Estava sentado na varanda, conversando com o Seth, o dia estava frio e chuvoso como sempre. Era sábado, a Nessie chegaria segunda, não posso esconder que estou morrendo de saudades dela, estou sedento por aquele sorriso, por seu cheiro, ela só esta fora a dois dias e já estou assim, ela não pode nunca me deixar. Minha sorte é que Mel esta sempre ao meu lado, com seu jeito doido e humano.

 

-Cara,  esta cada vez mais chato isso aqui.- Seth resmungou.

 

Ergui umas das sobrancelhas, Seth só sabe reclamar.

 

-É serio, sinto falta das brigas, dos vampiros assassinos.- O fuzilei com os olhos, ele abaixou a cabeça, reconheceu que só estava falando merda.

 

Mel bateu a porta da casa dela e veio em nossa direção, os cabelos molhados, o casaco de Scott e um short de pijamas. Ela veio correndo, como era engraçada  a ver assim saltando feito louca, dois enormes sorrisos apareceram, na minha face e na do Seth. Ela tem esse poder com as pessoas.

 

-Sabe que gosto da Nessie, mas prefiro ela.- Seth sussurrou enquanto ela se aproximava.

 

Todos preferiam a garota engraçada e destemida ao em vez da garota mimada e metida. Só eu não conseguia escolher.

 

-Oi gente!- ela se jogou em meu colo, envolvendo os braços em meu pescoço.

 

-Fala Mel.- Seth acenou com a cabeça.

 

-Oi.- Respondi enquanto ela apertava minha boca com uma das mãos, me forçando a fazer aquela boquinha de peixe e me dando um estalinho. Isso é tão idiota e eu não consigo reclamar.

 

-Vão ficar se agarrando?- Seth perguntou rindo.

 

-Não, só vim a avisar o Jake que ele vai me levar para sair hoje a noite.- ela piscou um dos olhos.

 

-Vou?- ergui as sobrancelhas.

 

-Aham.- Ela se levantou sorrindo ainda mais. Senti um vazio tão grande em meu peito.

 

-Te pego as oito.- Avisei, ela abraçou o Seth dando um beijo na bochecha e voltando correndo para a casa dela.

 

-Cara eu queria uma garota dessas.- Seth suspirou. Eu sorri, ela é minha.

 

-Onde vocês vão?- Seth perguntou como quem não quer nada.

 

Ta, eu confesso nunca sai com uma humana além da Bella. Todas as vezes que sai foi com a Nessie, para levar no parquinho, porque quando ela passou a ir em cinemas, já não era comigo. E sair para comer nem pensar, ela prefere sangue. Não sei aonde ir com a Mel.

 

-Não sabe?- Seth perguntou, eu não respondi assumindo a derrota.

 

-Leva ela no cinema.- Ele deu os ombros.

 

Mel é do tipo de garota que você não acerta nada, é muito arriscado levá-la para jantar, não sei se ela prefere lanchonete ou restaurante. Um cinema parece bem razoável. Afinal é uma das poucas coisas que se tem para fazer por aqui.

 

-Ou então leva para dançar.- Seth se ergueu da cadeira.

 

Eu não posso levar ela para dançar, simplesmente pelo fato de que eu não sei dançar. E não quero fazer ela me zoar ainda mais. Seth chutou uma pedra, acertando uma das árvores que ficam por trás da casa.

 

-TA nervoso?- è incrível como a gente se prende aos outros lobos.

 

-Todo mundo tem alguém, menos eu!- Ele bufou.

 

-Não reclame.- as vezes é mais fácil viver sozinho.

 

-Ta bom, galã!- Eu fui obrigado a rir, enquanto Seth se afastava.

 

-Já vai?

 

-Acho melhor você se arrumar logo.- Seth olhou o relógio, me mostrando que já estava anoitecendo.

 

-Vai la moleque.- Acenei e me levantei, pronto para pegar o macaco e trabalhar ate as oito.

 

 

 

Quando engatei a primeira e entrou sem fazer ruídos, sorri. A caixa de marchas estava novinha. Espiei p relógio da cozinha e notei  que já eram vinte para às oito, teria que correr. Fechei o carro rapidamente, amanha entregaria ao dono e receberia. Já entrei dentro de casa arrancando a calça e correndo para o banheiro, foi meio difícil correr com uma perna, mas nada impossível.

 

O banho foi rápido, o suficiente para me deixar limpo. Balancei o cabelo curto e me sequei muito mal com a toalha que encontrei. Ate pegar as roupas meu corpo já terá secado por inteiro mesmo. Uma calça Jeans preta, uma camisa verde oliva e um par te tênis. To pronto. Peguei a chave do carro, o celular e algum dinheiro. Cinco para às oito quando sai pela porta apresado.

 

Essa era a primeira vez que iria ate a casa da Mel depois da gente estar junto, não estou com medo do Thomas, fora disso. Eu sou o LOBO. Estou sem jeito, não gosto dessas formalidades, não gosto nem um pouco disso. Bati na porta de uma vez só, e Scott abriu.

 

-Não acredito que você ainda esta agüentando ela!- Scott implicou, me deixando entrar.

 

-Fazer o que?- Perguntei sorrindo.

 

-Jacob!- Morgan me cumprimentou sorrindo,  estava em frente a uma mesa repleta de provas. Eu com uma mãe professora não iria ter problemas como a Mel tem, ela consegue ser igual a mim quando eu estudava.

 

-Jacob.- Thomas entrou na sala carregando uma bandeja com café e biscoitos amanteigados, meu estomago roncou.

 

-Sr.Quister.- Eu chamei confuso, odeio essas coisas.

 

-Jake. Não precisa dessa formalidade toda, eu sei que você e a Mel estão juntos.- Ele empurrou o óculos que escorregava pelo nariz para junto dos olhos.

 

Menos mau, cheguei a suspirar. Se ele já sabe que a gente esta junto, e não falou nada. não é agora que ele vai falar não é? Ou vai? Droga.

 

-Ela já contou?- Me senti um tremendo idiota assim que terminei a frase.

 

-O que ela não conta?- Scott riu enchendo a mão de biscoitos, deixei meus dedos encherem de biscoitos também.

 

-Eu aprovo completamente, essa menina precisa sossegar.- Morgan disse sem tirar os olhos das provas, que pela quantidade de vermelho estavam iguais as minhas.

 

-Fico feliz que enfim ela tenha achado alguém que a entenda.- Thomas sorriu, e o cheiro de Mel anunciava a sua chegada. ela apareceu no corredor correndo. Calça Jeans desbotada, tênis da sorte, uma blusa justa vermelha e um casaco de couro preto. Lindamente Mel.

 

-Estão falando de mim não é?- Ela se sentou em meu colo, juro que fiquei vermelho em ela fazer isso na frente do pai.

 

-Que outro assunto é interessante?- Scott zombou, Mel se remexeu no meu colo. Isso estava ficando sem graça.

 

-Sei que me amam!- ela cantou se jogando para trás, se espojando em meu colo.

 

-Não sei como agüenta essa pirralha.- Scott se levantou, indo para a cozinha. Obrigado Scott. Foi a única coisa que consegui pensar, ele tocou no assunto que eu mais temia : a idade. Eles não sabiam que eu estava indo para os trinta, mas achavam que eu tinha uns vinte e cindo, que comparado a dezessete é muita coisa.

 

-A questão da idade...- Morgan começou, erguendo os olhos negros das provas.

 

-Eu não me importo. Sei o quanto você é responsável, só não quero que magoe minha filha.- Essa foi a facada final. Ele me matou com uma frase.

 

Magoar a mel, eu não queria, eu não podia, mas sabia que iria acabar acontecendo. Eu sentia isso. Mas não consigo ficar longe dela nem um dia inteiro. Nunca imaginei que amaria tanto alguém sem ser a Nessie como eu a amo.

 

-Agora chega ?- Mel cortou meus pensamentos se virando e me beijando de leve, se remexendo em meu colo.

 

O toque doce dos lábios dela espantaram qualquer pensamento. Eles vão voltar eu sei, mas agora só o que importa é ela.

 

-A trago de volta às dez.- Disse entre os dentes, ela ficar se remexendo em cima de mim esta tirando toda a minha concentração.

 

-TA louco é? Quando eu saio sozinha chego meia noite porque agora que estou namorando tenho que chegar às dez?- Ele bufou, me dando um tapa. Ela disse namorando? É ela disse namorando. Minha primeira namorada.

 

-Duas?- Ela pediu, Thomas negou com a cabeça.

 

-Uma- Ele disse serio se levantando.

 

-TA legal.- Ela se levantou, e eu suspirei aliviado. Já estava com medo de não PODER me levantar se ela ficasse aqui mais alguns segundos.

 

-Juizo!-  Morgan cantou.

 

-Usem camisinha!- Scott disse entre os risos da cozinha.

 

-Uma hora em casa!- Thomas advertiu.

 

Caminhamos ate meu carro, ela ia saltando na frente feito ma gazela e a minha vontade de abocanhar essa gazela crescia a cada passo. Estou ficando obsessivo. Ela parou em frente o carro, eu parei um passo a sua frente, ela olhou por baixo do meu ombro para sua casa. Seus olhos me fitando, seu sorriso crescendo, ela passou por mim. Me virei rapidamente, agora eu estava de costas para o carro sem entender o que estava se passando.

 

seu corpo pequeno e extremamente leve de encontro ao meu, me impulsionando em direção do carro. Ela não me arrastou, eu dei o passo para encostar no carro. Não queria desapontá-la. Seus pés esticados, sua boca tocando a minha de leve, para em dois segundos me abocanhar. Sua língua invadindo a minha boca antes mesmo que eu pudesse abraçá-la. Minhas mãos buscaram sua cintura, e sua nuca. Nossos corpos colados, não demorou para começar a perder o fôlego, a cabeça e o controle.

 

Ela me soltou devagar, desencostando o corpo do meu. Seus olhos brilhando, a boca molhada.

 

-Onde vamos?- Meu corpo estava pegando fogo, literalmente. E agora, Cinema fazia todo o sentidos: ESCURO.

 

-Cinema.- Abri a porta para que ela entrasse. E dei a volta.

 

-Adoro! Quero pipoca e chocolate granulado, um suco para beber. – ela sorria, cruzando as pernas sobre o banco.

 

-Calma, ainda nem chegamos.- Disse rindo enquanto dava a partida.

 

-Que filme você gosta?- Ela mexia no porta luvas outra vez, mas dessa vez não tinha nada para ela achar.

 

-Ação é legal- Não iria mentir para ela, não gosto de romance, é meloso.

 

-Também acho.- Ela fechou o porta luvas e me olhou tristonha.

 

-Ainda acha que eu sou gay?- A lembrança nossa na piscina me veio a cabeça, e espero que na dela também.

 

-Acho que me convenceu.- Ela riu.- Eu sou virgem.- Ela disse como se diz Oi na rua.

 

Eu já sabia que ela poderia ser virgem e isso não me incomoda em nada, já que eu também sou virgem. So não sou chacota entre os lobos porque sou Alpha, mas as vezes Embry não resiste e solta alguma coisa. Ele acha que o Quil ainda vai ficar com a Claire antes de mim. Zoações idiotas a parte, eu não vou contar para ela que sou virgem, nem morto.

 

-Eu vi um lobo!- ela gritou espalmando as mãos no vidro do carro. estávamos passando ao lado da floresta bem capaz dela ver alguns dos garotos mesmo.

 

-estava correndo!Acho que é o Quil!- Ela disse sorridente.

 

-Como sabe que era ele?

 

-Parecia chocolate!- soltei uma gargalhada, vou ter que mostrar isso ao Quil.

 

 

 

Assim que descemos do carro, ela me agarrou se encolhendo em baixo do meu braço, estava com frio. Me sentia tão útil podendo aquecê-la. dava algum significado para esse meu calor interno. O cinema estava relativamente vazio, estava frio ate para ir ao cinema.

 

-Qual que tem de ação?- ela perguntou me soltando, e correndo para ver os posters dos filmes, já respondendo a própria pergunta.- Esse Avatar é aventura, mas parece legal.- ela sorriu. Seria esse mesmo.

 

-Vamos.- A peguei pelas mãos, queria mostrar a todos que ela é minha. Cheguei na bilheteria.

 

-Dois para Avatar.- Dei a nota de vinte. A moça imprimiu os ingressos e me entregou o troco.

 

-Começa em cinco minutos. – Ela avisou.

 

-Ta muito cheia?- Mel perguntou se empoleirando no meu ombro.

 

-Só nove ingressos foram vendidos.- A moça estava com uma cara de sono que dava agunia. Mas saber que estaríamos praticamente sozinhos em uma sala grande e escura me alegrou. Definitivamente eu estava ficando tarado.

 

-Vamos temos que comprar pipoca.- Ela me puxou. Sou um boneco em suas mãos.

 

 

 

Nos sentamos na ultima fileira, tinha mais um casal na outra ponta da fileira, nós estamos no canto, a poltrona da Mel encostava na parede. Outro casal estava no meio do cinema, e três amigas estavam na primeira fileira, fazendo o que eu desconheço.

 

Não demorou e os carinhas azuis apareceram, e a pipoca desapareceu. Mel fazia aquele barulho irritante de quando se esta sugando algo pelo canudinho que já terminou enquanto eu acabava com a minha ultima barra de chocolates.

 

Mel colocou o copo de lado e se ajeitou na poltrona. Meu braço foi passado sem cerimônias por cima de seus ombros, ela se aconchegou ainda mais. O rosto que antes estava virado para a grande tela se inclinou na minha direção e seus lábios tocaram os meus com fome.

 

O braço que separa as poltronas estava me atrapalhando, tentei movê-lo, mas é preso. Me senti culpado por estar destruindo o cinema mas não resiste e arranquei o braço, provocando um baque surto e uma risada gostosa da Mel. Sem o braço para atrapalhar, me juntei a ela.

 

Me inclinava sobre ela, numa posição humanamente impossível. Minhas mãos em sua cintura. já estava fervendo. Meu sangue corria rápido bombeado pelo coração grande e descondensado. O coração delicado dela dava batidas fortes e marcantes. Jogando os seios contra mim, não demorou e ela foi obrigada a tirar a jaqueta de couro. Meu corpo estava queimando, e esse calor era claramente causado por ela.

 

Suas mãos se entranhavam em meus cabelos, me puxando cada vez mais para perto dela. Ela queria me engoli. E como era bom essa sensação. Ser desejado. Uma das minhas mãos escorregou lentamente para sua coxa, com medo de sua reação. Ela não pareceu se importar ou ao menos notar. Estava totalmente envolvida em agarrar e puxar meus cabelos.

 

Apertava sua coxa sobre o Jeans largo, ambos arfávamos. Não estava mais contente apenas coma coxa, deixei minha mão subir, passar pela blusa, parando em cima das costelas. Mel me beijava ainda com mais pressa. Minha mão continuou o caminho alcançando um dos seios, e agora ela notou. Porque puxou meu cabelo com ainda mais força intensificando o beijo.

 

Demorou uns dois minutos para eu perceber que o que tremia nas minhas calças era o celular vibrando. Um ódio subiu por mim, mais sabia que tinha que atender. Podia ser o bando. Me desgrudei da Mel, que gemeu em protesto.

 

-Já volto.- Avisei beijando seu ouvido e me levantando as presas. Era difícil  andar com o volume extra.

 

Assim que sai da sala de cinema peguei o celular, ficando de frente para uma parede qualquer, era BEM VISÍVEL a minha excitação.

 

Meu coração parou. Era a Nessie.

 

-Oi.- Falei alegre.

 

-JAke...- Ela chorava brutalmente, isso me acertou como um banho de água fria.

 

-Nessie? O que foi?

 

-Vem para cá, to em casa.- Ela pediu, mas foi uma ordem. Meu coração gelou enquanto eu desligava o celular e corria para fora do cinema. eu estava deixando a Mel sozinha, eu já a estava magoando-a. Mas era mais forte do que eu. Era a NESSIE me chamando.

 

Passei pelo carro tirando a camisa e os tênis, joguei dentro do carro e deixei a chave na ignição. Comecei a correr para uma brecha de arvores que leva a floresta. Já estava transformado. Enquanto corria, meu coração se apertava. Tanto pela Nessie esta chorando, quanto por ter deixado a Mel no cinema.

 

Você deixou ela sozinha?

 

Quil surgiu como minha salvação.

 

A chave ta na ignição, leva ela para casa.

 

Mas Jake...

 

Só faz, depois eu converso com ela.

 

Quil começou a correr ainda com mais pressa, e eu me sentia o ultimo dos homens. A felicidade é tão curta quando se trata de Jacob Black. Dura dias... grande merda. A Nessie estava mal, se foi aquele cretino do Victor eu juro que arranco cada membro dele, um por vez.

 

Me transformei entrando no chalé as pressas. Nessie estava no colo da Bella, já não chorava. Não pensei apenas arranquei ela dos braços da Bella e coloquei nos meus. Ela se aninhou. Estava doendo muito, como levar uma dúzia de tiros, quebrar todos os ossos e cair em um caldeirão de ácido.

 

-O que foi?- OS cabelos perfeitamente arrumados em um coque, as lagrimas se formando em seus olhos.

 

-Eu sou uma burra.- Ela me abraçou com força.

 

-Nessie...- Eu não suporto a ver chorar, lembro quando era criança, ela NUNCA chorava.

 

Eu senti saudades.

 

Ela enviou o tamanho da saudade que sentiu por mim, quase a mesma proporção que eu senti. Ainda sofri mais, eu sempre sofro mais.

 

-Também senti sai falta.- Disse enquanto cheirava seu cabelo e a balançava como se fosse um bebê.

 

Você esta namorando?

 

-Estou.- eu não conseguia mentir para ela, eu queria mentir.

 

Vai me deixar de lado.

 

Aquilo foi como um insulto. Algo que te agride ate as ultimas células. Eu NUNCA posso se quer pensar em deixar a Nessie de lado, ela é meu mundo. Não tem se viver sem o seu mundo. Tem?

 

-Nunca Nessie, vou sempre estar aqui quando você me chamar.

 

-Você estava com ela.- Foi uma afirmação, não uma pergunta.

 

-Sim. mas você sempre vai ser minha melhor amiga.- Essa era a minha Nessie, minha amiga. Melhor amiga.

 

Ela voltou a chorar e se encostou em meu ombro. Meu coração sangrava com as lagrimas que escorriam em sua face.. eu queria ajudá-la, mais nem consegui entender o motivo pelo qual ela estava chorando. Eu sempre estaria ao seu lado.

 

-Dorme aqui Jake, dorme comigo.- Ela pediu, meu coração deu mais uma pontada. Mel.mas minha resposta foi imediata.

 

-Claro, claro.

 

 

 

Nessie parou de chorar e dormiu agarrada em mim, quando acordei pela manha ela já estava tomando café. Estava sorrindo amarelo, e não me encarava decentemente. Perguntei o que tinha acontecido, ela disse que só terminou com o Victor e estava triste. Bells ficou calada. Eum e senti péssimo de não poder ajuda-la. passamos o dia juntos, no final da tarde quando Nessie já estava sorrindo decentemente, eu me despedi e voltei para encarar e tentar tapar o primeiro buraco que eu fiz no peito da Mel.

 

Sou egoísta. Sim sou completamente egoista. A Nessie é minha vida, e mesmo assim não consigo me separar da Mel, mesmo sabendo que só irei fazê-la sofrer. Mordi um galho qualquer enquanto corria com o coração na mão, tentando não pensar em como será que a Mel vai estar.

 

Tomei um banho e me vestir. Ela merecia algo melhor que um homem sujo de terra. Bati de leve na porta da cozinha, era aqui que ela estava, cozinhando alguma coisa que cheirava muito bem. Sopa. Escutei os passos dela vindo abrir a porta, dei dois passos para trás, estava com medo de ter perdido-a.

 

Ela abriu a porta com uma colher na mão, estava de pijamas já. Seus olhos brilharam e ela fez o que eu nunca imaginei que ela faria. Ela é realmente a Mel. Saltou em cima de mim, com as mãos em minha nuca e as pernas em volta da minha cintura me beijando rapidamente.

 

-Ai você voltou!- Ela exclamou sorrindo.

 

-Por ontem..- ia começar o discurso que preparei no banho quando ela me calou com a colher lambuzada.

 

-O quil já me contou, a Nessie lá chorando.- Ela deu os ombros, me beijando outra vez.

 

Era difícil me lembrar que eu tinha que me desculpar com ela me beijando assim.

 

-Mel, isso vai sempre acontecer.

 

-Eu sei, e não me importo.- Ela sorria.

 

-Mas mel..

 

-Nem tudo é perfeito. E eu sei que isso logo vai acabar, só não quero te fazer sofrer.- Ela beijou meu nariz.

 

-Eu não quero te fazer sofrer.- Beijei levemente seus lábios.

 

-Então não faça. Aproveite cada momento.- Ela sorriu, escorregando para o chão.

 

Meu coração tremia, eu estava destruindo a vida de uma garota tão.... Mel. Não tenho como descrever quem eu amo.

 

Ate hoje eu só tinha sido massacrado por quem amei, e na primeira vez que sou DEVIDAMENTE correspondido, eu só massacro a pessoa. Sou mesmo um grande idiota.

 

-A Morgan e meu pai estão em Port Angels, Scott vai fazer ronda, porque você não fica para ver um filme?- Mesmo sabendo que isso não ajudaria, nem a mim e nem a ela, era impossível negar.

 

-claro, claro.- Entrei na casa quente e gritando o cheiro da Mel.

 

-Gosta de sopa de queijo ?- Ela perguntou voltando para o fogão.

 

-Parece bom.- Me sentei na mesa da cozinha enquanto ela pegava duas colheres e colocava a panela sobre a mesa.

 

Começamos a comer, ela ria e brincava com os olhos como se nada tivesse acontecido. Esse era meu inferno., meu delicioso e doloroso inferno.  Ela não lavou a loça e nem me permitiu lavar, disse que era tarefa do Scott.

 

Fui em direção a sala quando ela me puxou para o quarto. DEUS! Agora eu entendi, ela estava SOZINHA em casa, e eu tinha aceitado, de muito bom grado, ficar com ela. agora ela simplesmente estava me levando para o quarto. sei bem o que isso quer dizer, não aconteceu comigo nunca, mas em compensação com o Embry...

 

Por que eu estou preocupado? Por que estou nervoso? Droga.

 

-Jake?- Mel me chamou, olhei assustado, eu ainda estava parado na porta do quarto e ela estava tirando um dos cobertores de cima da cama, deixando apenas um. Abriu a janela, um vento frio cortou o quarto. ela tremeu. Ligou a tv e colocou um dvd qualquer, não me dei ao trabalho de perguntar. Rapidamente a garota com o pijama largo e branco se entranhou na cama, chegando para o lado da parede, deixando um pequeno espaço para que eu me deite.

 

Eu queria me jogar naquela cama, COMO EU QUERIA. E como eu sou uma caixa de músculos com um coração e Sem cérebro, me joguei. Ou melhor me sentei, ela apontou para os tênis. Sorri e tirei os tênis enquanto começava um filme qualquer, não me interessava.  

 

-Você ta estranho, não precisa ficar se não quiser. – Ela deu os ombros, puxando a coberta ate o pescoço.

 

-É o que eu mais quero no mundo.- Em parte mentira, em parte verdade. No momento era o que eu mais queria, mas e daqui a dez minutos? De qualquer forma entrei debaixo da coberta, me esvairando para junto dela. Ela se aconchegou em mim.

 

Eu queria beijá-la, agarrá-la. comecei a cariciar seu ombro, ela ainda olhando a tela. Meus dedos subiam e desciam soltos pelo seu ombro nu. Já era tortura de mais, me virei para ela buscando tudo o que desejava, e ao mesmo tempo ela me beijou. Os braços envolvendo meu pescoço, a boca aberta apenas o suficiente para caber nossas línguas. Isso ainda me mataria.

 

Não demorou e eu já estava praticamente sobre ela, não que eu quisesse apreçar as coisas, era naturalmente rápido e incontrolável. Minhas mãos dançavam por suas coxas livres de qualquer tecido, seus seios espetavam meu peito sob a blusa, sem duvida ela estava excitada. Como se ela lesse meus pensamentos, ela me soltou. Me encarando seriamente.

 

-Você realmente se anima rápido de mais.- Eu sorri.

 

-Culpa sua.- Voltei a beijá-la, que esquivou.

 

-Eu não vou fazer nada, se você quiser pode ficar, mas não vou transar.- eu ficaria, claro que ficaria. Mesmo meu corpo gritando por isso, eu saberia esperar. era da Mel que eu estava falando.

 

-Posso usar o chuveiro antes de ir?- Ela gargalhou, me abraçando novamente.

 

-Tem algumas revistas no quarto do Scott- ela ria enquanto voltava a me beijar.

 

Revistas para que? Tem uma garota me agarrando bem aqui, para que revistas? Ela voltou a me beijar, e a calça realmente estava me incomodando MUITO. mais não reclamaria.

 

Minhas mãos seguraram o quadril estreito, minhas mãos praticamente se encontravam se eu juntasse as mãos em seu quadril. Tão delicada, tão pequena.... não querendo me gabar ou coisa assim, mais eu não sou pequeno não, pelo contrario.

 

Mel se contorceu gentilmente,  suas mãos me puxando para ela, parecia que eu morreria sufocado, mas que morte maravilhosa seria. Já estava praticamente explodindo de tanto desejo. Acho que todo o desejo que eu deveria ter sentido nesses anos que fiquei esperando pela Nessie resolveram aflorar agora. Deus.

 

Me soltei da Mel, ela me olhando assustada. Cocei minha cabeça, enquanto me mantinha de pé, porem curvado. Não queria assustar a menina.

 

-Onde você vai?- Ela ajeitou o cabelo que por minha causa estava ainda mais desarrumado que o normal.

 

-Tomar um banho.- o primeiro de muitos essa noite. Mel apenas sorriu, voltando para a coberta, sem meu corpo ao lado do dela para esquentar, ela precisava de uma coberta.