Not leave me here escrita por Mira Maddox


Capítulo 19
Perdas


Notas iniciais do capítulo

Olá amores, passando aqui pra postar mais um capítulo para vcs ♥
Muito obrigada pelos comentários, continuem assim que eu posto mais um assim que puder, sem demorar muito!
Boa leitura, espero que gostem!



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Pov Beatrice Prior

Foi a viagem mais incrível da minha vida. Nunca achei que o Tobias seriam tão, fofo assim. Cada segundo ao lado dele pra mim era mais que especial e quando ele se distanciava meu coração chega doía de saudade.
É estranho quando você se acostuma com alguém ao seu lado tão facilmente, qualquer segundo sem a pessoa já dá uma saudade inexplicável.
Quando cheguei em casa, mesmo cansada nem conseguir pregar os olhos; sempre me aparecia na boca um sorrisinho bobo pensando nele e em todas as suas palhaçadas, suas frases sem sentido que me faziam gargalhar, seu jeito desengonçado e protetor ao mesmo tempo...
Está tudo dando certo, minha mãe e eu estamos cada vez mais juntinhas; ela sempre faz questão de ficar comigo, de conversar e de me dar presentinho agora que subiu de cargo no trabalho; na escola, tirando as provocações de Nita que já não me fazem diferença, está tudo caminhando muito bem e agora pra melhorar tenho o Tobias ao meu lado, o que pode dar errado agora?
☆☆☆
– Acorda Prior! - diz Myra jogando a bola na minha cara. Por sorte levantei as mãos e me defendi.
– Tá ficando louca é? - digo pegando a bola do chão.
– Acho bom prestar atenção na aula, Tobias não vem hoje não - Lynn cochicha no meu ouvido.
– Agora eu vi mesmo! - bato nela.
– Silêncio todo mundo! - A professora grita.
– Professora posso ir ao banheiro? - Christina diz cruzando as pernas.
– Rápido! E vocês, meninas de um lado e meninos de outro!
Fazemos o que a bruxa pede e então meu celular toca, todos me olham.
– Desculpa, é que eu...
– Banheiro se for atender! - ela grita comigo e eu saio correndo para o banheiro, ninguém nunca me liga, muito menos na hora da aula então deve ser importante.
***********
Alô?
– Beatrice? Sou eu, Jack Kang chefe da sua mãe. - Meu coração gela.
O que aconteceu com minha mãe? Jack cadê minha mãe? – entro no banheiro que está vazio.
Beatrice eu preciso que você se acalme, preciso que respire fundo e que não pense em fazer besteira - meu coração despedaça e só o pior passa pela minha cabeça– Ainda está me escutando?
– S-sim... Cadê minha mãe?
– Beatrice ela passou muito mal aqui no trabalho... Chamei a ambulância e quando eles chegaram era tarde demais...
***********
Meu mundo se quebra em mil pedaços. Caio de joelhos no chão e meu celular cai na pia. Depois de alguns minutos em transe caio na real e percebo que estou totalmente sozinha.
– Isso não pode estar acontecendo, isso.... Isso é... É mentira! - começo a gritar chorando; coloco as mãos em meu cabelo e vou subindo com pressa até chegar ao couro cabeludo. Começo a roçar minhas unhas grandes com força e a puxar com raiva os fios enquanto choro desesperada.
– Isso não está acontecendo comigo, isso não pode ser verdade...
Olho para o chão e encontro um apontador de lápis de olho; puxo ele e o quebro com minha força tirando a lâmina e a passando em meus antebraços.
A cada cortada uma dor pior que a outra, mas nenhuma superando a dor que estou sentindo no peito, a dor que me crucifica mais e mais a cada segundo.
– Já ia te esquecendo aqui! - olho para a porta que se abre e vejo Christina indo até a bancada das pias pegar o celular. Logo ela me vê no chão e arregala os olhos ficando paralisada.
– Be... bea... Beatrice!? - Vem correndo e se agacha - O que aconteceu com você? Meu Deus e esse sangue? Beatrice você ficou louca!? - Ela pega meus braços e fica assustada, logo abre minhas mãos fechadas que estão cheias de sangue e cabelo e puxa de mim a lâmina - Garota se alguém chega e vê você aqui nesse estado você é expulsa da escola na hora! Me conta o que aconteceu? - pergunta muito preocupada
– Minha mãe... - Caio no choro novamente - Eu não tenho mais ninguém... eu perdi a minha mãe - Ela me olha no fundo dos olhos e começa a derramar lágrimas - Ei, vem aqui levanta antes que alguém chegue! Não se preocupa eu vou te ajudar, confia em mim - Ela diz delicadamente, me inspirando confiança. Me levanto com sua ajuda e ela me coloca sentada em cima de um vaso sanitário - Temos que limpar isso - diz segurando os meus braços mas eu apenas choro sem fazer barulho.
– Eu quero minha mãe... quero ver minha mãe...- digo soluçando.
– Ei, vai ficar tudo bem, confia em mim! - ela desamarra a blusa da cintura e amarra em volta dos meus braços, logo pega papel higiênico e limpa as gotas que ficaram no chão. Logo vai até a pia e pega meu celular, quando ela me entrega vejo sua tela um pouco arranhada mas ainda está normal.

Olho para ele e lembro da minha mãe. Lembro do dia que ela me deu esse celular, lembro de como ficou feliz ao me ver feliz ganhando todos aqueles presente. Lembro de seu lindo sorriso, o qual era reconfortante para mim. Eu não vou mais ter o prazer de vê-lo. A pior dor para um filho é perder uma mãe, ou um pai, ou os dois.
– Eu estou sozinha... eu vou ficar sozinha pra sempre...
– Não vai não. Eu estou aqui com você e não vou te deixar sozinha, tá bom? - diz com voz de choro e pega o celular no bolso.
Não entendo muito bem o que diz pois não consigo nem pensar direito mas ouço coisas como levar pra casa.
– Tris, vamos precisar sair daqui. Vou te levar pra casa pra gente cuidar desses ferimentos, aqui na escola não dá.
– Eu quero minha mãe...
– Eu sei... mas se acalma por favor! Vem cá - Me levanto e me apoio nela que me carrega até o estacionamento e me coloca em seu carro.
Fico sentada no banco da frente pensando como vai ser minha vida agora... o que vou fazer sem minha mãe?
– Tris, conversei com o diretor e expliquei pra ele. Não contei sobre a cena do banheiro mas contei o resto e ele nos liberou - Diz Christina entrando no carro.
– Obrigada Christina... - dou um leve sorriso e afasto algumas lágrimas que correr por minha bochecha. N
Chegamos à sua casa e com ajuda de uma moça elas limparam meus ferimentos e me deram uma roupa para que eu trocasse e pudesse ir até o trabalho da minha mãe para saber de mais coisas sobre sua morte com Jack.
– Beatrice! - diz Jack ao me ver entrando em seu escritório e então me abraça; é aí que eu choro mesmo.
– Porque comigo Jack? - digo entre soluços.
– Fica calma minha querida... vai passar.
– Porque ela se foi? Ela estava tão bem, tão feliz... Não vai passar Jack, nunca vai passar.
– Ela estava doente, ela não quis te contar porque não queria que ficasse triste; ela queria poder passar seus últimos dias de vida vendo você sorrir, vendo você feliz e não preocupada.
– Não Jack, não, ela não podia ter feito isso! Estou sozinha agora, eu não tenho mais ninguém! Meu pai foi embora, minha irmã morreu, minha mãe morreu... Eu nem sei mais se eu ainda preciso continuar... - digo cabisbaixa.
– Ei pare com isso! Você tem que seguir em frente, é o que a sua mãe diria a você se estivesse aqui.
Fiquei a manhã toda no escritório do Jack, ele cuidou de tudo para o enterro da minha mãe que acontecerá amanhã de manhã.
Com os braços enfaixados, com a cabeça doendo, com a voz falha e com o rosto totalmente vermelho eu consigo me acalmar um pouco; mesmo ainda querendo morrer, já não choro mais o tempo todo. Tia Clary e Tori me levaram para casa junto com Christina. As três ficaram comigo e não me deixaram sozinha por nenhum momento. Christina realmente está sendo uma verdadeira amiga, coisa que nunca me passou pela cabeça. Ser cuidada e acompanhada em um momento tão difícil como esse pela melhor amiga da minha inimiga.
– Obrigada Christina por estar aqui comigo, por ter ficado comigo e ter me ajudado o dia todo... Mas se você quiser pode ir embora, eu não quero te atrapalhar com meus problemas.
– Sabe Beatrice. Aos meus quatorze anos perdi meus pais em um acidente de de barco; tive que ficar com meu irmão mais velho, nós nunca fomos muito próximos. Eu sofri muito com a ausência deles e o que eu mais queria era poder ter alguém que fizesse por mim o mesmo que estou fazendo por você. Eu também me mutilava quase todos os dias, mas ninguém nunca se importou com isso, ninguém nunca ouviu um desabafo meu. Eu sei que a gente não é muito próxima, mas fique sabendo que você ganhou uma amiga - olho em seus olhos e os vejo cheio de lagrimas; sem pensar duas vezes abraço ela bem forte e então choramos juntas.
– Você também ganhou uma amiga Christina.


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Notas finais do capítulo

Tadinha da nossa Tris ;(, parece que o sofrimento a persegue...
Esse foi o capítulo de hoje, espero de coração que tenham gostado!
Beijões, não deixem de comentar... Gosto de saber o que estão achando, se querem fazer alguma recomendação, dar ideias e talz...
ATÉ MAIS AMORES♥



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