Oh, Calamity! escrita por Leh Linhares


Capítulo 7
Capítulo Seis


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, gente! Espero que gostem
Desculpem não estar mais nomeando tem estado bem complicado pra mim escrever e ainda mais pensar no nome dos capítulos.



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Pov. Clarke Griffin

Não sei o que sentir, voltei pela Nação de Gelo como Bellamy disse, mas não só por isso. Todos esses anos eu senti falta deles, mas minha vergonha era grande mais para retornar. Não queria responder as perguntas que estavam sendo feitas agora. Não traí meu povo por outro, ou talvez tenha sido exatamente isso que eu fiz.

Descobri a Nação de Gelo em um acidente há dois anos e meio fui recebida como uma estranha, contudo aos poucos fui me sentindo em casa, me tornando próxima dos chefes de liderança. Ganhei essa maquiagem que todos falam seis meses depois quando provei ser de confiança e a mesma coisa às duas tatuagens que tenho agora no meu corpo: uma na costela e outra na nuca, que eu não sei como ninguém viu ainda. As duas são provas de confiança feitas no meu ritual de iniciação, me tornei um membro da Nação de Gelo como qualquer outro e talvez isso me faça uma traidora dos Sky, nunca pensei nisso através desse ângulo. Eu sempre acreditei que o melhor jeito de protegê-los era estando longe, contudo Bellamy, provavelmente, deve estar certo, fui covarde. Deveria ter enfrentado meus sentimentos. Não fugido como uma criança para uma terra distante.

Toco meus lábios gentilmente sem ainda entender bem o que fiz, porque o beijei, porque me deixei levar por Bellamy. Nunca tinha pensado dele desse modo, o moreno sempre foi um amigo, alguém a quem contar um segredo ou confiar à vida. Tive diversos amantes durante esses anos, nada sério, sempre me senti presa a algo que eu não entendia o que era. Agora talvez eu esteja, finalmente, entendendo, estar com o Bellamy foi o mais próximo de êxtase que sinto há anos, como se estivéssemos destinados a ficar juntos desde sempre. Sei que parece besteira, mas… Foi como se combinássemos.

Mas nossas palavras, por outro lado, pareciam destinadas a dois estranhos. Bellamy não entende a importância de que vim fazer ou é orgulhoso demais para confiar em mim depois de tudo. E, sinceramente, não o julgo, muito provavelmente faria o mesmo se estivesse no lugar dele…

A viagem foi longa e eu me entrego ao sono. Amanhã posso resolver todas essas questões.

— Boa noite, Clarke! – acordo com uma Octavia raivosa bem a minha frente.

— Boa noite, Octavia! Achei que você não estivesse em Jaha.

— Não estava, mas os boatos correm sabe…

— É bom te ver de novo.

— É uma pena que não possa dizer o mesmo.

— Mais uma pessoa que me odeia, não acho que eu seja a pessoa mais popular dos Sky… – digo tentando rir, mas não há nenhum tipo de brincadeira no rosto de Octavia, só uma raiva que eu não compreendo.

— Não vim aqui ter nenhuma espécie de diálogo. Só vim pedir que você tenha decência de afastar do meu irmão daqui em diante. Senão, eu vou ter que tomar atitudes.

— Isso é uma ameaça?

— Entenda como quiser.

— O que eu fiz pra você? Sei que brigamos antes de partir, mas não tem por que você me odiar tanto assim.
— Não tenho? Assisti meu irmão se destruir por três anos, se tornar o pior dos babacas que você pode imaginar, se tornar escravo da bebida, do trabalho e do sexo. Tudo por sua culpa, porque você foi embora. Ele precisava de você, Clarke. Vocês fizeram aquilo juntos e ele precisava passar por aquilo junto de alguém. E ele se preocupava todo dia,sabe? Fez que nossas armadilhas fossem desfeitas no primeiro mês, com medo de que você se acidentasse tentando retornar. Ele mandou equipes de busca, ele fez tudo que estava em suas mãos para te encontrar e depois de muito tempo de sofrimento, ele encontrou alguém que o renovou e que o fez voltar a ser quem ele era antes, nem eu consegui ficar aqui por ele. Era simplesmente horrível demais assisti-lo daquela maneira. O que importa é que nos últimos dois anos ele se renovou, foi feliz, graças a ela e você não pode estragar isso tão facilmente.

— Eu não sabia…

— Claro que não. Você não estava aqui. Agora se afaste antes que a sua presença estrague tudo de novo. Volte para sua Nova Nação, tenho certeza que será mais bem recebida que aqui.

— Não posso voltar, Octavia, mas não vou tentar nada. Eu não…

— Não diga que não sente o mesmo, porque seria a maior mentira que já contou. Eu estive aqui, Clarke, todo esse tempo, talvez entenda mais que vocês dois como tudo aconteceu, mas o tempo de vocês já passou…

— Como você sabe?

— Vocês dois sempre foram diferentes. Você nunca olhou para mim como olha para ele ou qualquer outra pessoa. É diferente, me lembra o jeito que me sinto com Lincoln.

— Me perdoe, ok? Não queria fazer o Bellamy sofrer, eu realmente achava que o melhor para todos era que eu ficasse longe, pelo jeito estava enganada, mas não posso ir embora, tenho razões para estar aqui. Só posso ir depois de resolvê-las, contudo prometo que não tentarei nada.

— Nada como o que aconteceu hoje?

— Como sabe? - Questiono sem entender. Como ela soube?

— Sabia exatamente onde Bellamy estaria depois de descobrir, só não achei que você fosse estar lá também.

— Se você viu tudo já sabe que Bellamy me odeia. Não tem com que se preocupar.

— Você é mais estúpida do que eu imaginava.

— Por quê?

— Não importa.

Octavia sai da tenda e eu permaneço imóvel por alguns segundos tentando descobrir o que fazer. Me odiei todos esses anos, mas agora depois de saber de tudo o que Bellamy passou, só consigo sentir ainda mais raiva. Por que não fiquei?

Nunca quis magoá-lo dessa maneira, não ele de todos. Em um instinto saio da minha Tenda correndo até a Cabana de Bellamy que é do outro lado do Acampamento. Preciso pedir desculpas, fazer com que ele me perdoe, me deixei levar pela raiva dele e falei coisas que não devia, mas talvez nem mil desculpas fossem suficientes para que ele me perdoasse.

Não bato, a porta está escancarada. Entro procurando por Bellamy desesperada …

O que vejo, com certeza, não é o que espero, Bellamy está sem camisa e em cima de uma Raven semi nua, eles se beijam talvez com a mesma volúpia que eu e Bellamy tivemos mais cedo, nenhum deles parece ter me visto e eu permaneço parada impressionada demais para dizer algo. A esposa dele não pode ser Raven. Ela não se casaria com ele…

Bellamy, no fim das contas, é mais um Don Juan traindo sua esposa com todas que pode. Raven é uma delas é claro, não esperava isso dela, não depois de tudo o que passamos com o Finn.

Sinto mais raiva do que posso controlar e fecho meus punhos com força. Não posso dizer nada, não tenho o direito.

— Clarke… – quem me vê é Raven, e Bellamy olha pra ela sem entender nada. Quando me vê se assusta.

— Você não deveria estar aqui.

— Eu vim pedir desculpas. Não imaginei que estaria interrompendo “algo”. – me retiro mais rápido que posso. Com um misto de sentimentos que me assombra raiva, inveja, quero ser Raven por, pelo menos, essa noite. Quero que Bellamy se entregue a mim e terminemos o que começamos hoje mais cedo. Talvez seja a coisa que mais quero agora.

Escuto passos mecânicos e não tão rápidos como os meus e sei que Raven está vindo na minha direção, diminuo minha velocidade propositalmente. Preciso me livrar dessa raiva o mais rápido possível e se Raven está disposta a brigar não sou eu que vou me indispor.

— Clarke…

— O que, Raven?

— Você não deveria ter visto aquilo, mas você também não deveria estar ali. – a morena não parece irritada, o que só me deixa mais nervosa.

— E você, Raven? O que estava fazendo na casa do Bellamy? Imagino que você saiba tanto quanto eu que ele é casado. Não venha me dizer onde eu não deveria estar quando nem você parece respeitar essas “regras”.

— Eu moro lá, Clarke. Há dois anos e sei que ele é casado, estava no seu casamento, bem a frente dele. E não estou burlando nenhuma regra até onde sei.

— Impossível. Aquela é a casa do Bellamy, ele é casado…

— Eu não disse que não é a casa dele, mas também é minha casa…

— Impossível. – respondo com ainda mais afirmação, não é provável que Bellamy tenha escolhido logo Raven para ser sua esposa. A morena tem Wick, ou tinha quando eu parti.

— Você namora o Wick.
— Namorava. Isso foi há anos. Não deu certo…

— Como?- Questiono ainda sem acreditar que seja verdade. Bellamy e Raven não faz sentido nenhum.

— Como terminamos?

— Como você e Bellamy... Não faz sentido.

— Tenho tentado entender isso até agora. Pode se dizer que foi destino.

— Você realmente se importa com ele. Me conte, quero entender. – Não era uma pergunta.

— Sabe, Clarke. Eu não gosto de julgar as pessoas, mas o que você fez foi simplesmente terrível. O destruiu, o despedaçou, sabe? Todos sofremos, mas ninguém como ele. Bel voltou a ser o cara de quando descemos: um babaca, até pior que antes ele estava sempre bêbado. Era triste vê-lo daquele jeito, e teve um momento que eu e Octavia pensamos que não tinha mais jeito e por uma coincidência eu e ele nos encontramos no dia da Libertação e simplesmente aconteceu.

— Um sentimento tão forte a ponto de se casarem? Me desculpe se eu não acredito…

— Quem é você para julgar nossos sentimentos? Você não esteve aqui não sabe como tudo aconteceu. Eu arrumei a sua bagunça, reconstruí um homem completamente quebrado, não somos os co-líderes como vocês eram, mas somos felizes e isso tem sido bastante. E preciso que você respeite isso. Nada mais de beijos no antigo lugar de despedida...

— Como você sabe?
— Bellamy me contou.

— Eu não sabia que ele era casado, posso te garantir. E, de qualquer maneira, você está certa eu não sou ninguém para julgar. Fui covarde fugindo e isso me custou Bellamy. Não vou atrapalhar seu casamento, não precisamos de mais um homem no nosso meio. – seu rosto parece ainda mais quebrado que antes, provavelmente por Finn. Não deveria ter dito isso.


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