Era Uma Vez... #paralisada escrita por Luhluzinha


Capítulo 15
Capitulo 14 – Nas Crinas do Vento


Notas iniciais do capítulo

Oi Xuxus. Obrigada especial para Aline Cabral que recomendou a história! Sua linda, eu ameiii!! *-*

Estou postando hoje o pouco que consegui escrever. Espero que achem legal.
Aproveitem!



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Capitulo 14 – Nas Crinas do Vento

Ainda entorpecida, Isabella se obrigou a empurrar aqueles pensamentos para longe. Porque sentiria ciúmes do Duque? Não poderia ser nada mais do que bobagem. As ultimas 24 horas haviam sido confusas. Eram muitas informações e oscilações de humor para assimilar em pouco tempo.

Então foi o que fez; empurrou para muito longe aquele pensamento e trancou em uma caixa. Se endireitou e caminhou para perto da janela.

– Sobre o que quer conversar? – perguntou se fazendo de desentendida.

– Creio eu que já conhece a resposta.

Isabella suspirou, não havia uma escapatória, ela própria tinha se encurralado.

– Definitivamente eu não tenho nada a dizer sobre o assunto. Eu andei pensando, - disse sincera- e conclui que não tenho absolutamente nada a ver com o que faz ou deixa de fazer com a sua vida. Mesmo que ela seja casada e o marido esteja dormindo sobre seu teto, ou então que você seja um bastardo hipócrita... – deu de ombros, não pode se conter, a raiva ou ciúmes fervia em seu sangue – eu não tenho nada a ver com isso.

– Do que foi que me chamou? – ele questionou chocado.

– Hipócrita? – respondeu com um sorriso quase inocente. Ela estava errada. Ela queria falar sobre o assunto. Ela estava furiosa. Queria definitivamente falar tudo o que vinha entalado em sua garganta.

– Eu vim aqui, senhorita Swan, humildemente conversar e negociar...

– Negociar? – interrompeu debochada – Dessa vez serão o que? 6 moedas de ouro?

– É o suficiente? – ele rebateu e logo ela viu que ele também estava beirando a histeria.

Seria suficiente para pegar seu bracelete de volta. Mas não; não mesmo que ela aceitaria um centavo dele. Riu sarcástica.

– Penso que ainda não entendeu, Duque. Meu corpo não está a venda, minha simpatia não está a venda e principalmente meu silêncio também não está a venda. – deu dois passos na direção deixando o brio que também corria em suas veias se agitar violentamente – Certas coisas para mim não tem preço. Para mim existem valores, aqueles que te falta!

– Bem, posso ver – ele logo disse – isso é muito mais que ultraje, isso se tornou pessoal para a senhorita. É um esporte me tirar do sério? Como mesma disse, o que faço da minha vida não é da sua conta ou de ninguém!

– Não é! – ela interferiu – Mas morre de medo do que os outros vão pensar ou dizer certo? Eles te controlam, você é um bonequinho nas mãos da sua sociedade. – riu – tenho pena da sua miséria. Morrerá sendo uma marionete, uma versão fajuta de você mesmo!

Ele sentiu a cólera. Ela havia acabado de enfiar o dedo cruelmente em sua ferida. Seus olhos e face ficaram sombrios.

– Não é porque leu um paragrafo do livro – sua voz saiu baixa, fria e mordaz – que sabe toda a história, senhorita Swan. Não me conhece. Não tem ideia alguma de quem eu sou – se aproximou ficando muito perto dela que tinha que levantar a cabeça para tentar olhar nos olhos dele, foi o que fez para não ser uma covarde – ou do que sou capaz. Não se trata sobre a senhorita, ou do quanto se sentiu afetada. Vim fazer um acordo, não pode me tratar como bem entender enquanto usufrui da minha hospitalidade e o teto que paira sobre sua cabeça é o meu.

– Oh – ela disse também diminuindo seu tom para o mesmo que o dele, mas não sem acrescentar o sarcasmo – e aqui estamos nós novamente. Até quando o adorável e bondoso Duque suportará a ingrata e atrevida Isabella Swan? – soou um pouco mais debochada do que queria, e sua raiva era tanta que não se importou que estivem 5 centímetros um do outro ou que ele iria coloca-la a ponta pés para fora – Para o seu governo, eu nunca, nunca pensei abrir a minha boca para contar a alguém o que vi. Por 3 simples motivos; primeiro: é a sua vida e não a minha, segundo: eu sinto que tenho uma dívida de gratidão com você por me receber em sua casa e pelo o que fez por mim no vilarejo – Isabella pode ver o olhar do Duque se estreitar e se confundir– e terceiro: Eu não sou esse tipo de pessoa. Não sei como me vê, mas eu jamais venderia meu silencio.

Ele se emudeceu. Seus olhos fixos nos dela. Pode ver os desenhos que contornavam sua íris. Podia sentir o pulsar o sangue em suas veias. Sua respiração contra seu rosto. Foi até instintivo quando suas mãos contornaram sua cintura fina e a deixando completamente desprevenida. A puxou para perto, apenas o suficiente para quase encostar seu corpo no dela e suas bocas ficarem tão próximas que ele quase sentiu a textura de seus lábios. Ela arfou e ele quis sorrir. Isabella Swan não tentou escapar de seus braços; e como se ainda estivessem na sacada durante o baile, ele pode tentar mudar o que havia ocorrido se não tivessem sidos interrompidos. Seus olhos ainda estavam conectados, mas em vez de raiva agora tinha surpresa, antecipação, desejo.

Aquele pensamento que Isabella tinha empurrado para longe, agora havia arrebentado a caixa e dizia que era exatamente isso que ela queria. Queria que ele a beijasse e a segurasse firme, não tocasse nunca mais nenhuma outra mulher além dela. Queria que ele a fizesse calar a maldita boca e a dominasse como nenhum outro foi capaz. Queria um homem que a fizesse se sentir mulher; que não fugisse dela, mas que a enfrentasse. E por todos os corações desesperados desse mundo, o Duque a fazia tremer inteira apenas com aquele olhar verde e devastador que a deixava sempre sem palavras ou então, fazia com que as palavras saíssem de sua boca, sem filtro algum.

Mas então, em vez dele terminar com aquela distancia quase inexistente, ele a afastou a rejeitando. Seu coração vacilou, e o sangue escorreu de seu rosto levando toda a adrenalina da discussão e o fervor de seu desejo, a deixando pálida.

– Sinto muito – disse dando dois passos para traz e por um triz não perdeu seu equilíbrio. – Talvez eu tenha errado no julgamento de seu caráter, assim como errou no meu. Que este seja o nosso segredo, não porque eu tema essa sociedade que tanto despreza, mas porque eu temo por Alice. – Isabella ainda se sentia vazia com aquela distancia abrupta e se esforçava para entender o que ele dizia – Penso eu que ela não suportaria descobrir que o irmão não é o homem que imagina. Que não é digno de tanta confiança e estima que ela tem. O que te peço encarecidamente, senhorita Swan, é por Alice e não por mim.

Ele lentamente se virou para sair, caminhou seus passos lentos e chegou a porta onde segurou a maçaneta.

– E muito obrigado – tornou a olha-la – O que fez hoje salvando a vida do puro sangue inglês, Dália Negra, foi de imenso significado para mim. Meu pai foi um homem de poucas paixões. Uma era Alice e a outra era seus cavalos. Dália era dele, foi a única coisa pessoal que sobrou.

E então saiu.

Isabella desabou na poltrona. Seu coração pulando pela boca, ela queria vomitar de tão mal que se sentia.

O que havia acontecido ali?

Podia sentir sua pele pegando fogo onde a mão dele havia estado. Ele tinha a tocado por cima daquela musselina grossa, quente e irritante. Suas pernas estava tremulas como se não pudessem suportar o próprio peso.

Levou as mãos ao rosto. Isso nunca tinha acontecido com ela. Nenhum homem tinha roubado dela as palavras, nenhum homem havia a feito perder o equilíbrio, nenhum homem tinha a deixado tão quente e sem qualquer razão plausível.

Precisou de outro banho, dessa vez frio. A agua da banheira não estava fria, fazia uma meia hora que tinha saído da banheira, mas era o suficiente. Quando resolveu que tinha se recuperado o suficiente, desceu.

Para a sua surpresa, ou não, ali estava o capitão como se a aguardasse. Era melhor assim. Porque além de tirar de sua cabeça o toque do Duque, tirava também o fato de que ele a afastou como se a repulsasse. Sabia que não era o tipo de mulher que ele adoraria exibir, mas se a intenção era despreza-la, então porque a puxou?

– Eu me pergunto como é capaz de ser tão bela depois de ter ajudado uma égua trazer ao mundo o filhote. Quase me esqueci que á pouco estava uma bagunça!

Isabella riu.

– Quase?

– Porque não posso esquecer tamanho feito! – ele sorriu salientando suas covinhas.

Isabella rolou os olhos ainda rindo.

– E eu quase acredito em você. Quase.

– E porque? – os dois começaram a caminhar para fora. Para o jardim.

– Porque você é um conquistador Capitão, dirá qualquer coisa para me convencer!

– Concordo em descordar! – ele interpelou – Sou um conquistador, mas não diria qualquer coisa para apenas te convencer. Não é igual as outras. Qualquer coisa jamais seria o suficiente.

Isabella teve que parar para encara-lo. Ele tinha dito uma imensa verdade sobre ela. Qualquer coisa nunca seria o suficiente para ela. Ou era tudo ou era nada. Não existia meio termo em sua vida.

– Gostaria de um passeio no jardim? Tem algo que queria compartilhar.

Isabella assentiu. Eles passaram por Aurora, Kate, Willien, Alice e Robert que brincavam de cabra cega. Acenaram para eles e permaneceram a vista, que segundo o Capitao, era para não tirar a sua honra de dama respeitável.

– Eu não sei muito bem como abordar o assunto, Senhorita Swan.

Isabella que admirava as copas das arvores, suspirou.

– Apenas diga. Prometo que não ficarei ofendida.

Ele riu.

– Creio eu que viu algo indevido no baile. – Isabella se virou para ele com uma expressão confusa – O Duque esta prestes a enlouquecer em desespero.

Apesar de já ter entrado em um consenso com o duque, Isabella não tinha argumentos para expressar. E imaginava do fundo de seu coração que o belo capitão não iria querer falar de Edward, e bem, ali estava ele, falando do dito cujo.

– Penso eu – ele continuou ainda caminhando – que não deve ter sido algo honrável de se ver.

– Não. – disse abruptamente – Não foi. Mas já esta resolvido. O que vi ou que o senhor pensa que vi, já é passado. Não quero falar disso!

E dessa vez era verdade. Ela não queria falar mais sobre o assunto. Porque isso significava que teria que trazer a sua memoria as mãos do duque segurando a condessa de um jeito que nenhum um homem havia a segurado. Isso a causava ciúmes, inveja e a fazia se sentir uma completa idiota. E para ajudar, ela se lembrava do calor das mãos dele sob a sua cintura.

Imediatamente sua pele formigou no local.

– Entendo. – O capitão disse como se compreendesse realmente, o que não era uma verdade.

Ele pensava que ela estava ofendida, mas no absurdo da realidade, era ciúmes.

Ciúmes! Quando foi que isso aconteceu e ela não percebeu?

Ela não era apaixonada pelo Duque. Não tinha amor. Não o conhecia. Na verdade ele a causava uma espécie de irritação constante. Ele tinha conquistado a sua antipatia natural.

Mas ainda assim, tinha algo sobre ele que a deixava terminantemente confusa. Talvez fosse aquele duque na sacada, iluminado pela lua. Que o sorriso era doce e os olhos eram ímãs verdes tão quentes que a derretia pela atração. Aquele era simpático e leve. Aquele a tinha a chamado de rainha dos cavalos e a convidado para conquistar o mundo ao seu lado.

Poderia existir duas pessoas em uma só?

Abanou a cabeça balançando para longe aqueles pensamentos perigosos.

– Não acho que entenda. – disse por fim.

O capitão suspirou. Como se estivesse indeciso.

– Sei que não deveria lhe contar isto, mas creio que tem julgado mal o caráter de um amigo muito querido. – ela parou para encara-lo – Posso estar sendo advogado do diabo em sua concepção, mas Edward não é um homem mal.

– Nunca disse que ele era um homem mal. Eu vejo como ele trata Alice, e o fato de que tem feito todas as vontades da irmã em me deixar permanecer aqui, é prova disso.

O capitão franziu o cenho e então sorriu.

– Voce é rara senhorita Swan, mas ainda sim sei que pensa mal sobre ele. O fato é, tudo isso que vê, esta mansão, esta fortuna, este titulo, esta propriedade, este ducato... tudo. Ele nunca quis.

Isabella olhou a sua volta um tanto confusa.

– Não entendi. – disse sincera.

– Ele nunca quis. Nada disso. Ser duque para ele é um castigo; até poderia ter aberto mao e passado o titulo para um primo, mas como ficaria a irmã? Ele morreria por Alice, ele deixou de ser quem era para que Alice pudesse ser alguém.

Um gosto amargo tomou conta da boca de Isabella. O que ela tinha dito para ele esta manhã?

... Morrerá sendo uma marionete, uma versão fajuta de você mesmo!

Queria se contorcer por sua língua imensa. Era ela agora quem devia desculpas?

– Ele não nasceu para ser um duque, ele nasceu para ser outra coisa. Posso te dizer a maior razão para a rabugice dele, é porque tudo o que ele mais queria ser é..

– ..um homem do mar. – Isabella interrompeu suspirando – Eu sei.

O capitão parou a sua estratégia de mudar a concepção que a senhorita Swan tinha sobre o amigo.

– Como sabe disso? – sua surpresa era imensa, porque se tinha coisas que ele sabia nesta vida era que a lua continuaria no céu, ele jamais abandonaria o exercito e que Edward não contava seus segredos para qualquer um.

– Ele me disse.

– Ele te disse? – questionou cuspindo as palavras. Isabella estava alheia ao seu choque e continuava sua calma caminhada olhando as copas das arvores.

– Sim.

Foi então que o Capitão McCartney soube.

Um misto de ultraje, raiva e traição o dominou. Suas intenções para com a Senhorita Swan não era nenhum pouco discretas para que o amigo alegasse desconhecimento. Ainda mais quando naquela mesma manhã ele tinha dito que o interesse dele na jovem era restritamente ao que ela teria visto na biblioteca.

McCartney se concentrou para não deixar seus sentimentos transparecerem. Diabos, ele não tinha previsto esta chegando, ele e o melhor amigo apaixonados pela mesma mulher? Como isso aconteceu? Aonde isso poderia os levar?

– Capitão? – Isabella o chamou depois que ficou calado por mais tempo que ela já tinha presenciado.

– Sim? – respondeu aéreo.

– Não vai concluir o que queria me dizer? – perguntou com um sorriso maroto.

Ele sentiu a raiva se abrandar. Isabella tinha esse poder estranho sobre ele. Ela o acalmava e o enchia de alegria. Com ela, ele sentia que poderia rir pelo resto da vida. Não que ela fosse algum tipo de comedia; mas ela tão espontânea e um tanto atrapalhada que trazia esse conforto de que poderia ser e fazer qualquer coisa. Ela não se importaria qual seria o seu cargo, titulo ou etiquetas. Ela era única e algo que ele não tinha parado para pensar até o momento; ela era completamente livre.

– O que eu gostaria de dizer, era que o Duque é um bom homem, fez imensos sacrifícios pessoais para manter a vida com a qual a irmã sempre esteve acostumada. Talvez não mereça tanto a sua fúria. Quando se faz sacrifícios, corre-se o risco de se tornar alguém amargo. Apenas – suspirou - apenas não faça conclusões baseadas no que viu.

Isabella parou de caminhar e o encarou.

Maldição! Ele realmente estava bancando o advogado do diabo? Melhorando a imagem do homem com que ele disputaria o coração daquela mulher?

– Ele pode ser um bom homem – disse sorrindo – mas melhor que um bom homem é ser um bom amigo. Voce é um bom amigo Capitão, tanto para mim e quanto para ele. – suspirou – Não se preocupe, eu e o Duque chegamos á um acordo esta manhã. Nem sequer me recordo mais o que vi e se alguém me perguntar eu já nem estive naquela biblioteca. Tenho meu respeito para com o Duque e minha eterna gratidão para com Alice. E mesmo que não me sentisse obrigada por minhas boas maneiras a manter discrição, eu faria isso por sua amizade.

Emmett não soube como se sentia novamente. Lisonjeado que ela o visse como amigo, preocupado pela possibilidade de que ela a visse apenas como amigo, irritado por Edward ter descumprido o que disse e ido falar com ela antes.

– Mas se posso ser honesta – ela continuou – Não é comigo que devem se preocupar. Mais alguém sabe sobre a biblioteca, alguém que me manipulou até lá.

McCartney abandonou seus conflitos internos e estreitou os olhos.

– O que quer dizer Senhorita Swan?

– Aurora. Aurora sabe sobre o Duque e a Condessa.

Emmett reteve a respiração. Aurora era apenas uma menina que não havia nem debutado. Era apenas uma jovem donzela de 17 anos que não deveria saber absolutamente nada do que acontecia ao seu redor.

– Isto é inquietante. – deixou escapar.

– As pessoas são inquietantes Capitão. Nunca podemos assegurar exatamente nada sobre o outro.

Aquelas palavras caíram como uma perfeita luva sobre seu melhor amigo.

– Talvez esteja correta. – falou reflexivo - Mas o que deveria eu fazer com esta informação?

– Ela não tem intenção de se livrar da Condessa. Eu sou o que a preocupa.

– Sinto informar que estou com dificuldade de entende-la esta tarde. – McCarney sorriu um tanto sem graça.

Então Isabella riu. Ela não sabia onde estava a graça daquela situação, mas com certeza deveria ser que porque uma parte dela estava devidamente se adaptando naquele lugar, ao jeito e falar, no jogo das palavras e nas artimanhas da sociedade. Na verdade, depois que a Popy começou a explicar como tudo funcionava, ela percebeu que gostava daquilo. Gostava somente quando ela estava jogando certo, obviamente, e naquele momento ela tinha a certeza que era um xeque mate.

– Não importa o tempo e o lugar, homens realmente demoram para entender. – ela não esperou que ele se ofendesse com aquilo – Aurora é apaixonada pelo o Duque, e por mais que a Condessa seja um empecilho, ela é uma mulher casada, já eu sou uma forasteira, solteira e supostamente minha amizade sincera com Alice aprimora o perigo.

McCartney piscou atordoado com as informações. Por mais loucura que parecesse, tudo começou a então a ter sentido. Ele a princípio assimilava que o comportamento possessivo com o amigo era fraternal. Uma menina que foi criada a sombra de Robert e Edward, teria o direito de sentir ciúmes de seus irmãos. Mas não era isso afinal, ele tinha sido muito tolo por não perceber. Aurora não enxergava Edward como irmão, o via como um pretendente em alto potencial.

– Mas não precisa se preocupar. Ela não faria absolutamente nada para prejudicar ou denegrir a imagem de seu objeto de desejo e afeição.

Com um sorriso Isabella voltou a caminhar. Emmett admirado observou sua silhueta se mover. Um sorriso sapeca se apoderou de seus lábios. Ela era bonita, inteligente, esperta, divertida e altamente desejável. Que Deus cuidasse de sua mente porque ela o fazia perder o juízo.

Era sobre isso que ele tentava explicar a si mesmo. Ela mudava seu humor em um segundo para o outro. Poderia estar em uma tempestade interna que então, ele se sentia bem novamente com um simples sorrir.

O pior de tudo eram aquelas roupas. Roupas de Alice que ficavam perfeitas na dona, mas em Isabella eram mais justas marcando a cintura, o quadril e o colo de uma maneira recatada e provocante de um modo que ele enlouqueceria se continuasse a fitando por trás.

Apressou os passos para ficar novamente lado a lado.

Os dois trocaram olhares cumplices e divertidos.

– Não imaginava que poderia ser ardilosa! – ele exclamou ainda sorrindo.

– Ah – suspirou ainda com aquele ar de quem esta feliz – nem eu Capitão.

Continuaram caminhando pela trilha e então fizeram uma curva que ficavam ocultos dos outros. Foi ai que Emmett sentiu algo fervilhar dentro de si. Era mais um formigamento nas pontas dos dedos que fez seu coração dar uma descompassada. Eles estavam totalmente sozinhos e ele como um libertino de longa data sabia o que significava aquela sensação.

Ele poderia encurrala-la e descobrir o que a faria ficar de pernas bambas; mas não foi isso que fez desta vez. Ele queria sonda-la de outra maneira. Uma nunca explorada por ele. Talvez fosse a consciência que havia o atingido ao completar seus 30 anos.

– Senhorita Swan – ela o olhou – poderia satisfazer alguma curiosidade minha?

– Depende. Se eu tiver as respostas.

Esperta. Muito esperta. Ficou feliz por não ter se enganado. Então decidiu ser direto.

– O que pensa sobre o casamento?

Isabella soltou uma gargalhada.

– Oh Capitão, te garanto que não quer saber minha opinião sobre isso.

– Penso que quando uma pessoa pergunta, é exatamente isso que ela quer, saber.

Isabella suspirou ainda com lagrimas de riso. A resposta pronta era esperta, mas ele se arrependeria profundamente de ter perguntado isso.

– Não quero me casar. – disse decidida fitando os olhos que tinham as íris feitas de raios de sol e mel – Não pretendo. Não tenho interesse. Jamais me passou pela cabeça.

Se ele ficou surpreso, para a frustração de Isabella, não transpareceu.

– E porque não?

Ela franziu o cenho. Havia um porque? Um real motivo?

Somente sabia que a vida era muito mais do que nascer, crescer, casar, ter filhos e morrer. Tinha que ter algo mais além desse ciclo vicioso. Tinha os detalhes da existência. Tinha que ter.

Porque só assim explicaria certas coisas sobre a vida que ela precisava saber.

Mas além de tudo, sua personalidade não permitia que um homem mandasse nela. Ser submissa, abaixar a cabeça, obedecer. Ela fazia o que queria e não abandonaria seu sobrenome e suas origens para viver algo que para ela não tinha qualquer significado.

– Porque está para nascer um homem que possa me dominar Capitão. – sorriu amplamente – E não se sinta ofendido por isso.

Ele sorriu.

– Não estou ofendido. Muito me agrada um desafio na verdade.

Ela não esperava por essa. Que ela seria a que ficaria surpresa. Arfou um tanto histérica.

– Oh não. Não mesmo. Isso não foi um desafio. – se apressou a tentar detê-lo.

– Creio eu que desafio maior não há. – ele parou a sua frente interrompendo o caminho – Senhorita Swan, minhas intenções não são um segredo, quero me casar com a Senhorita, mas para isso, aceito seu desafio, tentarei domar seu coração!

Isabella o encarou chocada. Sem chance que ele iria tentar domar seu coração. Seu coração...

Engoliu seco pela sensação que a tomou. Seu coração tinha um nome na porta, um nome que ela não queria proferir embora estivesse para seu desespero em seus lábios. Ele já havia invadido todos os cômodos e se estabelecido.

– Capitão – pediu em voz baixa e toda alegria, jovialidade desapareceram – Sinto muito. Mas não posso permitir que se aventure em uma missão impossível. – assistiu a expressão animada de Emmett desaparecer lentamente – Não que eu não me sinta importante por despertar esse desejo em seu coração, isso me deixa, - engoliu seco – me deixa honrada que um homem como você me queira tão bem.

– Então porque não? – ele se precipitou agarrando suas mãos. Isabella olhou o gesto como se a ferisse.

– Porque não se conquista uma terra que não existe, não se vence onde não há batalha, não se ama onde não tem um coração. – suspirou – Eu não seria capaz de ama-lo. E não quero magoa-lo.

Isabella soltou suas mãos. Olhou por mais uns instantes aqueles olhos tão expressivos e gentis. E então se afastou pela trilha lateral que ela sabia muito bem que ia para os estábulos. E quando se deu por conta ela corria mais veloz do que nunca. O ar pressionava seus pulmões lutando para entrar e sair deles. Não havia lagrimas. Poucas coisas a fazia chorar. A única coisa que havia era um desespero em partir.

Avistou a égua cinzenta do lado de fora, e sem pensar duas vezes montou o animal sem sela, se agarrou firmemente na crina e galopou como se aquilo pudesse a devolver para o seu lar.

Cruzou a imensa campina e se perdeu por uma plantação de trigo, assustou alguns camponeses com sua aparição impropria e repentina.

Tudo o que pensava era: Do que estou fugindo?

Ela queria uma resposta diferente para sua pergunta. Ela queria que o céu se abrisse e a sugasse de volta. De tantas coisas que não entendia, era esta, seu coração singelo e modesto, estava agora tatuado com um nome que desejava ardentemente apagar.

Talvez fosse o fato de ser proibido. Talvez por ela ter se proibido.

Mas seu coração havia a surpreendido de uma maneira que não tinha como negar. Era uma traição. Agora ocupava boa parte de seu peito e pulava como um cavalo selvagem que não queria ser domado, mas já tinha seus arreios. Mas dominar seu coração não era o que a faria mudar de ideia. Eles poderiam destroça-lo, tortura-lo, engana-lo, iludi-lo. Mas seu espirito ninguém seria capaz de segurar, porque este galopava nas crinas do vento, e ali não tinha amarras alguma.

Xuxus, estou postando hoje porque algo muito triste aconteceu e eu preciso me distrair o máximo. Conto com voces, para comentarem e deixarem minha cabeça ocupada. Rs.

O cachoro da familia, Totó ( eu sei cliche o nome, mas de consolo ele chamava Antonio José, Totó era para os amigos!) foi atacado hoje pelo cachorro desalmado da minha vizinha. A vaca sempre deixa o maldito portao aberto, e todo mundo ja disse pra ela que aquele cachorro nao pode ficar solto, mas enfim, fui dar uma voltinha com meu irmãozinho de 4 anos, o Totó e o Max (Max é boxer com vira lata e o ToTó é um pinscher) fazemos isso todas as tardes, mas hoje o maldito cachorro estava na rua, só deu tempo de eu pegar meu irmão, o Max tentou ajudar, mas o outro abocanhou o Totó sem dó. Perfurou os pulmões dele, chacoalhou e jogou ele longe. estou sem voz de tanto que gritei. Meus pais moram numa região de chácaras e demorou para que alguem aparecesse. O Totó morreu nos meus braços antes mesmo de conseguirmos encontrarmos o veterinário. Estou morta por dentro. Era meu bebe, filhinho, cuti cuti, melhor amigo, parceiro. Onde eu estava ali estava ele. Hoje (08/01/2016) vai ser um dia difícil de superar e esquecer. Não consigo parar de chorar. Quem tem cachorro entende. Ainda mais um que é tratado como filho. Estou muito triste. Estamos muito tristes aqui em casa. Todos choramos muito. Meu irmãos maiores estão muito abalados, ainda mais o de 8 anos que, teoricamente, o cachorro foi um presente que minha tia deu para ele.

Vou deixar um texto que fiz para ele. Leiam se quiser, mas estou de luto e preciso desabafar, e prefiro fazer isso aqui, onde vocês são os únicos que conhecem essa versão de mim.

Quando um amigo morre.

Um amigo pode ter várias faces, mas os melhores vêm em quatro patas.

Digo com toda a certeza que tenho, porque os melhores que tive, abanavam o rabo, latiam, e sempre faziam alguma arte.

Eu já tive vários bichinhos de estimação. Tive uma tartaruga que me acompanhou por 17 anos até que resolveu fugir e se aventurar no mundo. Tive um coelho chamado Rabib, um tatu chamado Stuart, uma cachorra chamada Stuany, outra chamada Hanna e outra chamada Cristal, Tive um bando de 15 Calopsitas todas com nomes e parentesco que hoje estão reduzidas pela metade, uffa, muito trabalho, mas o patriarca Major de 6 anos continua firme. Tive um cachorro chamado Kimba que morreu quanto eu estava longe e ainda choro até hoje por ele. O Kimba foi o cachorro mais especial que eu tive, e eu acreditava fielmente nisso. Para mim, de todos os animais de estimação, ele tinha sido o melhor.

Mas na minha casa, nunca parou de ter bichos de estimação. E quando eu voltei de férias, ali estava o Totó. Eu já o conhecia, e adorava tirar fotos do Kimba, um boxer grandão, e do Totó, um pinscher, juntos. A legenda era: Encontre o totó. Ele era tão pequeninho que desaparecia no meio do mato da chácara e na diferença entre ele e o Kimba. Meu coração era do Kimba, e metade dele continua sendo, mas naquela vez quando voltei, eu olhei nos olhinhos dele e percebi que ele entendia a minha perda. Ele sentia falta do Kimba tanto quanto eu e arrisquei a imaginar que até mais que eu. Eles tinham sido amigos. O Kimba tinha ensinado a ele tudo o que ele sabia; a não pegar os brinquedos dos meus irmãos, a não arrancar a roupa do varal, a não subir nos sofás. E eu me apaixonei pelo Totó. Ele era uma parte do meu cachorro preferido, e também era o meu novo cachorro preferido. Passei a disputar o titulo de dono com meu irmão de 2 anos de idade, na época.

O totó era muito parceiro. Aonde eu estava ali estava ele. Era eu falar com ele que ele se derretia no chão. Implorava por meus carinhos me cutucando com as patinhas. Suportava meus apertões de amor sufocante. Adorava os banhos que eu dava. Uivava como um lobinho. E era só eu falar chiii chiii chiii que ele sabia que tinha que tocar as galinhas da varanda. Ah meu Deus, como eu amava e ainda amo esse cachorro. Saíamos para dar uma volta todos os dias. Eu, ele, meu irmão de agora então 4 anos e o novo integrante, Maxwel, uma mistura de boxer com vira lata que resultou num completo bobão, ou pelo menos, era assim que eu achava.

Jamais imaginei que hoje, dia 08/01/2016 eu iria perdêl-lo. Eu iria assistir outro cachorro o capturar com a boca e o estraçalhar como se fosse pena. Perfurar seus pulmões e o jogar no meio da rua. Eu tinha uma criança no colo, não pude fazer nada. O Max tentou, mas não foi o suficiente. Eu gritei, mas os donos do outro cachorro, não fizeram nada a não ser assistir e ignorar. Nunca me senti tao impotente, culpada, fraca e desesperada. Nunca. O totó era filho. Dormia no meu colo, e faltava falar para ser gente.

Morreu nos meus braços. O veterinário não estava. Era quase sete da noite, mas aquele sol ainda estava no ceu me deixando assistir ele sufocar no próprio sangue. Ele chorou. Eu vi lagrimas escorrer e molhar os pelos em volta de seus olhos. Tentei reanimar. Implorei para Deus. Mas ele se foi. O meu Totózinho se foi. Tao querido, tao amado. Foi como se eu estivesse sufocando com ele. Ainda não posso acreditar e não vou por muito tempo. A sombra dele vai estar quando eu for deitar na rede, ir alimentar as galinhas ou toca-las. Quanto eu olhar para a irmãzinha dele, a Nanda, e quando eu lavar a área e as patinhas dele não aparecer logo em seguida sujando tudo o que eu limpei.

Quando um amigo, igual ao Totó, que ama a gente sem exigir nada em troca, sem se ofender, sem reclamar. Que apenas ama por amar e ensina a gente a amar um pouquinho dessa maneira, livre e incondicional; morre, algo dentro da gente, morre também.

E sabe porque nos sentimos assim? Porque amigos de patas, cativam e roubam sorrisos e risadas. Nos moldam como crianças de novo e até voltamos a falar com aquela voz irritante que usamos para falar com bebes. Viramos mães e até pais. Ele tem nome, mas mil e um apelidos por cima. Totis, Totózinho. Totó. Eles nos transformam. Atingem um lugar especial no coração.

Antonio José foi meu melhor amigo, foi meu filhinho de patas. Não que eu estivesse enganada sobre o Kimba. Mas o Totó me levou a um novo nível de amizade. Ele morreu porque se recusou a correr e me deixar para trás. Mesmo eu gritando para que ele corresse. Ele foi companheiro até o final.

Mais amigo que isso, estou certa que é impossível ser.

E também quem me ensinou hoje sobre amizade, foi o Max. Ele não se acovardou. Enfrentou e lutou como eu nunca imaginei. E ficou junto até o amigo ser socorrido. Cuidou da gente como um verdadeiro herói.

Estive cercada por heróis hoje. Para vocês pode ser apenas nomes, mas para mim, Totó e Max, faz parte das coisas que mais amo e morreria por. Se nessa tarde, meu irmãozinho de quatro anos não corresse risco de vida, provavelmente eu teria pulado na briga, ou até mesmo antes pego o Totó.

Hoje eu não esquecerei.

Fiz uma escolha de única resposta.

E o Totó se foi.

Mas eu ainda acredito que existe um céu para cachorros. E hoje ele reencontrou o Kimba, seu melhor amigo.

Devem estar tomando banho em algum lago agora. Ou brincando de; encontre o Totó.


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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada pela atenção e carinho Xuxus. Comentem ai por favor!