Você, Paixão escrita por Camila J Pereira


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Gostaram dos beijos que o casal trocou?
Para um primeiro momento o que acharam?
Tem mais Ed e Bella nesse capítulo.



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– Aconteceu alguma coisa, Edward? – Carlisle tinha ido até o quarto do filho, depois de vê-lo chegar parecendo transtornado. Edward rompeu a sala como um cometa e nem ao menos pareceu escutar quando falara com ele.

– Não pai. – Edward estava mentindo, ele sabia. Permanecia parado sentado em sua cama e não ousava olhar para o pai.

– Você sabe que pode contar comigo, não é? Podemos simplesmente conversar. – Carlisle estava muito sentido com o que o filho estava passando.

Ele gostava da Ângela e queria mesmo formar uma família, mas se não fosse para ser, que tudo acabasse com brevidade e sem mais ressentimentos do que já havia.

– Pai, eu realmente não posso falar sobre isso agora. – Edward levantou da cama em que estava sentado e tirou a blusa. – Eu preciso dormir.

– Claro, filho. Boa noite. – Carlisle deu uma última olhada no filho e saiu, dando-lhe privacidade.

Enquanto caminhava até o seu quarto onde sua linda esposa estaria lhe esperando, Carlisle lembrava da máxima: Filhos crescidos, trabalho dobrado. Era como se sentia. Antes, quando eram crianças, o grande temor era que os filhos se machucassem durante as brincadeiras. As preocupações vão se agravando em quantidade e complexidade durante a adolescência e depois quando estão adultos. Ele sabia que outras pessoas poderiam influenciar no bem-estar dos filhos.

Ele cresceu naquela cidade, rodeada por gente conhecida. Todos estavam ligados de alguma maneira, todos era de alguma forma amigos. No entanto, não foi lá que conheceu a sua cara metade. Foi em um evento do colégio na cidade próxima que conheceu a Esme. Uma garota sorridente, com cabelos acobreados.

Antes era tudo muito simples. Ele olhou aquela garota e decidiu que casaria com ela. Logo cavalheiramente e com todo o respeito, aproximou-se dela. Ficou feliz ao ser correspondido. Não demorou para ele voltar a cidade em busca da sua ruivinha. Decidiram fazer a mesma universidade para ficarem juntos. Ele escolheu fazer administração e logo que se formou também passou em um concurso na sua própria cidade.

Agora era gerente do banco local, conhecia a maioria das famílias por ali. Era admirado por seu bom tratamento e atenção com os clientes, além da sua eficiência em resolver as questões. Se orgulhava do que fazia, gostava de todos os processos do seu trabalho, inclusive de estar cara a cara com as pessoas.

O casamento veio rápido, assim como o primeiro filho. Lembra-se de um momento, de olhar para o lado e ver Esme e Edward dormindo ao seu lado. Ele pensou que aquilo era a felicidade e tenta retribuir o mundo sendo sempre solicito e atencioso com as pessoas, ajudando quando necessário.

Rosie veio para coroar a família, era a menininha doce que deveria ser cuidada. Eles cuidaram dela com toda a atenção e com a ajuda de seu irmão mais velho que não deixava que nada a atingisse. Eles eram ótimos irmãos e Carlisle se orgulhava dos dois e da sua relação.

– Algum problema? – Esme havia lhe chamado a atenção. Ele tinha entrado no quarto e permanecido de pé parado próximo a cama. Sua esposa o olhava enquanto passava um creme hidratante nas mãos, tinha um cheiro gostoso.

– Edward não parecia muito bem, fui falar com ele. – Esme suspirou e deitou-se debaixo dos lençóis.

– Me mata não poder fazer nada quanto a isso. É difícil ver um filho passando por uma situação que ele tem que resolver sozinho.

– Era o que estava pensando. – Carlisle apagou a luz e caminhou devagar até a cama. – Mas estaremos junto a ele.

– Ele te disse algo?

– Nada. – Carlisle enlaçou a esposa que se aconchegava a ele para dormir.

– Não sei se a Ângela é a mulher certa para o nosso filho.

– Você já tinha dito isso antes. Logo que a conhecemos. Acho que mães tem certo poder de prever essas coisas.

– Talvez...

– Durma querida. Pensaremos nisso ao nascer do sol. – Os dois se beijaram e retornaram ao silêncio de seus pensamentos.

***

Preferia ir à escola caminhando, era um ritual seu. Ajudava a pensar, e precisava depois da noite passada. Na verdade, todo aquele dia tinha sido tenso. O sumiço de sua mãe e depois a revelação da sua atual condição de usuária de drogas. Aquilo era pavoroso.

Quando entrou em casa aquela noite, Renée a estava esperando no quarto. As duas se olharam, Bella mesmo estando mais alegre sentiu o sangue sumir ao vê-la novamente como se nada tivesse acontecido.

– Já estava pensando em procura-la.

– Me poupe! – Falou amarga diante de uma mãe de boca aberta.

– Bella, você está muito arrogante!

– E você, voltou ao normal ou ainda está sob efeito de narcóticos? – Bella correu para o quarto para não ouvir mais nada que ela dissesse. Estava irritada com a mãe, devastada com a situação.

A noite tinha sido dura, e de repente estava lembrando e relembrando os beijos trocados do lado de fora com Edward Cullen. Ele tinha um beijo ardente, úmido e macio. Era simplesmente irresistível, mas ela tinha que pará-lo, antes que ela tirasse a roupa dele ali mesmo. Toda a sua promessa havia ido água a baixo depois daquele fato.

Edward tinha puxado os seus cabelos, talvez nem ele mesmo tivesse sentido, mas ela sentiu e só aumentou o seu desejo pelo Cullen. O que ela faria? Estava perdida, ela o queria de verdade. Do outro lado, estava o amigo Jas. Ele não estava mesmo gostando das investidas que ela dava em seu irmão. Mas naquele dia não tinha sido nada programado, ele apareceu, ele a quis levar para casa, ele quis consolá-la. Estava inocente naquela história, até a hora do beijo. Queria que o momento se repetisse, ansiava por aquilo.

– Bella! – Uma caminhonete parou do seu lado. Ela sabia de quem se tratava. Parou e virou lentamente para ter certeza de quem se tratava.

– Emm? – Ela segurou nas alças da mochila que carregava nas costas. – Olá. – Não sabia como agir. Ele era o amigo de Edward, não queria confusão. Mas poderia se envolver com o Edward sem gerar algum atrito?

– Você sumiu. – Foi como uma constatação.

– Estive ocupada. – Não era mentira.

– Final de ano. Lembro disso. – Ele parecia tranquilo o que a fez relaxar.

– Isso. – Confirmou.

– Ainda comemorará seu aniversário? – Bella lembrou-se imediatamente de que o tinha convidado, mas tinha esquecido completamente. E como saberia que ele pareceria querer ir depois de tudo? Ele mesmo tinha dito que ela foi mais fria do que imaginou que seria.

– Sim. Na minha casa.

– Parece legal. – Ele sorriu. – Parece que será uma festa jovem. Homens mais velhos podem entrar ainda?

– Sim, claro. – Sua boca grande não podia agir depois que ela pensasse um pouco mais? E o que falaria? “Não, estou esperando o seu amigo. Pretendo agarrá-lo nessa festa. ”

– 18? – Ok, aquilo foi uma mensagem subliminar? Oh, droga... – Quer uma carona? – Não entendeu de início então continuou olhando para ele um pouco aérea, depois olhou para o caminho a sua frente. A escola estava bem próxima. – É, a escola é bem ali. – Ele concluiu parecendo ficar sem graça.

– Obrigada, Emm. Te vejo por aí. – Ela piscou antes mesmo de conseguir se controlar e voltou a caminhar.

– Na sua festa, Bella. – O carro passou por ela e viu que ele a olhava através do retrovisor.

Bella passou as primeiras horas na escola de maneira tranquila. O clima de final das aulas já podia ser sentido, mas as últimas provas estavam também bem ali e ela se manteve concentrada. Nem mesmo a maneira silenciosa de Jasper a fez perder o foco nas aulas. Eles teriam tempo de resolver as coisas

Caminharam juntos para o refeitório como sempre e sentaram-se juntos. Alice também estava lá e achou super natural que começassem a andar mais juntos. Elas estavam conversando, mas percebeu que Jas se preocupava.

– Eu sei está preocupado da Alice descobrir sobre o Emmet e eu, mas isso não é necessário. Ela não saberá se você não disser. – Bella falava baixinho para ele quando voltavam para a próxima aula que teriam juntos.

– Tudo bem. – Jasper parou no corredor. Muitos alunos passavam por eles.

– Edward perguntou por você hoje. – Bella tentou não sorrir, mas estava feliz com a notícia. – Bella, isso é sério. Edward parecia... – Jasper buscou uma palavra mais próxima do que achava que encaixava com a situação. – Ele parecia ansioso. Ele está estranho.

– Precisamos conversar. – Teria que dizer o que tinha acontecido entre o irmão dele e ela em algum momento.

– O que aconteceu? – Jasper fazia aquela cara de: “Que porra foi que você fez, Bella? ”

– Mais tarde.

Jasper ficou inquieto durante todo o resto das aulas. Durante a volta para casa, Bella pensou que seria o momento de dizer.

– Renée não dormiu em casa de sábado para domingo. Não me avisou e quando vi que ela não estava, fiquei muito preocupada.

– Ela nunca fez isso. – Jasper falou ao seu lado.

– Comecei a ligar para todo mundo, até que descobri pelo Daniel que ele teve que convidar o Eric a se retirar do bar. Nem imagino o que ele estava aprontando e a minha mãe do lado daquele cretino. – Não tinha o costume de julgar os namorados da mãe e nem mesmo de se meter em sua vida amorosa, mas aquele relacionamento incomodava. Temia por Renée e às vezes pensava em ligar para o pai. – Fico pensando em pedir ao Charlie para morar com ele.

– Isso não seria sensato, Bella. Está no fim do ano letivo. E além do mais, você já escolheu para onde quer ir depois da escola. Tente apenas esperar um pouco.

– Eu estou esperando, mas e a Renée? Fico me imaginando não indo para a faculdade, ficando e trabalhando aqui mesmo. – Falou desanimada.

– Na loja de artigos esportivos? Fala sério, Bella. Você tem muito potencial para ficar presa a algo assim.

– Posso conseguir um emprego em outro lugar. – Rebateu.

– Antes você vai para a faculdade. – Jasper falava como um irmão mais velho. Ela sorriu.

– Encontrei a Renée na casa do Eric. Aquilo lá é um chiqueiro. – Seu rosto contorceu-se em uma careta de nojo ao lembrar do lugar. – Renée estava deplorável. E descobri que a minha mãe é uma drogada.

– O que? – Jasper não acreditava naquilo.

– Eu vi, Jas. Foi a cena mais terrível da minha vida. – Bella sentiu as lágrimas retornarem, mas as engoliu em um sorriso triste.

– Porque você não me ligou?

– Você estava chateado e eu não pensei nisso na hora, só depois. – Admitiu. – Voltamos para casa, mas ela ainda estava um pouco chapada, a nossa conversa cão foi legal. Renée acha a sua vida uma merda. Palavras dela. – Bella falava em uma enxurrada como para esvaziar o coração daqueles sentimentos. - Fui ao Daniel depois, bebi um pouco para dormir melhor depois.

– Bella... – Jasper não gostou daquilo.

– Foi quando Edward apareceu. Ele foi muito atencioso e me levou para casa. Quis me ajudar e.... Ele me beijou. – Jasper ficou na sua frente, segurando seus ombros.

– Como é que é?

– Ele me beijou. – Repetiu.

– Bella, ele simplesmente te beijou?

– Eu disse como estava me sentindo no momento. Juro que até falei para ele se afastar. E na minha cabeça ele já era impossível, não queria prejudicar a nossa amizade. No entanto...

– No entanto...?

– Ele quer, Jas. Ele só está um pouco assustado, mas ele quer. Ele me quer.

– Isso explica a maneira estranha que ele agiu hoje pela manhã. Eu não sei se te mato ou se o mato. Eu não estou apoiando isso. Eu sei que Edward sofrerá com isso e tenho você como a minha melhor amiga. Você entende a situação que está me colocando?

– Quer que eu me afaste dele mesmo ele querendo estar comigo?

– Isso só faz parte de um jogo de sedução para você. – Jasper tentava colocar juízo na cabeça dura da amiga.

– Mas se nós dois nos satisfazermos e ele ficar mais feliz, assim como eu, não valerá a pena? Não quero me intrometer no noivado dele.

– Mas que droga, Bella! – Ele a soltou e voltou a caminhar. Bella o seguiu. – Só espero que saiba o que está fazendo

Eles continuaram, Jasper estava no seu limite e deixou Bella em casa sem a alegria habitual. Bella tinha que ir trabalhar, sua mente estaria ocupada e a ajudaria a ocupar a mente.

Quase no final do expediente lembrou-se de ter esquecido um de seus livros na casa do Jasper e ela precisaria para estudar naqueles próximos dias. Tinha que passar na casa do amigo. Ficou um pouco receosa, não queria mais conflito, mas talvez Carlisle, Esme ou mesmo o Jas a atenderia e não justamente o Edward. Mas foi ele quem abriu a porta e parecia assustado ao vê-la ali. Ele fechou a porta atrás dele.

– O que está fazendo aqui, Bella? – Não lembrava do Edward ser tão indelicado. Ele falava baixo para que a sua família não ouvisse.

– Olá para você também, Edward. – Ela chamou a atenção para a sua falta de educação.

– Bella, desculpe. – Ele fechou os olhos e balançou a cabeça como se quisesse clarear os pensamentos. – Desculpe. – Ele olhou para ela por alguns segundos. Estava ganhando coragem. – Aquilo ontem foi impulsivo. Eu agi como um canalha, você é uma garota...

– Que você deseja. Não foi impulsivo, você quis e eu também. Tinha que acontecer.

– Bella, por favor. – Ele pediu. – Não podemos fazer isso. Ok? – Ele implorava com aquele olhar.

– Tudo bem, Edward. Não faremos. Agora pode por favor chamar o Jas. Vim falar com ele. – Edward se recompôs diante da fácil aceitação dela e voltou para dentro de casa. Jas apareceu logo em seguida.

– Oi.

– Desculpe vim aqui sem avisar, mas preciso daquele livro. – Jas recordou que tinha ficado com um dos livros dela.

– Claro, entra. – Ele convidou.

– Melhor esperar aqui. – Jasper ficou intrigado.

– O que houve?

– Edward está um pouco nervoso. – Ela falou baixo. Ele assentiu e foi buscar o livro para a amiga. Não demorou muito e estava de volta.

– Pronto. – Bella pôs o livro em sua bolsa.

– Obrigada, Jas.

– Bella, cuide-se. – Ele a beijou no rosto.

Parecia que a sua amizade estava intacta, mas Edward estava recuando. Ela sabia que era só questão de tempo para ele voltar a cair na dela. Ele estava totalmente a fim, era fato. Pegou a sua bicicleta e quando estava se afastando olhou para trás como um reflexo e viu Edward Cullen à janela de seu quarto olhando para ela. Sim, ele a queria.


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