Crônicas de um Jovem Rei escrita por MisuhoTita, Vanessa Sakata, TommySan, Sally Yagami


Capítulo 105
Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Vanessa BR trazendo mais um capítulo de Crônicas! Boa leitura a todos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/649800/chapter/105

 

Jeyne estava completamente encharcada de suor, enquanto fazia força para colocar aquela criança no mundo. Sentia contração atrás de contração, bem como dores terríveis. Por mais que Kevan procurasse encorajá-la para que ela se esforçasse ainda mais, aquilo estava demorando mais do que ela queria.

Urrou enquanto fazia mais um grande esforço, a fim de poder sentir ao menos que essa criança estava de fato saindo. Porém, mesmo fazendo tanta força, o corpo da rainha alkavampiana parecia ter dificuldades para expulsar o bebê de seu interior.

Como se não bastasse ter uma barriga enorme, engordar e não caber em nenhum de seus vestidos favoritos... Agora tinha que ser torturada até na hora de parir?

Aquela seria a primeira e última vez que passaria por aquilo!

— Conselheiro Kevan... – ela questionou com a voz entrecortada. – Por favor, me diga que esse moleque tá saindo...! Ele está saindo, não está...?

— Ainda não, Majestade. – o conselheiro alkavampiano respondeu. – Vai precisar fazer mais força.

Outra forte contração a fez dar outro grito de dor e, por reflexo, fez com que ela procurasse empurrar aquela criança novamente. Desta vez, sentia o bebê se deslocar para a saída. Mesmo assim, não foi o suficiente. Kevan não via a cabeça da criança aparecer.

— Sua Graça precisa fazer mais força.

— Mais força ainda...? – Jeyne protestou desesperada. – Esse moleque está parecendo que quer me rasgar em duas...!

— Tente manter a calma, Majestade. – Kevan orientou com voz neutra.

— Quem está parindo sou eu! Sou eu quem está sentindo essas dores horríveis! Faça alguma coisa pra me ajudar, que não aguento mais essas dores, e...

Jeyne acabou por se interromper ao sentir uma contração ainda mais forte, o que a fez dar mais um urro de dor. Por que as coisas tinham que ser tão difíceis assim...?

*

— Mas que mulher mais escandalosa...! – Daithi murmurou massageando as têmporas. – Dá para se ouvir os gritos dela de longe...!

De fato, Daithi se sentia terrivelmente incomodado enquanto ouvia os urros de Jeyne, que ecoavam até ali na sala do trono. Bem... Desde que ela lhe desse um menino, dava para suportar.

Mas, se fosse uma menina...

Por instinto e, também, por ter se lembrado de sua primeira mulher, Esme, o rei alkavampiano levou sua mão à bainha da espada. Esperava, sinceramente, que Jeyne não fosse tão inútil nesse aspecto como sua esposa anterior fora. Senão, daria a ela o mesmo fim e teria que procurar por outro brinquedinho.

Esperava que aquela tortura imposta aos seus ouvidos acabasse logo, porque já não suportava mais tanto escândalo!

*

— Sua Graça precisa continuar a fazer mais força. – Kevan disse. – Não falta muito, já consigo ver a cabeça da criança.

Agora as contrações eram mais intensas, mais dolorosas e em intervalos cada vez mais reduzidos. Jeyne, com a face banhada de suor e ainda mais ofegante devido ao grande esforço, mais uma vez gritava devido às fortes dores que sentia. Fazia um grande esforço para que seu corpo a obedecesse e fizesse sair o bebê de seu interior.

A cada contração, ela empurrava mais e mais a criança para fora de seu ventre, sentindo-a se deslocar. Kevan massageava seu ventre, a fim de ajudar, enquanto ela fazia força mais uma vez. Ao ver que já havia condições de puxar o bebê, o conselheiro alkavampiano novamente disse a Jeyne para fazer mais força, pois faltava pouco.

A rainha alkavampiana respirou fundo e fez um último esforço, ao mesmo tempo em que sentia uma dor fortíssima e, com isso, soltava mais um grito agudo ao empurrar o bebê para fora. Sentiu que, finalmente, aquela criança saíra e o som de um choro estridente apenas confirmara isso.

Finalmente! Finalmente ela terminara seu martírio! Não aguentava mais aquilo!

Mas, para ter certeza de que cumprira direitinho sua torturante obrigação, Jeyne perguntou, com voz entrecortada:

— Conselheiro Kevan... O que é essa criança, afinal de contas...?

— Um menino, Majestade. Sua Graça acaba de colocar no mundo o herdeiro ao trono de Alkavampir.

*

Frio... Umidade... Penumbra...

Seus olhos tinham dificuldades para poder se adaptar àquela escuridão. Onde estava desta vez...? A sensação de déjà-vu se tornava cada vez mais forte a cada segundo, como se algo lhe dissesse que ele já estivera naquele lugar antes. Além dessa sensação, novamente sentia um grande aperto em seu peito.

Onde estava, afinal?

Landon tentou carregar uma esfera de luz, porém nada saía da palma de sua mão, a qual parecia diferente. Ele só tinha dezoito anos, mas suas mãos pareciam denunciar mais idade do que realmente tinha!

Por que a sensação de estar aprisionado no corpo de alguém que parecia mais velho? O que estava ocorrendo? E por que estava ocorrendo?

Ouviu uma porta pesada se abrir e, por ela, três homens entraram naquele lugar. Dois avançaram alguns passos e soltaram da parede uma jovem bastante enfraquecida, que foi ao chão. Ouviu-a soluçar de forma descontrolada, caída diante do terceiro homem. Os outros dois logo saíram dali, deixando a pobre jovem a sós com o homem, que aspirou profundamente o cheiro de um lírio negro.

Quem eram eles? O que estava acontecendo ali?

Sentiu um novo aperto em seu peito, o que o fez levar a sua mão até lá. Era uma sensação tão horrível, que o sufocava e o fazia suar frio. Suas pernas começavam a querer bambear, não respondendo ao que sua mente e seus instintos mandavam.

E os seus instintos ordenavam que ele, de alguma forma, tentasse proteger aquela jovem. Era como se fosse a sua obrigação protegê-la, custe o que custar...! Mas, ao ver aquele homem avançar contra ela como uma fera voraz, suas pernas não respondiam aos comandos de sua mente!

Não conseguia ver o rosto de nenhum dos dois... Mas a jovem tentou rastejar até ele num ato desesperado. Landon, por seu turno, sentiu suas pernas fraquejarem ainda mais a ponto de cair de joelhos no chão e não conseguir sair do lugar, enquanto seu peito doía mais e mais.

— Por favor, papai...! – a jovem implorava de forma desesperada. – Por favor, papai, me tira daqui...!

Ele queria tirá-la dali... Ele precisava... Mas seu corpo não reagia... Não conseguia nem mesmo fazer sua voz sair de sua garganta! Faltava-lhe o ar, faltavam-lhe forças, faltava-lhe tudo!

Ouviu uma gargalhada sinistra ecoar, vindo do homem, que, como uma besta selvagem, se atirava completamente nu para atacar sua presa. E a pobre jovem, sem forças para fugir ou se defender, soltou um grito agudo e repleto do mais puro terror.

*

Com a mão direita, procurava desesperadamente a sineta por sobre o criado-mudo, enquanto agarrava fortemente seu peito com a mão esquerda. Tão logo conseguiu achar a tal sineta, tocou-a com insistência. Não demorou muito e um cavaleiro, que fazia a ronda noturna nas dependências do palácio, se prontificou:

— Em que posso ajudar, Alteza?

— Ludwig...! – Landon dizia com a voz entrecortada, denunciando a falta de ar que sentia. – O Gregory... Chame o Conselheiro Gregory... Por favor...!

Tão logo o cavaleiro Ludwig se retirou dali para fazer o que fora pedido de forma tão desesperada, Cassius e Astrid adentraram os aposentos do filho e o viram com o rosto encharcado de suor, ofegante e com a mão agarrando o próprio peito. Além disso, seu olhar parecia distante e as lágrimas deslizavam por sua face sem que percebesse.

— A minha princesinha...! – o jovem murmurava num fio de voz. – Atacaram a minha princesinha de novo...! Eu não pude fazer nada por ela...!

— Landon! – Astrid tentava tirá-lo daquele transe. – Landon, está me ouvindo? O que aconteceu?

O rapaz nada conseguiu responder, apenas fez uma careta de dor, deixando sua mãe ainda mais aflita. Não só a ela, como ao pai.

— Landon! – Cassius tentou trazer o filho de volta à realidade. – Landon, o que aconteceu?

Nesse mesmo instante, Ludwig reaparecia com Gregory, que adentrou depressa os aposentos do jovem príncipe zardreniano. Ao ver o conselheiro, Astrid, apavorada e abraçada ao filho, disse:

— Gregory, o Landon está muito mal! Por favor, faça alguma coisa para que ele não piore ainda mais!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

CONTINUA...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Crônicas de um Jovem Rei" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.