Two Faces - Interativa escrita por Duquesa Americana


Capítulo 2
Barulhos estranhíssimos


Notas iniciais do capítulo

Houve uma pequena confusão de casas com algumas fichas e mais uma vez peço desculpas a quem teve que mudar a casa original do personagem. Espero realmente que o capítulo agrade e pretendo postar o próximo até quarta-feira (mas não tenho garantia).

Se puderem ou souberem de pessoas interessadas em mandar fichas secundárias para a Corvinal e para a Lufa-lufa, eu agradeceria muito pois preciso de pelo menos um secundário dessas casas para postar o próximo capítulo.

Já tenho planos para cada um dos personagens *---* Se algum de vocês (que apareceram no capítulo) acharem que algo está errado com as personalidades dos personagens, basta avisar para eu poder abordá-lo melhor nos próximos capítulos.

É isso, nos vemos por aí O-O¬



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Brooke

Brooke desceu as escadas de dois em dois degraus. Tinha total consciência de que estava mais do que atrasada para o banquete, mas não se importava nem um pouco em perder a falação inicial. Teve que trocar uma ou duas vezes o rumo por causa das escadas que se moviam, mas ao final, com um baque, seus dois pés tocaram o térreo.

A garota teria aberto as portas do salão sem problemas, se por algum motivo, não tivesse escutado aquele barulho estranho. Estranho e irritante ao mesmo tempo, como quem raspa a garganta várias vezes. Ela olhou de um lado para o outro e não viu nada. Ergueu uma sobrancelha e deu uma volta pelo corrimão. Nada. Devia estar ficando louca. Sinceramente, não se importava.

Quando abriu as portas para o salão, ninguém se virou para ela. Estavam todos estranhamente ocupados ouvindo o que McGonagall tinha a avisar sobre o ano. Comportamento estranho pois, em geral, a maioria também não se importava.

Brooke se sentou ao lado de Charly e em frente a Cammy na mesa de sua casa, Sonserina, e não precisou adivinhar o que era tão interessante na mesa dos professores ao notar o olhar de Charly.

O novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, pondo uma grande ênfase no novo, era um pouco assustador. Jovem demais, seu cabelo castanho escuro ia até a altura do ombro como o de Brooke, e também era ondulado como o dela. Ele tinha olheiras fundas por baixo dos olhos e era muito, muito magro. Mas para Charly, tinha um sorriso encantador.

Brooke não foi com a cara dele, aparentemente Cammy também não. Mas aplaudiram junto com todos os outros no salão dando boas-vindas ao dito cujo. Não foram palmas animadas, ninguém parecia empolgado com a nova contratação. Nem mesmo a professora McGonagall se deixava enganar, com a exceção do professor Longbottom, ninguém parecia muito feliz.

– Planos pra semana? – Cammy se voltou para as amigas quando McGonagall finalmente liberou os alunos para o banquete.

– Garotos. – disse Charly.

– Quadribol. – resmungou Brooke já com um pedaço de torta na boca.

– Mas a temporada de quadribol ainda nem começou, não precisamos treinar ainda! – Cammy retrucou.

– Eu sei, mas fiquei sabendo que a Corvinal tem um novo apanhador. Preciso melhorar minha mira se quiser atrasá-lo com um balaço.

– Bom, vai ter que mudar seus planos. – Cammy disse séria.

Charly riu.

– Você também, mocinha, nós todas temos uma reunião com o professor Longbottom.

– Por que teríamos uma reunião com o diretor da Grifinória? – Charly perguntou enquanto analisava cuidadosamente seu suco de ervas.

Brooke ia perguntar a mesma coisa, mas não conseguiu ouvir o que Cammy respondera por fim.

Mais uma vez ouvira o irritante pigarrear de garganta. Mas sempre que se virava não havia nada de diferente por ali.

– ... o que você acha, Brooke? – Charly perguntou.

A garota então se virou de volta para elas.

– Estão ouvindo isso?

– Ouvindo o quê?

– Essa coisa. Essa coisa irritante, como quando encontramos o professor Flitwick escovando os dentes.

– Argh. – Charly gemeu – Aquilo foi um horror.

Mas Cammy apenas voltara para o assunto da reunião. Charly se contentou em dizer que a amiga estava ouvindo demais e ainda a caçoou um pouco. Mas Brooke não achou a menor graça. Pelo contrário, apurou os ouvidos à espera de mais.

Thomas

As pessoas riam sem parar. Thomas não entendia exatamente o motivo, mas percebia que na mesa ao lado, Patrick, um corvino do sexto ano, parecia incomodado.

– Ele não tem nada a ver com a Lufa-lufa, não vai incomodar. – Hunter disse ao amigo.

Thomas assentiu. É claro que não ia. O problema de Patrick não era com a Lufa-lufa, era com a Sonserina, ou melhor dizendo, com Harold.

Os dois goleiros tinham um problema de anos. Certa vez, Thomas e Hunter tiveram que separar uma briga dos dois. Ambos tinham suas varinhas no chão e deferiam socos um no outro. Thomas se lembrava bem do arroxeado do seu olho que ficara assim por quase uma semana, saíra mais machucado do que os dois em questão e ainda pegara uma detenção.

Thomas sorriu para Hunter abertamente.

– Preparado para a temporada?

Hunter sorriu mais ainda.

– Pode apostar, esse ano será da Lufa-lufa, estou sentindo isso.

Thomas também sentiu alguma coisa, mas não tinha relação alguma com o quadribol. O garoto se arrepiou de repente e passou a mão direita pelo braço enquanto olhava ao redor e não via nada fora do normal.

– O que foi? – Hunter perguntou.

– Nada. – o garoto respondeu. Mas na mesa dos professores, o novo contratado de Defesa Contra as Artes Trevas o encarava sorrindo – Como foi o verão? – perguntou, mudando logo de assunto e ignorando firmemente o momento de estranheza.

Hunter se remexeu um pouco no banco.

– Bem e o seu?

– Bosta de dragão. Sério, aquele lugar é um horror, não quero mais ter que voltar para aquele orfanato imbecil.

– Ah, por favor, não pode ter sido tão ruim com o boboca do seu colega de quarto. Aractum Manelarum. – caçoou Hunter e os dois riram.

Navid era um garoto alto e musculoso, mas muito idiota com quem Thomas era obrigado a dividir o quarto no orfanato em que vivia. As únicas coisas em que conseguia pensar, o que era um grande esforço para ele, era bater e roubar as coisas dos outros órfãos. Era também o único garoto que sabia sobre Thomas ser um bruxo e o temia desde que ele fora para Hogwarts pela primeira vez. Depois disso, Thomas vivia apontando a varinha para o garoto e falando palavras sem sentido apenas para se divertir. A cara que Navid fazia era realmente impagável; ele não sabia que menores de idade não tinham permissão para usar magia fora da escola.

– Um dia, ainda vou tirar uma foto para você.

Os dois riram ainda mais com as “poses” que Hunter fazia imitando Navid assustado. Eram tantas caretas que alguns alunos ao redor também começaram a rir, e Thomas se esquecera de vez do professor de Defesa Contra as Artes das Trevas que já não estava mais ali.

Nycolas

Nycolas e Melisssa ainda esperavam por Angeline quando ela finalmente se levantou do lado de duas garotas do sétimo ano e tomou o caminho até eles. O garoto já estava doido para ir para o salão comunal da Grifinória, mas esperara pacientemente pela garota.

– Agora podemos ir? – Melissa disse visivelmente entediada.

– Claro, claro. – respondeu Angeline, sem prestar atenção realmente no que falava.

Nycolas riu e foi indo na frente com as duas garotas seguindo-o por trás.

O salão comunal da Grifinória estava agitado. Alguns alunos seguiram direto para seus dormitórios, mas Nycolas se sentou em uma das poltronas perto da lareira que ardia em chamas aquecendo os alunos.

– Querem fazer algo antes de dormir? – Melissa perguntou se sentando por perto.

– Xadrez bruxo? – sugeriu Angeline e ambas concordaram que essa era a melhor opção.

Por mais ou menos quinze minutos, Nycolas as observou jogar. Era tímido demais para conversar com outra pessoa. Foi apenas quando ouviu a baixa melodia fúnebre ao mesmo tempo de algo que parecia estar deslizando ao seu lado, que decidiu se levantar.

– O que foi? – Melissa perguntou ainda sem encará-lo, com sua atenção voltada para o jogo.

– Estão ouvindo isso?

– E dá pra ouvir alguma coisa com todo esse barulho? – Angeline retrucou.

O salão comunal estava realmente barulhento, mas ainda assim era impossível que ninguém pudesse ouvir aquela melodia.

– Essa música, esse... Esse barulho, vocês não ouvem? E não estou falando das pessoas daqui.

Melissa ergueu uma sobrancelha. As duas o encararam.

– Ninguém aqui está ouvindo música. – a garota disse firme.

Nycolas balançou a cabeça. A melodia ia ficando cada vez mais forte.

– Tem algo aqui. – resmungou para si mesmo.

Tentou seguir para onde se originava o barulho. Deu duas voltas no salão comunal e nada, até música ir ficando cada vez mais baixa e o barulho cada vez mais alto. Como ninguém conseguia perceber isso? Talvez viesse da escadaria.

Nycolas passou pelo quadro da Mulher Gorda e correu para fora. Deveria estar parecendo um maluco com toda aquela pressa a essa hora da noite. Mas assim que pusera os pés para fora tanto a melodia quanto o barulho pararam. Ouviu-se um baque um pouco mais acima e o garoto correu para ver o que era.

Mas constatou logo depois, que este fora o maior erro de sua vida.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!