POV TOBIAS
Depois de ter presenciado a cena cômica de ver o Matthew beijando a Beatrice fiquei arrasado. Não acreditei quando vi que ela preferiu ele mesmo depois de praticamente ter me declarado pra ela.
Voltei pra pista de dança e encontrei com a Chris que já estava bêbada.
– Meu príncipe! - ela me abraça.
– Já deu Chris - tomo a garrafa de bebida da mão dela.
– Já deu não, bebe comigo vai!
– Não.
– Que foi em? Rabugento! Brigou com a Nita?
– Não. Vi uma cena não muito agradável.
– Viu alguém pelado?
– Não Christina!
– Então fala o que foi caramba!
– Eu estava dançando com a Beatrice. Ai eu fui pegar uma bebida pra gente e quando voltei vi o Matthew puxando ela- reviro os olhos - segui os dois até a parte de trás da escola e vi os dois se beijando.
– Está com ciúmes dela?! - ela grita e começa a rir como uma criança.
– Não estou!
– E porque ficou com raiva então? Tá mordido!
– Porque... Ah vai se ferrar Christina, você está bêbada.
– Bêbados falam a verdade. Agora vai lá atrás da sua segunda opção mais conhecida como Nita. Me dá isso daqui- Ela puxa a garrafa da minha mão, joga um beijinho e sai dançando.
Saio andando pela multidão magoado com ela, que estúpida, achei que ela gostasse de mim e não daquele magrelo chato.
Fiquei na pista com a Nita depois que Beatrice veio falar comigo toda linda como se nada tivesse acontecido. Ficava observando ela de longe disfarçadamente, parecia toda perdida e não parava de nos encarar.
– Amor vamos embora? - Nita cochicha no meu ouvido
– Agora não.
– Vamos... pra minha casa, ou pra sua- Ela diz melosa.
– Mais tarde, a festa está tão boa...
– Claro, a loira sem sal tá aqui né! - ela se exalta.
– Para Nita, se eu quisesse ela eu estaria com ela agora, não com você.
– Então - ela olha em direção a Tris - Me beija.
– Vem aqui- tento afasta-la da pista, não quero que vejam a gente se beijando.
– Não! É aqui! Na frente dela- diz maliciosamente. Olho pra Beatrice que tenta disfarçar que está nos olhando mas seu olhar para no meu e nos encaramos por um tempo.
Logo Nita puxa meu rosto e nós nos beijamos ali mesmo.
– Adoro seus beijos - Nita diz ofegante depois de alguns minutos trocando saliva comigo.
Olho em direção onde Tris estava e só vejo Will e Uriah conversando.
– Vou ali nas meninas, já consegui o que eu queria então beijos e até mais tarde lá em casa! - ela pisca e sai.
Claro, ela só fez isso pra marcar território.
Vou até o Will sem nem perceber.
– Onde ela está?
– Não sei príncipe...
– No banheiro - Will corta o Uriah.
– Obrigada - digo encarando Uriah
– Onde vai? - Uriah puxa meu braço
– Deixa ele Uriah - Will entra na frente
– O que foi em? Por um acaso você é namorado dela? - digo peitando ele.
– Muito mais que isso, sou amigo dela e não quero saber de você brincando com minha amiga como faz com todas as outras por aí!
– Escuta aqui Uriah - digo com desdém
– Estou falando sério. Acho bom não fazer besteira, ou teremos problemas.
– Por favor né, quem é você...
– Ela não é como a puta sua namorada então respeite-á - ele interrompe e por fim sai de perto de mim.
– Ele tem razão, apoio vocês desde que não seja mais uma de suas conquistas sem futuro, Príncipe.
Saio de perto dele e vou até o banheiro feminino. Eu sou mesmo um trouxa em estar correndo atrás dessa ingrata depois do que ela fez.
Me sento no chão de frente pra porta um pouco zonzo por conta da fumaça e do jogo de luz e fico esperando por um longo tempo. Muitas garotas entram e saem do banheiro mas nem sinal dela. Impaciente me levanto, dou uma conferida lá dentro e volto pro salão sem sinal dela. Por sorte ninguém se importou com minha entrada lá.
– Will tem certeza que ela foi ao banheiro?
– Não. Porque?
– Porque eu estava lá esse tempo todo e ela não estava lá.
– Vish. Deve ter ido embora então.
– Droga.
Saio correndo do salão e vou até o estacionamento pegar meu carro.
– Já vamos? - Nita entra na minha frente
– Não. Eu já vou, você fica - deixo ela falando sozinha e pego meu carro; vou dirigindo até a casa da Beatrice, faço o caminho que ela certamente deve ter feito, tenho certeza que essa teimosa saiu sozinha da festa sem avisar pra ninguém.
Cinco quadras antes da quadra onde ela mora vejo uma alma penada de fantasia andando pela rua e paro o carro do lado dela.
– Entra aí - digo abrindo o vidro e destravando o carro. Ela olha rápido pra dentro do carro e logo vira a cara passando a mão no rosto. Saio de dentro do carro e fico apoiado nele olhando pra ela que está do outro lado olhando pra frente de braços cruzados.
– Qual seu problema? - diz baixo
– Qual é o seu problema!? - ela se vira rabugenta assim que termino de falar.
– Não tenho problema nenhum, Quatro!
– Ah não? E porque veio andando sozinha até aqui? Você já viu que horas são? E se alguma coisa de ruim...
– Oh Tobias você não tinha que estar com sua namorada não? Me deixa caramba.
– Você é uma mal agradecida. Nem sei porque eu vim atrás de você.
– Se você não sabe imagina eu- suas palavras mexem comigo, que trouxa eu estou sendo.
– Então é assim né? - ela me olha, descruza os braços e sai andando como se nada estivesse acontecendo.
Bato a porta do carro e vou atrás dela
– Que ódio que eu tenho de você!- exploro com sua atitude infantil.
– Você tem ódio de mim porque eu não fiquei com você? Porque não fui mais uma diversão sua? - ela grita comigo - Tobias eu não sei pra quem foi aquela música, se foi pra mim muito obrigada mas não pense você que eu vou ser sua diversão!
– Você não é minha diversão e sim aquela droga de música foi pra você! - praticamente grito; ela me olha e depois abaixa a cabeça.
– O que quer aqui?
– Fiquei preocupado com você - abaixo o tom.
– Não sei se mereço sua preocupação. Volta pra festa.
– Volta comigo?
– Não - ela diz sorrindo sarcástica.
– Então vem - puxo ela até o carro e depois entro dando partida.
– Porque cantou aquilo pra mim? -ela diz quebrando o silêncio.
– Por alguns motivos.
– Quais?
– Seguir seu conselho de mostrar meu talento e me desculpar com você, fazer as pazes...
– Hm.
– Será que eu consegui?
– Acho que sim... - abre o sorriso mais lindo.
– Aeeeh! - comemoro
– Que foi mala sem alça?
– Consegui arrancar de você mais um sorriso.
– Bobo - diz contente
Chego em frente à sua casa e desço junto com ela, quero ter certeza absoluta de que ela vai ficar bem.
– O que pensa que está fazendo? - me pergunta assim que entro junto com ela no prédio.
– Só quero ter certeza que você vai mesmo chegar em casa e não vai tentar fazer nenhuma besteira.
– Até porque eu virei você né? - diz rabugenta entrando no elevador e eu a acompanho em silêncio.
Chegamos em seu andar, o terceiro, vamos até seu apartamento.
– Vai querer me colocar na cama também? Tomar banho comigo? Me vigiar enquanto durmo? - diz ironicamente.
– Se você deixar, eu topo na hora!
– Safado! - ela me bate e eu me esquivo.
A porta se abre e revela uma senhora bem bonita de camisola e roupão por cima, a mesma aparência de Beatrice, só que mais velha.
– Oi mãe- Ela diz envergonhada.
– Ouvi sua voz e acordei do meu cochilo, já está tarde minha filha... e quem é você rapaz? - diz me olhando de cima a baixo.
– Esse é um... amigo. Ele fez questão de me trazer aqui.
– Muito obrigada...Seu nome?
– Tobias! - aperto sua mão e ela sorri.
– Natalie. Fez bem em trazer minha garotinha até aqui- diz passando as mãos pelos cabelos da Tris que fica toda corada, acabo achando graça e dou um sorrisinho- Muito cavalheiro da sua parte não deixar que ela viesse sozinha.
– Cavalheiro, claro - Beatrice cochicha debochada.
– Então eu vou indo, boa noite garotas - dou uma piscadinha pra Beatrice que revira os olhos e abre um sorrisinho assim como sua mãe.
Saio do prédio direto para casa; posso não ter saído da friendzone, mas pelo menos fizemos as pazes o que pra mim já é um bom recomeço, espero não fazer mais nenhuma besteira daqui pra frente; Beatrice já não é mais uma conquista pra mim.