A Incrível História do Garoto que Ofegava escrita por PepitaPocket


Capítulo 3
Dezessete Anos


Notas iniciais do capítulo

Ola sejam bem vindos.
Façam uma boa leitura.



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E num piscar de olhos o tempo passou.

Toda vez que se olhava no espelho Ukitake se deparava com um jovem alto, com os cabelos precocemente brancos, a pele excessivamente branca e os olhos castanhos agora cintilantes.

Desde que conhecera Shunsui ele nunca mais ficara sozinho. Nas vezes que ele ficara acamado Shunsui ficava ao seu lado, desenhando, lendo, jogando, fazendo caretas... Nas raras ocasiões em que eles saiam para passear se contentavam em tomar um lanche, enquanto Shunsui descaradamente espionava as calcinhas das garçonetes, ou então subiam em árvores e ali ficavam contemplando as nuvens esperando que a mãe dele desistisse de procurá-lo.

Shunsui nunca disse nada a respeito.

Mas, Ukitake também era seu refúgio da solidão.

Filho ilegítimo de um rico nobre com uma mulher horrível, que só se preocupava em usá-lo para tirar mais dinheiro e vantagens de seu pai.

Quando eles se conheceram anos atrás Shunsui, havia se embarrado num dia bem ruim e seu pai viria buscá-lo. A mulher ficou possessa quando o viu naquele estado.

Ela o teria colocado de castigo, mas Ukitake mentiu dizendo que a culpa foi dele que havia esbarrado em Shunsui, e o levado até sua casa para que ele trocasse de roupas.

Mas, eles não tinham achado uma roupa que servisse até aquele momento.

Eles então foram até o quarto de Ukitake que o ajuda a pular a janela. Enquanto a mãe de Juushirou engabela a mulher até que ela se dá por conta que havia sido enganada e vai embora amaldiçoando Ukitake.

— Uma mão lava a outra. - Ukitake achou que essas palavras encerrariam aquele inusitado encontro, mas ele se enganou já na manhã seguinte Shunsui voltou com uma pilha de jogos, depois de livros, revistas, mapas, e antes que Ukitake e sua família percebessem ele havia se mudado para a casa deles e ficado cada vez mais distante de sua mãe e o restante de sua própria família.

Até aquele dia.

#

— Um internato? - Juushirou indagou pensativo.

— Sim, uma febre matou meus três meio-irmãos e por causa disto meu pai quer me preparar para sucedê-lo. - Shunsui falou em um tom tranquilo, mas Ukitake sabia o quanto aquela coisa toda mexia com seus nervos.

— Oh, e quanto a você? - Ukitake fez a pergunta que nunca ninguém de sua família se preocupou em fazer.

— Eu quero que se f*** essa merda toda. Eu vou fugir! - Ukitake arregalou os olhos deixando transparecer através destes o quanto achava tudo aquilo uma péssima ideia.

— E não me olha deste jeito por que pretendo que você venha comigo. - Shunsui falara bebericando seu refresco.

Juushirou sobressaltara-se tanto que Shunsui achou que ele a qualquer momento bateria com a cabeça no teto.

Mas, no fim ele sorrira por que seu amigo reagira exatamente como ele imaginou que ele faria.

— Vamos lá meu amigo você precisa se divertir mais e dar tempo para que sua mãe se divirta. - Shunsui falara de um jeito malicioso enquanto envolvia os ombros de Ukitake que ainda parecia em choque com a ideia.

— Nani? - Juushirou indagava com a boca aberta sair de casa estava fora de cogitação. Sua casa foi sempre seu refúgio, e ainda tinha o dilema da doença. Às vezes, Juushirou achava que os problemas familiares de Kyoraku havia mexido com seu senso de realidade.

— Ah, vamos lá até quando você pretende ser um DT?

— Para isto eu não preciso sair em nenhuma jornada sem fundamento. - Juushirou defendeu-se com as bochechas vermelhas.

— Até pode ser verdade, mas prepara-se para no dia seguinte ser fisgado pela primeira caça-dotes que aparecer ou então uma menininha ingênua e sem sal qualquer.

— Vamos lá você não pode negar o que estou lhe oferecendo: um passaporte para a liberdade total.

— Eu acho que quem quer um passaporte desse tipo é você. Só que para fugir de suas responsabilidades. Ainda está me usando como desculpa para fazê-lo.

Shunsui levantara-se de supetão, mas as palavras de Ukitake não o abalaram.

— Não me entenda mal Juushirou. Não é que eu queira fugir de minhas responsabilidades. A verdade é que elas fazem parte da vida. Mas, se eu tenho que me tornar responsável que seja por algo que valha a pena.

Shunsui lhe dissera muitas coisas, mas poucas vezes suas palavras tiveram tanto impacto sobre si.

Mas, dessa vez isto deixara Ukitake triste. Par Kyoraku era fácil falar. Era jovem, saudável, tinha uma vida inteira.

— E eu jamais o usaria de forma leviana Juushirou! Se eu quero que venha comigo, é porque seu objetivo na vida não pode ser apenas sobreviver às crises de sua doença, e esperar que a próxima o acometa para começar tudo de novo. Não se engane você é forte, sobreviveste a mais coisas do que eu, isto serve para mostrar que não há como saber quem vivera mais tempo afinal. Você pode tanto quanto eu buscar uma vida plena com o menor número de arrependimentos possíveis, ou até mesmo o contrário, a escolha é sua.

Shunsui parara de falar já não havia mais fôlego em seus pulmões.

Ukitake continuava de cabeça baixa embora as palavras continuasse o impactando como estilhaços, ele naquele momento não tinha certeza se aquilo era bom.

Shunsui estudara mais um pouco seu semblante antes de caminhar até a porta, mas enquanto segurava a maçaneta ele dissera:

— Sinceramente existem inúmeras maneiras de um individuo morrer e ficar aqui seguindo as normas, é uma delas.

— Acho que podemos fazer bem melhor do que isto, mas é claro que enquanto tivermos tempos. E dezessete anos é a idade ideal. Eu vou fazer isto com ou sem você então te espero até o amanhecer.

Mais uma vez, Ukitake não tinha como saber, mas aquela fora a primeira e ultima vez que ele vira Shunsui determinar-se a fazer algo a um ponto que o contagiou a mudar de uma vez por todas o seu caminho, sem nem pensar nas consequências e está foi uma exceção que se seguiria repetindo, até que ele aprendesse que a vida poderia ser muito mais do que um sonho.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura e até a próxima.



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