicial.

Ele soltou uma risada sem humor. “Sereias representam o perigo e o azar e acho que não deva existir pior azar do que perder la vita, e a não ser que você seja um fantasma, o que eu acho pouco provável, creio que io esteja perto de ouvir uma canção antes de me afundar”.

Eu estava ficando enfurecida com sua calma em falar comigo se ele tinha tanta certeza que iria morrer deveria ficar alarmado e tentar de alguma forma me capturar ou me matar, era isso que todos tentavam fazer antes de perderem a vida. “Acho que você está falando demais enquanto deveria começar a agir se quiser sair com vida de alguma forma”.

“Nunca ouviu dizer que é perca de tempo remar contra a mare?”. Ele se levantou assim que terminou de falar e se aproximou da ponta do barco ficando bem de frente a mim e assim que o olhei com mais precisão um calafrio percorreu todo meu ser e meu coração bateu tão rápido que tive medo de perdê-lo pela boca, era ele, eu o tinha encontrado.

“Então você prefere se entregar a morte sem ao menos lutar pela vida”. Constatei enquanto o encarava, seria bem mais fácil convencê-lo a me levar até a náiade se ele estivesse implorando pela vida, porque assim eu poderia fazer algum tipo de acordo com ele, mas não o infeliz tinha que ser um perfeito senhor eu aceito meu cruel destino, revirei os olhos e bufei ao concluir meu pensamento.

“Oh non acho que temos alguém decepcionada aqui e como io no gosto de ver belas ragazza desgostosas irei implorar só um pouco per la vita. Non me mate per favore”. Ele faz uma falsa voz de choro enquanto diz as últimas palavras e logo depois solta um sorriso sínico.

“Como ousa falar comigo assim seu italiano cretino?”. Eu já estava para perder o controle com esse miserável como ele ousa falar comigo com tamanha audácia ninguém jamais me tratou assim.

“Cretino? Io non acredito que ouvi isso, uma serei falou cretino”. Ele balança a cabeça incrédulo e começa a rir. “Onde você aprendeu a falar isso ragazza?”

“Já ouvi palavras muito piores nesse oceano, como você deve saber as pessoas que o frequenta tem a boca bem suja”.

Ele me encara de uma forma intensa “Io non acreditei quando me chamaram de louco antes de decidir viajar sozinho pelo oceano em um pequeno barco, io os ignorei acreditei ser apenas um sonho louco a ser realizado, mas olha só io estou falando com uma sereia”. Ele fica com a expressão atordoada antes de dizer “Sereias non existe são apenas histórias, lendas”. Ele grita “Vá embora, me deixa em paz io non sou louco”.

“Eu existo sim e estou na sua frente falando com você, e eles estavam certo ao te chamar de louco por sair navegando em um barco pequeno”. Falo um pouco ríspida demais eu não queria ter soado tão fria, mas como ele ousa falar que não existo enquanto ele me vê, eu sei que são poucos que acreditam na minha existência e eu até prefiro assim, mas se você vê algo sabe q ele é concreto e real e além do mais quem esse italiano pensa que é para me mandar embora.

“Quer saber me mata logo antes que io comece a ver baleias voando”.

Respiro fundo, me aproximo do seu barco e agarro sua perna, ele se assusta com meu toque e se desiquilibra caindo no mar. Droga era só o que me faltava o bendito morrer afogado logo agora que o encontrei e preciso dele para conseguir minhas pernas, eu só queria provar para ele que eu sou real. Me afundo tentando encontra-lo, mas a escuridão das aguas não me permite ver praticamente quase nada ao meu redor o que torna tudo mais difícil, começo a nadar mais para o fundo na direção que ele caiu mexendo meus braços e minha cauda na esperança de esbarrar nele, ele não poderia estar muito fundo já que caiu faz pouco tempo, paro de nadar e fecho meus olhos me concentrando em sentir o que está em volta das aguas, uma vibração um pouco mais a direita de onde estou chama minha atenção. É lá que ele está. Abro meus olhos e nado na direção que estou sentindo a vibração quando esbarro em algo ou melhor em alguém, eu o encontrei, o envolvo em meus braços e nado rápido em direção a superfície eu tinha que ser rápida para salvá-lo antes que fosse tarde demais. Assim que chego com ele até a superfície vejo que ele está desacordado, droga o bastardo deve ter engolido bastante agua devido ao desespero de estar se afogando, começo a sacudi-lo e a dar tapas em seu rosto, eu era boa em matar pessoas e não em salvá-las.

“Grude sua boca a dele e passe sua respiração para ele”. Escuto uma voz de uma mulher em minha cabeça e me assusto, eu nunca tinha ouvido nada parecido com isso era assustador, mas alguém estava querendo me ajudar e como eu não tenho nenhuma outra ideia decido por fazer isso, arrasto ele até o barco e o encosto nele firmando ele com meu corpo tento abrir sua boca para poder respirar nela mas não consigo, porque quando solto minhas mãos de seu corpo e as levo para seu rosto ele se escorrega para o fundo, o ergo de volta frustrada por saber o que fazer, mas não como fazer decido por tentar colocar seu corpo dentro do barco, viro ele para que fique de costas pra mim e de frente para o barco e começo a levantá-lo e empurrá-lo pelo quadril e pelas pernas consigo com um pouco de dificuldade colocar metade do seu corpo no barco, me afasto dele e seguro na borda do barco pego impulso com meus braços e me jogo para dentro caio um pouco desajeitada devido a cauda e me arrasto até onde está metade de seu corpo e o puxo até que consigo trazer ele todo para dentro, cansada e ofegante me aproximo de sua cabeça e abro sua boca e faço como a voz me falou começo a passar minha respiração para ele, mas todo meu esforço parece ser em vão porque nada acontece “tampe o nariz dele e inspire em sua boca”. A voz volta a falar em minha cabeça e mais uma vez decido fazer o que ela diz, tampo o seu nariz e inspiro em sua boca várias vezes até que ele começa a tossir e cuspir a agua que estava em seu interior para fora me fazendo respirar aliviada por ter conseguido evitar sua morte.

Ele fica tossindo e cuspindo agua durante um tempo até que para e começa a respirar fundo enquanto tenta se acalmar e se recuperar, depois de alguns minutos e já mais recuperado ele finalmente olha paro o lado e me vê “Non ci posso credere”.

“Pode acreditar ragazzo”. Falo com a voz cansada, eu realmente estava exausta “Eu salvei sua vida e quero algo em troca”. Ele não respondeu nada apenas olhou para minha cauda de uma forma incrédula. “Você me levara até a nascente do rio pó”.

Ele saiu do transe em que estava e respondeu de maneira apressada. “O que? Non, non eu não voltarei agora para as direções da Itália, você... você tem essa cauda ai pode nadar sozinha até lá”.

“Eu não tenho autorização para nadar nas regiões da nascente”

“Porque não? posso saber?”. Pergunta curioso.

“A nascente do rio é guardada por uma náiade, uma ninfa de água doce, e ela não permite que ninguém tome banho ou nade nessas aguas, se alguém ousar fazer uma dessas coisas ela pune o infrator com amnésia, doenças ou até mesmo com a morte e como eu não quero que nada disso me aconteça precisarei da sua ajuda, você vai chegar até a náiade por terra e pedir sua autorização pra que eu possa nadar nas aguas dela”. Expliquei a ele torcendo pra ele aceitar logo me ajudar e não fazer mais perguntas.

“E se eu não quiser ir?”.

“Eu mato você”.

“Me mataria depois de todo o esforço que fez para me salvar?”. Ele arquei uma sobrancelha enquanto me encara.

“Sim, eu o salvei porque preciso de ajuda e se você não puder me ajudar...”.

Antes que eu possa terminar a frase ele completa. “Você me matara, certo entendi ... bom acho que não tenho outra escolha então”

“Comece a dar meia volta no barco, precisamos voltar o quanto antes para os mares italianos”.

Ele se aproxima um pouco de mim e sussurra “Io escolhi morrer”.

“O que?”. Exclamo chocada.

O patife solta uma gargalhada alta. “Voltaremos amanhã para a Itália”.

“Hoje, voltaremos hoje eu não posso perder tempo”. Já perdi muito tempo salvando a vida do miserável, mas não posso reclamar muito disso afinal isso se tornou uma ótima desculpa pra conseguir que ele me acompanhe.

“Io non estou conseguindo ver quase nada nessa escuridão, voltaremos assim que amanhecer”,

Suspiro exasperada, eu não acredito que teria que esperar o dia clarear, eu estava ansiosa queria ter minhas pernas o quanto antes.

“Você tem um nome?”. Ele pergunta de repente enquanto se senta de uma maneira mais confortável.

“Sereia...?”. Minha resposta saiu mais como pergunta do que como afirmação.

“Sereia é a sua espécie e o nome é o que te define todos precisam ter um, você nunca quis escolher um nome pra você?”.

“Por que você não se cala?”. Eu nunca falava com humanos, a não ser para lhes desejar uma boa morte e essa conversa toda sobre nome já estava me irritando eu não tinha um e ponto, sem mais.

“Conversar ajuda a matar o tempo”. Ele diz de forma tranquila.

“Não gosto de conversas”.

Ele dá de ombros e fica calado durante algum tempo me observando até que diz “Katniss”.

“Katniss? O que é isso?’

“Seu nome, acabei de te batizar”.

“Eu não quero um nome”. Falo entre os dentes.

“Katniss é uma planta de água doce comestível, uma vez quando viajei para uma nova terra que tinha sido descoberta me perdi na floresta e foram as Katniss que me salvaram da fome e me manteve vivo por vários dias até que me encontrassem, você hoje me salvou, assim como as Katniss”.

Uma sensação estranha de satisfação surgiu dentro de mim ao ouvir sua explicação sobre o nome eu nunca assumiria isso para ele, mas eu gostei bastante de ter um nome e gostei ainda mais de ouvi-lo dizendo. “Se isso te fizer feliz e manter sua boca fechada eu o deixo me chamar assim”.

Ele sorri com minha resposta e depois fala. “Peeta Mellark”. O olho com uma expressão confusa. “Esse é o meu nome ragazza”.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam do capítulo amores bjs;*