A Seleção da Herdeira escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 2
Apresentações | A Seleção


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, devo ressaltar a nota que a Tine (beta) pediu para eu colocar aqui:
"Recadinho da Leeh para vocês: ponham a culpa em mim. Eu sou um monstro. Perdão."
Bem, mas não culpem só ela. Eu meio que precisei dar um atraso também, porque eu mandei o capítulo errado, o primeiro que eu escrevi, mas ela só está lendo agora, porque eu fico realmente MUITO sem graça de dizer uma notícia dessas ~desculpa, cara, de verdade~ Mas nada fugiu do que mandei, apenas acrescentei algumas coisas simples, da Delly e Peeta, assim como defini que o nome do irmão mais novo do Peeta é Ben.
Quero ressaltar uma frase, colocá-la em negrito, mas aqui não pode, então vai no jeito antigo msm:
OBRIGADA, GEEEEENNNNNNNTTEEE!
Eu recebi vários comentários lindos, e definitivamente foi o capítulo mais comentado que eu já postei aqui, e não sabem o quanto sou grata.
Jujuba, Glau, Lê, Nick, Jully, Paulinha, Lalá, Iene, Flávia, Mandy, Gabrielli, Pietra e Dany, valeu MESMO pelo comentário de cada um de vocês, meus amores, e me desculpem pelos textos dos quais se tornaram a minha resposta! É que eu realmente me importo com vocês, e puxo um assunto atrás do outro. Desculpem, sério. Serei mais breve dá próxima vez -ou melhor, tentarei, porque eu sou loucaneyyyy-
Acho que muitos estão com receio, se a fic é boa, ou dará certo, com uma mistura de JV e AS, e eu digo que também estou com receio disso, mas estou dando o meu melhor para misturar as duas. Tento fazer o Peeta parecer a America e a Katniss ao mesmo tempo, mas sem perder a masculinidade, e soar original, ao mesmo tempo, então peço a ajuda de vocês, e quero saber o que estão achando a respeito disso, pois também estou com medo de como essa história vai se desenrolar, mesmo com meu exemplar de AS do meu lado quando escrevo.
Infelizmente, não é nesse que vocês vão ter uma noção de quem é a Katniss, mas no segundo vocês estenderão melhor sobre o que o nosso Peeta acha dela, a aparência, e personalidade, hm... Também o que ele acha da família Real, e o que tem acontecido em Panem.
Well... Espero que gostem! De verdade! Esse foi o primeiro capítulo que escrevi dessa história, no meio da madrugada, depois de terminar de ler A Escolha e ficar sofrendo, ainda mais quando vi as fotos do Elenco de JV na Comic Con. Nossa... Sofri legal, chorei, solucei, e falei "vou juntar esses dois agora. Não dá. Preciso fazer isso".
A música do capítulo é When I Look At You, Miley Cyrus, se puderem ler ouvindo, acho que causa uma interatividade maior, mas se não puder, tudo bem, mas escute quando puder! É um amor essa música. -momento volta Hannah Montana-
Espero que gostem, gente! Beijos! E muito obrigada mesmo por lerem essa fic, espero não decepcionar. Obrigada mesmooooo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/647960/chapter/2

Todo mundo precisa de inspiração

Todo mundo precisa de uma canção

Uma bela melodia

Quando a noite é tão longa

Porque não há nenhuma garantia

Que essa vida é fácil

Sim, quando meu mundo está caindo aos pedaços

E não há luz para quebrar a escuridão

É quando eu, eu, eu olho para você

Quando as ondas estão inundando o litoral e eu

Não consigo encontrar o meu caminho de casa

É quando eu, eu, eu olho para você

– When I Look At You, Miley Cyrus

Peeta! — exclamou meu pai — Corre aqui, por favor! — larguei a pia na louça, e minha mãe não me repreendeu com o olhar dessa vez, na verdade, trocou um olhar malicioso comigo, do qual não entendi. Desde que recebemos a maldita carta, ela apenas troca olhares enfurecidos comigo.

— Sortudo... — murmurou Stacey, minha irmã caçula, e eu sorri, sabendo que ela quem lavará os pratos sujos do jantar.

— Oi, pai. — disse entrando no pequeno quarto onde ele e mamãe dormiam com Ben, meu irmão de quatro anos, e ele aproveitava para fazer algumas de suas pinturas, que, infelizmente, nunca serão expostas por sermos sete. Distrito sete. Meu pai é jardineiro em algumas grandes casas nos distritos dois e três, minha mãe era uma seis, trabalhava como cozinheira em um conhecido restaurante no distrito quatro, mas por ser tão boa, a mantiveram no cargo. Eu trabalho com meu pai, mas mesmo dessa forma, muitas vezes não se tem o que comer, principalmente quando se tem mais cinco irmãos para cuidar.

— Eu preciso que vá até a casa dos Newsome, por favor, e leve Stuart com você. —inspirou cansado — É preciso que ele comece a trabalhar já.

— Ele só tem 14 anos, pai. — puxei ar profundamente — Eu trabalharei mais, se for necessário, mas deixe-o estudar. Delly não cobra absolutamente nada, e é uma professora incrível, mesmo com apenas 17 anos. — agora, ele quem puxou ar com força, cobrindo o rosto com as mãos

— Seu irmão precisa de sapatos, as meninas, de roupas e você precisa parar um pouco. Tem 18 anos, mas mais responsabilidade do que eu, e trabalha muito mais do que todos juntos nessa casa. Não pode ficar doente. – virou-se para mim, com os olhos azuis intensos, como os meus, dos quais sinto muito orgulho por serem iguais aos dele. Seus cabelos são castanhos escuros, aonde, lentamente, alguns brancos vão ocupando espaço, mas isso não o deixa feio, e sim com uma aparência madura, sábia, o que ele é. Com exceção de mim, Stacy e Stuart, meus outros irmãos possuem cabelos castanhos escuros. Tenho meu pai como meu exemplo, e não sou tão próximo da minha mãe, não como minhas irmãs, mas fico muito feliz de ter herdado seus fios loiros. — Você não dorme há três dias. — é eu estava cansado, mas não poderia dormir com a barriga dos meus irmãos roncando e meu pai cada dia mais desgastado, assim como minha mãe — E não quer nem ao menos tentar participar da Seleção. – queria berrar com ele, pela milésima vez, mas não o fiz. Contive minha língua. Como sempre.

Mentira.

Meia verdade...

Eu guardo tudo, mas quando estou cheio, desconto na primeira pessoa que vejo ou fala comigo.

— Mas estou bem, estou saudável, e com energia! E não vou preencher aquele formulário idiota de jeito nenhum! — deu um suspiro bem cansado, mas pôs-se de pé, indo até uma tela em branco, e começou a passar o amarelo por ela.

— O inverno está chegando, você sabia? — claro que eu sabia. E era nessa época da qual mais sentíamos a desigualdade assolar nossas portas. Um beliscão na base de minha coluna veio, ao pensar nos rostos dos meus irmãos, os olhos suplicantes e cheios d’água por não comerem o que querem, ou pior, não terem nada para comer. Fazemos todos os cortes possíveis, mas é quase inevitável que alguém fique sem comer, e esse alguém sempre sou eu e Amélia, os irmãos mais velhos, que não podem, de maneira alguma,deixar faltar para os mais novos. Ela quer trabalhar, mas não acho certo. Ela é bonita demais para ir até o distrito quatro acompanhada de nossa mãe. São duas horas para ir, e mais duas para voltar. Os índices de desaparecimento cresce com o passar dos anos, e ouvi dizer que as meninas são levadas para o distrito oito, onde são forçadas a trabalharem como prostitutas. Andamos sempre a pé, por não termos condições para pagar um transporte público, exceto se for extremamente necessário. — Por que não tenta ao menos? Não custa nada você preencher aquele formulário. É um sorteio. Temos mais homens do que mulheres em todo o país entre 16 e 24 anos, P. — passou a tinta azul sobre a amarela – Quais são as probabilidades de te escolherem?

— Pai... por favor... — eu disse em súplica —Não me force a fazer algo que não quero... nem gosto da Katniss!

Princesa Katniss. Ela será nossa futura governante, faça chuva ou sol, você se inscreva ou não. Ela é uma jovem incrível, e muito talentosa. Tenha um pingo de respeito. — bati o pé, irritado — Estamos sobrecarregados nos últimos anos, sabe disso, não sabe? — puxei ar com força, como se fosse parar de pensar, desta forma

— Sim, senhor... — infelizmente, não tinha como contestar. Ele adquiriu alguns sérios problemas de coluna, Ben nasceu, e o que o governo fez? Absolutamente nada. Só aumentei minhas horas de trabalho, largando meus poucos estudos, e tomei o cargo dele, embora não tenha morrido ou esteja incapacitado de trabalhar, graças a Deus por isso.

— Stacy é mais velha, mas não posso deixar ela ir com você. — concordei — Leve Stuart, depois conversa com Delly, e a agradeça. Ele irá com você e eu para o trabalho de agora em diante. Já conversei a respeito com sua mãe, e ela concordou, e levará Amélia consigo para o restaurante. Sabe que Alicia não está bem, não sabe? Esses dias ela me perguntou como se acende o fogão, Peeta. — realmente, minha mãe estava péssima, na verdade. Vem se esquecendo constantemente de tudo, e isso não é nem um pouco normal para uma mulher de 45 anos. A dor estampada em seus olhos era gritante, e desesperadora.

— Não há mais nada que eu possa fazer? Algum trabalho para conseguir? Tenho os domingos sem fazer absolutamente nada. — inspirei cansado, fechando os olhos, e sentindo o peso da semana totalmente atarefada, até o final do ano — E como o inverno está se aproximando, não fará sentido limpar a piscina dos Jackson’s. Poderia ajudar o Sr. Travis na obra da escola no distrito três. Na verdade, é isso o que eu vou fazer, mas deixe Stuart em paz, em casa, sossegado e estudando. Ele será mais bem pago se souber escrever.

— E do que vai adiantar, hein? — voltou-se para mim – Do que vai adiantar ele segurar e saber como se usa um lápis se vai precisar segurar uma pá?! — ele elevou a voz, e eu tive que segurar as minhas lágrimas para não dar uma de fraco. Não sou forte apenas para Amélia, Stacy, Amanda, Stuart e Ben. Sou forte para meus pais também.

— De nada, pai... — baixei a cabeça, encarando a realidade — Mas eu posso assumir o trabalho dele, pelo menos até chegar a maioridade!

— Sabe que não poderá fazer isso para sempre, não sabe? — seu tom era suave, como sempre, e ao mesmo tempo que demonstrava orgulho, demonstrava decepção, por eu não acatar suas ordens.

— Enquanto o para sempre não chega, eu trabalho, mas não nenhum dos meus irmãos, e isso inclui Amélia também. – Sai do quarto sem ser dispensado.

...

— Não vai ao menos tentar, P? — Amanda perguntou segurando uma de minhas mãos, e olhando-me com preocupação, com seus olhos assustadoramente iguais aos de nossa mãe, castanhos escuros, mas seus cabelos são como os de nosso pai, com alguns cachos definidos incríveis. Dessa forma, ela parecia ter a minha idade ou mais, tamanha dedicação e preocupação que tinha em tudo o que fazia, mas tem apenas 15. Tenho muito orgulho dela, porém desejo que tivéssemos nascido em um distrito superior para permitir que tivesse uma adolescência digna, livre de preocupações. Mas nascemos como sete. Suspirei mais uma vez por não poder mudar as coisas.

— Eu já disse que não, Mandy. – assentiu.

— Ouvi dizer que não é por sorteio que a Seleção é feita. Você é lindo, Peeta. Duvido que a princesa não se sinta atraída por esses seus olhos azuis ai, fora o fato de que é inteligente pra caramba! – sacudiu-me e eu ri, fechando os olhos, aproveitando aquele momento de descontração, embora seja algo muito sério. Ela riu junto comigo, e me soltou, para poder arrumar seus óculos no rosto. — Se a seleção fosse para meninas, eu entraria. — lançou os cabelos para trás, como uma verdadeira diva, o que ela é. — Sou linda e muito inteligente, e sei que meus irmãos possuem a mesma capacidade que eu. — esbocei um sorriso sincero, sabendo que ela não levaria a vida de sete por muito tempo. Seu sorriso, o de Amélia ou Stacy pode fazer qualquer garoto beijar o chão do qual elas pisam. Realmente tenho certeza de que alguém do distrito quatro, três ou dois pediria a mão delas... mas eu reprovaria todos que tivesse uma mísera briguinha na escola. Nenhuma delas casa sem meu consentimento. Meu pai se deixa levar por palavras, e minha mãe por aparência. Eu apenas por atitudes. E histórico longe de confusão.

— Sim, você entraria, meu bem. — dei um beijo no topo de sua cabeça.

Não quero ser da realeza. Não quero ser Um. Não quero nem tentar.

— Você também, Pãozinho. Não vai perder a mão se preencher o formulário. E... — me olhou com carinho – Se achar que vai, eu mesma preencho! – levantou as mãos, como se voluntariasse.

— Amélia já preencheu minha ficha para guarda, Pudimzinho.

— Preenchi mesmo! – tomamos um susto com a presença da minha irmã gêmea, quinze minutos mais velha que eu no parto normal, já que nossa mãe sofreu algumas complicações — E preencherei a sua para A Seleção se me permitir.

— Imagina que maneiro, Empadão! — Stuart pulou em minha cama — Você usando coroa ao lado da gata da princesa Everdeen!

— STUART! — Stacy o censurou, e ele deu de ombros — Peeta, nós continuaremos te amando da mesma forma. Com coroa ou sem. Pelo menos tenta, cara. — Stacy é a cópia perfeita de nossa mãe, loira e com olhos castanhos escuros, sentou-se em sua cama, que dividia com Amanda — Não custa nada.

— É! Tenti pur eu! — Ben disse batendo as mãozinhas, sorrindo com os dentes todos separados, e nós caímos na risada. O coloquei em meu colo, fazendo-o sorrir mais ainda, e me abraçar de lado — Pur favoooorrrrr... — fez um biquinho irresistível e fofo, com a cabeça em meu peito, olhando-me com seus olhos azuis como os meus, cheios de expectativa, e eu cogitei a ideia. Mãe, você está envolvida nisso. Não negue. Chantagem emocional... vou jogar isso na sua cara quando me forçar a fazer mais alguma coisa. Absolutamente.

— Eu preciso pensar, está bem? — os olhos deles ficaram esperançosos, e eu me senti culpado por dar tais esperanças.

— Promete que vai pensar? — perguntou Amélia, olhando-me nos olhos, e eu sabia que não podia fugir. Ela sabe a minha resposta antes mesmo de eu pensar em responder.

— Sim, eu prometo. — com aquelas minhas três palavras, ela deu um sorriso encantador, fazendo seus olhos azuis, como os meus, brilharem.

Os olhos de todos os meus irmãos brilhavam com a minha resposta, e seus olhos pareciam diamantes lapidados, dos quais nenhuma coroa poderia ter, e dinheiro nenhum poderia comprar, assim como o caráter maravilhoso de todos eles.

...

A noite estava fria em Summer, como todas elas – oposto do nome do qual lhe fora designado – e meus jeans não tinham mais a mesma utilidade do que dois meses atrás, por ser a única calça que tenho, somada a uma outra que uso para ficar em casa, mas não me importo.

Continuei caminhando, olhando para os lados, andando pelas sombras, evitando que alguém me veja depois do toque de recolher nas ruas, porém era inevitável não sorrir ao imaginar seu sorriso ou seus lábios macios e com gosto de morango.

Dei uma última olhada, e atravessei a rua, correndo, e subi por uma escada improvisada na lateral de uma casa, e escalei até o sótão, onde eu sabia que não haveria ninguém. Apenas ela. — Olha quem chegou... — observei Delly se levantar, sorrindo para mim, e eu sorri para ela, já dentro do cômodo, e não pensei duas vezes antes de abrir meus braços para recebê-la.

— O amor de sua vida? — perguntei com um sorriso torto, e ela riu, assentindo, e sem pensar duas vezes ao pular em meus braços

— Estava sentindo sua falta. — sussurrou, e eu a apertei mais contra mim.

— Não mais do que eu, Dells. — pude sentir seu sorriso, e aquilo me fez sorrir mais ainda — É horrível ver você lá em casa, três vezes por semana, e não poder fazer isso.

— Mas ver você já é o suficiente, mesmo que não poder te tocar seja uma tortura. — pegou minha mão, e nos sentamos, com minha cabeça sobre a sua, e a dela em meu ombro, com nossas mãos entrelaçadas — Minha mãe fez torta de morango, e fiz questão para separar para você. — me ofereceu um prato com alumínio, e eu guardei para mim o gemido só de imaginar o sabor. A última vez que comi torta, eu tinha quatro anos, e apenas Amélia como irmã, pois somos gêmeos, e foi no Natal. Depois daquele, nunca mais tivemos a oportunidade de repetir nosso prato de comida, pois começamos a ter mais irmãos.

— Muito obrigado, Dells. — deu de ombros.

— Se me agradecer mais uma vez, eu nunca mais vou ver você, Pepe. — revirei os olhos.

— Mas eu te verei, ou se esqueceu que é professora dos meus irmãos? Ver você, apenas ver, para mim é uma grande dádiva. — corou, com um sorriso tímido diante minhas palavras, e acabei com a distância entre nós, segurando seu rosto com uma mão, enquanto com a outra colocava, delicadamente, seus cabelos loiros ondulados para trás de seus ombros, para não nos incomodar enquanto nos beijávamos.

Como sempre, ela quem escolhera dar o próximo passo, tocando minhas mãos, e se sentando em meu colo, empurrando-me para trás, e senti minhas costas no tapete macio. Minha boca saiu de cima da sua, para beijar seu pescoço lentamente, tocando em sua cintura, trazendo-a para mais próxima de mim, e ela suspirou baixinho em meu ouvido, levando-me a insanidade, trocando nossas posições, comigo entre suas pernas, e uma ao redor do meu corpo.

Minha mão sempre fica boba nessas horas, e agora não podia ser uma exceção. Foi parar em sua coxa, subindo e descendo, apertando-a de leve, mas o suficiente para fazer nossos corpos se aquecerem de puro prazer. — Delly... — escapou da minha boca, em gemido, com meus olhos fechados, enquanto ela subia e descia, chocando diversas vezes nossas intimidades, e eu já imaginava nós sem aqueles panos todos, mas a lei não permite. Não somos os mais certos – a prova consiste em estarmos depois da hora nos beijando no sótão de sua casa, o que viola duas leis, e por eu ser sete e ela três. Distritos tão inferiores não podem se relacionar com tão elevados, apenas em algumas exceções, e pode crer que não era o nosso caso – mas também não éramos os mais errados. Eu roubava. Inúmeras vezes em situações desesperadoras para eu e Amélia nos alimentarmos, já que não deixamos faltar para nossos irmãos e pais, mas era apenas isso. Ter relações antes do casamento é a violação de princípios para ambos.

— Peeta... — disse no mesmo tom, roçando nossas intimidades, e eu me afastei, puxando ar com força. — Eu não vejo a hora de nos casarmos. — me beijou, e eu sorri em meio ao beijo, feliz em imaginar aquele dia, que com certeza seria o mais feliz da minha vida. Não é assustador que pessoas se casem tão novas. Esperar é um sofrimento, mas com certeza, no final, vale a pena.

Sentou-se ao meu lado, e começamos a comer.

— Como foi seu dia? — perguntou delicadamente, deixando-me comer bem mais do que ela. Delly nunca passou fome, e tem apenas dois irmãos de seis anos, dos quais também não passam ou passarão por necessidade. Os pais dela tem contato com a Nova Ásia, e ambos são médicos, por pertencerem ao distrito três, e as carreiras disponíveis para eles é como educadores, filósofos, inventores, médicos, etc. Gente menos importantes para a sociedade de maneira geral apenas depois do Distrito Um, a realeza e clero. O distrito dois é para todas as celebridades, atletas, modelos, políticos, policiais, bombeiros, etc. São importantes mais para distração do que verdadeiro auxílio para a sociedade.

Contei-lhe tudo. Ela é a pessoa mais confiável para mim, depois de meu pai. Contei sobre ele querer mandar Stuart para o trabalho, assim como Amélia, e eu disse que não.

— Posso garantir sozinho que não vá faltar nada para eles. — ela me ouviu atentamente, sem suspirar, revirar os olhos, ou me acusar — Mas não vou participar da seleção. Nem tentar.

— Mas e para você, meu bem? — perguntou tocando meu braço, alisando-o — E o que vai faltar para você? — os olhos cor de mel dela me olhavam com pura admiração e preocupação.

— Isso não importa. Eles não podem passar necessidade.

— Nem você. — ela disse — Eles precisam de suporte, sei muitíssimo bem disso. Conheço-os desde menina, porém, como vai ajudá-los se estiver doente? Ou pior. Morto. — pude senti-la oscilar, apenas com esse pensamento.

— Mas é temporário! — arrumei minha postura, segurando suas mãos macias e brancas por natureza — Não farei isso para sempre, e eu estou bem! Só por quatro anos, Dells, então poderemos nos casar. — suspirou, abaixando a cabeça.

— Você não sabe o quanto eu te amo, Peeta. — ergueu a cabeça novamente — E por te amar tanto, devo te dizer a verdade. Você continuará trabalhando pesado, e todos sabemos disso.

— Porém, não na intensidade da qual trabalho agora. — garanti, fazendo carinho em sua bochecha corada, mas não tinha absoluta certeza de minhas palavras — Amélia trabalhará em breve, sei disso, e dessa forma poderei tirar um trabalho das costas.

— Mas os remédios de Alzaimer para sua mãe continuarão chegando todo mês, e já não poderá deixar ela trabalhar. Ela sofre de um caso extremamente raro, pois é nessa idade, e requer ainda mais atenção. — as palavras foram rápidas, mas entraram lentamente em mim, cortando boa parte de minhas esperanças — Eu sinto muito, Pepe. — senti as lágrimas chegarem aos meus olhos, e antes mesmo que caíssem, ela segurou meu rosto — Olha pra mim. Olha nos meus olhos. — ergui os olhos —Você me ama?

— Que raios de pergunta é essa?! — elevei a voz, tirando suas mãos do meu rosto — Óbvio que eu te amo! — os olhos dela estavam marejados, e eu nem havia notado, o que é extremamente novo. Eu sempre noto ela antes de tudo.

— Então você vai provar esse seu amor, preenchendo o formulário da seleção. A maior prova de amor que faço por você, é aceitando me casar com você, cair tanto popularmente falando, abandonando tudo por você... — olhou diretamente em meus olhos — Eu estou sendo muito sincera, Mellark. Eu te amo com a minha vida, e esse amor ultrapassa qualquer forma de palavras, mas você precisa provar mais. Precisa colocar esse orgulho de lado e... — fechou os olhos, puxando ar com força — Isso me machuca, mas preciso que apenas se inscreva. Não ficarei mal com você se não for selecionado, porém, não quero que jogue isso na minha cara ou de nossos filhos quando formos mais velhos. Quero que tente. — lágrimas caíram dos meus olhos, e abaixei a cabeça. Eu amo Delly, e sei que ela me ama. Qual outra garota aceitaria deixar o conforto de sua casa, assim como um futuro promissor para se casar com um jardineiro? Ou qualquer outro emprego braçal por aí? Nenhuma. — Você vai tentar, Peeta? Não por mim, não por sua família... e sim apenas como uma forma de poder fazer algo por si mesmo. Por favor. Prometa-me isso. — ergui os olhos para ela, que tinha lágrimas escorrendo por seu rosto também.

— Sim, Delly. — afirmei, 100% certo de minhas palavras — Eu tentarei, mas é porque eu amo você e meus irmãos. Nunca fui com a cara da princesa. — sorriu triste, e selamos aquelas promessas com um beijo, que se acabou rápido demais.

— Agora você precisa ir, meu bem. — inspirei infeliz, assim como ela.

— É, eu preciso. — a abracei bem forte, sentindo seu perfume de frutas, misturando-se ao meu natural de jardim.

— Eu amo seu cheiro. — sussurrou, bem abraçada a mim — Eu amo tudo em você.

Eu amo você. — respondi de olhos fechados, com o rosto em seu pescoço, onde depositei um beijo ali — Depois de amanhã, mesmo estarei levando a carta com Amélia, para provar que pelo menos tentei.

— Esse é o meu noivo, e futuro marido. — olhou em meus olhos, depois de ajeitar minha blusa, e passar a mão por meus cabelos, na intenção de me deixar mais apresentável, como se hoje fosse o dia de mandar as cartas para o palácio — Até, senhor Mellark. – Sorri.

— Até, futura Senhora Mellark. — agora, ela quem sorriu de volta, dando-me um rápido beijo nos lábios, então desci as escadas, sumindo na noite de volta para casa, silenciosamente, assim como quando vim, e ninguém notou minha presença.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu estou de volta nessa coisa da fic's, aí pensei que a forma de eu terminar os capítulos pode ser diferente, não? Que tal um trecho do próximo? :)

— Próximo! – uma voz gritou, e era minha vez.
Desprendi-me delicadamente das minhas irmãs, e minha mãe me entregou a ficha, que entreguei com empolgação. Todos meus irmãos, até Ben, que estava no colo de Amanda, riu, me mandando um beijo, e eu sorri ainda mais. Todos dos quais eu me importo e amo de verdade, sorriram – Vou tirar quatro fotos suas, e a melhor será colocada na sua ficha, está bem? – disse uma moça baixinha, com um sorriso sedutor para mim, fazendo-me rir, notando que ela se inclinou discretamente para frente, dando-me visão de sua lingerie vermelha. Não me importo com a lingerie de nenhuma garota, se não for Delly.
Fingi que não vi, sentando-me em um banco confortável, e passei as mãos no cabelo, bagunçando-os ainda mais, soando o menos arrumado possível, embora eu estivesse com minha melhor blusa polo e calça jeans. Ela suspirou alto – Quando estiver pronto. – alertou e eu assenti
— Pode tirar agora. – e ela tirou a minha foto, comigo em meu melhor e mais radiante sorriso. Duvido que algum cara estava mais radiante do que eu naquele momento em todo o país.

A música do próximo é "Take Me To Church", Hozier. O que acharam do capítulo? O que esperam do próximo? Vai ter um momento mais.. íntimo, entre o Peeta e Delly, conhecerão mais sobre PANEM, e... hm... não sei se posso dizer mais. Onde eu posso melhorar, fazer com que aproveitem mais a leitura? Está bom assim? Sobre a personalidade dos personagens, tem mais no próximo também, ok? É que eu não queria sobrecarregar muito esse, então dividi, acham que foi uma má escolha? Espero que tenham gostado, e o capítulo 2 já está com a Leeh! Beijos, gente! Obrigada pelo carinho! :D