Transmutado escrita por Rebeca McLean


Capítulo 2
Erros Não Serão Permitidos


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas! O segundo capítulo veio, e estou feliz que não atrasei a postagem dele. Obrigada pelos comentários, acompanhamentos e favoritos :3 Espero que continuem gostando da história. Aliás, capítulo postado sem banner porque fiquei ansiosa e postei antes da minha amiga terminar a montagem xD Assim que ele ficar pronto eu venho aqui e edito.
Boa leitura! (leiam as notas finais)



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CAPÍTULO 2

Alec passou por vários corredores até chegar na saída onde o avião particular deveria estar. Daquele lugar ele conseguia fitar o céu límpido, coisa que não ocorria muito. A poluição gerada ao longo do tempo dificultava a ampla visão do céu, principalmente á noite onde quase nenhuma estrela podia ser avistada.

Ele sentiu a respiração pesar. Não gostava de quando as coisas pareciam perfeitas demais, era um sinal de perigo iminente. Sempre desconfie quando tudo está bom demais para ser verdade, assim pensava. Aprendeu desde cedo que confiar no que apenas é visto com os olhos é um erro. Você deve precipitar para o lado positivo e para o negativo. Nada de se enrolar em ilusões e pensamentos toscos dizendo a si mesmo que nada ruim iria acontecer. Alec sabia ser realista, e fazia isso na maioria das vezes.

— Pronto para a viajem, Sr. Drexler? — ouviu a voz do piloto.

Eles estavam em frente da porta lateral da aviação – pois também havia a traseira. Alec posicionou a bolsa com o pacote ao seu lado e assentiu para o piloto.

— Só precisamos esperar a agente de segurança que virá, e então depois podemos partir — esclareceu ele. O piloto arqueou uma das sobrancelhas e assistiu seu chefe entrar na aeronave.

Depois de escolher um lugar e deixar a encomenda guardada, se dirigiu a uma das poltronas. Ali havia quase de tudo, bebidas, conforto e todo o tipo de aparelhos eletrônicos possíveis. Logo á frente podia-se enxergar a entrada para a cabine onde se pilotava o avião. Endireitou-se no assento quando viu Iz entrando, e logo atrás dela o piloto e outro homem, possivelmente seu copiloto.

— Sou Stive William, o piloto que irá leva-los — apertou a mão de Iz.

Ele era alto, porém não muito musculoso cabelos morenos até os ombros e um perfil calmo. Seu companheiro possuía uma leve barba e era bem mais baixo que ele.

— Fui formado até a sétima graduação de instrutor e meu copiloto já está na quarta graduação.

Iz assentiu com a cabeça retirando sua mão do cumprimento e se sentando ao lado de Alec. Ela meneou a cabeça e achou que tivesse se preocupado á toa quanto á segurança do pacote, afinal Alec poderia ser mais responsável do que pensava.

Automaticamente os pilotos foram para a cabine, e Alec olhou de rabo de olho para a agente. Ela mordeu os lábios e se inclinou para frente com uma expressão pensativa. Mesmo depois do avião decolar ele observou que Iz ainda pensava arduamente em alguma coisa.

Ele limpou a garganta e disse.

— Algo de errado, Iz?

— Você vai ter que confiar em mim — colocou sua mão em cima do braço de Alec — Não faça barulho, eu te darei um sinal quando puder.

Ele franziu o cenho e estranhou o que ouviu. Sinal? Confiar nela? Do que aquela louca estava falando?

— Calma, aonde vai?

— Só fica quieto aqui. — ordenou virando as costas.

— Mas o que está acontecendo? — indagou fazendo-a parar de andar e se virar para ele.

— Escuta — disse entredentes com vontade de socá-lo — Temos dois intrusos que provavelmente querem nos matar aqui dentro, agora fica quieto e confie em mim.

Alec se calou. Sentiu os músculos tencionarem e sua cabeça latejar. Ele não tinha notado nada de anormal. Assassinos dentro do avião?

Iz chegou na porta da cabine de comando e limpou a garganta para que percebessem sua presença.

— Licença, desculpe atrapalhar, mas intrusos não são permitidos á bordo. — deu um sorriso quase inocente antes de desferir um golpe no piloto e uma cotovelada no copiloto. No segundo seguinte esticou seus dedos e apertou um botão do painel. Iz já estava sendo arremessada no chão pelo piloto quando uma voz eletrônica preencheu o local.

— Piloto automático ativado.

Ela usou os pés para empurrá-lo para longe, ouvindo o baque dele contra a parede e se pondo de pé com facilidade. O copiloto com o nariz sangrando se levantou da cadeira, mas a agente foi mais rápida e chutou seu abdômen vendo o homem perder o ar. Sentiu um empurrão no ombro e uma pressão no pescoço causada pelas mãos do suposto piloto. Antes que ela pudesse se soltar recebeu um soco do outro homem que ainda parecia recuperar o ar perdido, e de um segundo para o outro Iz ficou irritada com aquilo.

Segurando com força no braço que ele usava para apertá-la, ela jogou o piloto por cima do segundo, que fora surpreendido com o corpo caindo junto dele. Com a queda a quina da cadeira usada para pilotar acertou a cabeça de um deles, o fazendo desmaiar. Iz não perdeu tempo e prendeu suas pernas entorno do pescoço do que ainda estava consciente, as apertando cada vez mais. As mãos do piloto batiam contra o chão e forçavam movimentos tentando puxar algum ar, porém já estava imobilizado. Iz finalmente deu o golpe final inclinando as costas, dando pressão e tirando qualquer espaço por onde o oxigênio poderia passar.

Ao se levantar, chama Alec e começa a pilotar o avião o tirando modo automático. O rapaz que já estava apreensivo aparece na porta, e logo se assusta ao ver os dois homens nocauteados no chão. Levou as mãos à cabeça, bagunçando os fios loiros e suspirando logo em seguida. O fato de não ter sangue espalhado pelo local ajudava Alec a manter o foco e não passar mal. Mas tentou não pensar nisso e se sentou na cadeira do copiloto, fixando o olhar nas nuvens que passavam pelo vidro. Adquiriu um olhar curioso e um turbilhão de pensamentos corriam por sua cabeça.

— Como isso foi possível? Como você adivinhou?

A mente dele já estava fervendo de tantas perguntas, se Iz não soubesse lutar tão bem os dois com certeza já estariam mortos. Mas ele não entendia o porquê daquilo tudo, afinal qual o motivo da infiltração?

— Começou com a identificação deles, não existe ninguém na Cyborg com o nome de Stive William. A segunda pista foi quando o idiota mencionou já estar na sétima graduação e ainda assim ter vindo com um copiloto. Desde a quinta graduação uma pessoa só já é habilitada a pilotar aeronaves sozinhas. Não é necessário um copiloto.

— Sim, é verdade... — disse para si mesmo. — Mas como soube que não há ninguém com esse nome que trabalha nessa empresa? Por acaso carrega algum computador escondido?

— Eu sou propriedade das empresas Cyborg. — viu seus lábios formarem uma linha reta — Estou no projeto de transmutação a algum tempo e uma das habilidades conquistadas com isso é uma memória acima das capacidades humanas. Marquei o rosto de todos na empresa por segurança do Sr. Drexler.

— Eu não sabia que esse projeto já tinha conseguido resultados satisfatórios, e muito menos que um dos Transformados trabalhava para a empresa! — Alec se sentiu um pouco ofendido, seu pai o escondia algumas coisas, o que o fazia pensar se era mesmo possuinte de sua confiança. O projeto mencionado por Iz é a grande obra-prima de Dooman. Resumidamente um tratamento muito experimental foi criado para que humanos pudessem adquirir habilidades específicas através de mudanças físicas. Isto é, transformar o próprio corpo em uma máquina viva.

— Nunca soube de nenhum Transformado trabalhando porque na verdade eu sou a única que realmente trabalha. Meus níveis de avanço no tratamento já alcançaram os 60%.

Era um pouco assustador para Alec pensar em uma mulher tão bonita como Iz aceitar modificar seu corpo para o bem do trabalho. Óbvio que ele não sabia seus motivos, mas não podia evitar de julgá-la por essa escolha. A metamorfose não ocorria somente no corpo, mas modificava toda a personalidade do indivíduo, o deixando sem humanidade. Como ela suporta isso?, pensou. Naquele momento uma compaixão nasceu em seu peito, e sua empatia por ela aumentou.

— Afinal, parece que ter um código de barras estampado na pele serviu de alguma coisa. — ela tirou os olhos da direção por alguns segundos e olhou para Alec. O mesmo retribuiu seu olhar, procurando em seu corpo o código de barras pelo qual ela tinha dito.

— Está no meu braço direito. — estendeu seu braço para que ele pudesse ver. Bem ali, por baixo da manga da blusa estava visível o código. Alec se aproximou e tocou o local, lendo os números ali contidos. Porém eram todos zeros, somente o último era diferente, o número um. Como se ela fosse o primeiro produto fabricado pela empresa.

— Sabem quem mandou essas pessoas atrás de nós? — mudou de assunto.

Iz carregava uma leve suspeita, mas não tinha provas e nem certeza de nada. Também arquitetava teorias em sua própria cabeça enquanto pilotava o avião, mas nada parecia se encaixar perfeitamente.

— Infelizmente não. — respondeu coma voz baixa.

Alec torceu a boca, descontente com os imprevistos indesejáveis. Suspirou e abaixou a cabeça, aproveitando o breve silêncio entre os dois. Segundos se passaram antes do loiro retrucar o que sua parceira havia dito.

— Algo me diz que não vamos demorar para descobrir — levantou seu olhar para ela e deu um sorriso de lado. Estar naquela específica situação junto de Iz lhe dava uma diferente sensação de invencibilidade. Estranhou ao sentir seu coração se aquecer quando vira o traço curvado de um sorriso nos lábios dela, mas não reclamou, e muito menos mandou esse sentimento embora.

Depois de cinco horas de voo o destino se aproximava. A Milano parecia mais grosseira e forte do que as instalações da Cyborg, se espalhando por toda a montanha em que fora construída. Nenhuma casa se via por perto, a área urbana havia ficado para trás. O prédio era extremamente largo e parecia conter pelo menos oito andares.

Ele não era pintado de nenhuma cor, o que dava a sensação de que rochas cobriam as imensas paredes. Olhar para todo o prédio de uma vez era um pouco assustador, pois a noite escura dava um clima diferente ao local parecendo um lugar perigoso.

Olhando para o lado Iz pôde notar sentinelas armados e todos usavam um óculos preto mesmo que o sol já tivesse se escondido. Isso a fez pensar que talvez os óculos não servissem para amenizar a luz do sol, mas sim para que pudessem enxergar na noite.

— Acho que já podemos avisar a eles para abrirem a área de pouso. - Alec disse chegando mais perto do vidro, querendo identificar algum lugar para pousarem. Sua visão foi ofuscada por um dos holofotes que dançavam pelo céu, e ele recuou se sentando novamente na cadeira.

— Certo — ela concordou mandando um sinal para a torre.

Iz pousou no lugar indicado sem maiores problemas, porém tanto ela quanto Alec estavam um pouco apreensivos. Do lado de fora puderam avistar um carro branco se aproximando, e de dentro dele dois homens saíram.

Alec vestiu seu terno preto e olhou para Iz que assentiu. Ela desligou a aeronave e abriu a porta lateral. Agora tudo o que separava eles do sucesso da missão era a plataforma que os levaria até o solo. Iz tomou posse do pacote, o segurando firmemente. Alec iria descer primeiro quando a mão da agente em seu ombro o fez parar.

— Daqui em diante qualquer erro será irremediável. - avisou retirando sua mão do ombro dele.

Alec então adicionou um olhar sério e entrou na plataforma, pensando nas palavras de Iz enquanto fitava os homens que os esperavam lá em baixo. Decidiu acatar o conselho que Iz lhe dera, pois em volta dos dois homens outros três apareceram, e esses não estavam engravatados, mas sim armados.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha ficado á altura da expectativa de todos. Uma pergunta: gostariam que eu sugerisse musicas para ouvirem enquanto leem? Se quiserem, começo a sugerir logo no próximo capítulo, que já está sendo escrito ;)
Beijos, e vejo vocês nos reviews :3



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