Você, Paixão escrita por Camila J Pereira
Notas iniciais do capítulo
Olá, gente!
Acabei de postar uma nova história. Se puderem, passem lá e vejam, comentem sobre as suas primeiras impressões, opinem.Gostaria muito disso. Lá vai o link: https://fanfiction.com.br/historia/706065/Reverso/
E fiquem com mais um capítulo de Você, Paixão.
Beijos.
Foi apenas intuição, mas Charlie sabia que aquele homem inquieto falando com a recepcionista era Edward Cullen, o homem que engravidara a sua filha. Charlie veria naquele momento se era possível aquele homem ser tão incrível como a sua filha dissera.
— Ei. – Charlie o chamou e quando Edward virou para ele, lembrou-se de tê-lo visto na noite que havia chegado à cidade. – Você não é Jasper Cullen, mas tenho a intuição que seja o Edward. – Charlie notou quando a expressão dele mudou de surpreso para compreensão e logo depois para uma careta que parecia de culpa.
— Sim, é o pai da Bella. Claro, como sou idiota, .... – Charlie não precisava ter lido os lábios dele quando soltou um palavrão silencioso.
— Nos esbarramos outro dia, não foi isso?
— Sim. Sinto muito não tê-lo cumprimentado naquele dia. Não tinha sido um bom dia. – Charlie buscou nele a verdade de suas palavras. Edward ficou sem jeito pelo silêncio e voltou a falar: - Eu sou o namorado da Bella.
— Namorado?
— Quer dizer... Nós estamos brigados... – Edward engoliu em seco. Estava tão nervoso que apenas falou a verdade, mas não sabia se era o melhor naquele momento que se revelava estranho. – Ela não me atendeu durante todo o dia e só fiquei sabendo por acaso que estava aqui agora. Diga-me, ela está bem? – Para Charlie era genuína a preocupação dele.
— Ela está bem. Está se recuperando. – Charlie passou a mão pela nuca. O que poderia fazer como pai naquele momento? – Vamos nos sentar um pouco. – Charlie conduziu um Edward relutante para os bancos.
— Eu gostaria de vê-la. Estive usando o celular do meu irmão porque ela se recusou a falar comigo.
— Edward, qual a sua idade mesmo? – Edward ficou uma pouco desconfortável. Talvez o pai dela também não aprovasse.
— Tenho 30 anos, senhor.
— Não faz muito tempo, Bella tinha apenas 17 anos.
— Eu sei, senhor. Sinto muito pelas circunstancias de nos conhecermos, mas para mim, é um relacionamento sério. Eu a respeito e quero a sua felicidade. Eu sei que sou um pouco mais velho do que ela, mas consigo compreendê-la.
— Não fique tão formal. – Edward estava empertigado na cadeira e tentou relaxar um pouco. – Porque estão brigados?
— Porque? – Edward não podia falar toda a verdade, queria preservar Bella. – Discordamos de algo.
— Isso foi vago.
— Senhor...
— Eu sei. – Charlie suspirou. – Está tentando preservar a minha filha e o relacionamento de vocês, mas eu já sei de tudo. Você a viu com outro e teve a ideia errada...
— Senhor eu sinto muito por isso, eu errei e me sinto um completo idiota. Quero pedir desculpas a ela.
— Acalme-se, e por favor, pare de me chamar de senhor. Uau... Vocês querem me envelhecer mais cedo mesmo. – Edward assentiu. – Qualquer um poderia ter a ideia errada se presenciasse um homem saindo ao amanhecer da casa da namorada. Você a confrontou, mas ela não negou.
— Mesmo assim...
— Rapaz, você não é um santo. É claro que poderia pensar errado. – Charlie sabia que estava diante de uma boa pessoa. Ficou sentido por omitir a gravidez, mas era fiel à sua filha. – Vamos partir em dois dias. Iríamos amanhã, mas aconteceu que ela não se sentiu bem. Bella anda muito estressada. Terá que ficar em repouso.
— Não é nada sério?
— Não, pode ficar tranquilo. Ela só precisa de sossego. Amanhã já terá alta. – Charlie pigarreou, teria que tocar no assunto desagradável. – Sinto muito, mas ela não quer receber visitas.
— Sen... Charlie, por favor, diga-lhe que estou aqui. Eu preciso vê-la, preciso para ter certeza de que ela está bem. Estou tão inquieto, parece que vou explodir. – Charlie não podia e nem queria negar aquele pedido e melhor do que falar com a filha sobre a presença do namorado ali, ele permitiu que Edward entrasse.
Bella estava deitada, lendo e relendo as mensagens de Jasper. Imaginou o que o pai estaria fazendo que demorou tanto lá fora. Talvez tenha aproveitado e ido comer algo ou poderia estar caminhando. Ele fazia bem, mas poderia ter avisado.
— Bella. – A voz de Edward interrompeu seus pensamentos e a sobressaltou. Bella sentou-se rapidamente na cama, o coração aos pulos.
— O que está fazendo aqui? – Edward entrou no quarto, olhou para o seu rosto, para o soro em seu braço.
— Seu pai permitiu que eu entrasse. – Edward estava com o rosto vermelho e os olhos úmidos. Bella começou a sentir-se emocionada também.
— Pedi para não ter visitas.
— Não o culpe, sou um pé no saco. – Sua mão ergueu-se lentamente e as pontas dos seus dedos tocaram a sua testa. Bella estremeceu. Como podia sentir tanta falta daqueles toques, daquela pele?
— Edward, eu estou bem, então pode ir.
— Porque a sua voz está tão trêmula? Você não diz a verdade, não quer que eu vá.
— Eu quero que vá. – Tentou parecer mais confiante dessa vez. – Já terminamos tudo.
— Desculpe-me. Eu sinto muito mesmo. – Edward sentou ao seu lado. - Deveria acreditar no que vivemos, no que dissemos um para o outro e não apenas tirar conclusões de um acontecimento. Eu sei o quanto é determinada, meu amor. Você queria terminar e eu não quis, então teve um pretexto e deixou que eu quisesse ir. Imaginou se eu mesmo assim não fosse? Nem pensou nisso?
— Você teria que ir.
— Sim, mas eu já pensava em ti ver no final do dia. Então novamente te vi com outro homem e nem consegui perceber que era o seu pai. E novamente no outro dia, já queria estar com você de novo.
— Você é um tolo. – Quis parecer dura.
— Eu sei. Inexplicavelmente sou um tolo quando se trata de você. Porque está chorando? – Edward secou as lágrimas que caiam do rosto dela, mas ele mesmo estava chorando.
— Porque me ama tanto?
— Você desperta o melhor em mim. Consigo fazer o meu melhor quando estou contigo, já te disse que me sinto inteiro com você. Você é maravilhosa, mas não sabe. Eu amo você, e amo que me ame dessa forma. Querendo me afastar para o meu próprio bem.
— Edward... – Bella segurou a sua mão entre as dela. – Preciso me afastar de você agora. Deixe-me ir para o nosso próprio bem. Aquilo com o John não foi nada, mas eu poderia vir a fazer aquilo sim.
— Você não....
— Talvez não, mas talvez sim.
— Bella sinto que você está confusa.
— Estou, eu não me sinto bem agora, Edward e tenho medo de estragar tudo. Tenho que ir com o Charlie e quero melhorar, mas não posso prender você.
— Não está me prendendo, eu posso muito bem esperar por você, a vida inteira.
— Não espere, não quero que faça isso.
— Eu vou esperar. – Edward beijou as mãos que seguravam a sua. – Vou esperar com o meu amor renovado. Você verá o quanto te amo quando voltar para mim. Eu sei que vai com o seu pai, Bella. Sei também que voltará para meus braços. – Bella pensou em falar sobre o bebe, mas se contasse, Edward nunca a deixaria. Era a chance dele, ela daria aquela oportunidade para ele ter uma vida feliz.
— Preciso descansar, Edward. Vá para casa e não se preocupe comigo.
***
No dia seguinte, mesmo exausto, levantou-se cedo e foi para o hospital ficar com a Bella. Pediu que o irmão não fosse, já que ela não queria visitas. Na verdade, nem sabia se ela o aceitaria ali naquele dia.
Ligou para o pai de Bella, ele tinha trocado telefone antes de ir embora na noite passada. Charlie pareceu muito curioso sobre a conversa dos dois. Edward só pôde colaborar já que o sogro o ajudou tanto.
— Ela está dormindo. Fizeram exames logo cedo e então ela adormeceu.
— Exames? – Edward ficou alerta.
— Sim, coisas corriqueiras. Sabe como é, estresse pode afetar tudo então eles querem ter certeza de que ela está bem. – Edward pareceu intrigado, mas só poderia acreditar em Charlie.
— Poderei ligar já que sinto que ela não me atenderá? Gostaria de ficar sabendo sobre ela.
— Claro. – Charlie sorriu para Edward. – Gosto da sua confiança.
— Charlie, assim que Bella se sentir melhor. Quando ela superar as barreiras do seu coração...
— Sim?
— Eu a pedirei em casamento.
— Uau! É mesmo confiante. Não seja demais, não fique desleixado.
— Claro. – Edward sorriu pela primeira vez em vários dias.
Os resultados saíram e Bella e o bebe estavam bem. Dessa forma, ela poderia voltar para casa. Quando estava saindo, Edward aproximou-se dela e de seu pai.
— Edward.
— Que bom que está melhor. Não fique mais doente. – Edward lhe entregou o buquê de rosas brancas e amarelas. Bella aceitou com o coração vacilante.
— Obrigada. São muito bonitas. – Edward a fitou longamente, fazendo-a ruborizar. – Não precisava ter vindo até aqui, sabia que estava tendo alta.
— Quis ver você saindo. Jasper está muito preocupado, ele quis vir, mas eu lhe disse que não queria vistas.
— Obrigada.
— Temos que ir. Obrigado por tudo, Edward.
— Até logo, Charlie. Até logo, Bella.
***
Charlie já havia pedido para a empresa de transporte levar o que Bella tinha empacotado antes. Também tinha remarcado a data das passagens. Só precisava esperar que a filha descansasse um pouco mais para então partir. Por ele, ficariam mais alguns dias para ter certeza de que a viagem não a prejudicaria, mas Bella estava se mostrando muito teimosa nesse caso, como foi ao omitir a gravidez de Edward.
Charlie a preveniu que se caso um dia ele viesse a saber daquilo, se sentiria muito magoado e talvez aquilo fosse demais até mesmo para Edward que parecia tão apaixonado e empenhando no relacionamento deles.
Mesmo contra a sua vontade, Alice, Rosie, Jasper e Emmet aparecem no hotel. Levaram salgados e doces e fizeram uma pequena despedida para Bella. Houve choro, mas também muitas memorias relembradas com risadas. Logo que foram embora, Edward enviou uma mensagem para Bella:
“Agora que todos já fora, espero por você aqui em baixo. Por favor, venha.”
— Para onde vai? – Charlie perguntou quando a viu indo para a porta.
— Edward está lá embaixo. Não vou demorar.
Bella desceu pelo elevador, e caminhou lentamente até o homem alto e ruivo na recepção.
— Oi. – Ela ficou sem jeito.
— Posso acompanha-los até o aeroporto amanhã?
— O aeroporto é em outra cidade, Edward. – Bella o lembrou.
— Passaremos mais tempo juntos.
— Eu não acho que seria bom. – Edward suspirou alto.
— É só até aqui que posso ir? Não cederá nem um pouco?
— Não.
— Você se torna dura assim ou é só comigo? – Ele sorriu mesmo fazendo uma pergunta verdadeiramente incomoda para ele. Bella ficou em silencio. – Ok, você voltou a ficar em silêncio e aprendi da ultima vez. Sabe o que eu acho? Que você só está com medo de ceder como mandou no sms pensando que estava falando com o Jasper. Então, para não falar o que vai em seu coração, você se cala. Amor, sentirei a sua falta, mas estarei torcendo para você e rezando para que volte logo. – Edward deu-lhe um selinho prolongado de surpresa. Bella estremeceu inteira com aquele contato. – Amo você. – Ele sussurrou e afastou-se.
Ela sorriu um tanto nervosa e triste. Estava emocionada pela dedicação dele à ela. Também queria que algum dia pudesse voltar para ele, mas só voltaria se se sentisse menos confusa quanto a si mesma, menos machucada e confiante para fazê-lo completamente feliz.
Charlie e Bella saíram cedo, ela desligou o celular, não queria nenhum contato, sabia que se sentiria triste. Iria morar com o pai, estudar e cuidar da sua saúde mental e do seu filho. Edward encontraria alguém que o fizesse feliz.
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