A Seleção da Herdeira escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 4
Decisões (Bônus) | A Seleção


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaaaaaaaa! Olaaaaaaa!
Simmmm, prilinpimpim, eu sei que demorei (e muito), mas peço mil perdões. A culpa é exclusivamente minha, que não terminei esse bônus antes, mas, aí sstá ele, como prometi nos comentários de algumas pessoas! Quem está ansioso para saber o que a Katniss acha disso tudo? Como ela se sente? o/ Hm, eu não sei se escrevi muito sobre isso, porque comecei a escrever esse bônus a tempos, mas nunca conseguia terminá-lo, por isso, mil desculpas mais uma vez, mas diz um pouco sobre a Katniss e quem está ao redor dela.
Não estava planejado essa atualização ser um POV Katniss, um bônus, mesmo que eu tenha prometido nos comentários, mas a fic continua com os mesmos planos, e será o Peeta a narrar os outros. Postarei um bônus caso aconteça alguma coisa, aí para não ficarem sem atualização por muito tempo, postarei algum, e pode ser POV Katniss, POV Delly, POV Prim, vai depender muito sobre quem vocês quiserem nos comentários. Talvez, em um futuro não distante, eu faça um POV Delly, o que acham?
Chega de mimimi, e lá vamos nós!
A música do capítulo é Let It Go, da Demi Lovato, e quem quiser ou puder, dá um play ai, pra ficar como naqueles filmes boladões, ta ligado? A pessoa ta lendo, ai vem aquela trilha sonora super picles pra complementar a coisa e tal *olhos brilhando* É isso! Beijoooos! Esperonnn que gostemmmmmnnnnneeeeyyy 😎😎 B)



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Um reino de isolamento, e parece que eu sou a rainha
O vento está uivando
Como se essa tempestade rodopiasse dentro de mim
– Let It Go, Demi Lovato

– Você é a futura rainha de Panem, não pode ficar sem um marido. - meu pai disse suavemente, pela décima vez - Você é capaz de governar este reino todo sozinha, porém, seria melhor se tivesse um companheiro.

– Eu tenho medo, paaai. - me joguei em sua cama, de barriga pra baixo, e ele riu, se jogando ao meu lado, mas de barriga pra cima - E se eles não gostarem de mim? E se não gostarem do que...eu tenho? - ele suspirou

– Katniss, ninguém escolhe ter bipolaridade. E você está constantemente sob cuidados médicos, assim como só anda avançando com isso. A última vez que teve um ataque foi a dois anos. Ninguém que te olha ao menos desconfia disso, meu bem. - ele massageou minhas costas - Você não é feia, é linda. A morena mais linda que eu conheço, e os seus olhos, mais profundos que uma tempestade. - tocou a ponta de meu nariz e eu ri - Seu nariz é perfeito, sem nenhuma mancha pelo rosto, e sua boca é como a da sua mãe. Vivem vermelhos, mesmo que sem batom. Um marido seria bom para dividir as responsabilidades, proteger quando eu não puder, e eu sei que está doida para ver um monte de caras na sua faixa etária andando por aí! Principalmente sem camisa! - ele parecia minha melhor amiga, SE eu tivesse uma. A forma que ele falou me fez gargalhar alto, por nossa relação ser assim. Tenho mais intimidade com meu pai do que mãe! E sou uma menina! Muitas meninas se refugiam em suas mães dadas tais situações, mas eu não, e nem louca falaria sobre garotos com Primrose, minha irmã mais nova de 12 anos.

– Valeu, pai. - eu disse fechando os olhos - Mas e se eu tiver um ataque, sei lá, na frente de algum deles? O que pensarão de mim? - meus olhos se encheram de lágrimas - Eu não quero que me olhem torto, ou riam de mim.

– Parece Prim falando sobre algum personagem de sua série favorita quando ele morre, toda depressiva. - consegui esboçar um sorriso leve - Querida, se eles não gostarem de você, mande-os de volta pra casa, simples assim. Não se pode forçar ninguém a gostar de nós.

– Valeu, cara. - suspirei - E a situação no Distrito Cinco?

– Ainda crítica. Pessoas com fome, muitos desempregados, e falta d'água severa, mas não pior que o Seis, Sete ou Oito.

– A dessalinização da água do mar vem trazendo muitos problemas renais, não é mesmo? - ele assentiu - Não há nada mais que possamos fazer quanto a isto, infelizmente. Não há fontes de água doce em abundância, e nem em escassez para suprir as necessidades básicas da população. É preciso aumentar os salários, pai. - assentiu

– Lembre-me de fazer um reajuste salarial médico, por favor.

– Foi alertado algumas décadas atrás, antes da terceira guerra mundial, mas... O que podemos fazer? Continuaram esbanjando água doce, sem reservar nada, então...acabou. Pouquíssimos lugares com água pura restaram, e não demos sorte de vivermos em um lugar como este.

– Mas tem uma cachoeira aqui, na floresta. - ele sorriu - Por que não traz água de lá? Poderíamos abastecer a nós e a quem trabalha aqui, pelo menos.

– Querida, se outras pessoas não tiverem acesso, não é justo usarmos. A água doce de lá é usada apenas para a confecção de remédios. Não é sábio usarmos para tomar banho, encher piscina ou fazer comida. Deve sempre pensar nos outros, e se isso seria justo. - assenti - Sua mãe sente sua falta.

– Não quero falar com ela. - fiquei de barriga pra cima - Não mesmo. Ela brigou comigo da última vez que nos falamos!

– E vai brigar de novo se não aceitar A Seleção. A situação não está boa, Katniss.

– Vocês poderiam ter mais um filho, sabe? Seria uma boa. - joguei no ar, e ele adquiriu uma expressão infeliz - O que foi? - parecia magoado

– Preciso te contar uma coisa... - sentou-se na cama, e deu a entender que eu deveria fazer o mesmo, então, obedeci - Sua mãe não pode ter mais filhos.

– Mas...mas... Vocês são novos! - fiquei confusa - Por que?

– Depois que aconteceu aquele acidente... - seus olhos se encheram de dor - Sua mãe sentiu medo de acontecer novamente, e Katniss, você sabe que pode acontecer a qualquer momento. - fiquei calada - Ela com o meu consentimento tirou o útero, e por isso não pode mais ter filhos.

– Mas pai... - fiquei sem palavras - Nunca mais, nunca mais? - assentiu - Ai meu Deus...

– É... - suspirou - E nós tínhamos planos para mais um filho, porém...até hoje Prim sofre. E a cada dia parece pior. Acredita que ela estranhou a mim?

– Ela vai ficar melhor. - garanti

– Querida... - tocou meu rosto com suavidade, fazendo um singelo carinho em minha bochecha - É muito fácil dizer uma coisa dessas quando não é conosco. Você não sabe o que ela passou, nem como aconteceu.

– Prim é forte, sei que vai conseguir superar isso.

– Todos nós esperamos que sim... - fechou os olhos, escorando as costas na cabeceira da cama - E aí? Aceita A Seleção?

– Claro, por que não? - ele sorriu sem mostrar os dentes, mas eu sabia de sua alegria, então, devolvi o sorriso - Mas quero que faça a Effie não me perseguir com o que devo comer! Quero comer chocolate por no mínimo duas semanas! - ele riu

– Tudo o que quiser, Baby. - bagunçou meus cabelos, me fazendo rir - Vai pro seu quarto, que hoje à noite mesmo estarei dando a notícia para sua mãe. Céus, ela vai irradiar empolgação! - ri de seu desespero. Minha mãe tende a ser muito chata quando fica empolgada.

– Aaaaarrrrggghhhh! Saiba que é por você! - me levantei - Ela cobra tanto de mim! - arregalei um pouco os olhos, unindo as mãos, como se esmagasse algo entre elas - Da última vez, sabe que ficamos sem nos olhar por um mês! Um mês! - ele gargalhou

– Vocês são tão diferentes... balançou a cabeça - Mas se amam, duvido que vivam com uma longe

– POIS EU TE GARANTO QUE VIVO! - bati palmas e depois coloquei as mãos na cintura - Ah se vivo! Euhein! Só parece querer me irritarrrr!

– Você é muito criança ainda, e um casamento ajudará você com isso. - se levantou, e me abraçou apertado. Não devolvi, sentindo seus braços me rodearem com conforto e pressão, mas uma boa, gostosa, um verdadeiro abraço de alguém que nos ama e nós amamos de volta - Eu te amo, Baby. - sorri

– Eu também te amo, Papà.- fechei os olhos, inalando seu perfume amadeirado com amaciante - Amo muito.

– Sabe, nem acredito que amanhã completará 18 anos. - sorri - Parece que foi ontem que te vi andando por aí, seus primeiros passos, ou quando larguei tudo o que eu segurava, coloquei em risco as alianças com a Itália pois tinha dito as primeiras palavras. Sabe quais foram?

– Eu te amo, papà? - ele riu, assentindo

– Sua mãe me odeia até hoje por isso, mas eu sei que me ama também.

– Ela pode ser uma péssima mãe ao meu ver, mas sei que se amam. - olhei para ele - Como aconteceu?

– Isso é história para outro dia, querida. - beijou o topo de minha cabeça - Vá deitar. Amanhã te darei um bom presente. - sorri, beijando sua bochecha, e sai correndo do quarto, deixando-o gargalhando de minha infantilidade, mas ele sabe mui bem que eu amo meu povo, e que lutarei até o fim para que todos nesse país sejam bem tratados, vivam bem, e durante muito tempo.

...

– Parem! Vou morrer sem ar aqui! - eu disse me segurando para não desmaiar - Johanna! - minha criada e grande amiga riu

– Ordens da rainha, princesa. - debochou

– Serei sua rainha em poucos anos! - fingi superioridade, cruzando os braços na frente do corpo, e me virando-me para ela

– Como disse, será. - Madge provocou - Ainda é princesa.

– A primeira sucessora do trono. - Annie lembrou, com seus óculos de grau cismando em escorregar por seu nariz certo e arrebitado, coberto por diversas sardinhas, que destacavam sua beleza sobrenatural, somada a seus fios ruivos lisos e olhos verdes como uma folha no verão. A pele branca como a neve dava o ar necessário para ela parecer uma princesa, mas o destino não quis assim. Eu sou a princesa, e ela a criada, mas não pense que eu me sinto superior, muito pelo contrário. - Vocês são loucas. Katniss. Cala a droga da boca e deixa a gente ajeitar e puxar esse espartilho. Sua mãe ORDENOU que sua cintura ficasse definida, mas que seus peitos não pulassem para fora. - bufei, batendo o pé

– Mas seja o benedito! - eu disse impaciente - Ela quer que eu não respire, não é?

– Se possível. - uma voz autoritária e suave entrou no meu quarto, fazendo Johanna, Madge e Annie imediatamente endireitarem suas posturas - Não importa se você não respira. Precisa estar reta e com uma aparência de futura rainha, o que você é. - passou direto pelas minhas amigas - Prenda o ar. - fiz o que pediu, puxando com força, sabendo que minhas costelas deixariam marcas avermelhadas em minha pele, com o conhecimento dela, que parecia não se importar. - Saiam, por favor. Preciso conversar com Katniss a sós.

– Sim senhora, Majestade. - as três a reverenciaram com medo, e saíram apressadas do quarto.

– Katniss, quando você vai parar de me tratar como sua soberana e não sua mãe? - ela se sentou em minha cama, sem estar totalmente ereta, o que me fez relaxar, mas só um pouco, pois o espartilho não permitia

– Pois me trata como sua súdita, e não filha, mãe. - coloquei a testa em uma das colunas da cama, fechando os olhos - Eu odeio festas. Principalmente quando não selecionam meus convidados. É o meu aniversário! - ela suspirou

– Não é tempo para fazer escolhas, muito menos escolher o que mais lhe agrada. A primeira coisa que aprendi quando me casei com seu pai, era que eu precisaria fazer muitas coisas, e a maioria delas, coisas das quais eu não queria, não quero, e nunca vou querer. Acha mesmo que eu acho legal os soldados serem obrigados a se afastar de suas famílias? Ou saber que diversos de nosso povo e minha linhagem estão morrendo por falta de um atendimento médico decente? - ela se levantou, e terminou de me vestir - É ótimo ser rainha, ótimo mesmo. Eu posso decretar que os médicos recebam mais, que seja proibido o preconceito, mas há suas desvantagens. Eu não mando na consciência de cada um, e nem você. Pode-se fazer o que quer, mas nunca é o caminho mais sensato. Tirar uma festa de aniversário, exclusivamente sua, dificulta nossas relações internacionais com países distantes, como a Alemanha, que precisa urgentemente ser nossa aliada. - suspirei, sentindo meus olhos se encherem d'água

– Eu prefiro ser criada a ser princesa. - murmurei, com a voz embargada, não aguentando toda aquela pressão. Eu não queria que minha mãe escutasse. Eu não quero decepcioná-la, mesmo que nossa relação seja tão carinhosa como a de uma cobra com sua presa.

– Eu também gostaria, muitas vezes, mas Katniss. Olhe o quanto é honrada. Você tem a chance de mudar Panem, transformar o que eu e seu pai não podemos. Seus motivos não são pertinentes, muito menos sábios. Annie, Johanna e Madge podem fazer algo incrível, e farão, pois são meninas excelentes, mas você como futura rainha... - me virou para ela, que pegou sua primeira tiara, a minha favorita - Poderá fazer muito mais. Ajudar mais pessoas. Mudar mais coisas. - encaixou com precisão sobre meus cabelos castanhos escuros ondulados - Ao invés de reclamar porque precisa lavar os pratos, agradeça por que tem o que lavar, que significa que você teve o que comer. Minha mãe sempre disse isso para mim, e sinto ser a hora de te dizer isso. - segurou meu rosto em suas mãos finas e pequenas, como as de Prim - Tudo passa. Aproveite sua festa, mesmo que não a queira, pense nos presentes lindos que receberá, pense também em seu povo, nosso povo, que precisa de mais incentivos, mais dinheiro e suporte, e será possível com mais algumas negociações com a Alemanha, e futuramente a Rússia. Infelizmente, ser uma rainha não é pensar em nós, no que gostamos, no que queremos, e sim no que será melhor para os outros, me desculpe ter que te colocar nessa situação. - seus olhos estavam cheios d'água - Você está linda.

– Legal, valeu, mãe. - eu disse baixo, com arrependimento de minhas palavras, um tanto constrangida por ela estar ali comigo. Não somos nem um pouco simpatizadas uma com a outra. - Valeu. - antes que ela pudesse me responder, dois toques típicos por nós foram ouvidos

– Andem! Andem! - Prim entrou saltitando (literalmente) - Estamos atrasadaaaaas!

Seus cabelos lisos até a cintura e loiros como o sol estavam soltos, mas com volume. Um vestido dourado ia até seus pés, e como ela estava indo até meu ombro, com certeza usava algum salto alto, e uma tiara cheia de brilhantes estava no centro de su cabeça, mas o que mais chamava atenção eram seus olhos azuis cristalinos, parecendo dois diamantes lapidados agora pouco, com algum brilho a mais. Eu tinha inveja da aparência de minha irmã de doze anos... Mas é aquela inveja branca básica. Não desejo que ela morra, ou que perca o cabelo, apenas gostaria de ter a aparência dela. - Sei que sou linda, muito mais que você, mas andem! Andem! Não podemos nos atrasar! - eu e minha mãe rimos de sua empolgação

– Prim, Katniss, conselho para as duas... - nossa mãe, que dava a indicar que era a rainha, com seu vestido bege rodado, mas nada exagerado, com algumas cordiais pulseiras e cordões brilhantes, e uma coroa dourada no topo de sua cabeça. Seus olhos azuis eram como os de Prim, mas um pouco foscos pela idade e pressão com um cargo tão alto, estavam bem marcados por uma sombra suave azul e marrom. - Uma rainha nunca está atrasada. Os outros que estão sempre muito adiantados. - troquei um olhar travesso com a minha irmã caçula, e sorrimos.

– Olha! Ta aí! - Prim disse colocando as mãos na cintura - Finalmente uma frase que defina essa menina aqui! - apontou para mim - Ela sempre chega tarde, agora com uma frase dessas... - revirou os olhos - Vamos embora, rápido, rapidinho, pois a tia Anna garantiu que teria chocolateeee! - e no instante seguinte, meu pai entrou no quarto, depois de dar três batidas, e os olhos da minha mãe ficaram como os de Prim em um instante. Que loucura, mano.

– O rei da Alemanha acaba de chegar, moças. - ele disse, entrelaçando seu braço ao da minha mãe, que sorriu - Aniversariante, esta é a hora que você dá o ar da graça. - eu suspiraria SE estivesse respirando adequadamente, mas como não estava, tendo meus pulmões comprimidos dentro daquele vestido, revirei os olhos e sai de meu quarto, com Prim entrelaçada ao meu braço

– Acha que o papai vai anunciar que A Seleção vai acontecer? - ela perguntou baixo. Apenas nós e nossos criados sabiam

– Ele quer que em três semanas as fichas estejam chegando, então... Provavelmente sim, e ainda hoje. Em qual outro momento ele teria tanta atenção do povo? - ela assentiu, séria. - O que foi?

– Eu gostaria de ter a minha Seleção. - olhou para mim - Está certa de que pode encontrar o amor de sua vida? - aquela me pergunta me atingiu de jeito

– Nossos pais encontraram, não foi? - assentiu, suspirando apaixonada, e mais uma vez a invejei. Miserável, ela não pode usar espartilho por ser muito nova. - Eu quero me casar, Primcesa. - ela sorriu - Acredito no amor cegamente, e não acho que exista algo impossível, exceto morrer e ressuscitar. Apenas uma pessoa fez isso, e foi Jesus, a tipo... Milhares de anos atrás. - não debochei, nem fiz piada, porém nós duas sorrimos - Eu acho que posso encontrar sim uma pessoa que eu ame, e que me ame de volta, mas preciso estar atenta. Apenas isso. As melhores coisas sempre vem disfarçadas de piores, não é mesmo?

– Com certeza. - colocou o rosto em meu braço, e andamos uma apoiada na outra - Se sobrar um bonitinho, deixa pra mim? - comecei a rir - Sério! E um bem educado! Quero um cara alto, mas se for baixinho serve também. Tanto faz, mas tem que ser bonito, educado. Nada arrogante. Sempre temos algo a aprender, mas as pessoas arrogantes não compreendem isso, infelizmente. Não existe sábios, muito menos inteligentes, acho que exista pessoas que são mais dedicadas do que outras. Devemos saber que não sabemos, e tudo é aprendizado. - sorri

– Mas eu te acho inteligente. Explique isso.

– Talvez eu seja uma exceção. - disse fingindo superioridade, arrumando o vestido, já arrumado - Eu sou demais.

– Talvez você seja. Talvez não. - parei de caminhar, soltando meu braço do dela, e arqueei uma sobrancelha - Quem me garante? Quem me responderá? - deu de ombros, e disse sem se preocupar muito

– Saímos em busca de um "grande talvez", todos nós. - aproximou-se de mim, e arrumou a gola de meu vestido amarelo com dourado, até meus pés, e depois endireitou minha tiara - O meu Grande Talvez é descobrir sobre a função de cada um nessa vida, e descobri a sua, antes de todos.

– E qual é meu Grande Talvez, Prim-Sã? - ela riu, passando gentilmente o polegar por debaixo dos meus lábios, não deixando que o batom vermelho fuja, e preencha apenas minha boca.

– Seu Grande Talvez consiste em fazer essa vida melhorar. Seu Grande Talvez está em tentar fazer algo extraordinário. Seu Grande Talvez é um Pequeno Provável, que pode aumentar, basta decidir não seguir seu coração, e sim a razão. Pensar com a cabeça dói mais no momento, mas...por qual razão estamos aqui? A melhor parte da dor sempre é o alívio, e é por isso que deve pensar com a mente, e não com seu coração. - beijou minha testa - Essa é a minha "deixa". Boa Seleção, e que a sorte esteja sempre ao seu favor. - piscou para mim e apressou seu passo até Filipe, quem anunciava a chegada da Família Real a qualquer lugar.

– De Panem, vossa alteza, Princesa Primrose Everdeen Snow. - uma chuva de aplausos se seguiu, e ela sorriu feliz por isso, descendo calmamente, logo pegando na mão de nossa governanta, da qual temos como uma segunda mãe, a Dama Effie.

– Sua vez, baby. - meu pai disse, abraçado a minha mãe, mas os dois precisaram se separar um pouco para serem anunciados e começarem a cumprimentar as pessoas. Sei que eles não gostam disso, mas o fazem pelo bem-estar do povo, e mesmo com tantas discórdias entre nós três, os admiro muito por isso. Eles realmente se importam mais com os outros do que com eles mesmos.

Muitas vezes tenho meus momentos "quero ser invisível", mas uma coisa é fato: eu fui honrada. Posso fazer muito pelos outros, posso ajudar um número extremamente alto, e mesmo que não seja fácil e eu tenha que abdicar de minha vida, pensar em pessoas dormindo sem fome, sem medo, sem se preocuparem com dores ou o dinheiro no final do mês é maior que qualquer outro pensamento meu. Eu tive a chance de poder fazer algo extraordinário, que é ajudar meu país, e não terei isso novamente. Quantas pessoas gostariam de estar em meu lugar? Preciso fazer valer a pena.

Pensei no que minha mãe disse minutos atrás, e o que Prim me disse, assim como o que meu pai me disse ontem.

Não faço isso por mim, e sim pelos outros. Com isso, sorri, sincera, e me anunciaram.

– De Panem, vossa alteza, futura Majestade, Princesa Katniss Everdeen. - ele sorriu gentilmente, pegando minha mão, coberta por uma luva branca, e as pessoas pararam suas atividades para me olharem, aplaudindo-me.

...

– Minhas sinceras congratulações, Alteza. - meu pai disse todo polido, me fazendo rir - Concede-me essa dança? - sorri, entrando na brincadeira, fazendo uma pequena reverência

– Seria uma honra, vossa Majestade. - ele sorriu, e vi minha mãe emocionada, enquanto caminhávamos como rei e princesa para os outros, mas aquela seria uma dança pai e filha.

A música era calma, tal como nossos passos, deslizando sobre o chão polido e lustrado com mui competência, nos dando a sensação de caminharmos nas nuvens - Se eu escorregar, prometa me segura. - ele sussurrou e eu ri, recebendo um olhar meigo de Prim, que me indicou que estava fazendo a coisa certa

– Pensei que seria eu a escorregar. - falei rindo - Não sou eu que estou usando salto alto? Um 12, diga-se passagem.

– Você tem a delicadeza de sua mãe, assim como Prim. Sua mãe está usando um salto 15, e usou quando nos casamos, tirou de letra, sem escorregar, e eu sei que você é tão boa quanto. - mesmo com esses centímetros todos, meu pai era mais alto que nós duas

– Obrigada. - confessei baixo - Amei saber que posso andar como ela anda. - ele riu, balançando a cabeça - Sério! Outro dia eu a vi de salto alto andando na grama!

– Ela é incrível sim. - afirmou, suspirando apaixonado - Não sei porque discutem tanto. - eu senti um frio na espinha, e algumas partes de meu corpo arderam, mesmo que estejam um tempo sem contato com algo que machuca

– Vai ver que somos muitos diferentes, Papa. - ele sorriu

– Ela ficou muito animada quando contei que aceitou A Seleção. - assenti

– Prim também. Ela pediu para eu deixar um garoto bonito para ela. - ele riu alto, jogando a cabeça para trás, o que me fez rir, e nós dois nos perdemos nos passos - Ai que droga. Estão nos fuzilando com os olhos, pai.

– Ignore-os. É inveja, e não repreensão. A maioria dos filhos dos reis que estão aqui não querem nada disso, odeiam o próprio povo, e já se perderam. Seja para as drogas, bebidas, prostituição...o mundo anda carente de bons exemplos. - beijou minha testa, e eu fechei os olhos, absorvendo aquele carinho - O mundo do qual vivemos, anda invertendo valores, o errado têm-se como certo, certo como errado, e acham isso normal. Anormal para eles é a filha rir junto ao pai, e sentem inveja por saber que é assim que deve ser. Ao invés de tentarem fazer algo para melhorar, continuam a mesma coisa.

– Pare, papa. É muita coisa para eu guardar na cabeça e passar para meus filhos ou Prim. - ele sorriu - Vai me ajudar com isso, não vai?

– Você vai se tocar um dia... - os acordes da orquestra era impecável. Todos sabiam que eu amo o violão, o som, como as notas se completam, mas que infelizmente eu não tenho destreza para tocar um, e por isso faço questão de sempre escutar quando tem algo assim no palácio.

O violão está em perfeita sintonia com o piano, o violino, sem voz alguma, apenas as notas dos instrumentos. Tem vezes que precisamos sentir apenas as notas dos instrumentos, sem palavras, e permitir que as vibrações nos transformem. - Que não precisa de mais ninguém para voar.

– O que? - perguntei confusa - Suas metáforas me confundem, papa.

– Todas elas farão sentido um dia, Baby. Você é livre, só precisa de um empurrão para se ligar que sabe voar, e sozinha. - olhou-me com gentileza - Agora deve dançar com sua mãe.

– Não quero. - eu disse fechando a cara e ele riu

– Nem sempre devemos fazer o que queremos, e sim o que precisamos. - piscou, e minha mãe apareceu

– Eu não vou te machucar, Katniss. - ela disse baixo, e nos movíamos com leveza, mas passos diferentes dos de meu pai e eu, como nos fora ensinado. - Não se fizer por onde. - sua voz era fria, sem compaixão, diferente de hoje mais cedo

– Sempre me diz a mesma coisa. - eu disse baixo, com ironia e sarcasmo - E eu pensei que estivesse mudando ao ouvir seu tom de mãe preocupada mais cedo. - ela enfiou as unhas na minha mão, e eu abaixei a cabeça, sabendo que ninguém notaria as marcas que com certeza ficariam - Mãe...está doendo. - avisei sem arriscar olhar para ela - Mãe.

– Cala a boca. - apertou mais, e eu olhei para Prim, que não entendeu a razão de meus olhos estarem cheios d'água, porque ela foi planejada, eu não. Nasci em uma época difícil, onde Panem estava criando laços com a Espanha ainda, e ficou por um fio pelo meu nascimento. Meu pai largou tudo para estar presente, e para piorar, eu nasci no segundo dia, depois da minha mãe sentir as piores dores que pode existir, sem poder se submeter a uma cesariana, pois precisava voltar a auxiliar meu pai, então era preciso se recuperar bem rápido.

Nasci como toda criança, chorando, e comecei a crescer, óbvio, mas algo aconteceu.

Quando eu tinha seis anos, tinha acabado de dizer "eu te amo, papa", para meu pai, ele sorriu, e quando eu pisquei, um ódio, um sentimento ruim, tomou posse de mim, e eu joguei tudo o que estava na mesa dele no chão, gritando, chorando. Não me lembro de nada, foram relatos. E houveram muitos outros a partir daí, então, aos sete anos, o diagnóstico: bipolaridade.

– Você não pode deixar que te vejam sentir dor, tristeza. Não pode deixar que percebam que você se fere. - olhou em meus olhos, intensamente, e eu senti minha coluna gelar por completo, arrepiando-me da ponta dos pés ao último fio de cabelo, por causa de seus olhos azuis como a neve, congelantes a ponto de pegarem fogo quando toca nossa pele. - Dance com Prim agora, e mais tarde conversaremos. - ela foi natural, entregando minha mão para minha irmã, bons centímetros mais baixa do que eu, mas não importa.

– O que aconteceu? - perguntou sorridente, e me lembrei de sorrir

– Nada, meu doce. - a abracei, como se pudesse perdê-la - Nada... - e nos movemos mais rápida e animadamente pelo salão.

– Feliz aniversário, Kat. - ela disse em meu ouvido, enquanto nos aplaudiam, ou melhor, me aplaudiam, por estar na hora do parabéns, mas sem nenhum coro. As pessoas só aplaudem depois de uma dança, pelo menos na nobreza, e os convidados se sentam, para ser distribuída a comida.

##

– Katniss, o que é isso? - Madge perguntou depois que eu subi, antes de terminar a festa, sendo dispensada por meus pais, que conversariam sobre negócios. Prim passou mal, e me deu mais um motivo para ajudar a fazê-la dormir, então, finalmente fiquei livre do espartilho e da pressão de ser perfeita.

Como o vestido é grande, pesado, então preciso de ajuda, e ela é a mais suave de todas as três. Amo todas, mas a mais próxima para isso é a Madge.

Seus cabelos loiros bem lisos estava presos em um coque alto e desfeito pela hora, passando da meia-noite, e em volta dos olhos azuis escuros como o céu, com algumas olheiras azuladas, mas que desapareceriam magicamente quando ela dormisse por algumas horas, e a pele branca estava um pouco pálida - Você comeu hoje? - perguntei preocupada - Alguma de vocês ao menos descansou? - olhei para as três, todas minhas criadas desde que eu tinha 10 anos, e elas 12. Effie as ensinou desde que nasceram para justamente me servirem, mas são mais do que criadas. São minhas amigas. Meu pai é o meu melhor amigo, mas logo em seguida tem elas, das quais conto sobre os meninos que acho bonitos, que eu pegaria, que elas pegariam, e gargalhamos de coisas estúpidas, como quando depois de uma tempestade que me fez questionar a firmeza desse castelo, um brilhante arco-íris surgiu bem perto de nós. Prim vive entre nós, com Rue, e mais algumas criadas em nossa faixa etária. Eu sou uma pessoa bem simpática, e que ama pessoas, mas infelizmente não tenho muitas pessoas com quem conversar. As pessoas daqui são legais, mas muito interesseiras. Através de mim, almejam cargos importantes, e com isso, confio em muito poucos, e menos ainda chamo por amigos.

– Não desvia o assunto, garota. - Annie disse revirando os olhos verdes. Ela é um pouco estressada, normal. Sabemos quando ela está de TPM pela leveza de suas atividades. - Por que isso? Você não se machuca sozinha, Rose que é desastrada. - Todos amam Prim, mas ninguém pode negar que ela é um pouco...desastrada. Ela aparece com hematomas, e não faz ideia de onde os consegue. Outro dia, ela inventou de escorregar no corrimão do castelo, e ficou com várias partes roxas no corpo, rindo por causa delas. Essa menina minha irmã não faz sentido...

– Nada... - eu disse dando de ombros, cansada - Não sei aonde me machuquei. - as unhas de minha mãe deixaram marcas fundas em minha mão, a porto de ficarem roxas - Eu estava preocupada demais com meus presentes.

– Você não me enganaaaa... - Cantarolou Johanna, a mais tímida de todas, assim como recatada - O que houve? - olhou-me no fundo dos olhos, como se pudesse desvendar apenas ao me olhar, com aqueles olhos castanhos escuros grandes sem necessidade de maquiagem, que combinavam muito bem com seu rosto oval e pardo. - Katniss... - cruzou os braços na frente do corpo, segurando meu vestido imenso que ela mesma costurou com Madge e Annie, e não me importava se elas me viam com roupas curtíssimas, pois às vezes, elas quem me dão banho, da mesma forma que já as vi com poucas roupas. Apenas dei de ombros, vestido o pijama que eu havia ganhado de presente, vindo da China. Puro cetim, pelo brilho eu podia notar, mas acho o moletom e calças jeans muito mais confortáveis.

– Foi a rainha. - eu disse suspirando - Não falem nada sobre isso com ninguém! - fiquei com medo do que poderia acontecer com todas nós se essa informação vazasse - Ouvirão?! - ergui a voz, mostrando que não era piada ou razão para riso, muito menos cochichos.

– Sim. - disseram juntas, assustadas, sem saber quando foi a última vez que agi assim. - O que houve, Katniss? Outra vez você estava san...

– Johanna, eu estou bem. - falei levantando as mãos - Não quero me lembrar dessa "outra vez", não quero ouvir falar. Ninguém pode saber, e vocês viram por acaso. - fechei os olhos, cerrando os punhos com força - Podem ir dormir, por favor. - abri os olhos, sentindo-os dilatados - Não quero ser rude com vocês.

– Katniss... - Madge disse - Tomou o seu remédio hoje? O Lítio?

– Madge, shhhh... - Johanna sussurrou - Shhhh.... - tocou o ombro da amiga e caminhou até mim, com calma - Nós não dormimos durante três dias por causa da rainha, ela pediu para deixarmos tudo perfeito, mas não precisa arrumar briga. É nosso trabalho, e obrigada por nos dispensar.

– Nós estaremos dormindo agora mesmo, e estamos muito contentes pela A Seleção. - Madge segurou minhas mãos, e sorriu gentilmente

– Mas pedimos para deixar uns três boy aí pra nós, ok? - Annie disse piscando, e eu ri, alegre.

– Claro, podem ficar a vontade para selecionar um para vocês! - abracei as três, animada - Será que eles vão ficar sem camisa por aí? - olhei para elas de forma maliciosa

– Como os guardas? - Madge debateu, gargalhando. Os guardas correm pelo jardim sem camisa, para estarem sempre em forma, e 90% deles são uma coisa maravilhosa, seja o corpo ou rosto.

– Se não ficarem, eu, futura rainha de Panem... - sentei-me como uma lady, mas de forma exagerada e desnecessária, claro - Ordeno que eles fiquem por aí desfilando de topless. - elas riram, assentindo, mas então me curvei, ficando mais à vontade - Sério, meninas. Vão lá, descansem, e só me acordem 09 horas!

– A rainha pediu para acordá-la antes do almoço, então, 11 horas nós viremos te derrubar, ok? - Annie disse, tirando os últimos grampos de meu cabelo

– Ok, mas, por favor. Vão descansar, ok? - assentiram

– Antes de irmos... - Madge pegou uma caixa que estava escondida - Esse é o nosso presente de aniversário. - peguei a caixa, me animando. Dificilmente me dão presentes.

Um caderno. - Todos os criados assinaram? - perguntei encantada, passando os dedos lentamente para a página, absorvendo todo aquele carinho, os textos escritos com cautela, e diversas fotos minhas com algumas pessoas do palácio

– Os que realmente gostam de você, os quem sabem quem você é. - Johanna disse - Quase todos eles. - sorri - Gostou?

– Não poderiam me dar algo mais lindo! - falei emocionada - Obrigada, meninas!

– E tem mais uma coisa. - Annie disse baixo, pegando uma coisa no cesto de roupas sujas - Esse colar, Carmem quem fez, mas todos que assinaram no livro contribuíram para pagar as despesas e o ouro branco. Sabemos que é seu animal favorito, então... Para dar sorte. - e me estendeu uma corrente nobre, delicada, mas resistente, com um tordo pendurado, detalhado com alguns diamantes pequenos

– Isso deve ter custado uma fortuna, gente. Sei o quanto muitos de vocês precisam de cada centavo! Lhes devolverei em dobro. Realmente, eu não posso aceitar.

– Se você não aceitar, a gente te mata! - Annie disse ficando vermelha - Sabe quanto tempo levamos para falar com todos que assinaram isso e ajudaram a pagar o colar?! Katniss! É um presente! Te demos porque te consideramos! Você sempre presenteia a todos, todos mesmo!

– Sue é grata até o dia de hoje, por ter dado aquele dinheiro no aniversário da neta doente. Sabemos que Belli não é muito boa das ideias, e o dinheiro foi essencial para que ela não morresse. - lembrou-me Madge

– Hm... Agradeça a todos. - olhei para as três - E me lembrem de dar o dobro a cada um que ajudou a pagar esse colar, ok? Sem mais.

– Você e essa sua bondade infinita... - Annie disse bufando e revirando os olhos - Ok. Vou avisar ao pessoal, mas não a lembraremos de devolver o dinheiro, está bem?

– Eu vou me lembrar. - afirmei - Agora, chô, chô, chô! - as despachei em meio aos risos, depois que notei que teríamos papo para a noite toda - Boa noite, garotas.

– Boa noite, alteza. - disseram polidas, cheias de falsidade e ironia, me fazendo revirar os olhos. Essa coisa de amizade...

Voltei para minha cama, e sorri ao ver os diversos presentes no canto do quarto, mas que só abriria pela manhã, com Prim, as criadas delas e as minhas. - OOOOOOEEEEE! - falando em Prim...

– Onde estão seus bons modos, Rose? - meu pai corrigiu, entrando logo atrás dela

– Oh, desculpa. - reconheceu minha irmã, colocando uma mão na testa - Olá, minha mais velha irmã, futura rainha de Panem. - e fez uma reverência irônica, gerando uma alta gargalhada minha e de meu pai - Nós queremos te desejar um feliz aniversário quase atrasado e entregar nosso presente. - ela veio animada até mim, sentando-se ao meu lado, e nosso pai se sentou do meu lado esquerdo, me deixando no meio

– Querida, 18 anos não é apenas um número. - ele começou, e o ouvi atentamente - Significa que nem eu nem sua mãe respondemos pelos seus atos, e sim você, e nessa idade, mesmo que continue morando conosco, fazendo o que nós mandamos, as consequências são apenas sentidas por você caso faça algo, e A Seleção será essa prova. - segurou minhas mãos - O meu presente e de Prim é simples, mas sincero. Enquanto os garotos estiverem aqui, seremos seus olhos e ouvidos, está bem? A escolha será sua, não podemos intervir, mas saiba que as pessoas serão mais falsas do que nunca, e não sabem a diferença entre a mulher ou a coroa, muitos deles. Mas há alguns, que nem se limitam a essas duas coisas, eles acrescentam o coração. Busque mais que aparências ou conhecimentos. Busque alguém que esteja lutando por isso. - colocou uma mão minha em meu coração - Me desculpe se é muito simples, mas nem eu ou sua irmã pudemos pensar em algo mais útil.

– Papà, não precisa se preocupar. Eu não preciso de mais nada, apenas da certeza de que há pessoas que se importam. - o colar, as assinaturas e esse presente do meu pai e de Prim... O que mais é importante? Nada.

– É apenas isso o que queríamos te dizer. complimenti. - Prim beijou minha bochecha, e me desejou parabéns em Italiano, língua que eu, ela e meu pai gostamos muito.

– Complimenti, baby. - meu pai bagunçou meus cabelos, me fazendo rir - Boa noite, querida.

– Boa noite, doce de leite. - Prim disse e eu sorri

– Boa noite, ama. - os chamei de amores - Obrigada mesmo pelo presente.

Os abracei bem forte, sentindo seus perfumes diferentes, mas igualmente reconfortantes - Amo vocês dois. - não citei minha mãe, e nem fiz tanta questão. Ela é minha mãe, gosto dela, mas não sei se é amor. Essa é uma coisa da qual conquistamos, e não impomos. Ela impõe, e faz coisas das quais não me deixam dormir, às vezes. Sei que levaria um tiro por ela, se fosse necessário, mas... Não a amo. Um dia, quem sabe?

– Nós também te amamos. - disseram juntos, então saíram do quarto, me deixando definitivamente só, mas eu não me incomodei por isso. Depois de um dia exaustivo, rodeada por pessoas que eu não gosto muito, outrora pelas pessoas mais significativas para mim em toda a face da Terra e do que sobrou após três guerras mundiais geradas por puro egoísmo,

Coloquei minhas meias coloridas, prendi meu cabelo em uma trança lateral... E me joguei de costas na cama. Dormiria se não me lembrasse de me tomar meus antidepressivos, e outros remédios para controlar minha bipolaridade.

Olhei ao lado da cama o que deveria fazer, se precisava tomar mais alguma coisa, mas como não tinha, tentei dormir, mas nem extremamente cansada consegui, caminhei, então, até a sacada do meu quarto que tinha vista privilegiada para o jardim. Inspirei o aroma natural das flores, meu predileto, e toquei meu cordão recém-ganhado de pessoas que eu tenho como se fossem da minha família.

Fiquei de bruços, com meus olhos fechados, respirando sem pressa alguma, apenas permitindo o vento beijar meu rosto com gentileza... Hora de entrar.

Voltei a me deitar na cama, e dessa vez, meus olhos já foram fechando, e nem medi esforços para que fizessem ao contrário, entregando-me ao sono, mas antes, pensei em apenas uma coisa:

Que A Seleção não apenas acalme o povo, e sim me faça encontrar alguém que me entenda totalmente, e eu não sinta vergonha de nada. Será uma boa experiência, com certeza, mas que eu tenha sabedoria para diferenciar aqueles que querem a coroa ou o meu coração, e saber ter paciência, esperar provas. O que é bom, dificilmente é visto por nossos olhos, mas às vezes, somos totalmente cegos para a maldade, exclusivamente aquela está por trás de um sorriso, abraço e palavras reconfortantes.


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Notas finais do capítulo

E aí, gente? O que acharam? :)
Ficou longo, eu sei, peço desculpas por isso, mas o outro, POV Peeta, será mais curto, com um poema de abertura, e um trecho do capítulo, como o prometido, mesmo que eu já tenha colocado no anterior. A Lê está betando ele já, e talvez amanhã eu poste, não sei. Reta final na escola não é fácil, não é fácil *cara suando e desesperada*
"E lá estava minha foto! Eu, com o cabelo atrapalhado, meus olhos brilhando, azuis como o mar, as bochechas coradas pelo sol, minhas covinhas que dificilmente aparecem, algumas sardas no nariz, e um sorriso de dar inveja no sol, de tão radiante, puro e sincero. Qualquer um que visse essa foto, dada as atuais circunstâncias, juraria que eu estava apaixonado pela princesa."

O poema que vai abrir>>>
"Porque se olhares em mim verás...
Não sou tão má quanto pensas;
apenas não sou tão corajosa como imaginas...
Pareço forte, mas no fundo sou fraca
Fera, porém sou bela
As vezes chata, mas no meu íntimo há sentimentos diversos
Pareço metida, porém se olhares em meu semblante com seu coração verás apenas humildade
Calma, sempre...
Posso até parecer solitária ...
é que realmente tenho poucos amigos...
a diferença é que os poucos que tenho
não valem metade de um seu...
Pense nisso
depois me julgue
Lembre-se que se me julga pela aparência...
sou apenas o reflexo de sua ignorância
Desconhecido"

O que acharam? O que acharam? :) vou amar conversar com vocês pelos comentários! :D

Aos leitores novos ~vou responder agora os comentários que ainda não respondi~

SEJAM

MUITO

BEM

VINDOS!

Hm, o que esperam para o próximo capítulo, onde dirão os nomes dos selecionados? *cara feliz*
Eu estou TÃO animada para os próximos capítulos, que vocês não fazem ideia! =D
Os comentários vem cativando cada vez maisney ❤️❤️❤️❤️
*Caraca, a Apple precisa urgenteme colocar quantas palavras eu já escrevi, porque só quando eu posto que vejo o tamanho! Meu Deus! Mais de seis mil palavras! Mil perdões, gente! Por favor! Mil perdões! ://*