Oh, Calamity! escrita por Leh Linhares


Capítulo 8
Capítulo Sete


Notas iniciais do capítulo

Mais um para fazer a alegria de vocês
Espero que gostem



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Pov. Clarke Griffin

Ainda é difícil para eu acreditar em tudo isso. Bellamy está casado com Raven e de alguma maneira isso me atinge muito mais do que eu gostaria. Conhecer essa mulher que vem o fazendo feliz, que curou a ferida que eu mesma criei, torna toda essa experiência mais real.

Passo a maior parte do dia em busca do Bellamy, quero pedir desculpas por tudo o que disse ontem e pela minha invasão de privacidade, mas nunca consigo encontrá-lo ou trocar com ele mais do que duas palavras. O moreno não me responde, por mais que eu tente, sou ignorada por completo. Mais de duas vezes me aproximo e ele, rebelde, simplesmente se afasta.

Seu silêncio, por incrível que pareça me machuca mais que suas palavras cortantes do dia anterior. Ouvir a voz dele é o mínimo que preciso para seguir em frente. Tê-lo me odiando é doloroso demais.

Brava, interrompo uma discussão calorosa dele com um dos seus soldados:

— Precisamos conversar. – o soldado se afasta e Bellamy ameaça segui-lo, mas eu seguro seu braço.

— Já conversamos o suficiente ontem...

— Eu vim pedir desculpas.

— Você pode dá-las e eu posso escolher se as aceito ou não.

— Bellamy, por favor… Eu cometi erros, fui embora quando deveria ter ficado por você, eu não entendia, só entendi muita coisa agora. Fui sim egoísta e te peço perdão por isso. Não deveria ter entrado na sua casa sem bater ou dito todas aquelas coisas pra você ontem. Entendo sua raiva e não estou pedindo que concorde com tudo o que eu fiz e vou fazer, só peço que aceite, que me trate como antes. Sinto sua falta, Bellamy… – mantenho meus olhos no dele e a única coisa que desejo é que essa distância termine.

— Não posso te tratar como antes. Nem sei quem eu era naquela época, Clarke.

— Posso te ajudar a lembrar, se quiser. – é puro instinto, mas dou um passo na sua direção. O moreno faz o mesmo e não diz mais nada, estamos próximos demais. Nossos corpos roçam um no outro, e a maneira que me sinto é inexplicável. Sei que não devemos que não podemos que nosso tempo já passou, porém é inevitável. Minha mão encosta no seu rosto, e a dele no meu. Não nos mexemos, minha respiração se torna ofegante e a dele também. Basta um passo para nos beijamos e eu faço, mesmo sabendo que vou me arrepender disso, não é justo com Raven.

Pela segunda vez desde minha volta me sinto em casa, nos braços de Bellamy. Nosso beijo é suave, sem pressa, uma maravilha que eu sei que não mereço.

— Bellamy, eu… – escuto e me viro, lá está Octavia. Nos encarando raivosa.

— O que pensam que estão fazendo? Qualquer um poderia ter entrado até mesmo Raven, vocês dois não tem o mínimo de respeito por ela? Depois de tudo que ela já passou Bellamy, você deveria ser o último homem da Terra a magoá-la…

— Não foi planejado… – responde o moreno sem jeito, estamos errados, não há discussão em relação a isso.

— Não foi planejado? Como o de ontem? Se não conseguem se controlar não deveria ficar próximos um do outro…

— Você não pode contar a Raven, Octavia. Ela não me perdoaria. – Blake quase chora ao pronunciar essa frase e eu percebo que ele a ama, ama a Raven, não sei se mais ou da mesma maneira que a mim, mas a ama e se importa o suficiente para não magoá-la dessa maneira. De uma maneira triste isso me orgulha, Bellamy é um homem honrado, apesar de tudo.

— O segredo de vocês está a salvo comigo. Só porque não quero magoar Raven. Mas essa merda que estava acontecendo aqui não pode se repetir.

— Não vai mais acontecer.

— Dessa vez espero que vocês dois consigam manter uma promessa. Raven não merece ficar no meio da bagunça de vocês… – Octavia está saindo, mas se vira.

— A propósito, vim chamá-lo para uma reunião do Conselho. Aparentemente pedida pela própria Clarke. – ela sai, restando nós dois mais uma vez.

— Desculpe por isso. Eu não deveria ter te beijado.

— E eu não deveria ter correspondido. Isso não é culpa sua, não só, ao menos. Podemos esquecer isso?

— Claro. – digo mesmo sem acreditar que possa. Preciso ir embora de Jaha, não sou forte o suficiente para assistir a felicidade do mais novo casal.

A reunião do Conselho começa meia hora depois e me surpreendo de ver que Raven e Lincoln fazem parte dele. Todos estão acomodados em cadeiras de madeira, menos eu, não faço parte do Conselho, não há um lugar pra mim ali.

— Podemos saber, por que uma reunião de urgência foi convocada? – pergunta Kane.

— Acredito que apenas Clarke possa nos dar uma resposta. – diz Raven com um pouco de irritação. Se ela souber do mais novo acontecimento vai querer me matar, manter segredo sobre aquilo é, sem dúvida, essencial para o cumprimento da minha missão.

— Vim como uma porta-voz de uma mensagem da Nação do Gelo.

— Por que não estou surpresa de você ter outro motivo além de saudades para voltar? – minha mãe diz amargurada, o que me machuca, já esperava isso de qualquer um, menos dela.

— A Nação de Gelo precisa da ajuda dos Sky. E nós também precisamos da ajuda deles.

— Diga o que precisa e veja se algum deles concorda Clarke. Não somos loucos – diz Bellamy com um tom de voz que desconheço. Desprezo, talvez?

— Lexa, os Grounders, quero dizer, vêm atacando diversas vilas, matando inocentes e roubando seus mantimentos. Os Grounders temem pelo próximo inverno e temos tentado pará-los por meses, mas não somos fortes sozinhos. Precisamos de ajuda, além do fato que se estivermos certos, Jaha será atacada logo.

— Temos um acordo de mais de três anos com Lexa. Por que ela nos atacaria? – fala Bellamy.

— Você acha que ela realmente se importa com acordos? Se as previsões deles estiverem certas, enfrentaremos o pior inverno de todos e a única coisa que importa para Lexa é salvar seu próprio povo da hipotermia e fome que esses tempos usualmente trazem. Ela não vai lutar para salvá-los, vai traí-los assim como fez em Mount Weather.

— Por que a Nação do Gelo não faria isso? – questiona Raven.

— Posso garantir que vocês podem confiar neles.

— E por que nos acreditaríamos em você? É uma deles. – quem diz isso é Bellamy e isso me magoa.

— Não sou uma deles.

— Por que tem o símbolo deles tatuado na sua nuca, então? – dessa vez o comentário é de Lincoln, o único ali familiar aos hábitos culturais da Nação do Gelo.

— Precisava que eles confiassem em mim e vocês precisam fazer o mesmo. Ou pode ser que não exista mais Jaha no futuro.

— Vivemos todos esses anos sem guerras. Violar o pacto gerará uma guerra, talvez seja exatamente isso que a sua Nação queira: que irritemos Lexa.

— Não estou mentindo…

— Talvez devêssemos acreditar nela. Se for verdade estamos correndo risco nesse exato momento. – diz Abby sem me olhar. Bellamy não é o único me odiando aparentemente.

— Não sei por que precisamos acreditar nas palavras dela. A Clarke que conhecemos morreu depois de Mount Wearther, essa garota é só uma cópia barata. Seu novo povo é a Nação do Gelo, ela faria tudo por eles, não por nós. Sou contra a ajudá-los. E nada vai me convencer do contrário. – Bellamy deixa sala pisando alto e eu preciso limpar discretamente as lágrimas que enchem meus olhos. Quando pararei de ser punida por ter fugido? Raven levanta e vai atrás dele.

Um silêncio se mantém na sala e aos poucos cada um dos membros do Conselho vai dando sua opinião.

— Afinal, o que precisa de nós?

— Das suas tropas e equipamentos.

— Não espera que entreguemos tudo assim tão rápido, né?

— Queremos treinar seu líder de guarda e em troca deixaremos uma das nossas tropas aqui para protegê-los de possíveis ataques.

— Pensei que o ataque fosse ser logo.

— Se estivermos certos o ataque deve ocorrer daqui há um mês. Conhecemos as táticas dos Grounders e queremos ensinar a vocês...

— Você fala como um deles. Se quiser que salvemos essas vilas inocentes, não seria melhor entrarmos na guerra de uma vez? – observa Kane.

— Uma parte minha talvez seja. Estamos conseguindo deter Lexa, mas não conseguiremos por muito mais tempo, porém o treinamento é essencial, não podemos levá-los para essa guerra despreparados, não vai levar mais de uma semana. Tempo o suficiente para voltar e preparar o resto do exército.

— Acredito que o Conselho precise de alguns dias para pensar em tudo o que nos disse. Mais alguma coisa para nos apresentar?

— Infelizmente, não.

— Até amanhã lhe daremos uma resposta.

Saio da sala, sem saber o que mais posso saber, a única forma de salvar Jaha é levando Bellamy até a Nação do Gelo, mas duvido que ele concorde depois de tudo que aconteceu. Só a ideia de ajudá-los já o enoja, imagina se mudar para o território deles…

Foi uma perda de tempo vir até aqui. Fui muita burra em acreditar que algum deles confiaria em mim depois de tudo.


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Notas finais do capítulo

Estou esperando por reviews!!
Não que eles sejam minha fonte de inspiração, mas são bons motivadores. E é triste quando você vê que 16 pessoas acompanham, mas só quatro ou cinco dão as caras... É simplesmente desanimador :(



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