A filha de Gaia escrita por Goth-Lady


Capítulo 15
Mudanças


Notas iniciais do capítulo

Carnaval acabou, todo mundo voltando a estudar, mas capítulo novo não pode faltar.



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Dois dias se passaram e os chalés foram ampliados tanto verticalmente quanto horizontalmente e novos foram criados como os Chalés de Eos, Leto, Morfeu, Pluto, Eros, Anteros, Himeros, Photos, Éris, Zéfiro e Tyche.

— Se a Psique descobre o que Eros andou fazendo, ele ta fodido. – Disse o Senhor D enquanto contemplava o chalé rosa claro com duas setas cruzadas com as pontas em forma de coração feitas de ouro branco e granadas vermelhas sobrepostas a um arco de ouro branco. Havia uma fonte de mármore branco no hall de entrada. – E os irmãos dele também não me ajudam.

— Por isso, a superlotação. – Disse Raven observando os trabalhos concluídos. – Himeros eu até entendo, mas isso não justifica Anteros.

— Da última vez que ouvi falar sobre ele, foi há alguns anos quando ainda enfrentava sua fase boêmia.

— O que aconteceu?

— Sei lá. Parece que resolveu se vingar de todo mundo por causa de choro envolvendo amor e passou a beber. A vida dos Erotes não é da minha conta.

— Pelo menos tiramos a favela de madeira detrás do Chalé de Hermes.

— Ainda bem. Aquela visão me dava agonia.

— Vou ver o que os outros estão fazendo.

Com isso a egípcia saiu da companhia do deus e foi procurar pelos seus amigos. Encontrou Diana e Eliot cercados por meia roda de campistas enquanto falavam.

—... E então, meu irmão Thor pegou o seu martelo e acertou em cheio na serpente gigante! – Exclamou enquanto imitava o movimento, arrancando outras exclamações. – E com isso ele a matou, mas só pôde andar oito passos após sua vitória, pois o veneno era forte demais e não resistiu.

— “Mas Thor não está vivo?” vocês perguntam. – Disse o filho de Hórus. – “E quanto a serpente Jormungand?” “O Ragnarok não iria acontecer no futuro?”

— Isso foi obra da Hel. O Ragnarok aconteceu de fato, mas quando ela viu que o mundo entraria em desequilíbrio e que nossa era tão importante quanto a grega e a egípcia, ela trouxe a todos de volta, tanto os bons quanto os maus. Jorgungand voltou para lá. – Apontou para a praia. – E meus irmãos e meu pai para Asgard.

— Por que sua mitologia é tão importante? – Perguntou um.

— Porque é uma das mais conhecidas, lembradas e pesquisadas, além de usadas. O mundo está cheio de mitologias, mas somente 3 são conhecidas em larga escala.

— Grega, egípcia e nórdica. – Completou Eliot. – São as três grandes mitologias, são as mais conhecidas pelo mundo todo e as mais lembradas também. Por isso seus líderes são conhecidos como Três Maiores. As segundas maiores são as mitologias celta, hindu, japonesa e chinesa. As outras são mitologias menores.

— E como são essas mitologias menores? – Perguntou outro campista.

— São mitologias pouco lembradas ou pouco exploradas. – Respondeu Diana. – Elas não têm um campo tão amplo de reconhecimento e pouco são lembradas, porém há cinco mitologias que são as mais conhecidas.

— O Top 5 é composto pelas mitologias asteca, maia, inca, maori e inuit. Fora essas, as outras não são tão lembradas.

— Então são as mitologias indígenas?

— Não só indígenas. – Dessa vez quem respondeu foi Raven, enquanto se aproximava dos amigos. – Temos mitologias africanas, persa, mesopotâmica, eslava, havaiana e outras mitologias asiáticas.

— Ray, já estava me perguntando quando ia aparecer. – Disse Eliot. – Já acabou com as construções?

— Há muito tempo. Os filhos de Eos, Leto, Morfeu, Pluto, Eros, Anteros, Himeros, Photos, Éris, Zéfiro e Tyche podem ir aos seus chalés e ver como ficaram. Os que estão com os chalés reformados e terão que dividir quartos, favor falar com Quíron. Passem adiante.

A multidão se esvaiu e o tumulto no acampamento começou. A mensagem foi espalhada e gritos de alívio por não mais dividirem os barracos de madeira foram ouvidos ao longe.

— É estranho como divindades como Leto e Pluto possuírem tantos filhos. – Comentou o loiro.

— Digo o mesmo.

— Onde estão os outros? – Perguntou a morena.

— Jasmine disse que iria treinar magia e Frísio e Nicolas foram ajudá-la, Sienna está na piscina, Helena não saiu do quarto, Tyler ninguém sabe e Angus deve estar dormindo em algum canto.

Enquanto isso, uma mulher chegou ao acampamento. Ela possuía cabelos negros ondulados caindo em cascata até a cintura e olhos castanhos e vestia uma saia cinza com um uma longa blusa que mais parecia um vestido roxo cujo busto era cinza com babados que pareciam ser outra blusa, mangas transparentes cinzas com outras roxas caídas, sapatos roxos, um lenço amarelo transparente com brilho, braceletes de prata e ornamentos de prata com pedras negras e roxas, além de possuir asas prateadas. Portava uma mochila de nylon.

— Vamos ver, o prédio deve ser por aqui. Como ele era mesmo? – Disse pegando o Godcel que havia sido lhe dado.

— Mãe? O que faz aqui?

Ela olhou para o garoto de cabeça raspada um tanto confusa.

— Eu te conheço?

— Você está com amnésia? Eu sou o seu filho.

— Mas eu não tenho filho.

— É claro que tem! Aliás, tem um chalé inteiro.

— Eu não tenho filhos, nunca tive filhos e não te conheço.

— É assim que se lembra de mim?! Quer saber, é melhor falarmos com Quíron sobre isso. Quem sabe não bateu com a cabeça em algum lugar.

Ao ouvir o nome conhecido, a mulher entrou em pânico e fugiu mais rápido que qualquer vento para o mais longe possível. Durante sua fuga, acabou tropeçando no filho de Anúbis, que dormia serenamente debaixo de uma árvore.

— Ai! Alguém anotou a placa?

— Droga! Me desculpe. É a segunda vez essa semana.

— Ei, relaxa, não precisa se desesperar.

— Eu não devia ter vindo sozinha.

— Posso ajudar?

— Procuro a Embaixada. Sabe onde é?

— Claro, faço parte dela.

— Ainda bem. Sabe onde posso achar o Frísio?

— Está ajudando uma amiga minha a treinar naquela direção ali. – Disse apontando.

— Obrigada.

A mulher foi na direção apontada. Não demorou e chegou ao local em que viu uma menina com um cajado praticando magia, um menino de cabelo verde e um de cabelo preto. Pegou o Godcel para confirmar e após verificar, se apresentou.

— Senhor Frísio?

— Sou eu.

— Sua mãe me pediu para te entregar seus trevos e roupa íntima limpa também.

— Droga, mãe! – Exclamou com as bochechas em vermelho vivo.

— Espere um pouco. – Disse Nicolas. – Por que a mensageira dos deuses gregos está fazendo um favor para Epona?

— Isso é ruim? – Perguntou Jasmine. – É apenas um favor, não é?

— Deuses mensageiros raramente fazem favores para outras mitologias e para os gregos é mais difícil ainda.

— Não sou mensageira dos deuses gregos, eu nunca fui. Trabalho para a Senhora Morrigan agora. Devo me apressar.

A mulher sumiu em um piscar de olhos. O trio iria continuar com o treino, mas não pôde porque Quíron, Dionísio e outros campistas surgiram praticamente do nada.

— Vocês viram uma mulher de cabelo preto com asas por aí?

— Acabou de sair. – Disse o nórdico.

— Se virem Iris, nos avisem. – Disse o deus. – Alguma coisa aconteceu para não se lembrar dos filhos.

— Iris? – Perguntou a castanha.

— É a deusa do arco-íris e mensageira de Hera e dos deuses.

— Então aquela mulher de antes era a deusa Iris?

— Eu acho que não, Jasmine. – Disse o celta. – Iris é a mensageira de Hera e dos deuses gregos e aquela mulher disse que não era.

— Iris não tinha uma irmã? – Perguntou o nórdico.

— Minha mãe tem várias irmãs. – Disse Butch, o garoto da cabeça raspada. – As harpias são irmãs dela.

— Não, outra irmã.

— Faz sentido. – Disse o filho de Epona. – Só pode ser a gêmea.

— Impossível, essa está no tártaro!

— Mas o tártaro não foi aberto recentemente?

O deus parou, piscou por alguns momentos, bateu com a mão na própria cara e depois cerrou os punhos enquanto espumava pela boca e gritou:

— PUTA QUE PARIU! Eu tenho que avisar ao meu pai sobre isso!

— Só que não vai funcionar como espera. – Disse Frísio.

— O que quer dizer?!

— Ela acabou de me entregar algumas coisas que esqueci em casa e disse que está trabalhando para a Morrigan.

— PUTA QUE LA MERDA! Só pode ser sacanagem! Quer saber?! Deixa pra lá, senão vou ter dor de cabeça!

— Do que eles estão falando? – Perguntou o filho de Iris.

— De algo complicado. Temos que informar aos deuses.

— E pra que?! Não ouviu o celta? Ela está trabalhando para a Morrigan! A MORRIGAN!

— Zeus pode...

— Pode o que, Quíron?! Ir até o submundo celta, bater à porta da Grande Rainha e exigir que a devolva para nós? Ninguém exige nada para Morrigan, ninguém! Nem Zeus, nem Odin, nem Rá, nem Shiva, nem Dagda, nem o Trio Pokémon, nem as esposas desse povo, ninguém! Vamos deixar isso pra lá até porque não me interessa.

Ouviram gritos em outro lugar do acampamento e todos correram até a origem. Ao chegarem à origem viram uma menina de pele morena, cabelo castanho com parte parcialmente presa em uma trança indiana e outra parte solta caindo em cascata até o meio das costas e olhos dourados, vestindo uma bata indiana vermelha, uma calça laranja e sapatilhas negras.

A garota montava em um tigre enquanto brandia um tridente indiano feito de ouro e incrustado de topázios imperiais, fazendo-o brilhar tanto quanto o sol, arrancando espadas dos que as brandiam e desviando flechas. Os que não tentavam atacar, corriam.

— ORDEM NESSA BAGAÇA! – Bradou o deus acabando com o conflito. – Que porra é essa?!

— Fui atacada ao entrar aqui, como pode ver. Tive que me defender com meu tridente.

— Mas pra que o tigre?

— Ele se chama Niraj e é meu animal de estimação.

— Como é?!

— Suponho que seja indiana. – Disse o centauro.

— Minha mãe é. Eu sou americana mesmo. Sou Parvati Ganaraj, meu nome foi dado em homenagem à minha avó após descobrirem que P era a letra mais auspiciosa para o meu nome.

— Hein?

— Costume indiano, Senhor D.

— Mas isso não justifica o tigre!

— Algum de vocês pode me dizer onde fica a Embaixada?

— Tinha que ser da Embaixada! Sempre tem que ser! O pessoal da Embaixada já chega mostrando que é da Embaixada!

— Não ligue, ele é dramático desse jeito. – Disse Diana abrindo espaço na multidão para receber a novata.

— Eu não sou dramático! Essas merdas que acontecem sem me avisar.

— Em todo caso, sou uma das conselheiras da Embaixada. Sou Diana Niamburg, filha de Odin.

— Parvati Ganaraj, filha de Ganesha, mas todos me chamam de Little Parvy.

— Ganesha tem filha?! – O deus se surpreendeu novamente.

— Teve, após uma conversa meu avô Shiva e da minha avó, a Grande Parvati, a qual levo o nome, liberá-lo do celibato.

— Estou sóbrio demais para o dia de hoje.

— Senhor D!

— Estou sóbrio mesmo, Quíron! Arke voltou e está trabalhando para a Morrigan, Ganesha teve filha, esse lugar está lotado, tem um prédio que se eu fizer merda vou causar uma guerra gigantesca e o fumo é ruim demais para substituir meu vinho!

— Raven, já pode mandar a Helena despertar os mortos! O design é todo seu.

— Está bem. Primeiro temos que ver aonde vamos pôr o tigre.

— Niraj pode ficar comigo, se não for incômodo. Ele não fará mal a ninguém.

— Isso eu tenho que ver com os outros membros. Vamos para o prédio agora mesmo, quanto mais cedo melhor.

Enquanto o deus se recuperava e o resto do acampamento procurava o que fazer ou ia treinar, os estrangeiros chegaram à Embaixada, não antes de acionarem os outros membros pelo Godcel. Se reuniram na piscina, onde Sienna se encontrava.

— Amei a decoração da sala. – Disse a hindu antes de atravessar para a área da piscina.

— Eu que planejei. – Orgulhou-se a egípcia. – O seu quarto vai ficar lindo também. Tem alguma coisa que te incomode ou que não vá gostar?

— Eu posso te ajudar se quiser.

— Quem é a novata? – Perguntou Sienna ao emergir da água e se aproximar da borda.

— Vamos esperar todos chegarem para apresentá-la. – Disse Diana.

— Ela não nos deixou sequer falar nossos nomes. – Reclamou o filho de Njord.

Em pouco tempo o resto do pessoal chegou. Todos se sentaram no chão ou na beirada, menos Tyler, que entrou de roupa e tudo.

— Deixe-me apresentá-la a todos. Essa que fará o seu quarto é Raven, filha do grandioso Rá. Esse de cabelo quase verde é o Nicolas, ele é filho de Njord e essa de cabelo castanho é a Jasmine, filha de Gaia e filha adotiva de Njord.

— Eu ouvi falar de você.

— Ouviu?

— Sim. As notícias correm rápido.

— Não esperava por essa, mas continuando. – Disse a ruiva. – Essa que parece a Cruella De Ville é a Helena, filha de Hel. Esses dois na piscina são Sienna e Tyler. Sienna é filha de Sedna e Tyler é filho de Tangaroa. Esse aqui é o Frísio, filho de Epona e dono de dois unicórnios.

— Nunca vi um unicórnio antes.

— Posso te mostrar Fiáin e Gaoithe, mas eu aconselho a tomar cuidado com o preto.

— Um unicórnio negro? Nunca ouvi falar.

— Frísio pode te falar muito sobre eles. Esses dois que sobraram são Eliot e Angus, sendo Eliot filho de Hórus e Angus de Anúbis.

— Muito prazer pessoal, Sou Parvati Ganaraj, filha de Ganesha, mas podem me chamar de Little Parvy. Espero me adaptar e conhecer a todos e suas mitologias.

— É um enorme prazer em recebê-la. – Disse Eliot sorrindo.

— Você vai gostar daqui. Até me adotaram. – Disse Tyler.

— E esse tigre é demais! – Exclamou Angus acariciando o tigre.

— Isso nos leva à decisão. O tigre Niraj pode ficar aqui dentro com a gente ou vamos ter que construir uma casinha para ele lá fora?

— Eu não vejo problema. – Disse Sienna.

— Nem eu. – Concordou Helena.

— Ele não vai nos comer, vai? – Perguntou Frísio.

— Não. Niraj é acostumado com as pessoas, não vai fazer mal.

— Niraj! Niraj! Niraj! – Cantaram Angus, Eliot e Tyler em coro.

— Já que ninguém se manifestou contra, Niraj fica com a gente então.

— Helena, preciso dos mortos. Parvati, preciso de você para bolar seu projeto. Preciso pensar na decoração do seu quarto e no conforto do Niraj. Todos dispensados.

Não foi muito difícil fazer o desenho da planta do quarto, ainda mais quando as duas entraram no cômodo vazio. Após terminarem o desenho, Raven ordenou a procura pelos itens, a pintura e a limpeza. Os outros foram para o lado de fora, pois estava um dia agradável demais para ficarem dentro de casa.

— Então, Parvy, como é a sua mitologia? – Perguntou o filho de Hórus.

— Por onde eu começo?

— Que tal pelos seus Três Grandes? – Sugeriu Nicolas.

— Meus Três Grandes são os deuses Brahma, Vishnu, e Shiva, também conhecidos como o Trio da Criação. Brahma é o deus da criação, Vishnu o da manutenção e Shiva o da destruição.

— Dialga, Palkia e Giratina! – Exclamou o maori.

— Pokémon de novo! – Exclamou Jasmine indignada.

— Tudo leva a Pokémon.

— Não tinha pensado neles dessa forma. – Riu Parvati.

— Afinal, já decorou os nomes dos lendários e da primeira geração?

— É nome demais e Raven ainda me ensina inglês e mitologia. É informação demais para mim.

— É porque você não adquiriu tudo que precisava ao longo da sua vida, irmãzinha.

— Já chegou ao 8º ginásio? – Perguntou Angus.

— Ainda nem cheguei ao primeiro. O que eu devo fazer?

— É a primeira pessoa que eu conheço que não sabe jogar pokémon. – A hindu arqueou as sobrancelhas.

— Ficaria surpresa se a conhecesse no primeiro dia dela aqui. – Falou Diana.

— Ouvi dizer que seu pai tem cabeça de elefante e monta em um rato. – Comentou Helena.

— Isso é verdade. Minha avó, a Grande Parvati, deu origem ao meu pai e pediu para que vigiasse o portão enquanto ela tomava banho. Foi quando Shiva voltou de viagem e o encontrou, ainda menino. Ele queria passar, mas meu pai não deixou, não importando as consequências, então Shiva se enfureceu, pegou um tridente e decapitou meu pai.

— Nossa!

— Depois que a Grande Parvati saiu do banho e viu a cena, ela ficou triste e furiosa, então Shiva foi procurar pela cabeça, mas não a encontrou em lugar nenhum e teve que pedir ajuda a Brahma. Ele disse para que ele substituísse a cabeça de Ganesha com o primeiro ser vivo que aparecesse em seu caminho com sua cabeça na direção norte. Shiva, mandou Gana, seu exército celestial, para encontrar e tomar a cabeça de qualquer criatura que encontrarem dormindo com a cabeça na direção norte. Eles encontraram um elefante moribundo que dormia desta maneira e após sua morte, tomaram sua cabeça, e a colocaram no corpo de Ganesha trazendo-o de volta à vida. Meu pai se tornou o deus hindu da sabedoria, do conhecimento e da boa fortuna, e Mushika, o rato, é a representação da ignorância, o ego e o orgulho da individualidade, mas não come até que meu pai dê a ordem. Ele pode parecer pequeno, mas quando muda de tamanho, meu pai pode montá-lo, pois só pode ser dominado pelo meu pai.

— É algo que não se vê todo dia. – Disse Eliot.

— Mitologia tem cada história estranha. – Pontuou Jasmine. – Vocês falam como se tudo fosse normal.

— O que quer dizer?

— Você ainda vai se acostumar com ela, Parvy. – Disse a nórdica divertida. – Quando chegou, Jasmine não sabia nem o que era mitologia, nem que existiam tantas e nem dominava sua língua mitológica. Coube a nós ensinamos a ela.

— Mas não tem aula de mitologia grega duas vezes por dia? – Lembrou o loiro.

— Não são completas. – Sentenciou Helena. – Assisti uma vez e tenho certeza que não ensinam tudo.

— O bom é que estamos revendo o que aprendemos e trocamos histórias mitológicas. – Pronunciou-se Sienna. – É como um intercâmbio mitológico.

— Cada um conta uma história diferente, seja da nossa mitologia ou da mitologia Greco-romana.

— Isso é incrível! Vou adorar ajudar e contar várias histórias da mitologia hindu. Tenho certeza de que vão gostar.

— Já que a Arke apareceu hoje, por que não contamos a história dela? – Sugeriu Nicolas. – Até mesmo para esclarecer o ataque de pelanca que o Senhor D teve hoje de manhã.

— Quem é Arke?

— Jazz, Arke é a irmã gêmea da Iris. – Explicou o celta. – Enquanto Iris é a deusa do arco-íris, Arke é a deusa do segundo arco-íris, você pode vê-lo no céu às vezes, ele é meio apagado e quase um reflexo do primeiro.

— Se segui-lo, vou achar leprechauns?

— Não, leprechauns vivem em bosques e florestas, não precisam de um arco-íris, esses são os duendes. Durante a guerra entre deuses e titãs, Iris entregava mensagens aos deuses e Arke aos titãs. Quando a guerra acabou, com vitória dos deuses, Zeus arrancou as asas de Arke e a atirou ao tártaro e depois deu as asas dela de presente de casamento para Peleu e Tétis, e mais tarde Tétis as colocou nos pés de seu filho Aquiles.

— Mas ela tinha asas mais cedo.

— Asas que foram dadas pela Morrigan. Tenho certeza disso. Viu como eram prateadas? As verdadeiras asas da Arke eram iridescentes. Só um segundo.

O celta atendeu seu Godcel. Era sua mãe.

— Frísio, querido, recebeu as suas cuecas?

— Mãe!

— Se precisar de mais cuecas limpas é só me ligar que eu mando.

— Mãe, eu não preciso disso.

— Tem certeza? Você vive se esquecendo das coisas, como fez com seus trevos.

— Obrigado por trazer, mas está tudo bem. Depois conversamos.

— Está bem, querido. Só não se esqueça de lavar a roupa íntima, já que não vai me pedir para enviar novas.

— MÃE!

— Tchau, tchau. Beijos da mamãe.

Enquanto Frísio tentava esconder a vermelhidão para não ser zoado, Raven desceu as escadas anunciando que o quarto estava pronto e Parvati teve que subir para arrumar suas coisas. Frísio aproveitou o momento para levar a mochila que sua mãe tinha pedido para entregar a ele. Fora isso, o dia transcorreu normalmente.


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Notas finais do capítulo

Erotes é o nome dado ao grupo de Eros formato por ele, seus irmãos Himeros e Anteros e Photos.
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Himeros é o deus do desejo sexual e é dito como irmão gêmeo de Eros, pois quando Afrodite nasceu do saco de Urano que caiu no mar, ela estava grávida de Himeros e Eros e ambos são retratados, por artistas, voando ao redor dela na cena do seu nascimento.
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Anteros é o deus do amor correspondido e vingador do amor não correspondido. Sua história está ligada a de Eros. Eros não crescia e quando Afrodite foi saber o porquê, descobriu que seu filho era solitário e precisava de um companheiro que crescesse com ele (o amor precisa ser correspondido para crescer). Ela deu pro Ares e tiveram Anteros (além de Phobos, Deimos e Harmonia). (Mas e Himeros? Mitologia é algo contraditório, adoraria ter uma resposta decente, mas infelizmente não tenho).
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Photos é o deus da paixão, ele seria filho de Zéfiro e Íris. Algumas poucas versões o põe como filho de Afrodite. (O que ele faz entre os Erotes? Acredite, to quebrando a cabeça com isso)
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Leto é a mãe de Apolo e Artêmis.
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Zéfiro é o vento do oeste e marido de Íris, pai do Photos (que prefere andar com a galerinha do amor).
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Eos é a deusa do amanhecer e irmã de Hélios e Selene. Um dia ela se apaixonou por Ares e Afrodite enciumada a amaldiçoou para que só se apaixonasse por mortais.
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Morfeu é o deus do sono, filho de Hipnos, o deus do sono, e Nix, a noite, e irmão de Ícelo, o deus dos pesadelos (os sonhos ruins, não os cavalos) e Fântaso, o deus da fantasia.
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Pluto é filho de Deméter e de um semideus chamado Iásion, que foi morto por Zeus por ciúmes, mas há uma versão que o põe como filho de Hades e Perséfone. Ele é o deus da riqueza. Pluto é um deus caridoso, que viaja sobre a terra e o mar, e quem o encontra se torna rico, mas ele só fazia isso com pessoas justas, boas e honestas, porém Zeus o cegou para que pudesse distribuir as riquezas para qualquer um, não favorecendo só os bons e virtuosos. (se você foi bonzinho e ta na merda, agora sabe de quem é a culpa)
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Tyche (Tique), mais conhecida como Fortuna, sua contraparte romana, é a deusa da fortuna, prosperidade, destino e sorte.
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Éris é a deusa da discórdia. Quem já ouviu falar na Guerra de Tróia, já ouviu falar dela e da maçã dourada que trouxe discórdia entre Hera, Atena e Afrodite.
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Psique (alma) é a esposa de Eros. Ela tinha nascido linda, os homens pararam de ir aos templos de Afrodite para cultuar a mortal, deu a louca na deusa, que mandou Eros acertá-la com uma flecha e fazê-la se apaixonar pelo ser mais desprezível que existisse, mas ele se atrapalhou ao ver a beleza da garota, acabou sendo acertado pela própria flecha, se apaixonou e casou com ela em segredo depois de uma grande manipulada no oráculo sobre o destino da garota e ocultou a identidade. Resumindo: a mãe não sabia, a garota nunca tinha visto o rosto do marido e quando ela foi induzida pelas irmãs a descobrir o rosto do marido, sem querer ela o queimou a lamparina (e não percebeu a baba escorrer, ele foi embora e deu treta. Psique teve que fazer algumas tarefas para a sogra, que estava p da vida, Eros acabou ajudando em algumas e perdoando, voltaram a morar juntos e viveram seu final Disney.
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O Ragnarok seria o fim do mundo para os nórdicos, sendo que muitos deuses morreriam e Vidar, que sobreviveria e reinaria, iria dar continuidade a cultura viking.
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Eu pus que o Ragnarock já aconteceu porque a cultura viking acabou há anos, só há resquícios dos resquícios e nós não estamos mais vivendo como vikings (mal sabemos como viveram de verdade, só podemos supor através de artefatos históricos e mitologia).
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Na fic, é dito que Hel trouxe todo mundo de volta para trazer equilíbrio ao mundo mitológico, principalmente no que tange aos nove mundos da mitologia nórdica e gregos e egípcios reinando em absoluto ia dar problema.
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As três maiores mitologias são greco-romana, egípcia e nórdica, por isso seus líderes são chamados de Três Maiores. As outras mitologias maiores são celta, hindu, japonesa e chinesa, pois estas são locais e têm influência na nossa cultura até hoje. (Dragon Ball é baseado em uma história que envolve um pouco de mitologia chinesa, Japão está aí com seus animes, os hindus tiveram até novela na Globo e os celtas têm a Morrigan)
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As mitologias menores são mitologias pouco conhecidas e lembradas e muitas informações foram perdidas com o tempo. O Top 5 seriam as mitologias asteca, maia, inca, maori e inuit por serem as mais lembradas entre todas as menores. As outras, confesso que nem eu sabia que existiam até algum tempo atrás. (Sério, quem aqui já ouviu falar em mitologia persa? E mesopotâmica? Algum deus sem ser Apsu e Marduk e sem pesquisar no Google?)
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Os indianos têm o costume de não escolher o nome do bebê assim que nasce. Eles levam a sacerdote e este vê com os deuses qual é a letra mais próspera, mais propensa para o nome do bebê. Dada a letra, ele pode escolher qualquer nome que comece com aquela letra.
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Ganesha é um deus hindu com cabeça de elefante, barriga de chopp, quatro braços e monta em um rato. Ele é o deus da sabedoria e filho de Shiva e Parvati. A história mais conhecida dele é de quando Parvati queria tomar banho, mas não tinha ninguém pra vigiar a entrada da casa de banho, Shiva estava viajando, então ela cria um avatar em formato que criança e vai tomar seu banho em paz. Shiva chega, vai procurar Parvati na casa de banho, é barrado, pega o tridente e degola a criatura. Parvati sai, vê o que ele fez, entra em desespero, culpa Shiva e ele vai procurar Brahma (o deus, não a cerveja) para consertar a cagada que ele fez. Braham diz para ele usar a cabeça do primeiro animal voltado para o norte que ele encontrar, então lá vai Shiva com seu exército procurar o animal. Ele encontra um elefante moribundo, espera o animal morrer, pega a cabeça e coloca no corpo do avatar, que se chamava Ganesha.
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Shiva é o deus da destruição, junto com Brahma, o deus da criação, e Vishnu, o deus da manutenção, eles formam a Trimurti ou Trio da Criação (Brahmalga, Vishnukia e Girashiva... epa, Dialga, Palkia e Giratina).
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Parvati é a segunda esposa de Shiva e reencarnação da primeira esposa, Sáti. Assim como a Trimurti, ela, Lakshmi, deusa da beleza, fartura e generosidade e esposa de Vishnu, e Sarasvati, deusa da música, das artes e da sabedoria e esposa de Brahma, formam a Tridevi.
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Há duas versões diferentes sobre Ganesha e relacionamentos. No Sul da Índia, ele faz celibato porque, contam que, uma vez, enquanto brincava, Ganesha machucou uma gata. Quando ele voltou pra casa ele encontrou uma ferida no corpo de sua mãe, ele perguntou como ela se machucou e ela respondeu que isso foi causado pelo próprio Ganesha. Surpreso, quis saber quando ele a machucou e ela respondeu que, como o divino poder, está imanente em todos os seres e quando ele machucou a gata, machucava a sua mãe também. Ganesha percebeu que todas as mulheres são realmente as manifestações de sua mãe, então decidiu não se casar.
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Outra versão o coloca acreditando que sua mãe era a mais bela e perfeita mulher no universo, então disse: "Traga-me uma mulher tão bonita quanto minha mãe e eu me casarei com ela".
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No norte a Índia, conta-se que ele era casado com duas filhas de Brahma: Buddhi (intelecto) e Siddhi (poder espiritual). Às vezes ele também é acompanhando por Lakshmi, e Sarasvati.
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Solução? Juntei tudo, coloquei as outras duas como melhores amigas e o resto é uma conversa com Shiva que é de minha autoria e que um dia mostrarei (espero).
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Ganesha é adepto de usar soluções simples para problemas complicados, mas isso é muita história.
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Íris não é só irmã das harpias, ela também tem uma irmã gêmea chamava Arke. Arke quer dizer arco e Íris colorido, iridescente, daí que vem o nome arco-íris. *leva pedrada*
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Arke é o segundo arco-íris, aquele meio apagado que aparece junto ao arco-íris de vez em quando e dizia para a sua mãe que tinha dois arco-íris no céu, mas ela só enxergava um. Pois é, você estava certo.
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Arke era mensageira dos titãs durante a titanomanquia enquanto Íris era a dos deuses olimpianos. Quando a guerra acabou com vitória olimpiana, suas asas foram arrancadas pro Zeus e ela atirada ao Tártaro. Outra versão diz que foram queimadas, mas não é muito usada, pois suas asas foram dadas de presente de casamento a Tétis, que as colocou nos pés de seu filho Aquiles.
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Íris é dita como tendo asas douradas e não brancas ou coloridas enquanto Arke possuía asas iridescentes (coloridas).
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Nos eventos de Heróis do Olimpo, quando o Tártaro foi aberto e os titãs saíram para brigar, ela aproveitou para fugir.
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Espero que tenham gostado, não se esqueçam de me avisar de qualquer erro, se parecer que fumei demais, é normal e até o próximo.



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